HISTÓRIA E CULTURA

Primavera de Praga

prima1A Primavera de Praga foi um movimento dos intelectuais reformistas do Partido Comunista Tcheco, cujo objetivo era modificar as estruturas políticas, econômicas e sociais naquele país. O líder do movimento era Alexander Dubcek, que lançou estas posturas políticas em 5 de abril de 1968. O objetivo era quebrar o despotismo e o autoritarismo do socialismo theco, no sentido de humanizar o sistema político do país. Visava abrir o Partido Comunista na Checoslováquia, ...

desagradando a antiga URSS e a base política de Stálin.Antes de abril de 1968, Alexander Dubcek havia assumido o governo da Tchecoslováquia em janeiro do mesmo ano, inserindo reformas políticas, sociais, econômicas e culturais. Segundo a sua pretensão, os membros do Partido Comunista deveriam agir conforme a livre consciência de cada um e não por imposições do socialismo soviético.Dentro destas perspectivas, a antiga Tchecoslováquia se aproximava economicamente da antiga Alemanha Ocidental, fato que incomodou ainda mais a URSS. A Primavera de Praga restabeleceu a liberdade de imprensa e a tentativa de restabelecimento do Partido Social Democrata, extinto após a revolução socialista no leste europeu. Em 20 de agosto de 1968, o exército da URSS e do Pacto de Varsóvia invadiu a Tchecoslováquia para reprimir a abertura social e política de Dubcek. A Primavera de Praga fora desmontada em uma semana e Dubcek levado a Moscou.

A população tcheca por outro lado manteve-se posicionada a favor das liberalidades de Dubcek, trocando as placas de trânsito de lugar para confundir as tropas soviéticas e mantendo o dia-dia indiferente a presença das tropas. A Assembleia Nacional tcheca manteve lealdade ao seu líder e manteve suas sessões plenárias. Porém , pressionado, Dubcek negou ajuda aos seus aliados, e a linha dura soviética empossou Gustáv Husák em seu lugar em 17 de abril de 1969, restabelecendo o estado stalinista na Checoslováquia.


Liberalização Política

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A Primavera de Praga foi um período de liberalização política na Tchecoslováquia durante a época de sua dominação pela União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. Esse período começou em 5 de Janeiro de 1968, quando o reformista eslovaco Alexander Dubcek chegou ao poder, e durou até o dia 21 de Agosto quando a União Soviética e os membros do Pacto de Varsóvia invadiram o país para interromper as reformas.

As reformas da Primavera de Praga foram uma tentativa de Dubcek, aliado a intelectuais tchecoslovacos, de conceder direitos adicionais aos cidadãos num ato de descentralização parcial da economia e de democratização. As reformas concediam também um relaxamento das restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de movimento e ficaram conhecidas como a tentativa de se criar uma “social-democracia” (ou, segundo outros, "um socialismo de rosto humano).

Dubcek também dividiu o país em duas repúblicas separadas; essa foi a única reforma que sobreviveu ao fim da Primavera de Praga. As reformas não foram bem recebidas pelos soviéticos que, após as falhas nas negociações, enviaram milhares de tropas e tanques do Pacto de Varsóvia para ocupar o país. Uma grande onda de emigração varreu o país. Apesar de ter havido inúmeros protestos pacíficos no país, inclusive o suicídio de um estudante, não houve resistência militar. A Tchecoslováquia continuou ocupada até 1990.

Após a invasão, a Tchecoslováquia entrou em um período de normalização: Os lideres seguintes tentaram restaurar os valores políticos e econômicos que prevaleciam antes de Dubcek ganhar poder no Partido Comunista da Tchecoslováquia (KSC, em tcheco). Gustáv Husák, que substituiu Dubcek e também tornou-se presidente, retirou quase todas as reformas de Dubcek. A Primavera de Praga imortalizou-se na música e na literatura pelas obras de Karel Kryl e de Milan Kundera, como “A Insustentável Leveza do Ser”.

O movimento da Primavera de Praga foi liderado por intelectuais reformistas do Partido Comunista Tcheco, interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, econômica e social, na Tchecoslováquia. A proposta surpreendeu a sociedade tcheca, que em 5 de Abril de 1968 soube das propostas reformistas dos intelectuais comunistas.

O objetivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembléia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade tcheca. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.

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As propostas foram apoiadas pela população. O movimento que propôs a mudança radical da Tchecoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga.1 Assim sendo, diversos setores sociais se manifestaram em favor da rápida democratização. No mês de junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Eles acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para um regime socialista democrático aos moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia coletivizada conviver com ampla liberdade econômica.

A União Soviética, temendo a influência que uma Tchecoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdades à sociedade, pudesse passar às nações socialistas e às "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 21 de Agosto de 1968. Dubcek foi detido por soldados soviéticos e levado a Moscou. Na cidade de Praga a população reagiu à invasão soviética de forma não violenta, desnorteando as tropas. A organização quase espontânea foi em parte liderada pela cadeia de vários pequenos transmissores construídos às pressas por membros do exército tcheco e aficcionados por radio transmissores: a Rádio Tchecoslováquia Livre.

Cada emissora transmitia instruções para a população por não mais que 9 minutos e depois saia do ar, dando o espaço para uma outra, impossibilitando assim a triangulação do sinal. Suas instruções eram para a população manter a calma e, sobretudo, não colaborar com os invasores. Os russos ainda tentaram trazer uma potente estação de rádio para criar interferências nos sinais, porém, os ferroviários tchecos, com uma extrema competência, atrasaram a entrega e, quando a estação chegou ao seu destino, estava inutilizável.

