TEMAS INEXPLICADOS

Teria o telescópio Kepler da NASA encontrado uma megaestrutura alienígena?

teleke topoPor Maria Luciana, Rincón, 16/10/2015 - Você certamente já ouviu falar a respeito do telescópio espacial Kepler, da NASA, não é mesmo? Nós aqui do Mega Curioso inclusive já postamos várias matérias a respeito de descobertas surpreendentes feitas pelo dispositivo, como o planeta do tamanho do nosso que poderia abrigar vida, o trio de mundos potencialmente habitáveis em outro Sistema Solar e o “primo mais velho” da Terra. O equipamento foi lançado ao espaço em 2009, e sua função é justamente vasculhar ...

o Universo em busca de exoplanetas orbitando ao redor de estrelas distantes — o que ele tem feito direitinho! No entanto, enquanto o telescópio trabalha, também é possível que ele encontre outras coisas no espaço.

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Funcionamento

Basicamente, o Kepler detecta os exoplanetas quando eles passam diante de seus sóis e provocam uma variação na luz emitida por eles. Para que um corpo seja considerado um planeta, o trânsito diante da estrela deve ocorrer periodicamente, indicando que se trata de um astro em órbita. O mais interessante é que os dados coletados pelo telescópio permitem que os cientistas descubram uma porção de coisas sobre os exoplanetas, como suas dimensões, composição e formato — embora aqui não haja muita variação, já que a física da formação dos planetas determina que eles devem ser arredondados.

Assim, para ser considerado um exoplaneta, o candidato precisa cumprir com alguns requisitos, e a coisa toda não tem muito mistério. E você se lembra de que comentamos que o Kepler também poderia descobrir outras coisas no espaço além de mundos distantes?

Descoberta bizarra

De acordo com Ross Andersen, do portal The Atlantic, o telescópio estava apontado para uma estrela chamada KIC 8462852, localizada na constelação de Cygnus, a cerca de 11 anos-luz da Terra, quando detectou algo muito esquisito. Segundo Andersen, os dados obtidos pelo Kepler revelaram que um objeto passava diante da estrela em intervalos de tempo irregulares provocando variações na emissão de luz também irregulares.

A descoberta foi descrita em um estudo publicado recentemente por cientistas de diversas universidades — entre elas a de Yale — e, conforme explicaram, o equipamento vem observando a estrela há anos e nunca foi constatado qualquer erro em suas leituras. Mais precisamente, os pesquisadores focaram em dois trânsitos especialmente curiosos, identificados como D800 e D1500. O primeiro deles, o D800, foi registrado entre os dias 788 e 795 da missão do Kepler e parece mostrar o trânsito de um corpo celeste que provocou uma queda de 15% no brilho da KIC 8462852. Já o segundo — o D1500 — aconteceu entre os dias 1510 e 1570 da missão e resultou em uma diminuição de 22% na emissão de luz da estrela.

Resultados

Segundo Andersen, os pesquisadores avaliaram vários cenários para entender os bizarros trânsitos focando em explicações plausíveis, como a passagem de um disco circunstelar — uma nuvem de poeira, gás e fragmentos que circula uma estrela. Mas, depois de buscar sinais em infravermelho associados a esses discos, os cientistas não encontraram nenhum, sem falar que essas nuvens costumam circundar estrelas mais jovens, o que não é o caso da KIC 8462852.

Outra possibilidade investigada pelos pesquisadores foi a ocorrência de uma enorme trombada planetária. Contudo, a probabilidade de que isso tivesse acontecido — considerando que o Kepler estava acompanhando as atividades da KIC 8462852 há tempos — foi considerada muito remota. A única explicação remotamente razoável que os cientistas encontraram foi a possível interferência de um grupo de cometas na região. Nesse caso, os pesquisadores argumentaram que uma estrela próxima a KIC 8462852 pode ter afetado a atividade desses corpos celestes, mas, ainda assim, essa explicação não pareceu muito convincente.

Novo estudo

Na falta de explicações satisfatórias, um novo estudo — que está prestes a ser publicado — sugere que, em vez de fenômenos naturais, como os propostos na pesquisa anterior, as variações estranhas detectadas pelo Kepler podem ter sido provocadas pela passagem de uma megaestrutura criada por uma civilização alienígena diante da KIC 8462852. Parece loucura para você?

