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Aparelhos voadores na Antiga Índia - Parte 1

rigvedaNo Rig-Veda conhecem-se hinos dedicados aos gêmeos divinos «Aswins», aos «Rbhus» e a outras divindades. Nesses hinos manifestam-se os primeiros indícios de certas carruagens capazes de sulcar os ares levando a bordo seres vivos. Esses veículos voadores recebem a designação de «rathas» pela primeira vez ...

no Rig-Veda (a tradução literal daquele vocábulo é «veículo» ou «carro»). Os «Rbhus» construíram um carro voador para os gêmeos «Aswins», que apareciam como médicos dos deuses. Este carro voador(imagem abaixo) era extremamente cômodo. Podia voar-se com ele por todos os lados e mesmo atravessar as camadas superiores de nuvens e percorrer o céu». No hino refere-se que esses carros voadores eram mais rápidos que o pensamento. O aparelho voador tinha grandes dimensões, era composto por 3 partes e era triangular. Requeria pelo menos 3 pessoas ao seu serviço.

O veículo dispunha de 3 rodas que se recolhiam durante o vôo. Acrescenta-se que o carro voador deuses1possuía 3 «pilastras». Normalmente o veículo voador era construído no Rig-Veda com metais como ouro, prata ou ferro, mas o mais utilizado segundo os textos vedas era o ouro cujo brilho maravilhava. Cravos ou objetos parecidos com pregos mantinham o carro unido. Para fazer andar os supracitados carros celestes de combate utilizavam-se fluidos cujos nomes não têm hoje tradução correta. As palavras madhu e anna significam mais ou menos «mel» e «fluido».O carro evoluía com mais leveza que um pássaro dos céus, saía disparado em direção à Lua ou mesmo ao Sol e pousava na Terra com enorme estrondo. Convém referir que no Rig-Veda se mencionam diversos tipos de combustível conservados em recipientes diferentes entre si. Ao mesmo tempo especifica-se que o veículo ia para o céu sem qualquer ajuda de «tração animal». Quando o veículo descia das nuvens, juntavam-se em terra grandes multidões para presenciar a aterragem. Sem contar com os referidos pilotos, o veículo celeste acomodava o rei Bhujyu, salvo do naufrágio, a filha de Surya e a mulher Sandra, e ainda mais três pessoas. Por conseguinte, a carruagem podia levar um total de 7 ou 8 pessoas. Além disso tinha características anfíbias, pois podia pousar sobre o mar sem sofrer qualquer dano, e dali alcançar a costa. No Rig-Veda 1.46.4. são mesmo referidos três carros de combate voadores que entraram em ação em diversas operações de salvamento. Enumeram-se trinta ações heróicas ou mais, entre as quais o resgate em naufrágios e cavernas, em formações inimigas e câmaras de tortura. Segundo as descrições do Rig-Veda, esses carros especiais de combate devem ter sido muito espaçosos, executavam as mais diversas operações e as suas descolagens faziam-se com enorme estrondo. Por outro lado, as suas aparições eram grandiosas. Algumas palavras nos textos vedas requerem uma atenção muito especial devido ao espinhoso nexo casual. Essas palavras são madhu, anna, trivi e trïbandhura. A palavra madhu significa mais ou menos «mel» em sânscrito clássico, e no entanto no dicionário equivale também a «soma» ou «substância fluida».nAnna, que normalmente se refere ao arroz cozido, representa aqui o suco do arroz fermentado. Presume-se que queira significar uma mistura líquida de álcool e suco soma, que se conserva e emprega como combustível. Aqui há ainda outra coisa curiosa, a saber, o veículo voador deixava rasto de rodas quando se movia por terra. Certos aparelhos voadores descolavam e aterravam dentro de um horário determinado: 3 vezes durante o dia e outras 3 durante a noite.

Na passagem 1.166.4-5 do Rig-Veda, o vôo dos marut tem ares de realidade. Os edifícios abanavam, os arbustos e as árvores pequenas ficavam desenraizados, cavernas e colinas multiplicavam o eco da estrondosa descolagem, e o céu parecia como se se enrugasse e desfizesse em bocados com o fragor ensurdecedor do veículo voador.

A este respeito gostava de dizer qualquer coisa sobre a palavra Vimana, como perito. Esta aparece pela primeira vez na acepção de veículo voador no Yajur-Veda, 17.59. Antes, o vocábulo tinha tido diversas aplicações, por exemplo, «aerotermo», «calculador do dia» ou «criador do céu». Em todas estas acepções, a palavra está relacionada com a vastidão do firmamento e a sua medição. Ora bem, no Yajur-Veda 17.59 e segs. descreve-se taxativamente o Vimana como veículo voador. Essa palavra nesses versos empregada no nominativo representa qualquer coisa que «enche de esplendor o firmamento», «ilumina toda a região», «contém uma substância fluida» e pode seguir o nascer do Sol e o pôr-do-sol, bem como da Lua. Na literatura clássica e em todos os puranas, vimana é o nome genérico para designar um veículo voador.

