RELIGIÃO, CULTOS E OUTROS

Por dentro da Maçonaria - Parte 1

maconb3O possível assassinato de um Papa. Jack, o estripador. E o questionável suicídio do "banqueiro de Deus". Que sociedade secreta, segundo os teóricos da conspiração, faz conexão entre esses acontecimentos aparentemente dissociados? É um terreno bem fértil para muitas teorias de conspiração. Após séculos de boatos, suspeita e escândalos, apresentamos um mergulho sem precedente no mundo da franco-maçonaria. Idéias e identidades reais serão expostas. No mundo todo, as portas das lojas maçônicas serão abertas, numa visão abrangente de quem são os franco-maçons, o que fazem e como podem estar  ligados a notória morte de um banqueiro italiano. Iremos em busca da verdade!!!  Desde o nascimento da maçonaria moderna em Londres, ha ...

quase 3 séculos, ela tem sido objeto de diversas teorias de conspiração. Algumas são perturbadoras, outras beiram o absurdo. Tudo que voce achava que sabia sobre os maçons esta prestes a mudar.

 

Conrad_Goeringer

 

Para separar os fatos da ficção, ouviremos todas as partes. Desde céticos, como o jornalista Conrad Goeringer: "Em parte, gostaria que eles viessem a público e fossem talvez mais abertos ao defenderem-se."

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David_Southwell

 

Até o escritor David Southwell, que explora teorias de conspiração ligadas a maçonaria: "Em muitos aspectos, muitos dos cultos atuais são filhos ou netos bastardos da franco-maçonaria."

 

John_Hamill

 

E, numa entrevista reveladora com John Hamill, diretor de comunicações da Grande Loja da  Inglaterra, os maçons tem a oportunidade de defenderem-se. "Acho a teoria de conspiração divertida, apesar de passar muito  tempo argumentando contra ela."

Mostraremos imagens exclusivas capturadas em lojas maçõnicas do mundo todo e conheceremos um  surpreendente grupo de maçõns modernos. Integrantes do clero e até mulheres. Como um grupo tão abrangente de pessoas aparentemente abertas pode ser acusado de tudo, desde dominar o mundo até assassinato?


Roberto Calvi


Em 18 de junho de 1982, a ponte Blackfriars, em Londres, foi palco de um caso policial que pos os maçons na linha de fogo. Uma horrivel descoberta foi feita ao amanhecer: O corpo de um homem bem vestido foi encontrado enforcado sob a ponte. Tinha uma carteira com muito dinheiro, um passaporte falso, e os bolsos cheios de tijolos.  "As circusntancias são bem estranhas. Sou Ruppert Cornwell e não sou maçon."

 

Ruppert_Cornwell

 

Em 1982, o jornalista britânico Rupert Cornwell estava em Roma, trabalhando para o Financial Times. Ele soube que estava diante de um furo de reportagem quando o homem foi identificado como um banqueiro italiano de 62 anos, Roberto Calvi. "Quando Calvi foi encontrado, a reação foi de espando, espanto nem tanto por ele estar morto, pois a maioria achava bem provável que aquela altura ele ja estivesse morto. Mas era nas circusntancias de sua morte que ninguém conseguia acreditar. Havia muito dinheiro em seu bolso, em moeda de vários paises. O total era, se não me engano, de 20 mil libras esterlinas, o que dava a impressão de que ele portava muito dinheiro porque estava fugindo."

Demorou algum tempo para a policia identificar Roberto Calvi, porque o corpo foi encontrado sem o bigode que era sua marca registrada. Tendo só o passaporte italiano falso como pista, ele contatou autoridades em Roma. Uma vez que elas souberam de quem se tratava, pode-se entontrar uma razão para o "possível" suicídio. Calvi fez carreira no sistema bancário italiano, chegando a presidente do Banco Ambrosiano, o maior banco privado da Itália, também estreitamente ligado ao Vaticano. Isso rendeu a Calvi a alcunha de "banqueiro de Deus". Antes de morrer, Calvi foi preso sob acusação de estelionato e condenado a 4 anos de prisão.

Conrad Goeringer é um jornalista que investigou a história de Calvi nas duas últimas décadas. "Meu nome é Conrad Goeringer. Não sou Maçon. Basicamente o que estava acontecendo era que grandes somas de dinheiro vinham sendo lavadas por meio do Banco Ambrosiano, enviadas para a América Latina e outros paraisos fiscais, para depois desaparecer. Ao final de tudo cerca de US$ 1,4 bilhão haviam desaparecido."

