A Batalha subterrânea de Messines

batalha2"Senhores, nós amanha podemos não fazer história, mas vamos certamente mudar a geografia", comentário do General Plumer na noite anterior á detonação. Ingleses, Canadianos, Neozelandeses e Australianos, escavaram em 1917 na região de Ypres (Batalha de Messines) vários túneis por baixo das trincheiras alemãs onde a terra era bastante enlameada e colocaram 22 minas que totalizavam 456 toneladas de explosivo de amónio. Graças ao árduo trabalho dos geólogos (visto a solo ter muita água) esta operação iria ser um sucesso. A uma distância considerável das trincheiras alemãs começavam os túneis (perfaziam mais de 5 km) que iriam desaguar mesmo por baixo do terreno onde se encontravam os alemães e onde iria ser colocada toda a carga.

Os ingleses fizeram notar aos alemães que iriam fazer uma ofensiva em larga escala, para que estes se reforçassem em numero de homens e de material, e assim quando houvesse a detonação o numero de vitimas e de destruição fosse o máximo. A 7 de Junho de 1917 deu-se a explosão de todas as cargas matando aproximadamente 10.000 alemães e destruindo todas as fortificações bem como a própria cidade de Messines. A maior das 22 minas apelidada de Lone Tree Crater e posteriormente rebatizada para "Piscina da Paz" , estava num sitio chamado Spanbroekmolen e quando esta explodiu formou-se uma cratera com 80 metros de diâmetro e 12 metros de profundidade. Esta mina consistia em 41 toneladas de amónio que estava 27 metros abaixo do solo alemão.

Para se ter a noção da potência das detonações na Batalha de Messines estas foram as maiores de sempre realizadas pelo ser humano até ás Bombas Atómicas de 1945, sendo a maior explosão não-nuclear de todos os tempos. Com os cerca de 10.000 mortos, a explosão de Messines foi a que causou, através de acção humana, o maior numero de mortos não-nucleares até aos dias de hoje. A explosão foi sentida em Londres e Dublin. Em questão de meses o alemães reconquistaram o território destruído pela explosão que tinha caído nas mãos dos aliados.

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Mapa da batalha com a situação da frente em 7 de Junho e respectivas operações até 14 de Junho.

Esta história é contada sob ponto de vista australiano no filme BENEATH HILL 60. (recomenda-se)

1. Comentário do General Plumer na noite anterior á detonação.

Imagem: cratera da Piscina da Paz nos dias de hoje

Bibliografia:
Beneath Hill 60 (filme)
firstworldwar.com


Batalha de Messines (1917)


A Batalha de Messines (7–14 Junho de 1917) consistiu numa ofensiva coordenada pelo Segundo Exército britânicoi, sob o comando do general Herbert Plumer, na Frente Ocidental perto da vila de Mesen, na região belga da Flandres Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial. A Ofensiva Nivelle, em Abril e Maio, não conseguiu atingir os seus principais objectivos, desmoralizando as tropas francesas e alterando a estratégia anglo-francesa para 1917. A ofensiva em Messines forçou o Exército Alemão a mobilizar as suas reservas das frentes de Arras e Aisne para a Flandres, o que retirou alguma pressão sobre o Exército Francês. O objectivo táctico do ataque em Messines era a captura das defesas alemãs posicionadas na colina - que se estendiam desde Ploegsteert ("Plugstreet") Wood, a sul, até Messines, e de Wytschaete a Mt. Sorrel - para expulsar o Quarto Exército alemão das zonas altas de Ypres. A colina seria o local de coordenação das defesas britânicas e das áreas de retagurada a norte, a partir de onde os britânicos pretendiam lançar a "Operação do Norte", e avançar até à colina de Passchendaele e, depois, capturar a costa belga até à fronteira holandesa.

O Segundo Exército era constituído por cinco corpos, dos quais três fizeram parte do ataque, e dois permaneceram no flanco norte, afastados da acção principal; outro corpo encontrava-se disponível no "Quartel-General de Reservas" (‘’GHQ reserve’’). As divisões do Quarto Exército alemão Gruppe Wijtschate controlavam a colina, mais tarde reforçada por uma divisão de Gruppe Ypern.nota 1 A batalha começou com a detonação de 19 minas, que destruíram as defesas frontais alemãs, seguida de fogo de barragem numa extensão de 640 m, o que permitiu às tropas de ataque controlar a colina com o apoio de tanques, patrulhas a cavalo e aeronaves. A eficácia das minas, barragem em bombardeamentos britânicos, evoluiu positivamente com os avanços das sondagens da artilharia, detecção do inimigo com a ajuda de very-lights e centralização das operações de artilharia a partir do quartel-general do Segundo Exército. Os ataques entre os dias 8 e 14 de Junho fizeram avançar a nova linha da frente para além da linha (Oosttaverne) Sehnen alemã. A Batalha de Messines representou o prelúdio para a muito maior campanha da Terceira Batalha de Ypres, cujo bombardeamento preliminar teve início a 11 de Julho de 1917.


Fonte: http://historia-dos-tempos.blogspot.com.br/
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