PESSOAS ESPECIAIS

Aaron Swartz, o Menino da Internet - Parte 2

aron2"Ao crescer, você sabe, eu lentamente tive esse processo de realização de que todas as coisas ao meu redor, coisas que as pessoas tinham me dito eram apenas o caminho natural das coisas, a forma como as coisas sempre foram. Mas as coiss não são naturais. Elas poderiam ser mudadas e, isso é mais o importante, estavam erradas e deveriam ser mudadas. E uma vez que eu percebi isso, ...

não havia como voltar atrás." Robert Swartz, pai: "Bem, ele nasceu em Highland Park e cresceu aqui. Aaron veio de uma família de três irmãos, todos extraordinariamente brilhantes. Um dia, ele disse a Susan: Vamos fazer um entreterimento em família no parque da cidade. Ele tinha três anos na época. Ela disse: O que você está falando?

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Ele disse: Olha ai o que diz na geladeira. ENTRETERIMENTO EM FAMÍLIA NO PARQUE DA CIDADE. Ela ficou pasma e supresa que ele podia ler. Lembro-me de uma vez estávamos na biblioteca da Universidade de Chicago. Eu puxei um livro da prateleira, que era de 1900 e mostrei a ele, eu disse: Saiba que este é um lugar extraordinário."

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Noah Swartz, irmão: "Então, não éramos os filhos mais comportados. Três meninos correndo ao redor o tempo todo, causando problemas. Eu cheguei a uma conclusão: Aaron aprendeu a aprender ainda muito jovem. Nós todos fomos crianças curiosas, mas Aaron realmente gostava de aprender e ensinar. Lembro que ele chegou em casa da sua primeira aula de álgebra e ele disse: Noah, deixe-me te ensinar álgebra! E eu disse: O que é álgebra?. Ele sempre foi assim. Todos nós tínhamos computadores, mas Aaron realmente falava com eles, ele realmente falava com a internet."

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Ben Swartz, irmão: "Ele começou a programar muito jovem. Lembro-me que o primeiro programa que escrevi com ele era basicamente um jogo de trívia do Star Wars. Ele se sentou comigo no porão onde o computador estava por horas programando este jogo. O problema que eu continuava a ter com ele é que não havia nada que eu quisesse que fosse feito, e para ele havia sempre alguma coisa para fazer. Havia sempre alguma coisa que a programação poderia resolver."

Aron pensava a programação como algo mágico. Você podia fazer coisas que os seres humanos normais não podiam. Aaron fez um caixa eletrônico usando um Macintosh e uma caixa de papelão.

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Ben Swartz, irmão: "Eu não sabia o que queria ser na festa de Halloween e ele pensou que seria muito legal se eu me vestisse como seu novo computador favorito, que na época era o Imac original. E ele odiava vestir-se para Hallowen, mas amava convencer outras pessoas a se vestirem do jeito que ele queria.

aaron Susan Swartz

Susan Swartz: "Ele sabia o que queria, ele sempre quis fazer isso. Sua curiosidade era interminável. Quando ele estava com 2 ou 3 anos de idade, Bob apresentou-o a computadores e ele ficou louco por eles."

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Ben Swartz, irmão: "Ele fez um site chamado "The Info" onde as pessoas poderiam apenas encher com informações. Ele disse: Eu tenho certeza que alguém lá fora sabe tudo sobre o ouro.Por que eles não estão escrevendo sobre isso nesse site? E em seguida, outras pessoas podem chegar mais tarde e ler essa informação e editar as informações que elas achassem ruins. Não muito diferente da Wikipedia, certo? Isto foi antes da Wikipedia começar. E foi desenvolvido por uma pessoa de 12 anos, em seu quarto, sozinho, rodando nesete pequeno servidor, usando tecnologia antiga."

Noah Swartz, irmão: "O site de Aaron "Info.gorg" ganha um concurso escolar organizado pela Cambridge com base na empresa de web design ArsDigita. Fomos todos para Cambridge quando ele ganhou o Prêmio ArsDigita. E nós não tínhamos idéia do que Aaron estava fazendo, mas era óbvio que o prêmnio era muito importante."

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Ben Swartz, irmão: "Aaron logo tronou-se envolvido com comunidades de programação on-line. Então, no processo de moldagem de uma nova ferramenta para a web. Ele disse: "Ben, há uma coisa realmente impressionante que eu estou trabalhando, você precisa ouvir sobre isso. Eu disse: Sim, o que é? Ele diz: Será essa coisa chamada RSS. E ele me explica o que é RSS e eu disse: "Por que é tão útil, Aaron? Por que eu iria querer usá-lo?"