Os russos conseguiram uma ocupação total em poucas horas, porém chegaram a um impasse político: as diversas tentativas para criar um governo colaboracionista fracassaram e a população tcheca foi eficiente em minar a moral das tropas. No dia 23 se iniciou uma greve geral, e no dia 26 se publicou o decálogo da não cooperação:

não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!

Através de uma rede de radioamadores, a população era informada sobre ações que poderiam ser organizadas para levar a cabo uma resistência não violenta. Tal reação foi espontânea, devido à impossibilidade de se utilizar a ação violenta. De certa forma, a população se inspirou em um livro picaresco muito popular, "O valente soldado Chveik", onde o personagem usava de travessurar para expulsar as tropas invasoras.

A paralisação dos trens interrompeu a comunicação com os países aliados, e para evitar que os tanques chegassem até Praga, as placas de sinalização foram invertidas, e depois pintadas com uma tinta fácil de se raspar. Quando os soldados raspavam as tintas para verem a indicação correta, acabavam indo na direção de Moscou4 .

Enquanto isso, os raptores contavam a Dubcek que a população tcheca estava sendo massacrada, como fora a população húngara, 12 anos antes, o que o levou a assinar um acordo de renúncia.

As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Tchecoslováquia. Em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach ateou fogo ao próprio corpo numa praça de Praga em 16 de Janeiro de 1969.

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Por sua vez, os comunistas tchecos antiliberalismo2 apoiaram a invasão soviética, uma vez que eles acreditavam que as reformas de Dubcek trariam um precoce desastre econômico e social, o que mais tarde realmente ocorreria em 1991 com o colapso soviético. Sinal disto, é a divisão do partido em dois lados, os liberais (reformistas) e os antiliberalismo,2 que contariam com o apoio soviético, o poder mais influente.


Primavera de Praga: Movimento pretendia democratizar a antiga Tchecoslováquia

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2009 - Por Votor Amorim de Angelo - A Primavera de Praga foi um movimento político ocorrido em 1968, na antiga Tchecoslováquia - hoje dividida em República Tcheca e Eslováquia. Duas décadas antes, os comunistas haviam chegado ao poder no país, o último a integrar a Cortina de Ferro - nome pelo qual ficou conhecido o bloco de países liderados pela antiga União Soviética durante a segunda metade do século 20.

Nesses vinte anos, a vida política na Tchecoslováquia tornou-se cada vez mais burocratizada e autoritária, à semelhança do que ocorria na URSS. A esse processo deu-se o nome de stalinização, em referência ao ditador soviético Josef Stálin.

Em janeiro de 1968, Alexander Dubcek assumiu o cargo de secretário-geral do Partido Comunista tcheco. Diante do cenário em que se encontrava o comunismo no país, Dubcek, da ala reformista do partido, colocou em prática um audacioso plano de reformas políticas, econômicas e sociais visando "humanizar" o regime.

Plano de reformas de Dubcek

No plano de reformas de Dubcek constavam a liberdade de imprensa, o fim do monopólio político do Partido Comunista, a livre organização partidária, a tolêrancia religiosa, entre outras medidas que apontavam para um radical processo de democratização da Tchecoslováquia.

Ao mesmo tempo, Dubcek também ensaiava uma aproximação com a Alemanha Ocidental. O auge da crise com o restante do bloco socialista aconteceu quando Dubcek se recusou a participar da reunião do Pacto de Varsóvia, aliança militar que integrava os países do Leste Europeu.

O movimento reformista encabeçado por Dubcek contou com o apoio de intelectuais do Partido Comunista tcheco e da população do país. Em junho, um manifesto de duas mil assinaturas foi publicado na imprensa local apoiando as reformas. Alguns países do bloco socialista, como a Iugoslávia, interessados em afastar-se da influência da URSS, também apoiaram as iniciativas de Dubcek.

No geral, contudo, a posição do bloco socialista em relação à Tchecoslováquia passou da crítica à ameaça. O posicionamento de tropas do Pacto de Varsóvia na fronteiria tcheca foi um sinal claro de que a URSS não toleraria as reformas de Dubcek.

Ocupação de Praga

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O objetivo de Dubcek não era acabar com o comunismo na Tchecoslováquia, mas reformá-lo, afastando o país da influência soviética. O plano de reformas, entretanto, gerou grande preocupação no bloco socialista em geral e na URSS em particular, diante da ameaça que o exemplo tcheco passou a representar para o incentivo a reformas em outros países do bloco - e para o fim da hegemonia da URSS na região.

Em 20 de agosto de 1968, tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a cidade de Praga, capital da Tchecoslováquia, prenderam Alexander Dubcek e o levaram para Moscou, junto com outros líderes tchecos.

Os meses seguintes foram marcados pela resistência pacífica da população à ocupação do país. Rádios locais faziam breves transmissões estimulando a resistência. Dias depois da tomada de Praga, deflagrou-se uma greve geral. O mote do movimento expressava a não-colaboração e o pacifismo da resistência: "Não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!".

A URSS tentou, sem sucesso, organizar um governo colaboracionista, mas a solidariedade às antigas lideranças havia se generalizado. Dubcek retornou a Praga e ainda permaneceu durante algum tempo no cargo. Mas o plano de reformas foi abandonado em troca da retirada das tropas.

Em janeiro de 1969, um jovem imolou-se publicamente na capital tcheca, reiniciando uma onda de manifestações. Mas, àquela altura, a linha-dura do Partido Comunista tinha se recomposto. Os favoráveis à aproximação com a URSS novamente assumiram o controle do partido. A eleição de Gustáv Husák, em abril de 1969, que sucedeu Dubcek, pôs fim ao curto mas significativo movimento conhecido como Primavera de Praga. As reformas viriam apenas duas décadas depois, com a crise do bloco socialista.

Fonte: infoescola
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