Conforme contamos em uma matéria aqui do Mega Curioso — que você pode acessar através deste link —, a Via Láctea tem cerca de 13 bilhões de anos. Portanto, isso seria tempo suficiente para que uma civilização inteligente pudesse ter se desenvolvido até o ponto de ser capaz de construir estruturas gigantescas em algum canto da nossa galáxia. Segundo dissemos no artigo, uma civilização do tipo II da Escala de Kardashev — que, basicamente, reúne civilizações inteligentes em três categorias — não só seria capaz de construir megaestruturas, como poderia aproveitar toda a energia de seu planeta e teria a habilidade de usufruir da energia de sua estrela.

Especulações

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O novo estudo propõe que a atividade bizarra observada na KIC 8462852 pode ter sido provocada por uma dessas megaestruturas capazes de utilizar a energia de estrelas. No entanto, vale lembrar que depois de ter sua energia sugada, a estrela em questão emitiria calor em comprimentos de onda diferentes de forma permanente — e não variável, como foi observado. Sendo assim, a presença de uma civilização do tipo II nas redondezas da KIC 8462852 é pouco provável.

Por outro lado, a atividade registrada pelo Kepler aponta que existe algo por lá — e quem sabe não se trata de uma civilização alienígena do tipo I (capaz de usar toda a energia de seu planeta) em transição para o tipo II? Como saber se esse pessoal não está tentando instalar uma grande estrutura ao redor da estrela e o telescópio flagrou um teste?

A descoberta do Kepler é pra lá de excitante. No entanto, os dados não provam — em absoluto! — que finalmente encontramos evidências de vida avançada além do nosso planeta. De acordo com Andersen, os pesquisadores agora pretendem apontar radiotelescópios até a estrela para verificar se existe algum sistema artificial gerando sinais de rádio a partir de lá, e muitos testes ainda terão que ser conduzidos. De qualquer forma, seja lá o que for o que está transitando pela KIC 8462852, é impossível não ficar imaginando que, afinal, pode ser que não estejamos sozinhos no Universo, não é mesmo?


Tese de estrutura alienígena na estrela Tabby volta a ganhar força

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04/02/2016, por Nuno Patrício - A comunidade científica continua a debater-se com a controvérsia sobre a estrela KIC 8462852, agora rebatizada de Tabby. Uma construção extraterrestre ou um fenómeno provocado por um conjunto de cometas? A segunda hipótese está cada vez mais afastada.

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Parece cada vez menos provável que um enxame de cometas possa explicar o estranho e crescente escurecimento da estrela Tabby (KIC 8462852). A estrela - apelidada de Tabby em homenagem ao seu descobridor, Tabetha Boyajia - foi capa em muitas das revistas e blogues científicos, quando em outubro passado Jason Wright, astrónomo da Universidade do Estado da Pensilvânia, sugeriu que poderia ter em órbita uma enorme estrutura alienígena. Mais tarde, surgiu na comunidade uma explicação mais científica — mas muito menos excitante —, referindo-se então que a estrela seria orbitada por um enxame de cometas.

Bradley Schaefer, um astrónomo da Universidade do Louisiana, coligiu os vários dados sobre o comportamento da estrela que outros cientistas foram recolhendo ao longo de décadas, como, por exemplo, antigas fotografias da região estelar. E verificou que a estrela tem registado um escurecimento gradual. Um fator que cientificamente se torna ainda mais difícil de explicar. Os primeiros sinais “estranhos” surgiram quando o “caça planetas” Kepler (telescópio espacial), da NASA, esteve a monitorizar continuamente a estrela (conjuntamente como outras 100 mil) entre 2009 e 2013.

Computadores, cientistas e astrónomos que seguem com atenção a luz das estrelas, conseguem decifrar se uma estrela, tem ou não, planetas em órbita, através da irregularidade descrito pelo sinal proveniente e cíclico do ponto em estudo. Mas no caso da KIC 8462852 o bloqueio luminoso não era periódico, antes constante e de grandes dimensões. A perplexidade acentua-se quando se sabe que os maiores planetas podem bloquear até um por cento da luz de uma estrela. Todavia, na estrela Tabby os valores rondavam os 20 por cento em brilho.

