SÍMBOLOS E OBJETOS

Trigrama - Parte 2

trig15O Criativo é simbolizado pelo cavalo que corre veloz e incansável; o Receptivo, pela vaca em sua mansidão. O Incitar tem como imagem o trovão, é simbolizado pelo dragão que, irrompendo das profundezas, ascende ao céu nas tempestades - isso corresponde à única linha forte que pressiona em direção ao alto sob duas linhas maleáveis. A Suavidade, o Penetrante, tem como símbolo o galo, guardião do tempo, ...

cujo canto corta o silêncio e se propaga como o vento, que é parte da imagem da Suavidade. O Abismai é representado pela água. Entre os animais domésticos é o porco que vive na lama e na água. O Aderir, a Claridade, em seu trigrama Li, possuía originalmente a imagem de um pássaro de fogo, semelhante a um faisão. A Quietude, Kên, tem como símbolo o cão, guardião fiel, enquanto que a Alegria está ligada à ovelha, considerada como animal do oeste11 ; os dois traços da linha partida ao alto indicam os chifres da ovelha.

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11. Há variações no Livro das Mutações quanto a essas associações. Em certas passagens o Criativo é simbolizado pelo dragão; o Receptivo, pela égua; e o Aderir, pela vaca.

9 — As Partes do Corpo.

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O Criativo manifesta-se na cabeça; o Receptivo, no ventre; o Incitar, no pé; a Suavidade, nas coxas; o Abismal, no ouvido; o Aderir (o resplendor), no olho; a Quietude, na mão; a Alegria, na boca.

A cabeça governa o corpo inteiro. O ventre serve à conservação, o pé calca o chão e se move, a mão segura. Os músculos das coxas, encobertos, ramificam-se para baixo, a boca abre-se de forma visível, para o alto. O ouvido é oco por fora, o olho é oco por dentro. Esses são todos os pares de opostos que correspondem aos trigramas.

11 - Simbolismo Adicional.

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O Criativo é o céu, é redondo, o príncipe, o pai,
jade, metal, frio, gelo, o vermelho profundo,
o bom cavalo, um cavalo velho, um cavalo magro,
um cavalo selvagem, os frutos das árvores.

A maioria desses símbolos explicam-se por si mesmos. O jade é o símbolo da pureza imaculada e da firmeza; do mesmo modo o metal. O frio e o gelo resultam da posição do trigrama, situado a noroeste. O vermelho profundo é a cor intensificada do luminoso (no texto ele próprio13, a cor do Criativo é o azul-noite, que corresponde à cor do céu). Os vários cavalos indicam o poder, a duração, a firmeza, a força (o cavalo "selvagem" é um animal mítico com dentes de serra, capaz de despedaçar até mesmo um tigre). O fruto é o símbolo da duração da mudança.

Os comentários posteriores acrescentam: "é reto, é o dragão, é roupa de cima, a palavra".

13. Wilhelm distingue aqui o texto do I Ching propriamente dito, isto é, o Julgamento atribuído ao Rei Wen e o Julgamento das Linhas, atribuído ao Duque de Chou, das Dez Asas, comentários que distam pelos menos 600 anos dos textos de Wên e Chou. Essa distinção é também sustentada por Legge e em especial enfatizada por Iulian K. Shchutskii (Researches on the I Ching. Princeton University Press, 1979), que mostra como grande parte dos especialistas chineses, atribuindo uma autoridade excessiva a esses comentários, vem interpretando o texto via comentários, esquecendo as significativas diferenças entre eles existentes. Segundo Shchutskii, com isso muito se adicionou ao texto de conteúdos originalmente inexistentes no mesmo. (Nota da tradução brasileira)

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O Receptivo é a terra, a mãe, um tecido, o caldeirão,
a frugalidade, a superfície plana, é a vaca com um bezerro,
uma grande carroça, a forma, a multiplicidade, o tronco.
Entre os tipos de solo, é a terra negra.

