RELIGIÃO, CULTOS E OUTROS

Xamanismo - Parte 1

xam1"O xamanismo é a prática espiritual mais antiga. Numa certa época, era praticado no mundo inteiro", afirma Matthews. "E quase todas as religiões têm elementos xamãnicos, ainda que estes não apareçam com freqüência". O principal destes elementos que definem o xamanismo é a crença de que tudo é sagrado e divino.

"O xamã se torna um com a natureza, com o planeta, e se comunica com os espíritos dos animais e de todas as coisas que crescem". E isto, diz John Matthews, é a linha mestra de todo o xamanismo - seja ele norte americano, siberiano, brasileiro, celta. É o que ele chama de "core shamanism", as principais práticas que estão presentes no xamanismo de qualquer cultura. E o centro do trabalho do xamã é a jornada. Os toques de tambor transportam o "viajante" a um transe onde ele encontra os animais de poder, guias e espíritos que o levarão ao que é preciso ver, descobrir ou curar.

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É uma jornada para dentro, mas não exclusivamente interior. John Matthews explica que acessamos um mundo espiritual que está fora de nós, ainda que o vejamos sob o filtro da nossa própria história. "Com a jornada xamãnica, convidamos este mundo, que está fora de nós, para que entre". O que encontraremos nessa viagem depende da cultura de cada um, do contexto e da necessidade psicológica e espiritual.

"O xamanismo celta se perdeu por volta do século 6 d.C., provavelmente pelo advento do cristianismo, numa época em que tudo que era relacionado ao paganismo estava desaparecendo ou tendo que se esconder". John Matthews sustenta, no entanto, que muitos dos primeiros exploradores cristãos eram xamãs, apesar de não se chamarem assim. O xamanismo celta entrou então na clandestinidade, ressurgindo séculos mais tarde em práticas espirituais como o witchcraft, ou bruxaria.

 

A BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO


Atualmente quando a maioria das pessoas ouvem a palavra xamanismo pensam em culturas indígenas americanas, outros reclamam por que não pajelança se estão no Brasil. Sempre considerado como um programa de índio. O xamanismo não se refere apenas à espiritualidade indígena. É certo que os indígenas foram os grandes responsáveis por manterem acessas as chamas da Medicina da Terra mas as práticas se originaram no homem primitivo, no paleolítico. A palavra tem origem siberiana e não americana e é usada hoje como uma forma única para descrever as práticas no mundo todo. Ou seja, as práticas são universais, é um legado do Mundo Espiritual para a Humanidade. Não pode haver fronteiras.

A palavra xamanismo foi criada por antropólogos (ver em xamã) para definir um conjunto de crenças ancestrais. Para mim é um caminho de conhecimento. Nós podemos perceber traços do xamanismo em várias religiões. As raízes do xamanismo são arcaicas e alguns antropólogos chegam a pensar que elas recuam até quase tão longe quanto a própria consciência humana. As origens do xamanismo datam de 40.000 a 50.000 anos, na Idade da Pedra. Antropólogos têm estudado xamanismo nas Américas; do Norte, Central, Sul. Também na África, entre os povos aborígines da Austrália, Esquimós, Indonésia, Malásia, Senegal, Patagonia, Sibéria, Bali, Velha Inglaterra e ao redor da Europa, no Tibet onde o xamanismo Bon segue a linha do Budismo Tibetano, ou seja, em todos os lugares ao redor do mundo. Seus traços estão presentes nas Grandes religiões.

Religião da Idade da Pedra

Piers Viebsky em "O xamã", cita que em 1991 foi encontrado o corpo mumificado de um homem preservado sob as neves dos Alpes Austríacos. Foi apanhado por um temporal ao cruzar um desfiladeiro da montanha há cerca de cinco mil anos. Poderia ser de um pastor (de ovelhas) mas as tatuagens na pele, um disco de pedra numa correia e alguns musgos secos medicinais encontrados em sua posse permite a suposição de que era um xamã numa viagem ritual.