Logo, concluíram os cientistas, a assinatura de refração não poderia ser causada por um planeta. Em setembro, uma equipa liderada pela astrónoma Tabetha Boyajian tentou entender o sinal incomum e os astrónomos olharam para os diferentes dados e de diversos ângulos, no sentido de indagar se havia algo errado. Apresentaram as dúvidas aos cientistas que gerem a missão Kepler, mas a resposta recebida foi a de que "os dados que estávamos a observar através do Kepler são, na verdade, astrofísicos" e não havia nada de errado nas observações que pudessem, de alguma forma, estar a provocar interferências externas.

Depois de avaliar e considerar muitos cenários possíveis, Boyajian determinou que a melhor justificação, na quebra constante na luminosidade proveniente da estrela, resultava de uma nuvem de poeira criada por um grande conjunto de cometas, que orbitaria a estrela. Mas também não deixava de considerar um pouco absurda, na conclusão do seu trabalho de investigação, a existência de cometas tão grandes que bloqueassem tanto da luz da estrela. Boyajian deixava assim "no ar" soluções alternativas para futuras investigações. E assim aconteceu. Um mês depois, a estrela tornou-se um alvo público e mediático, quando Wright anunciou que “uma civilização extraterrestre avançada” poderia ser a causa responsável para a quebra permanente do sinal luminoso.

Wright teorizava que esta "suposta civilização extraterrena" poderia ter construído uma megaestrutura, como painéis solares, em torno da estrela, tendo Boyajian achado que a tese teria algum sentido e merecia um melhor acompanhamento. Uma teoria que mereceu aprovação por uma grande parte da comunidade científica e astronómica, como refere o astrónomo Phil Plait: "É incrivelmente improvável, mas esta teoria encaixa o que estamos vendo". "Muito embora possa ser uma ideia louca, ao que parece, temos de olhar para todos os ângulos que podemos”, disse. Perante tantas dúvidas, teorias e dados dispersos, o astrónomo Bradley Schaefer pegou numa nova abordagem e foi à procura de “chapas fotográficas antigas” existentes no Harvard College Observatory. Teve sorte.

A estrela foi fotografada mais de 1.200 vezes, como parte do levantamento do firmamento celeste. As fotos, depois de compiladas e analisadas, revelaram que o estrela Tabby está a agir de forma muito estranha: está intermitente em escalas de tempo muito curtas e, no período de um século, o espectro luminoso da estrela tem vindo a diminuir. Para a perita do departamento de astronomia da Universidade de Yale, que descobriu o fenómeno, Tabetha Boyajian, a explicação mais simples é provavelmente a melhor e “um cenário como este [de uma mega-estrutura extraterrestre] tem de ser levado em conta".

E conclui que um fenómeno único deve estar a causar os dois comportamentos. Mas o quê? Segundo alguns astrónomos, os resultados não encaixam bem numa família de cometas. O que implicaria “um grande número de cometas a passar em frente a estrela durante um século”. A quantidade de massa que está a bloquear a luz da Tabby corresponderia a "mais massa do que o que temos em todo o cinturão de Kuiper [faixa de corpos gelados existentes na vasta região além de Neptuno]", disse Massimo Marengo, professor de astronomia na Universidade de Estado do Iowa e um dos coautores da teoria dos cometas em torno da estrela, em dezembro.

"Podemos assumir que é uma vasta cadeia de cometas a passar em frente à estrela, durante um longo período de tempo, mas com a tendência de escurecimento ao longo do último século-longo a cadeia formativa de cometas teria de ficar maior, cada vez que este grupo passasse pela estrela. "É uma coisa difícil de acontecer," disse Marengo. Os resultados também alteram um pouco os requisitos para uma hipótese de existência de uma estrutura alienígena. Mas antes que o leitor fique diga que foi desta que os descobrimos considere isto: imaginando que o que existe em Tabby é mesmo artificial, era necessário construir uma estrutura com um mínimo de 750 mil milhões de quilómetros quadrados de painéis solares para explicar a queda de 20 por cento no brilho.

Trocado por outros números, teria de equivaler a 1.500 vezes a área da Terra. Apesar destas novas hipóteses, a dúvida persiste e os astrónomos continuam na esperança de que futuras observações possam ajudar a perceber este estranho fenómeno estelar. "A natureza pode ajudar-nos com a criação de mais um desses eventos", disse Massimo Marengo. "Mas às vezes não temos sorte".


O caso da 'Mega Estrutura Alienígena' ficou ainda mais estranho

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Estrela KIC 8462852 no infravermelho e no ultravioleta.