Os primeiros símbolos não exigem maiores explicações. O tecido é algo que se estende; a vida cobre a terra como se fora uma vestimenta. No caldeirão cozinham-se os alimentos até que estejam prontos; a terra é, portanto, o grande crisol da vida. A frugalidade é uma qualidade fundamental da natureza. A superfície plana indica a imparcialidade da terra, que não tem preferências nem repulsas. A vaca com o bezerro é o símbolo da fertilidade; a grande carroça simboliza a terra carregando todas as coisas. Forma e ornamento são o oposto do conteúdo, que é expressão do Criativo. A multiplicidade é o oposto da unidade de Ch'ien. É do tronco que brotam os galhos, assim como toda a vida brota da terra. O negro é a escuridão em seu grau mais intenso14.

14. No texto do I Ching, a cor atribuída ao Receptivo é o amarelo e seu animal é a égua.

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O Incitar é o trovão, o dragão, o amarelo escuro,
é estender, uma grande estrada, é o filho mais velho,
é decisão e veemência, o bambu verde, o junco e a cana.
Entre os cavalos significa os que relincham bem,
os que têm patas traseiras brancas,
os que galopam, os que têm uma estrela na testa.
Entre as plantas úteis significa as leguminosas.
Finalmente é o forte, o que cresce em abundância.

O amarelo escuro representa uma fusão da escuridão do céu com a terra amarela. O estender — talvez se deva ler "o florescer" — refere-se ao exuberante crescimento que ocorre na primavera e cobre a terra de plantas. A grande estrada indica o caminho que conduz todas as coisas à vida, na primavera.

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O bambu, o junco e a cana são plantas de crescimento particularmente rápido. O relinchar dos cavalos indica seu parentesco com o trovão. As patas traseiras brancas, vistas à distância, parecem brilhar quando o animal corre. O galope é a marcha mais rápida. As leguminosas, ao germinarem, trazem consigo a vagem.

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A Suavidade é a madeira, o vento, a filha mais velha,
o fio condutor, o trabalho; é o branco, o longo,
as alturas, é o avanço e o recuo, o indeciso, o odor.
Entre os homens refere-se aos grisalhos, os de testa larga,
os que têm muito branco nos olhos, os que estão próximo aos lucros,
de modo que obtêm três vezes mais no mercado.
Finalmente, é o signo da veemência.

Os primeiros significados não exigem maiores explicações. O fio condutor pertence a esse trigrama na medida em que se refere à difusão de ordens que se espalham como o vento. O branco é a cor do principio Yin. O Yin encontra-se aqui ao começo, na posição inferior. A madeira cresce alongando-se, o vento sobe a grandes alturas. O progresso e o retrocesso se referem à natureza mutável do vento; assim, a indecisão e o odor que o vento propaga fazem parte desse mesmo contexto. Nos homens grisalhos, com cabelos ralos, o branco predomina. Aqueles que têm muito branco nos olhos são arrogantes e veementes. Também o são aqueles que têm ambição de lucros com o que, ao final, o trigrama se converte em seu oposto e representa a violência, isto é, Chên.

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O Abismal é a água, fossos, a emboscada,
é o que se dobra e desdobra, o arco e a roda.
Entre os homens refere-se aos melancólicos,
aos que sofrem do coração, aos que padecem de dor de ouvido.
É o signo do sangue, é vermelho.
Entre os cavalos representa os que têm um belo quarto traseiro,
os que têm uma coragem selvagem, aqueles cuja cabeça pende,
os que têm cascos finos, os que tropeçam.
Entre as carroças representa as que têm muitos defeitos.
É a penetração, é a lua.
Significa os ladrões.
Entre as diversas espécies de madeira,
significa as firmes e com muitos sulcos.

Os primeiros atributos, mais uma vez, explicam-se por si mesmos. O dobrar e o desdobrar são implícitos à trajetória tortuosa da água; isso conduz à idéia do curvo, do arco e da roda. A melancolia é expressa pela linha forte encerrada entre duas linhas fracas; por isso também a doença do coração. O trigrama significa o esforço assim como o ouvido. As dores de ouvido foram deduzidas dessa dificuldade de escutar.