Muito antes de ter sido descoberto esse "homem do gelo", no princípio do sec. XX, foram encontradas pinturas rupestres pré-históricas, no Sul da França, de figuras semi-humanas, semi-animais entre animais comuns, que foram consideradas como representando xamãs e que conduziram a suposição de que o xamanismo foi a religião humana original e primordial.

 

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Numa das gravuras um homem com o falo ereto está deitado ao lado de um bisonte com uma cabeça de pássaro ao seu lado; o próprio homem parece ter a cabeça de pássaro e presume-se que a gravura represente um xamã em transe. Essa interpretação foi popularizada na década de 60 por Lommel num livro profusamente ilustrado, Shamanism:The Beginnings Of The Art.

 

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A figura da gruta de Les Trois Frères nos Pirineus franceses que foi chamada de Feiticeiro Dançador, é considerada por alguns estudiosos como representando um xamã. Uma criatura masculina vista de perfil olha de frente para quem a contempla com os seus olhos muito redondos. Todas as partes da sua anatomia parecem pertencer a um determinado animal: orelhas de lobo, chifres de veado, rabo de cavalo e patas de urso. E no entanto o efeito geral é notoriamente humano. Outra interpretação possível é a de que represente um espírito Senhor dos Animais personificando simultaneamente a essência de todas as espécies.

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O primeiro tratado vem da Sibéria (altaicos, iacutes, buriatas, tungues, vogul, samoiedos, etc.). Uma fonte acredita que os homens/xamãs teriam emigrado durante as grandes glaciações seguindo rebanhos de renas. Eles passaram pelo estreito de Bering ou por uma ponte terrestre que ligava os dois continentes e se espalharam pelo mundo.

Encontram-se fenômenos xamânicos similares entre os esquimós, índios das Américas; do Norte, Central e Sul; Oceania, Austrália, no sudeste asiático, na Índia, no Tibet e na China. Trata-se de um conjunto de práticas evidentemente adaptadas a cada cultura, a cada crença, mas que em toda parte apresenta o mesmo conteúdo mágico, religioso e simbólico. Faz pensar que todos vieram de uma mesma fonte de conhecimento.

Sintetizando, o xamanismo é a "Jornada da Consciência", um legado da humanidade além das fronteiras dos países, credos, raças, filosofias. Xamanismo Universal não significa uma classificação nova no xamanismo, o xamanismo é universal. A premissa básica é o reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado. O praticante compreende o Espírito Essencial que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. O praticante sabe quem ele é e como se relaciona com o Universo.

No sentido do "religare" pode ser considerada uma religião, mas o xamanismo não é como um conjunto de ritos específicos que seguem seus mestres máximos como cristianismo (Cristo), budismo (Buda), islamismo (Maomé), Taoísmo (Lao-Tsé), etc; cujas práticas são determinadas e iguais e que possuem seus Livros Sagrados de conduta em todos os lugares do mundo.

Na essência são práticas religiosas. O xamanismo se insere de acordo com a crença espiritual/religiosa local, é um fenômeno religioso. Pode-se dizer que as religiões representam um xamanismo adaptado e afetaram as tradições xamânicas continuadas ou marginalizadas nas culturas que dominaram. As práticas, os mitos, as entidades dependem da tribo, linha, geografia, crenças.

O xamã é sempre uma figura dominante e não um santo,avatar ou profeta. Ele é um intermediário entre o mundo espiritual, natureza e a comunidade.

A Medicina da Terra é derivada de conhecimentos medicinais passados pelos ancestrais que são honrados por aqueles que recebem a iniciação. O clichê mais ultrapassado é aquele em que o iniciado tenta matar simbolicamente seu iniciador ao invés de honrá-lo. Isso é enfraquecer a raiz pela qual ele foi formado, uma auto-sabotagem espiritual. O entendimento disso faz com que o discipulado crie conscientemente um movimento de afinidade que traz harmonia no resultado.