Os seguintes extratos da epopéia épica Ramayana demonstram como se empregam os vocábulos vimana e ratha para designar objetos voadores:

«E ele subiu, juntamente com Khara, para o veículo voador que estava decorado com jóias e rostos de demônios. Este moveu-se com um estrondo semelhante ao trovão vindo das nuvens.» (3.35.6-7)

«Sobe para esse veículo adornado com jóias que pode andar pelo ar. Depois de ter seduzido Sita (a mulher de um rei) podes ir onde quiseres; levá-la-ei, pêlos caminhos do ar, até Sri Lanka (hoje Ceilão). Assim, Ravana e Maricha subiram para o veículo aéreo que se assemelhava a um palácio («vimana») (3.42.7-9)

«Tu, infame, julgarás poder alcançar o bem-estar através desse veículo aéreo?» (3.30.12)

«Então o próprio veículo aéreo que tem a velocidade do pensamento apareceu de novo em Lanka com as pobres Sita e Trijata.» (4.48.25-37)

«Este é o notável veículo aéreo puspaka, que brilha como o Sol.» (4.121.10-30)

«O objeto voador adornado com um cisne elevou-se no ar entre ruídos ensurdecedores.» (4.123.1)

«Todas as mulheres no harém do rei Sugriva concluíram rapidamente as decorações e subiram para o aparelho aéreo.» (4.123.1-55)

Os textos do Ramayana descrevem veículos celestes que acabam em bico, movem-se com extraordinária rapidez e têm uma carapaça que reluz como o ouro. Os veículos celestes continham diversas câmaras e mostravam pequenas janelas enfeitadas com pérolas. No seu interior havia salas cômodas e ricamente decoradas. Os andares inferiores estavam dotados de vidros, e todo o espaço interior tinha tapetes e paredes revestidas. Os veículos eram muito espaçosos e tinham acessórios luxuosos.

ramayanaOs veículos aéreos descritos no Ramayana podiam transportar 12 pessoas. Partiam do Sri Lanka de manhã e chegavam a Ayodhaya à tarde, depois de aterragens intercalares em Kiskindhya e Vasithasrama. Assim, esses veículos cobriam uma distância de uns 2.800 quilômetros em 9 horas. O que equivale a uma velocidade de 320 Km/h. A palavra vimana emprega-se nas passagens citadas para designar o veículo voador, com exceção de dois casos. As passagens até agora expostas não permitem inferir que uns seres «divinos» ou «celestiais» tivessem conduzido aqueles veículos celestes. As construções voadoras foram utilizadas por pessoas do topo da hierarquia, digamos, famílias soberanas ou chefes militares. No entanto, em toda a literatura sânscrita faz-se constar repetidas vezes que a técnica de construção de objetos voadores provém dos deuses. Ainda assim, estabelece-se uma clara distinção entre os deuses nas suas gigantescas cidades espaciais e as pessoas eleitas que podem visitar essas cidades apenas em casos excepcionais.  Assim, quando se descreve a viagem de Arjuna ao céu diz-se que Arjuna deve atravessar muitas regiões celestes e de passagem apercebe-se de centenas de outros veículos aéreos. Alguns desses veículos aéreos encontram-se em pleno vôo, outros sobre o chão, e outros ainda a ponto de se elevarem.

Os textos do Sabhaparvan proporcionam indicações pormenorizadas sobre esses «seres celestes». Segundo parece, estes chegaram à Terra em tempos remotos para estudar os humanos. Moviam-se à vontade pelo espaço e sobre a terra. Descrevem-se diversas construções chamadas «sabha» que traçavam as suas órbitas no céu, pausadamente, como os satélites atuais.

Do interior desses satélites gigantescos que hoje se chamariam construções ou cidades espaciais saíam, a voar, «vimanas» de tipos muito diversos. Essas construções espaciais eram de um tamanho gigantesco e brilhavam como prata, no céu. Continham víveres, bebidas, água e todas as comodidades da vida concebíveis, assim como armas horríveis com a sua munição.