O sangue é o líquido do corpo, por isso a cor de K'an é o vermelho, se bem que de um tom mais claro que o vermelho de Ch'ien, o Criativo. Devido à sua propriedade penetrante, quando referindo-se a uma carroça, representa um veículo com rachaduras que, no entanto, ainda é usado para carga. A penetração é sugerida pela linha central penetrante, encravada entre duas linhas fracas. Como seu elemento é a água, representa a lua que, por isso, aparece como masculina. Aqueles que penetram secretamente num lugar e se retiram de maneira furtiva são os ladrões. Os sulcos da madeira também estão ligados ao atributo da penetração.

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O Aderir é o fogo, o sol, o raio, a filha do meio.
Significa armaduras e elmos, lanças e armas.
Entre os homens, refere-se aos que têm o ventre dilatado.
É o signo do seco.
Significa o jaboti, o caranguejo, o caracol, o molusco, a tartaruga.
Entre as árvores refere-se às que
secam na parte superior do tronco.

Quando os símbolos não são compreensíveis em si mesmos, são sugeridos pelo significado do fogo, do calor e da seca como também pelo próprio caráter do trigrama: sólido e firme por fora, oco e maleável por dentro. Esse aspecto explica a ligação com as armas, com o ventre dilatado, os animais que têm casco e as árvores ocas que começam a secar acima.

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A Quietude é a montanha, uma via de contorno,
as pequenas pedras, as portas e aberturas,
frutas e sementes; significa os eunucos e os vigias,
os dedos, o cão, o rato e as diversas espécies
de pássaros de bico preto.

Entre as árvores significa as que são firmes e nodosas.

A via de contorno é sugerida pelos caminhos das montanhas, do mesmo modo que as pedras. O portal é indicado pela forma do trigrama. As frutas e as sementes são a ligação entre o fim e o começo das plantas. Os eunucos são os guardiões das portas, os guardas vigiam as estradas; ambos protegem e vigiam. Os dedos servem para segurar. O cão toma conta, o rato rói, os pássaros de bico preto bicam as coisas com facilidade. Os troncos nodosos são os mais resistentes.

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A Alegria é o lago, a filha mais moça,
uma feiticeira, é a boca e a língua.
Significa estragar e partir-se, cair e entreabrir-se.
Entre os tipos de solo refere-se às terras duras
e com alto teor de sal.
É a concubina, é a ovelha.

A feiticeira é uma mulher que fala. O trigrama da Alegria é aberto acima, por isso a boca e a língua. Está situado a oeste e assim associado à idéia do outono, destruição; por isso estragar e romper-se, a queda e o entreabrir dos frutos maduros.

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Nos locais em que lagos secaram a terra é dura e com alto teor de sal. A concubina se deduz da idéia da filha mais moça. A ovelha, fraca exteriormente e teimosa em seu interior, é evocada pela forma do trigrama, como já foi indicado acima. A ovelha e a cabra são consideradas na China como animais praticamente idênticos e têm o mesmo nome.

OS FUNDAMENTOS

Há ainda uma outra lei que deve ser considerada. No céu, os fenômenos adquirem uma forma em virtude do movimento do sol, da lua e das estrelas. Esses fenômenos seguem leis definidas. Em conexão com eles, formam-se configurações na terra, que obedecem a leis idênticas. Com isso os fenômenos na terra — o florescer e o frutificar, o crescimento e o declínio — podem ser calculados, caso se compreendam as leis do tempo. Caso se conheçam as leis da mutação, poder-se-á calculá-la com antecedência, obtendo-se, assim, liberdade de ação. Mudanças são imperceptíveis tendências à divergência que, ao atingirem determinado ponto, tornam-se visíveis, provocando transformações.

Para o pensamento chinês estas são as leis imutáveis, segundo as quais as mutações se processam. O I Ching procura demonstrar essas leis através das leis de mutação que operam no interior dos diferentes hexagramas. Quando o homem chega a reproduzir de forma completa essas leis, ele alcança uma visão satisfatória dos acontecimentos, pode entender o passado e o futuro e aplicar esse conhecimento às suas ações.

 

2 — Por isso os oito trigramas sucedem-se por períodos,


quando o firme e o maleável substituem um ao outro.