O "conhecimento" é para todos mas "sabedoria" é para alguns. Por isso acho importante a divulgação do conhecimento e aplicação prática dele pois existe ainda uma minoria que se transforma. É como um garimpo! Entre esses buscadores do conhecimento sempre sai uma pepita de ouro que vai fazer o mundo mais brilhante. Por essas pepitas vale a pena. O coração do verdadeiro iniciado tem que se confortar com isso pois sempre é a minoria. Por outro lado existe um outro fenômeno, algumas pessoas lançam-se à determinadas práticas sem o devido conhecimento e sem as "bênçãos espirituais", ou seja: ação sem conhecimento. O que pode ser problemático.
Muitos iniciam a caminhada mas poucos atingem as maiores alturas. Este conhecimento não está limitado aos iluminados, é disponível para todos nós dependendo da sinceridade e humildade com que buscamos. Sabedoria xamânica é sabedoria da Mãe Terra e, a cada filho dela, é dado um presente, algum talento especial.

O xamã compreende o Círculo Sagrado da vida e recomenda, ajuda na cura, ensina o que é necessário para o bem da comunidade.Isto significa freqüentemente colocar a comunidade em primeiro plano. O caminho xamânico conduz a um relacionamento de amor com a Mãe Terra. Não é possível praticar o verdadeiro xamanismo sem incluir os cuidados com a preservação da vida de todos os reinos (animal, mineral, vegetal, espiritual) em nosso planeta.
O xamanismo aparece como um reflexo de um Grande Espírito que pode ter vários nomes. É honrado o Criador e todas as suas criaturas, sejam pedras, animais, aves, plantas, peixes, insetos, águas, ventos e outras manifestações da natureza que compartilhamos a existência nesta vida. Essa consciência, esse alinhamento com as forças da natureza, transforma-se em poder de cura e expande habilidades psíquicas através da reconexão com a vida, com o Sagrado, com o mistério da Criação.

O foco das práticas do xamanismo centra-se nos ritmos cíclicos da natureza: nascimento, morte e renascimento, a complementaridade masculino e feminino, o contato pessoal individual com ambiente imediato da terra, com as forças da terra do sol, da lua e das estrelas. Um verdadeiro xamã enfrentou suas sombras e venceu seus medos da insanidade, solidão, orgulho, vaidade, vícios, doença, ao passar por mortes em vida. Depois disso, escolhe tornar-se curador curado, auxiliador, visionário, à serviço das pessoas.

No xamanismo ao redor do mundo podemos ver as similaridades que definem as práticas :

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• A Busca por estados Alterados de Consciência, Vôo da Alma / Êxtase. O xamã é um especialista e um mestre da viagem estática
• A capacidade de viajar em espírito assumindo a forma de um animal ou ave ou diretamente através daquilo a que chamaríamos de experiência fora-do-corpo. Este vôo mágico é um dos fundamentos do xamanismo

• Viagem por mundos paralelos ( Reino dos Espíritos). Mundos invisíveis à realidade ordinária a fim de guiar espíritos e obter conhecimento espiritual.

• O xamã atua como canal de cura. Tem conhecimento do poder das plantas, pedras, dos espíritos animais e seres da natureza.

• Devoção à Criação, Sol, Lua, Estrelas. Reconhecimento da presença de Deus em todas as manifestações do Universo

• Interação com espíritos da natureza

• Utilização de instrumentos de poder para induzir ao transe /estados alterados de consciência (tambores, maracás, etc)

• Conhecimento sobre o fogo

• Utilização de plantas (purificação, enteógenas, medicinais, magnéticas)

• Canções de Poder

• Danças

• Respiratórios e dietas

• Contação de histórias, preleições.

O Xamanismo como a mais antiga prática espiritual da humanidade tem como base em suas práticas o respeito pela ecologia, reconhecimento do Sagrado, necessidade de expandir a consciência e obter resposta em mundos paralelos, prática do amor incondicional . Suas práticas estabelecem contato com outros planos de consciência a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde. Propicia tranqüilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.

A interação harmônica dos elementos equilibra a Jornada da Nossa Alma, faz girar a Roda da Vida em harmonia. No xamanismo praticado na atualidade estudamos os talentos elementais:

• A Terra é relacionada com o corpo físico e com as sensações.
• A Água é relacionada com a alma e com as emoções e sentimentos.
• O ar é relacionado com a mente e aos pensamentos e idéias.
• O fogo é relacionado com o espírito e associado à consciência, a claridade, a inspirarão.

O reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e a compreensão de que o verdadeiro poder está dentro de cada praticante e provém do desenvolvimento de seus próprios dons. Inspirados na sabedoria dos povos ancestrais temos o desafio de resgatar o conhecimento acumulado nas práticas xamânicas das diversas tradições do planeta para os dias atuais. Assim, pretendemos contribuir para a saúde, autoconhecimento e o bem-estar geral do nosso povo e resgatar valores para uma vida mais harmônica e ecológicamente correta.

Os ancestrais xamânicos viviam em harmonia e equilíbrio com todos os seres, pedras, plantas, animais, pássaros, peixes e até insetos.Para garantir sua sobrevivência em ambiente hostil os homens primitivos interpretavam os sinais e as mudanças da natureza a seu redor. Viviam de acordo com os ciclos do Sol e da Lua, das mudanças das estações, manifestações da natureza, vento, chuva, etc.
Os caminhos do xamanismo são espirituais. A prática xamânica compreende a capacidade de entrar e sair de estados de consciência, de realidades não-ordinárias Os estados alterados de consciência não envolvem apenas o transe e sim a capacidade de viajar na realidade incomum com o objetivo de encontrar espíritos animais, plantas, mentores, obter insights, promover curas, oráculos.

Os estados alterados de consciência incluem vários graus. Stanley Kryppner chega a classificar vinte estados diferentes de consciência. Elíade fala do êxtase, Castañeda fala do nagual. Nirvana, samadhi, alfa, transe, satori, consciência cósmica, supraconsciência, etc.,também são nomes para a mesma manifestação.

São através desses estados que conseguimos conexão com nossos mitos, símbolos, nossa verdade interior. Conseguimos expandir a percepção para mistérios que estão guardados em nós mesmos. Aprendemos a sentir, ver e ouvir a energia.Nos religamos com o Sagrado e com a fonte criativa de tudo o que nos acontece. Através da consciência ordinária não conseguimos alcançar níveis profundos do nosso ser. Existem diversas técnicas ou rituais para se chegar a estados mais profundos de consciência, dentre elas: tambores, danças, jejuns, plantas de poder (enteógenos), respirações, posturas corporais, e outros.

Através desses estados especiais alcança-se uma experiência divina, acessa-se uma fonte de Sabedoria Superior, podemos curar nosso corpo, nos conhecemos melhor através das visões, expandimos a nossa consciência.

Aprende-se as influências e forças da Terra e como as energias naturais afetam a vida. Tudo na natureza cresce e muda. É um ciclo. Os povos antigos consideravam a viagem circular da Terra ao redor do Sol, uma roda, representando o eterno ciclo de nascimento e desabrochar, crescimento e florescimento, maturidade e frutificação, envelhecimento e decadência, morte e decomposição e novamente renascimento, refletido na vida humana e na natureza.

Os nativos reconhecem o círculo como o principal símbolo para o entendimento dos mistérios da vida. Observaram que ele estava impresso em toda a natureza. O homem olha o mundo através dos olhos que é um círculo. A Terra, a Lua, o Sol, os planetas; são todos circulares. O nascer e o por do Sol acompanham um movimento circular. As estações formam um círculo. Os pássaros constroem ninhos em círculos, animais marcam seus territórios em círculos. As cabanas, ocas, tipis são circulares.

O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta. O resgate dos festivais sazonais (Solstícios e Equinócios), por exemplo, não marcam apenas a jornada do Sol, mas também os pontos críticos das estações, o ciclo agrícola, nossas emoções, hábitos. Essas "Forças Verdadeira acessadas desde o princípio na história espiritual da Terra, são resgatadas através dos séculos e podemos sentí-las atuando em todos os momentos das cerimônias.