08/08/16 - Após novos estudos, as coisas ficaram ainda mais complicadas de serem compreendidas. Vocês provavelmente já conhecem o caso da KIC 8462852, uma estrela que tem sido o foco de especulações nos últimos meses. Um trânsito raro e muito bizarro foi observado na estrela KIC 8462852 em 2015, pela missão Kepler da NASA. A missão Kepler busca por planetas fora do Sistema Solar através de uma técnica chamada "trânsito planetário". Quando o observatório nota uma diminuição no brilho de uma estrela, muitas vezes significa a presença de um planeta, que ao passar na frente da estrela, faz com que seu brilho diminua sutilmente. O fato é que no caso na estrela KIC 8462852, o trânsito observado foi tão grande que surgiram especulações de uma possível "Mega Estrutura Alienígena" do tipo "Esfera de Dyson", que serviria para concentrar grandes quantidades de energia através da luz da estrela hospedeira.

Agora, novas observações feitas com o Observatório Kepler mostram que o brilho da estrela tem diminuído ainda mais, e os astrônomos estão tentando entender o que está acontecendo por lá... Quando a estrela ficou conhecida, a movimentação de algum objeto fez com que seu brilho diminuísse cerca de 20%. O astrônomo da Universidade Penn State, Jason Wright, especulou na época sobre a possibilidade de uma "mega estrutura alienígena".

Apesar disso, a teoria mais plausível dizia que a "mega estrutura" seria na verdade um agrupamento de cometas que estavam passando na frente da estrela, bloqueando grande parte de seu brilho. Essa teoria ganhou força quando observações feitas pelo Telescópio James Clerk Maxwell, no Havaí, revelaram evidências de que a queda de brilho poderia ser causada por uma nuvem de detritos. Portanto, essa teoria permanece a mais bem aceita pelos estudiosos até o momento. Ainda assim, muitas incertezas ao redor desse caso acabaram dando origem a especulações diversas. Os cientistas preferem ficar céticos, mas também não descartam possibilidades mais bizarras para o trânsito intenso.

Tudo ficou ainda mais estranho

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Localização da estrela KIC 8462852, a 1.480 anos-luz de distância, na constelação do Cisne, próximo do aglomerado de estrelas NGC 6866.


A fim de encontrar uma explicação definitiva sobre o caso, Bradley Schaefer da Universidade Estadual de Louisiana decidiu estudar observações históricas da estrela KIC 8462852, através de fotos e placas antigas feitas no último século. Os resultados mostraram que o mistério não é novo, pois o brilho dessa estrela vem caindo desde o século 19. Até agora ela já perdeu cerca de 20% de seu brilho.

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Em seguida, os astrônomos Ben Monet (Caltech) e Joshua Simon (Carnegie Institute) concluíram um trabalho que detalha as observações recentes da estrela KIC 8462852 desde que o telescópio Kepler foi lançado, em 2009. O novo estudo revelou uma nova surpresa: durante os 4 anos da missão principal de Kepler, a estrela teve uma diminuição de brilho de 3,5%. Após estudar observações de outras estrelas próximas a KIC 8462852, perceberam também que nenhuma outra estrela tem ou teve tamanha alteração. Poucos fenômenos seriam capazes de causar tanta queda no brilho de uma estrela, e é justamente por isso que os astrônomos estão fazendo um grande trabalho para encontrar uma explicação.

"A morfologia da curva de luz é consistente com o trânsito de uma nuvem espessa de materiais que orbitam a estrela", dizem Monet e Simon no estudo publicado. "A fragmentação de um objeto ou uma colisão recente poderiam produzir uma nuvem de materiais, gerando uma família de cometas que estariam transitado a estrela hospedeira como um grande grupo, o que explicaria a curva de luz..."

Mas como esse caso está envolto de porquês, algo muito estranho e raro deveria ocorrer para que essa explicação fosse mais plausível. De acordo com os pesquisadores, para que a teoria fosse mais aceita, a nuvem de cometas deveria orbitar a estrela a distâncias impossíveis, ou então a estranha estrutura deveria aumentar sua densidade conforme passa na frente da estrela. Isso desafia os nossos conhecimentos, e portanto, a explicação está longe de ser considerada como completa. Então o que está acontecendo ao redor da estrela KIC 8462852? Será que estamos observando a construção de uma Mega Estrutura Alienígena, que ao ganhar forma ofusca cada vez mais sua estrela hospedeira? Ou será que estamos diante de uma física ainda desconhecida? Por enquanto devemos nos contentar com um sonoro "não sabemos!".