Cory Doctorow

Cory Doctorow: "Tinha uma lista de emails de pessoas trabalhando no RSS e XML, de modo mais geral. E havia uma pessoa chamada Aaron Swartz, que era combativa, mas muito inteligente e que tinha muitas boas idéiase ele nunca veio para os encontros face a face e eles disseram: quando é que você vai chegar a um daqueles encontros face a face? Ele disse: Você sabe, eu não acho que a minha mãe permite eu ainda vou fazer 14 anos. Assim, a primeira reação foi esta pessoa, este colega que temos trabalhando durante todo o ano tinha 13 anos quando estávamos trabalando com ele, e agora apenas 14. e a segunda reação foi: Cristo, nos realmente queremos conhecê-lo! Você sabe, isto é extraordinário. Foi parte da comunidade que elaborou RSS."

aaron Peter Eckersley

Peter Eckersley: "O que ele estava fazendo era ajudando a construir o encanamento do hipertexto moderno e a peça que ele estava trabalhando, RSS, era uma ferramenta que você pçode utilizar para obter resumos de coisas que estão acontecendo em outras páginas da web. Comumente você usaria isso para um blog. Você pode ter 10 ou 20 blogs de pessoas que você quer ler, você usa o RSS feeds, ele resume o que esta acontecendo nessa outras páginas para criar uma lista unificada de todo o material que esta rolando. Aaraon era muito jovem, mas ele entendeu a tecnologia e ele viu que era imperfeita e procurou maneiras de ajudar a torná-la melhor."

Cory Doctorow: "Então, sua mãe deixou ele em uma avião em Chicago, nós o pegamos em San Francisco. Nós o apresentamos a pessoas interessadas em discutir e ficamos perplexos com seus hábitos alimentares horríveis. Ele só comia comida branca, como arroz cozido no vapor e não o arroz branco, poque ele não era suficientemente branco. E pão branco, e assim por diante. Você ficava meio que maravilhado com a qualidade do debate, emergindo doque parecia ser a boca de um menino e você pensa, este é um garoto, que pode ir longe, se ele não morrer de anemia.

aaron Tim Benners-Lee

Tim Berners-Lee: " Primeiro eu o conheci no IRC, na internet Relay Chat, ele não apenas escrevia código ele também deixava as pessoas animadas com a resolução de problemas, ele era um conector. O movimento de cultura livre, que teve muito de sua energia. Eu acho que Aaron estava tentando fazer o mundo funcionar. Ele estava tentando corrigí-lo."

aaron Gabriella Coleman

Gabriella Coleman: " Ele tinha uma personalidade muito forte. que definitivamente causava problemas, as vezes. E não era necessariamente o caso dele; sentir-se sempre confortável no mundo e o mundo não estava confortável com ele."

Noah Swartz, irmão: "Aaron entrou no ensino médio, e ele não gostava da escola. Ele não gostava de nenhuma das aulas que lhe foram ensinadas, ele não gostava dos professores. Aaron realmente sabia como obter informações. Ele dizia: "Eu não preciso ir atrás desses professores para aprender a fazer geometria. Eu posso apenas ler o livro de geometria. E eu não preciso aprender a versão do professor da história americana. Eu tenho tres compilações históricas aqui, eu posso apenas lê-los. E eu não estou interessado nisso, eu estou interessado na Web"

Aaron Swartz, 2010: " Eu estava muito frustrado com a escola. Eu pensei, os professores não sabem o que eles estavam falando. Eles são dominadores e controladores, lição de casa era uma espécie de farsa. E, você sabe toda hora tinham....(inaudível) ....e força-los a fazer muito trabalho. E você sabe, eu comecei a ler livros sobre a história da educação e como este sistema educacional foi desenvolvido. E você sabe, formas alternativas, onde as pessoas pudessem realmente aprender as coisas em vez de apenas regurgitar fatos que os professores lhes diziam e este tipo de caminho me levou a questionar as coisas e uma vez eu questionei a escola que eu estava, eu questionei a sociedade que construiu a escola, eu questionei as empresas para as quais a escola estavam treinando as pessoas, eu questionei o governo que, você sabe, configura toda esta estrutura."