 

Roberto_Calvi

 

Parte dessa quantia pertencia ao Vaticano. Calvi foi considerado diretamente responsável. Em 1982, a apenas 8 semanas da morte de Calvi, Rupert Cornwell teve a oportunidade de conhecê-lo. "Fui ao banco dele em Milão, disseram-me que o problema, il presidente, ia me receber e fui levado as entranhas do banco, um lugar escuro e mal iluminado, com magníficos corredores de mármore, acho que tudo era cinza. Fui conduzido até uma salinha lateral, quase uma sala de espera. Ele estava lá sentado atrás de uma mesa. Tnha um tique no anto esquerdo da boca, que ficava subindo e decendo. Passou o tempo todo batucando com os dedos na mesa. Ficou falando: "ELES ESTÃO ATRÁS DE MIM", sem explicar quem "eles" eram. Ele nao me contou nada de fato, ma foi a impressão que tive daquele homem que eu nunca esqueci. Era um homem apavorado, aterrorizado, e penso, sabia que o fim devia estar próximo.

As autoridades registraram morte por suicídio. Mas, numa rara entrevista, seu filho Carlo fala abertamente contra a corrupção, que ele encara como a causa primordial da morte de seu pai.

 

Carlo_Calvi

 

"Meu nome é Carlo Calvi, sou filho de roberto Calvi, e não sou maçom. Ha dois aspectos: um deles, claro é o pessoal, porque eu era muito ligado a meu pai. O outro é uma questão pública que é emblemática do efeito que os grupos de interesse público tem na corrupção de instituições."

Quase 20 anos depois da morte de Calvi, novas provas mudariam tudo. O especialista em teorias de cosntpiração David Stouthwell escreveu sobre o caso Calvi.

"Meu nome é David Southwell e, atualmente, não sou maçom. É uma incrível história de interesse humano e luta dessa família por justiça. O que, na época, aparentemente eram afirmações altamente paranóicas acabaram se revelando totalmente verdadeiras."

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Essas afrimações eram de que Calvi havia sido assassinado, E alguns teóricos da conspiração associam sua morte aos maçons.

Todos os dias, passamos diante de sinais e símbolos maçônicos, mesmo sem saber. "A franco maçonaria é a maior sociedade secretaq do mundo e, possivelmente, de toda a história da humanidade. São milhões de membros em todo o planeta." Alguns autores identificaram as raizes da franco-maçonaria com a ordem dos Templários, no século 12. Outros afirmam que a maçonaria moderna começou em Londres, em 1717, quando James Anderson publicou o Livro das Constituições. Em 1757, o movimento ja tinha chegado aos então embrionários EUA.

Mas foi só nos anos 1800 que a franco-maçonaria começou de fato a difundir-se. Soldados da Inglaterra, Escócia e Irlanda, levaram a maçonaria para a Africa, Asia, India, Oriente Médio e Europa. A medida que se desenvolveu, a rede tornou-se uma organização famosa por doar grandes somas de dinheiro a instituições de caridade do mundo todo, um valor que os maçons atuais ainda estimam muito.

 

Ian_Markham

 

Ian Markham é professor de Teologia e Ética do Seminário de Hartford, nos EUA. "Meu nome é Ian Markham e eu não sou maçom. Tem-se, de um lado, toda a filantropia e a participação cívica, além do fato de muitos maçons serem gente bacana, jogam golfe, e são extremamente respeitáveis."

Se formos a qualquer loja e perguntarmos a seus membros o que eles fazem, a resposta é tranquilizadora e afável.

"Sou John Hamill e sou maçom. O que procurameos fazer é descobrir nossos pontos comuns e como nos aproveitarmos deles para o bem da comunidade em geral e muito trabalho de caridade, não apenas com dinheiro, mas também doando nosso tempo e nossos talentos."

Os valores da vida maçonica baseiam-se em 3 importantes princípios: amor fraternal, verdade e assistência.

 

Janet_Wintermute

 

Janet Wintermute: "Assistencia é caridade. Acreditamos que temos de ajudar a todos que precisam de nossa ajuda. Todo maçon jura dar assistencia a qualquer um que lhe pedir ajuda. Milhões de dólares são doados por maçons a cada dia para instituições de caridade. Quero dizer muitos milhões."