Talvez não seja vida extraterrestre: ‘enxame’ de cometas pode ter causado brilho misterioso de estrela, diz Nasa

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Ilustração feita pela Nasa mostra uma estrela atrás de cometas despedaçados, uma explicação possível para o brilho excêntrico da estrela KIC 8462852


27/11/2016 - Em outubro, a estrela KIC 8462852 causou alvoroço entre os astrônomos, que sugeriram que uma 'megaestrutura' alienígena poderia explicar sua luminosidade misteriosa. Mas a hipótese ainda não está descartada. Um ‘enxame’ de cometas pode ser a explicação para o brilho misterioso da estrela KIC 8462852, que agitou astrônomos de todo o mundo em outubro. De acordo com a Nasa, os padrões incomuns de luminosidade da estrela, localizada entre as constelações de Cisne e Lira, a 1.500 anos-luz da Terra (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros), podem ser explicados por uma família de cometas que viaja em órbitas longas e bastante excêntricas ao seu redor.

A hipótese, formulada com base em observações do telescópio espacial Spitzer, seria melhor que a teoria de que uma incrível estrutura alienígena estaria por trás do piscar incomum da KIC 8462852, segundo a agência espacial americana. Mas a hipótese da construção por seres extraterrestres ainda não está descartada.

Estrela diferente – Em setembro, um artigo no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society descreveu a KIC 8462852, estrela observada pelo telescópio Kepler, o mais competente caçador de planetas fora do Sistema Solar, lançado em 2009. As lentes do poderoso instrumento captam o brilho das estrelas – quando há uma diminuição padronizada da luz emitida por elas, isso significa que algo está passando entre a estrela e o telescópio. Na maior parte das vezes, é um planeta (que costuma ter tamanho intermediário entre a Terra e Netuno). No entanto, a KIC 8462852 emitia um padrão luminoso inédito.

Após descartarem várias explicações, os cientistas passaram a considerar a hipótese de que o comportamento bizarro da estrela poderia ser consequência de uma incrível estrutura construída por alienígenas para captar a energia da estrela, chamada Esfera de Dyson (por ter sido proposta em 1960 pelo físico britânico Freeman Dyson). Ela seria composta por gigantescos painéis solares que, aos poucos, bloqueariam o brilho do corpo celeste.

Mas, de acordo com o líder do novo estudo, o astrônomo Massimo Marengo, da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, a explicação para o brilho da KIC 8462852 passa longe dos extraterrestres. Em sua pesquisa, aceita para publicação no Astrophysical Journal Letters, Marengo buscou radiações infravermelhas, que deveriam estar ao redor da estrela se poeira ou pedaços de rochas, vestígios de colisões entre asteroides ou impactos cósmicos, estivessem bloqueando o brilho da estrela. Elas não foram captadas nem pelo telescópio Wide-Field Infrared Survey Explores (WISE), da Nasa, nem pelo telescópio Spitzer, que observou a estrela em 2015. De acordo com Marengo, isso seria uma evidência a mais de que cometas gelados estão rodeando a estrela e causando a sombra misteriosa.

Segundo o astônomo, no centro do grupo de cometas estaria um cometa maior, que bloqueou a luz da estrela em 2011. Em 2013, quando o brilho voltou a se apagar, diversos cometas menores estariam passando pela estrela. Em 2015, eles estariam tão distantes da estrela que não deixaram nenhuma radiação infravermelha ser captada pelos telescópios.

As investigações anteriores já haviam conduzido para a hipótese de um grupo de cometas ao redor da KIC 8462852, mas os pesquisadores não a acharam muito convincente, pois ele deveria deixar rastros que não foram detectados pelos cientistas.

“Essa é uma estrela muito estranha e talvez ainda não tenhamos certeza do que está acontecendo ao redor dela. Mas é isso que a torna tão interessante”, disse Marengo, em comunicado da Nasa.

Explicação natural – A hipótese da estrutura alienígena parece improvável e é por isso que os astrônomos decidiram continuar investigando os padrões e monitorando essa estrela que está se mostrando a mais misteriosa do Universo. Os cientistas querem usar telescópios e instrumentos que captem não diferentes frequências de luz, mas ondas de rádio para fazer novas observações da estrela e da região a seu redor. Se houver alguma civilização alienígena por lá, eles devem saber utilizar essas ondas – basta encontrar a frequência exata das emissões.