Ben Swartz, irmão: "Um dos temas que ele era mais apaixonado era direito autorais, especialmente nos primeiros dias."

Peter Eckersley: "Direitos autorais sempre foi um fardo para a história editorial e leitores, mas não era um fardo excessivo. Era uma isntituição razoável para se certificar de que as pessoas seriam pagas. O que a geração de Aaron experimentou foi a colisão entre este antigo sistema de direitos autorais e essa nova e surpreendente que estávamos tentando construir, a internet e a Web. Essas coisas colidiram e o que tivemos foi o caos."

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Em seguida, ele conheceu o professor de direito de Harvard, Lawrence Lessig que estava desafiando a lei de direitos autorais no supremo Tribunal. O jovem Aaron Swartz voou para Waslhington para ouvir as audiências no supremo.

Aaron Swartz: "Eu sou Aaron Swartz e eu estou aqui para ver o argumento de Eldred. Estou muito animado para ver o supremo Tribunal, especialmente em um caso tão prestigiado como esse."

Lessig também estava criando uma nova maneira de definir direitos autorais na internet. Ela foi chamada de "Creative Commons".

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Lawrence Lessig: "A simples idéia do "Creative Commons" é dar as pessoas, aos criadores, uma maneira simples de marcar a sua criatividade com as liberdades que eles pretendem carregar. Então "copyright" é sobre "todos os direitos reservados", então este é um tipo de "alguns direitos reservados". É um jeito simples de dizer a você: Isso é o que você pode fazer com o meu trabalho. Mesmo que ainda existem outras coisas que você precise de permissão antes que você possa fazer. E a parte de Aaron era a parte do computador, como você arquiteta as licenças, de modo que seriam simples e compreensível e expressa na forma que máquinas poderiam proecessá-las."

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Noah Swartz, irmão: "E as pessoas diziam: Por que você tem esse garoto de quinze anos escrevendo as especificações do Creative Commons? Você não acha isso um grande erro? E Larry dizia: O maior erro que teríamos seria não ouvir esse garoto."

Lawrence Lessig: "Era embaraçoso ver que ele não tinha altura para alcançar o microfone e não era um daqueles microfones sem fio. Então, quando ele levantou a tela, ninguém podia ver seu rosto."

Susan Swartz: "Eu fiquei chocada e completamente atônita que estes adultos o vissem como um adulto. Aaron estava lá na frente de uma platéia cheia de pessoas e só começou falar sobre a plataforma que ele criou para o Creative Commons. E todos estavam ouvindo ele. Eu estava sentada pensando: Ele é apenas uma criança, porque eles estão ouvindo-o? Mas eles o ouviram. Bem, eu não acho que o compreendi totalmente."

Embora os críticos disseram que ele faz pouco para assegurar que os artistas sejam pagos pelo seu trabalho, o sucesso do Creative Commons foi enorme. Somente no site filckr, mais de 200 milhões de pessoas utilizaram algum tipo de licença Creative Commons. Ele contribuiu através de suas habilidades técnicas e para ele não era simplesmente uma questão técnica. Muitas vezes Aaron escreveu candidamente em seu blog pessoal:

"Eu penso profundamnte sobre as coisas e eu quero que os outros façam o mesmo. Eu trabalho para idéias e aprendo com as pessoas. Eu não gosto de excluir pessoas. Eu sou um perfeccionista, mas eu não deixo que isso seja notado. Exceto para educação e entreterimento, eu não vou perder meu tempo com coisas que não terão impacto. Eu tento ser amigo de todos, mas eu odeio quando não me levam a sério. Eu não guardo rancor (não é produtivo), mas eu aprendo com a minha experiência, Eu quero fazer do mundo um lugar melhor."

Em 2004, Swartz deixa Highland Park e se matricula na Universidade de Stanford.

Ben Swartz, irmão: "Ele tinha diverticulite, que era muito preocupante, e nós estávamos preocupados com ele tomar remédios. Ele foi hospitalizado e iria tomar um coquetel de píluas todos os dias. E um destes comprimidos era um esteróide que estabilizou seu crescimento e o fez sentir-se diferente dos outros estudantes."

Cory Doctorow: "Aaron, eu acho, chegou em Stanford pronto para a bolsa de estudos. Ele encontrava-se efetivamente em um programa para estudantes brilhantes que em quatro anos estão destinados a tornar-se grandes indústriais e eu acho que ele rejeitou tudo isso."