Os maçons nem sempres froam públicos assim. Houve épocas emque foram obrigados a ocultar suas atividades. Na Europa, o sigilo maçonico foi uma reação instintiva a politica de Aldof Hitler. Estima-se que, pelo menos, 80 mil maçons tenham morrido em campos de concentração nazistas.  John Hamill: "A sobrevivência da maçonaria dependia de quem governava o pais. Houve perseguições, a maior parte na década de 1930 e durante a 2 guerra mundial quando, assim com os judeus, ciganos e os demais, os maçons eram envidados aos campos de concentração simplesmente por serem maçons."

Um filme de propaganda americano de 1947 retrata uma campanha antimaçônica na Alemanha Nazista. O Locutor diz: "E ha também os maçons. Na Alemanha, não ha espaço para as sociedades secretas. Aqui haverá somente uma sociedade: o partido nazista." Hitler afirmava que os maçons estavam associados com os judeus para controlar as finanças, a politica e a imprensa eurpéias. Ao assumir o poder, Hitler destruiu todas as lojas maçônicas alemâs e adotou uma política de extermínio expresso de maçons.

John Hamill:  "Durante um período que começou pouco ante do incio da 2 guerra mundial, nós quase nos retiramos da sociedade.  Estávamos bem visíveis em nossas comunidades. Com a guerra, tornamo-nos bastante reservados." Ironicamente, foi a regra de sigilo que Hitler tanto desprezava que os salvou.

 

Franklin_Roosevelt

Sir_Winston_Chirchill

 

Rei_Eduardo_VIII

 

David Southwell: "O sigilo muitas vezes permitiu a sobrevivência da maçonaria. Porém, o sigilo e o fato de não ser uma ordem aberta fizeram que ela fosse caluniada e que se criassem teorias de conspiração e medo do desconhecido projetado sobre a maçonaria, O que permitiu que a sociedade perseguisse impunemente a maçonaria, quase sempre injustificadamente."

Ian Markham: "A prática do "não confirmar, nem negar" é prejudicial a maçonaria, porque da a entender que há culpa."

John Hamill: "Não informamos o público, retiramo-nos da mídia. A todo jornalista dizemos: "Não falamos com a imprensa", permitindo que se criasse um mito de que a maçonaria seria uma espécie de rede oculta."

Segundo os teóricos da conspiração, esta rede esta muito ligada a Washington DC. Brent Morris é o autor do livro "Guia de maçonaria para ignorantes."

"Olá, eu sou Brent Morris e sou maçom. Muita gente acretida que existem sinais e símbolos secretos nas plantas das ruas de Washington. Examinei os mapas e não vi nada. Só enxergo uma estrela imcompleta. Há alguns conspiracionaistas que acham que os maçons puseram um símbolo satânico bem ao norte da Casa Branca, com um pentagrama. Mas o pentagrama nem esta completo.A avenida Rhode Island não chega atgé a avenida Connecticut. Se temos tanto poder, porque não conseguimos fazer uma estrela completa?"

Ian Markham: "Um problema para a maçonaria é que, sendo uma sociedade secreta, todos ficam procurando pistas sobre a natureza dessa sociedade."

Sua tendência ao sigilo teve o efeito contrário, com a acusação de envolvimento em uma das mortes mais notórias do século 20, a do "banqueiro de Deus", Robert Calvi. A imprensa marrom deitou e rolou quando constatou que Calvi fora membro de uma seita secreta que tinha supostas conexões com uma extinta loja maçônica conhecida como P2.

A P2, ou Propaganda Due, como foi conhecida, originou-se na Itália, em 1885.  Militares e funcionários do governo infiltraram-se na facção, bem como empresários desonestos, muitos deles ligados a Máfia. Por esse motivo, autoridades maçônicas  sentiram-se na obrigação de fechar a loja Propaganda Due.

 

Lucio_Gelli

 

Em 1976, Seu lider, o financista Lucio GElli, foi expulso da maçonaria. Ele levou a loja a clandestinidade, renomeou-a P2 e manteve-a em funcionamento sem permissão da loja primaz da Itália, o Grande Oriente. John Hamill: "Calvi era supostamente membro da P2, mas não ha nenhum indicio de que ele fosse o que consideramos ser maçom. Ele era simplesmente um membro dessa P2 clandestino. Quando Gelli recrutou Roberto Calvi umano depois, em 1977, a P2 era simplesmente um clube privado pra uns poucos associados de elite.

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Mundialmente, a maçonaria é informalmente comandada pela Grande Loja da Inglaterra. Mas existem grupos dissidentes, como a P2, que atuam independentemente e não saõ reconhecidos pela Grande Loja. Com pelo menos 5 milhões de integrantes no mundo todo e uma quantidade desconcertante de lojas independentes, nem todos seguem as mesmas regras.

PARTE 2