Podemos sentir a ligação profunda que a natureza tem com a vida, nos tornarmos parte de uma comunidade global, propomos o Vôo da Consciência em busca de novos horizontes, de novas conquistas, de um novo ser, de uma nova vida. O início de uma vida pautada na sabedoria encontrada nas folhas, nos movimentos dos ventos, no poder transformador do fogo, nos espíritos ancestrais, na jornada da alma, na missão.
As religiões do mundo moderno não têm tempo para a ecologia espiritual assim como a cultura e o modelo de pensamento consumista atuante. As Grandes Religiões inspiram e apontam para uma vida eterna fora deste planeta e pouco se preocupam em honrar as realidades do espaço sagrado em que vivemos. Atualmente muitos vivem com uma sensação de separação, isolamento, um sentimento de que deva existir um sentido maior na vida. Os rituais xamânicos podem trazer a consciência de somos apenas um "microcosmo", que somos parte de "algo maior", que somos filhos da Terra, parte de uma Terra Viva.
Experiência Biopsicosocial
O xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas (animista, primitiva) e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, metamorfose e contato direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos etc..

A palavra xamã vem do russo, tungue saman corresponde à práticas dos povos não budistas da região asiáticas e árticas especialmente a Sibéria (região centro norte da Ásia). Apesar, como assinala Eliade da especificidade dessas práticas na região (em especial as técnicas do êxtase dos tungues, Iacutes, mongóis, turco-tártaros etc.), não existe, contudo origem histórica ou geográfica para o xamanismo como conhecido hoje, tampouco algum princípio unificador. Outros nomes para sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros, magos, curandeiros e pajés.

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Antropólogos discutem ainda na definição xamanismo a experiência biopsicossocial do transe e êxtase religioso bem como as implicações sociais da definição do xamanismo como fato social, uma tradição equivalente à magia enquanto prática individualizada relacionada aos problemas e técnicas e ciência da sobrevivência cotidiana (agricultura, caça, medicina, etc.) ou ao fenômeno religioso, abstrato, coletivo, normatizador. (Dukheim, Mauss)

O Xamã

O sacerdote do xamanismo é o xamã, que geralmente entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes incomuns, invocando espíritos, plantas etc., através de objetos rituais, do próprio corpo ou do corpo de assistentes e pacientes. A comunicação com estes aspectos sutis da vida pode se processar através de estados alterados de consciência. Estados esses alcançados através de batidas de tambor, danças e até ervas enteógenas.

As variações "culturais" são muitas mas, em geral, o xamã pode ser homem ou mulher, e muitas vezes há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole.

O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.

De acordo com Eliade, entre os manchus e os tungues da Manchúria a tradição dos dons xamânicos costuma ser feita de avô para neto, pois o filho ocupa-se em prover as necessidades do pai, isso no caso dos amba saman (xamãs do clã). Os xamãs independentes seguem a sua própria vocação. O reconhecimento como xamã só pode ser feito pela comunidade inteira depois de uma prova iniciática. Ainda segundo esse autor das referências a distúrbios psicológicos (especialmente no processo de formação) o ideal iacuto de um xamã é: um homem sério, que sabe convencer os que estão à sua volta, não presunçoso nem colérico. Entre os kazak-quirguizes o baqça, guardião das tradições religiosas é também cantor, poeta, músico, adivinho, sacerdote e médico.

Talvez pela experiência do sofrimento antes da iniciação ou experiência de possessão o xamã é confundido com indivíduos portadores de distúrbio mental tipo epilepsia, histeria e psicose, Lévi-Strauss citando os estudos de Nadel e de Mauss na introdução à obra de Marcel Mauss afirma que ...existe uma relação entre os distúrbios patológicos e as condutas xamanísticas, mas que consiste menos numa assimilação das segundas aos primeiros do que na necessidade de definir os distúrbios patológicos em função das condutas xamanísticas... afirma ainda, baseado em estudos comparativos, que a freqüência das neuroses e psicoses parecem aumentar nas regiões sem xamanismo e que xamanismo pode desempenhar um duplo papel frente as disposições psicopáticas: explorando-as por um lado, mas, por outro canalizando-as e estabilizando-as

Organizador do caos

Léo Artése
O xamã, não se autoproclama. Ele é chamado para suas tarefas espirituais, passa por treinamentos e então é reconhecido pelas pessoas de sua comunidade.