De toda forma, o comportamento incomum da KIC 8462852 merece atenção. Tornou-se famoso entre os cientistas um fenômeno inexplicável detectado em 1967 em que a hipótese de vida extraterrestre foi levantada. Batizado de LGM-1 (sigla para “Little Green Men” ou “Pequenos Homens Verdes”), ele se revelou a primeira emissão de rádio detectada de um pulsar (uma estrela de nêutrons altamente magnetizada). Como o evento de meio século atrás, a surpreendente estrela talvez leve a novas e surpreendentes descobertas no cosmos.

O mistério da suposta estrutura alienígena está longe de ser resolvido, ao contrário do que alguns astrônomos estão alegando


10/10/2017 - No início deste mês, astrônomos utilizando telescópios da NASA anunciaram a quatro ventos que teriam resolvido o mistério da “Estrela Tabby” (KIC 8462852).

Para aqueles que não lembram ou não seguiram o caso, esta famosa estrela deixou os astrônomos perplexos, porque ela aumentava e diminuía seu brilho de forma anormal. Este fato fez com que alguns astrônomos considerassem a possibilidade de que esse estranho comportamento pudesse estar sendo causado por uma gigantesca estrutura de uma civilização extraterrestre ao seu redor.

Mas é claro, os astrônomos associados à NASA não podiam deixar por menos e tiveram que achar uma solução para o caso que não envolvesse nenhuma inteligência alienígena no processo. Assim, de acordo com o renomado site científico scientificamerican.com, esses astrônomos agora alegam que a causa desse estranho fenômeno é somente poeira espacial ao redor da estrela. Isto depois de já terem levantado outras razões que envolviam enxames de cometas e outras coisas bizarras, mas que sempre foram derrubadas por outros estudiosos.

Os astrônomos chegaram a esta conclusão, depois de notarem que esse escurecimento era mais pronunciado na banda ultravioleta (UV) do que na luz infravermelha. Qualquer objeto maior que um grão de poeira causaria um escurecimento uniforme em todos os comprimentos de onda, disseram membros da equipe de estudo.

“Isso descarta a teoria da megaestrutura alienígena, pois isso não poderia explicar o escurecimento dependente do comprimento de onda”, disse o autor principal Huan Meng, da Universidade do Arizona, em um comunicado . “Suspeitamos, em vez disso, que há uma nuvem de poeira em órbita da estrela, com um período orbital de aproximadamente 700 dias”.

Todavia, o próprio site Scientific American admite que o mistério não foi totalmente solucionado. Veja:

No entanto, o novo estudo não resolve todos os mistérios da KIC 8462852. Por exemplo, não aborda os mergulhos de brilho de 20% a curto prazo, que foram detectados pelo telescópio espacial Kepler da NASA. (Kepler agora está observando uma parte diferente do céu durante sua missão estendida de K2 e não acompanhará a estrela de Tabby para o futuro previsível).

E um estudo diferente – liderado por Joshua Simon dos Observatórios da Instituição Carnegie para Ciência em Pasadena, na Califórnia – descobriu que a estrela de Tabby teve duas grandes variações de brilho nos últimos 11 anos. (Simon e seus colegas também determinaram que a estrela diminuiu cerca de 1,5 por cento de fevereiro de 2015 até agora).

Até este trabalho, pensávamos que as mudanças de luz da estrela só estavam ocorrendo em uma direção – escurecendo”, disse Simon em um comunicado . “A percepção de que a estrela às vezes fica mais brilhante além de períodos de escurecimento é incompatível com a maioria das hipóteses para explicar o seu comportamento estranho”.

E assim, embora alguns astrônomos tenham declarado que o mistério dessa estrela esteja resolvido, na verdade ele está longe disso, deixando assim a chama do otimismo acesa no coração daqueles que torcem para que o estranho comportamento dessa estrela seja da alguma forma associado ao fato de não estarmos sós no Universo.

Para saber mais detalhes sobre esta misteriosa estrela, acesse o artigo abaixo:

O veredito ainda não foi dado sobre a possibilidade de ETs ao redor da estrela KIC 8462852

Um novo trabalho a respeito das observações anteriores da estrela KIC 8462852 está aprofundando ainda mais o mistério sobre este corpo celeste. A estrela, também conhecida como Estrela Tabby”, que é do tipo F3, é mais brilhante, mais quente e mais massiva do que o nosso Sol. O mistério sobre esta estrela começou quando astrônomos descobriram, através do Observatório Espacial Kepler, que ela diminuía repentinamente a intensidade de seu brilho.