Uma dessas cidades espaciais que giravam permanentemente sobre o próprio eixo chamava-se Hiranyapura, o que se pode traduzir como «cidade do ouro». Tinha sido construída por Brama para as «diabas» Pulama e Kalaka. Esta cidade espacial era inexpugnável, e as duas diabas alcançavam êxitos tais com a sua defesa que até os próprios deuses se mantinham a uma distância prudente da cidade espacial.

Contudo, acabou por correr uma batalha. Os capítulos 168, 169 e 173 do Vanaparvan (parte integrante do Mahabharata) descrevem-na. Arjuna, o herói divino do Mahabharata, tinha uma dívida pendente para com as diabas da cidade espacial, que se multiplicavam de forma alarmante. Quando Arjuna se aproximou da estrutura espacial, as diabas defenderam-se com armas prodigiosas. Eis aqui um extrato:

«Houve uma batalha espantosa, durante a qual a cidade aérea saiu disparada para o céu e depois aproximou-se de novo da terra enquanto oscilava de um lado para o outro. Depois de uma luta longa e estrondosa, Arjuna fez um disparo tão destruidor que a cidade rebentou em bocados e estes caíram na terra, um a seguir ao outro. As diabas sobreviventes surgiram das ruínas e continuaram a combater, obstinadas. Por fim todas as diabas foram aniquiladas. Indra e os restantes deuses engrandeceram Arjuna como herói.»


No Vanaparvan há ainda outras cidades espaciais que giram sobre os próprios eixos. Chamam-se Valhayasi, Gaganacara e Khekara. No Sabhaparuan descrevem-se estruturas muito peculiares que o deus Maya fez construir e transportar para essas cidades espaciais. (A designação dessas estruturas é insusceptível de uma tradução clara. Da raiz pode inferir-se qualquer coisa como «espaços repletos». Parece significativo a este respeito o fato de que estações orbitais autênticas girassem em volta da Terra e tivessem aberturas que serviam de hangares para dar entrada a objetos voadores menores. Estas descrições antigas assemelham-se aos projetos e esboços atuais para a construção do habitat espacial.

Por um lado, os objetos voadores partiam do habitat espacial em direção à Terra, e por outro esses mesmos veículos voadores eram construídos na própria Terra. A maior parte deles recebia o nome de vimana. Só no Mahabharata há 41 passagens onde os «vimana» voadores são mencionados.

Muitas vezes torna-se difícil distinguir entre os vimanas procedentes das cidades espaciais e os construídos na Terra. Talvez os parágrafos que se seguem sirvam para o confirmar:

Os deuses criaram esse dispositivo mecânico com uma finalidade concreta.

A pessoa eminente que subiu para o veículo celeste teve a admiração dos deuses.

Ah, Uparicara Vasu! A espaçosa máquina voadora irá até ti, e se te acomodares nesse veículo, serás o único ser humano a assemelhar-se a uma divindade.

Através do feitiço de uma oração, o deus Yama foi para Kunti num veículo aéreo.

Ah, descendente de Kurus, essa pessoa malévola desceu dessa carruagem voadora que pode mover-se para frente por todos os lados e é conhecida como «saubhapura».

Quando ele desapareceu do campo visual dos mortais, elevando-se muito alto no céu, distinguiu milhares de veículos aéreos estranhos.

Ele, o predileto de Indra, entrou no palácio divino e viu milhares de veículos voadores para os deuses, uns postos de lado, outros em movimento.

Os grupos de marut chegaram em veículos aéreos divinos, e Matali, depois de ter falado desta maneira, levou-me (Arjuna) na sua carruagem voadora e mostrou-me os outros veículos aéreos.

Do mesmo modo, os homens movem-se pelo céu em veículos aéreos que eles próprios decoram com cisnes e são tão cômodos como palácios.

O grande senhor proporcionou-lhe um veículo aéreo que se movia sozinho.

Em diversas passagens dos significativos textos pertencentes à literatura budista, encontra-se o conceito «vimana» com o significado de veículo aéreo. Por exemplo, no Vimana Vatthu, parte integrante do Mahavamsa, citam-se os soberbos lugares chamados vimanas que serviam de morada para os espíritos venturosos.

Também se fala de um palácio rutilante que se balança no ar. Alguns eruditos tendem a interpretar o conceito vimana na literatura budista como palácio que servia de morada a deuses e espíritos venturosos. No entanto, a palavra vimana emprega-se muito raramente em relação a moradas humanas. Assim, a expressão vimana representa claramente um veículo aéreo, na primeira parte do Sulavamsa. A descrição textual é a seguinte:

«A gigantesca cidade estava repleta de centenas de carruagens aéreas feitas com ouro, pedras preciosas e pérolas, pelo que se assemelhava a um firmamento estrelado.»

PARTE 2