Nos primórdios da humanidade, os seres humanos, sentiam-se frágeis perante as forças da natureza e temiam aqueles que não pertenciam aos seus clãs, animais, etc.
Para suprir essas carências, surge o xamã como um "organizador do caos" para despertar a consciência. Assim eles recorriam àquele que era concebido como um guerreiro que atuava com armas espirituais, que faziam a ponte entre o mundo dos homens e espíritos.
A palavra xamã tem sua raiz na Sibéria, vinda da palavra "saman", aparentado com o termo sânscrito "sramana" que significa: inspirado pelos espíritos.

O xamã pode ser homem ou mulher.

O termo xamã foi adotado, pela antropologia, para se referir a pessoas de uma grande variedade de culturas não ocidentais, que antes eram conhecidas como : bruxo, feiticeiro, curandeiro, mago, mágico, vidente, sacerdote, pajé, homem da medicina, o terapeuta, o conselheiro, o contador de estórias, o líder espiritual e outros.

Defini-se o xamanismo como um conjunto de crenças ancestrais que estabelecem contato com uma realidade oculta, ou estados especiais (alterados) de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio saúde para si mesmo e para as pessoas
O xamã, não se autoproclama. Ele é chamado para suas tarefas espirituais, passa por treinamentos e então é reconhecido pelas pessoas de sua comunidade. A iniciação tem um fundamento nas bênçãos recebidas pelos instrutores que passam uma espécie de "autorização espiritual" para conduzir cerimônias. Isso é honrar o conhecimento e não usurpar, e nem banalizar o processo de iniciação espiritual. Trata-se de um sacerdócio. É uma missão de utilidade pública.

Parte-se de um princípio que neste mundo nada é dado de presente, tem que ser aprendido. Tudo é troca. Aquele que tem por destino ser xamã experimenta um certo mal estar, um certo tédio pela vida, tédio de viver num mundo demasiadamente seguro, sensibilidade voltada para o misticismo e para as forças do inconsciente.

Sua vocação é demonstrada por perturbações no comportamento ( loucura controlada), vem também por transmissão hereditária, por decisão pessoal onde passa por provas (jejuns, recolhimentos, sacrifícios corporais...) ou é eleito pelo clã. Iniciado pelos espíritos tem uma vivencia de morte simbólica para posterior ressureição. Permanece dias em locais isolados sem falar, comer, e, quase sem respirar. Geralmente conta em suas provas, ao regressar de sua viagens que seus ossos foram arrancados, sua carne raspada, tem a cabeça decepada, isto é o coma iniciático. Ele deve morrer em seu corpo terrestre para renascer em corpo astral. Esqueletos de pessoas, pássaros ou animais, são alguns dos ornamentos dos siberianos. Simboliza o tempo do nascimento do xamã - meio homem - meio animal.

Muitas iniciações também envolvem atravesssar brasas ( Manchus), nadar sobre o gelo, beber sangue (goldos). Entre os Iacutes, no alto de uma montanha, com o mestre no território das doenças, ensina-se a reconhecer a doença e curá-las. Para cada parte do corpo ele cospé na boca do outro, que deve engolir o seu cuspe para diagnosticar a doença. Os Buriatas faziam a purificação pela água (batismo) com plantas aromáticas e algumas gotas de sangue de bode, para invocar os ancestrais. Segundo Mircea Eliade uma pessoa torna-se xamã por:

1) vocação espontânea (chamamento ou eleição)
2) transmissão hereditária da profissão xamânica
3) por decisão pessoal ou, mais raramente pela vontade do clã.
Mas independentemente do método de seleção, um xamã só é reconhecido como tal no fim de uma dupla instrução:
1) de ordem extática (sonhos, visões, transes, etc.) e
2) de ordem tradicional (técnicas xamânicas, nomes e funções dos espíritos, mitologia e genealogia do clã, linguagem secreta, etc.). É sobretudo a síndrome da vocação mística que nos interessa. O futuro xamã singulariza-se por um comportamento estranho; procura a solidão, torna-se sonhador, adora vaguear nos bosques ou lugares desertos, tem visões, canta durante o sono, etc
Faziam também parte das iniciações o calor (tenda do suor) e com plantas de poder, que proporcionavam o arrebatamento místico, viagens astris etc. Parte-se de um princípio que neste mundo nada é dado de presente, tem que ser aprendido.Aquele que tem por destino ser xamã experimenta um certo mal estar, um certo tédio pela vida, tédio de viver num mundo demasiadamente seguro, sensibilidade voltada para o misticismo e para as forças do inconsciente.