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Logo começaram especulações sobre este objeto, com o astrônomo Jason Wright sugerindo que este fenômeno poderia estar ocorrendo devido a presença de uma mega estrutura alienígena. Outros astrônomos rapidamente tentaram desbancar esta ideia, sugerindo que aquilo que ocorre por lá é somente o resultado de um enxame de cometas ao redor da estrela. Porém, sabe-se que se fosse mesmo devido a poeira de cometas, a diminuição do brilho deveria ser gradual, e não repentina, como é o caso aqui.

Tentativas recente de detecção de vida inteligente por detrás desta anomalia fracassaram, pois nenhum sinal de rádio foi detectado pelo Conjunto de Telescópios Allen entre os dias 15 e 30 de outubro de 2015. Entre 28 de outubro e 29 de novembro, o Observatório Óptico Boquete, do SETI, também entrou em ação, mas os astrônomos não detectaram quaisquer sinais ópticos que poderiam ser associados à comunicação alienígena.

Quase dois meses de observações da anomalia, que possivelmente tem mil anos, é meramente uma gota num balde de água. Todavia, a ausência de evidência desde conjunto de dados somente reforça aqueles que estão defendendo a ideia de que sejam somente cometas que estejam causando esta anomalia. Porém, vale lembrar daquilo que Jill Tarter falou no TED Talk sobre a procura por inteligências extraterrestres:

“Todos os esforços orquestrados ao longo de quarenta e tantos anos, são equivalentes a retirar um único copo d’água dos oceanos. E ninguém consegue decidir se o oceano não tinha peixes, com base num copo d’água.”

Embora o SETI possa ter somente 40 anos de observações, também existem várias evidências fotográficas coletadas desde o século XIX pelos astrônomos. Tabetha Byajian, autora do trabalho “KIC 8462852 – Where’s the flux?”, se aproveitou destas evidências e concluiu que “a estrela não fez nada de espetacular pelos últimos 100 anos”.

Contudo, Bradley Schaefer discorda das conclusões dela, após ter examinado as fotos por si mesmo. Duas descobertas estão delineadas em seu novo trabalho publicado no site arXiv.

“A curva de luz da KIC8462852, de 1890 a 1989, mostra uma tendência altamente significativa nos últimos 100 anos, isto sendo completamente sem precedentes para qualquer tipo de sequência em estrelas do tipo F. Tais estrelas deveriam ser muito estáveis quanto a seus brilhos, com sua evolução em escalas de somente muitos milhões de anos. Assim, os dados de Havard por si mesmos provam que a KIC8462852 possui variações fotométricas de alta amplitude que são únicas.”

Trocando em miúdos, a anomalia tem diminuído gradativamente o brilho da estrela pelos últimos 125 anos. Para aqueles que têm fé na tese da inteligência extraterrestre, este fato apoia a hipótese de que ETs estejam engajados num dos maiores projetos de captação de energia do Universo. Bem como Jason Wright, et al., Chris Lintott e Brooke Simmons deixaram suas imaginações alçar voo com a evidência publicada por Schaefer no Journal of Brief Ideas.

“Presumimos que nossas observações cobrem um típico período, numa taxa de construção constante. Dada a atual magnitude B de 12,262 e o decréscimo de fluxo de luz de 0,165 mag (ou 14,099% do total observado de decréscimo) por século, uma civilização alienígena requereria pelo menos 7,09 séculos para obstruir 100% da superfície observável de sua estrela. Assim, se este período de tempo for típico, uma civilização alienígena capaz de construir tal estrutura, requereria um mínimo de 1400 anos terrestres para tal.”

Assim, irrelevantemente daquilo que realmente esteja por detrás da anomalia da estrela KIC 8462852, ainda demorará algum tempo para que se chegue à uma conclusão comprovada do que está causando este fenômeno.

Fonte: Mega Curioso
           https://www.tecmundo.com.br
           THE ATLANTIC/ROSS ANDERSEN
           DISCOVERY NEWS/IAN O'NEILL
           THE INDEPENDENT/LEE WILLIAMS
           https://www.rtp.pt
           http://www.galeriadometeorito.com
           https://veja.abril.com.br
           dailygrail.com
          http://ovnihoje.com