Aqui se explica a mutação cíclica. Ela consiste numa rotação de fenômenos que se sucedem uns aos outros, até que se chega de volta ao ponto de partida. Como exemplos desse movimento têm-se o curso do dia, do ano e os fenômenos que, durante esses ciclos, manifestam-se nos seres vivos. A mutação cíclica é a mudança periódica que se produz no mundo orgânico, enquanto que a mutação em seqüência significa a mudança contínua, irreversível, dos fenômenos provocados pela causalidade.

O firme e o maleável sucedem-se uns aos outros no interior dos oito trigramas. Assim, o firme se modifica, como que se funde, tornando-se maleável; o maleável muda, se reúne, tornando-se firme. Desta forma os oito trigramas se convertem uns nos outros numa seqüência, e a alternância regular dos fenômenos, no decorrer do ano, se processa. O mesmo ocorre em todos os ciclos, inclusive no ciclo da vida. Assim, ao dia e à noite, ao verão e ao inverno, correspondem, no ciclo vital, a vida e a morte. Para que se possa compreender melhor a natureza da mutação cíclica e sua alternância nos trigramas, repete-se aqui a Seqüência Primordial (fig. 3). Há duas direções de movimento: a progressiva, crescente, e a retroativa, decrescente. A primeira parte do ponto mais profundo, K'un, o Receptivo, terra; a segunda parte do ponto culminante, Ch'ien, o Criativo, céu.

 

3 - As coisas são incitadas pelo trovão e pelo raio;


são fertilizadas pelo vento e pela chuva;
o sol e a lua seguem seu curso cíclico
e às vezes faz calor, às vezes faz frio.

Aqui se tem a seqüência dos trigramas no curso do ano, de modo a que cada um deles seja a causa do seguinte. A energia criadora, Chên, o Incitar, cuja imagem é o trovão, agita-se nas profundezas da terra. À medida que surge essa força elétrica, formam-se centros de ativação que vêm eclodir em raios. O raio é Li, o Aderir, fogo.

Por isso o trovão é aqui considerado anterior ao raio. O trovão é, por assim dizer, a energia que incita o raio, não é apenas o ruído. O movimento então se desloca: instala-se o oposto do trovão, o vento, Sun. O vento traz a chuva, K'an. Há um novo deslocamento. Os trigramas Li e K'an, que antes atuavam em sua forma secundária como raio e chuva, manifestam-se agora em sua forma primária como sol, o astro do dia, e lua, o astro da noite. Em seu movimento cíclico, eles produzem o calor e o frio. Quando o sol atinge o zênite, surge o calor, simbolizado pelo trigrama do sudeste, Tui, o lago, a Alegria. Quando a lua chega ao alto do céu surge o frio, simbolizado pelo trigrama do noroeste, Kên, a montanha, Quietude. Portanto, a seqüência é a seguinte (cf. fig. 3):

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Assim, 2a (Li) e 2b (K'an) são mencionados duas vezes; em sua forma secundária (raio-chuva) e em sua forma primária (sol-lua).

 

4 — O caminho do Criativo produz o masculino.


O caminho do Receptivo produz o feminino.

Começa a surgir aqui a mutação não recorrente, manifesta na sucessão das gerações, um movimento progressivo que nunca retorna a seu ponto de partida. Isso mostra como o Livro das Mutações permanece estritamente ligado à vida. Segundo os conceitos ocidentais, a mutação não recorrente corresponderia à esfera em que a causalidade mecânica faz valer seus direitos. O Livro das Mutações vê a mutação seqüencial como a sucessão das gerações, ou seja, algo ainda orgânico.

Ao se integrarem, como princípio, à manifestação da vida, o Criativo e o Receptivo tomam forma corpórea; o primeiro no sexo masculino e o segundo, no sexo feminino. Assim o Criativo está presente na linha inferior de cada um dos filhos (Chên, Li e Tui na Seqüência Primordial) e o Receptivo, na linha inferior de cada uma das filhas (Sun, K'an e Kên na Seqüência Primordial – Veja lá em cima). Na Seqüência Primordial, o fator determinante do sexo é a primeira linha na qual então manifestam-se o Criativo e o Receptivo, gerando os filhos e as filhas2.

 

5 — O Criativo conhece os grandes começos.