Em 2005, depois de apenas um ano de faculdade, foi oferecido a Swartz um lugar em uma nova empresa de incubação startup chamada "Y Combinator" liderada por Paul Graham.
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Noah Swartz, irmão: "Ele disse: Ei, eu tenho essa idéia paa um site e Paul Graham gostou dele o suficiente e assim Aaron cai fora da escola para este apartamento. Então este costumava ser o apartamento de Aaron quando ele morava aqui. Lembro-me bem do meu pai dizendo o quão dificil foi conseguir um contrato de arrendamento porque Aaron não tinha crédito e abandonou a faculdade. Aaron vivia no que se chama de sala de estar e alguns desses cartazes foram deixados quando ele morou aqui. E a Biblioteca tem outros livros, mas a maioria são de Aaron."

O site de Aaron "Y Combinator" é chamado "infogami", uma ferramenta para construir sites. Mas infogami lutou para encontrar usuários e Swartz, eventualmente funde sua empresa com outro projeto do YCombinator, em busca de ajuda. Era um projeto liderado por Steve Huffman e Alexis Ohanian, chamado "reddit".

Aaron: "Nós estávamos começando a partir de quase nada, sem usuário, sem dinheiro, sem código e crescendo dia a dia em um site muito popular que não mostra nenhum sinal de diminuição. Primewiro tínhamos mil usuários, en~tao 10 mil, então 20 mil e assim por ainte, é simplesmente incrível."

Gabriella Coleman: "O Reddit torna-se enorme e é um verdadeiro cantinho geeky na internet. Há um monte de humor, há um monte de arte e há apenas pessoas que se reuniram no site e o elegeram seu site principal par ir todas as manhãs para obter notícias. O Reddit meio que beira o caos em algum nível. Por um lado é um lugar para as pessoas discutirem noticias do dia, tecnologia, politica e questões e ainda há um monte de coisas do tipo "não seguro para o trabalho", material ofensivo, alguns subreddits são trolls, grupos de soldados do exército, e por isso, nesse sentido, o Reddit tem sido um lar de controvérsias. É uma espécie de beira do caos".

Reddit chama a atenção da gigante revista corporativa "Condé Nast", ue faz uma oferta para comprar a empresa.

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Noah Swartz, irmão: "Uma grande quantidade de dinheiro. Grande o suficiente para que meu pai ficasse preocupado com questões como: como eu guardo esse dinheiro? ....Muito...dinheiro! Provavelmente mais de um milhão de dólares. Mas eu realmente não sei. Então, ele estava nesse apartamento sentado neste sofá hackeando o "reddit" e quando eles venderam o "Reddit" eles deram uma festa gigante e, em seguida, todos foram para a Califórnia no dia seguinte, e ele deixou as chaves comigo."

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Peter Eckersley: "Foi engraçado, ele apenas vendeu apenas um start-up e presumimos que ele era a pessoa mais rica por ai mas ele disse: "Oh, não. Vou levar esta pequena caixa de sapato para o quarto, isso é utdo que eu preciso.! Era um pouco maior do que um armário. A idéia dele gastando dinheiro em objetos caros parece tão implausível."

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Ben Swartz, irmão: " Ele explica: Eu gosto de viver em apartamentos, então eu não vou gastar dinheiro em um novo lugar para viver, eu não vou comprar uma mansão, e eu gosto de usar jeans e camiseta, e não vou gastar mais dinheiro em roupas. Então isso é sem importância."

O que era importante para Swartz é como flui o tráfego na internet e o que comanda a nossa atenção?

Aaron Swartz: "No antigo sistema de transmissão, você fundamentalmente limitado pela quantidade de espaço nas ondas. Você sabe, tem apenas 10 ondas de canais de televisão agora, mesmo com cabos você tem 500 canais. Na internet todo mundo pode ter um canal. Todo munod pode começar um blog ou uma página no MySpace. Todo mundo tem um jeito de se expressar. E assim, o que você vê agora não é uma questão de "quem tem acesso as ondas?". É uma questão de "quem fica com o controle sobre as maneiras de você encontrar as pessoas?" Você começa a ver o poder centralizar na Google, como se fossem guardiões dos portões que informam onde na internet você quer ir, são as pessoas que fornecem suas fontes de notícias e informações. Então não se trata mais de apenas algumas pessoas terem licença para falar. Todo mundo pode falar agora. É uma questão de "quem fica sabendo?"

PARTE 3