O Receptivo completa as coisas concluídas.

Aqui prosseguem as considerações sobre os princípios do Criativo e do Receptivo. O Criativo produz as sementes invisíveis de todo vir a ser. Estas sementes são, a princípio, puramente espirituais; por isso, sobre elas não é possível se exercer qualquer ação ou procedimento; nesse âmbito é o conhecimento que age de forma criadora. Enquanto o Criativo atua no mundo do invisível, tendo como campo o espírito e o tempo, o Receptivo opera sobre a matéria distribuída no espaço, e completa as coisas concluídas e concretizadas. Aqui acompanha-se o processo de geração e procriação até suas últimas profundezas metafísicas3.

2. Essa determinação dos sexos se altera quando os trigramas são considerados segundo a Seqüência da Ordem Interna do Mundo. Cf. Shuo Kua, Discussão dos Trigramas, Cap. III, séc. 10, "A Família dos Trigramas". (Nota da tradução brasileira.)

3 Aqui os princípios do Criativo e do Receptivo estão muito próximos aos conceitos gregos do Logos e Eros, respectivamente.

 

6 - O Criativo conhece através do fácil.


O receptivo é capaz de agir através do simples.

O Criativo é, em sua essência, movimento. Através do movimento ele consegue com facilidade unir o que está dividido. Ele, portanto, está livre do esforço, pois atua sobre o infinitesimal, orientando o movimento a partir desse estado mínimo. Como a direção do movimento é determinada ainda no estado germinal do vir a ser, tudo o mais se desenvolve com facilidade, de forma espontânea, segundo as leis de sua própria natureza.
O Receptivo é, em sua essência, repouso. Através do repouso o mais simples torna-se possível no âmbito do espaço. Essa simplicidade que surge da pura receptividade torna-se o germe de toda multiplicidade existente no espaço.


7 - Aquilo que é fácil, é fácil de conhecer.


Aquilo que é simples, é simples de seguir.
Aquele que é fácil de conhecer, conquistará a fidelidade.
Aquele que é fácil de seguir, conseguirá encargos.
Aquele que possui a adesão, poderá perdurar por longo tempo;
aquele que possui tarefas, poderá tornar-se grande.
A duração é a propensão do sábio;
a grandeza é o campo de ação do sábio.

Essa passagem indica como o fácil e o simples exercem seus efeitos na vida humana. O fácil é facilmente compreendido, por isso o seu poder de sugestão. Aquele cujos pensamentos são claros e fáceis de entender conquista a adesão dos homens porque corporifica em si o amor. Deste modo ele se liberta do caos dos conflitos e das desarmonias. Como o movimento interior está em harmonia com o meio ambiente, pode produzir seus efeitos sem ser perturbado e pode durar por um longo período. Essa consistência e capacidade de duração constituem a atitude interior do sábio.

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O mesmo ocorre no campo da ação. Aquilo que é simples pode ser com facilidade imitado. Por conseqüência, os outros se prontificam a empregar sua força na mesma direção, pois todos fazem com prazer o que lhes é fácil, uma vez que isso é simples. Como resultado, as energias se acumulam e o simples se desenvolve de forma natural no múltiplo. Assim ele cresce e finalmente se cumpre a missão do sábio de conduzir as multidões à realização de grandes obras.

 

8 — Através do fácil e do simples pode-se


apreender as leis do mundo inteiro.
Na compreensão das leis de todo o mundo está a perfeição.

Aqui se demonstra como os princípios fundamentais expostos acima são aplicados no Livro das Mutações. O fácil e o simples são simbolizados por uma mínima mutação nas linhas. As linhas partidas tornam-se inteiras graças a um movimento fácil no qual as extremidades separadas se ligam; as linhas inteiras tornam-se partidas através de uma simples divisão ao centro. Deste modo, essas fáceis e simples mudanças reproduzem as leis que regem todos os processos sob o céu. Assim, a perfeição é alcançada.

Com isso, a natureza da mutação é definida como uma mutação das menores partes. Este é o quarto significado da palavra I, a qual, na verdade, tem apenas uma leve conexão com o significado "Mutação".


Fonte: https://pt.wikipedia.org
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