Trata-se de um sacerdócio. Muitas pessoas querem ser xamãs sem conhecerem as obrigações inerentes a essa função, a entrega. É uma missão de utilidade pública. Várias pessoas se denominam, mas o que determina é o trabalho espiritual. Tem gente que se denomina ator político, técnico de futebol, terapeuta, professor. Tem gente que se denomina espiritualista. Tem gente que se denomina Pai-de-Santo. Enfim, no xamanismo também!

Atualmente existem muitas pessoas que se autodenominam xamãs, que no final das contas aprenderam alguns conceitos, mas nunca foram numa floresta, nunca foram a estados profundos de consciência, não estão inseridos numa comunidade espiritual, mas estão dando aulas.

É uma iniciação séria e não uma prática que se aprende em um final de semana. Um xamã transformou a sua vida, conseguiu a sua cura através de profundos processos de morte e renascimento, lidou com perdas, enfrentou entidades, enfrentou sua própria sombra, e obteve o conhecimento essencial e o reconhecimento de seus instrutores para poder compartilhar com os outros. Lembro também que xamanismo não é só praticas de rituais e cerimônias, e sim uma forma de vida, uma nova visão do mundo, que se aplica, primeiramente no condutor.

São anos de preparação. Está além dos rituais é um jeito de viver .Ser um xamã é abraçar um sacerdócio, não é um trabalho somente terapêutico, é uma caridade de alto risco, é assumir uma responsabilidade com o Universo de viver em harmonia com a natureza, de ajudar o próximo, de transformar o ambiente em que vive, de ser aparelho de transformações nas pessoas que dele se aproximam. Uma mudança radical, profunda, verdadeira. Ser xamã não é uma profissão, é um dom.

Ninguém, entretanto, precisa ser um xamã para praticar xamanismo. Você pode ir à missa, sem se tornar um padre. Ser xamã Implica em iniciações e transformações de profundo significado que visam preparar o aprendiz para ajudar o próximo, e passar a sua vida nisso. Não são todos os que estão preparados para abrirem suas vidas para se dedicarem verdadeiramente ao outro. Não se aprende a ser xamã em salões de espaços esotéricos. Neles você encontrará as práticas xamânicas, que lhe colocarão em contato com a egrégora, isto, se o condutor for realmente um iniciado e não um oportunista que nunca se entregou a processos de morte e transformação e só fez o caminho das flores sem tocar nos espinhos. No xamanismo também aprendemos a lidar com o Mundo da ilusão. Perante a sociedade atual em que vivemos é a mesma coisa. Não basta ter conhecimentos médicos, se a sociedade não dá um diploma não é possível exercer a medicina de forma legal. Não basta ter conhecimento sobre as emoções, se não receber um diploma, ou melhor, se não há uma formatura, é possível ser conselheiro, mas não psicólogo ou psiquiatra. Tudo que é sério requer um ritual de passagem, uma iniciação.

Os xamãs carregam o conhecimento espiritual e da vida, passados oralmente, lembrando a sabedoria dos antepassados. Eles conduzem os ritos de passagem, encorajam a comunidade para enfrentar os desafios, aglutinam a consciência comunitária, criando uma identidade grupal. O xamã é um especialista do Sagrado. Ele é capaz de mover-se entre os diversos estados de consciência. O xamã é uma pessoa que trabalha em Estado Alterado de Consciência ( estado extático, transe, estado transcendente - onde a pessoa percebe uma "realidade incomum".) e deve conhecer os métodos básicos para realizar esse trabalho. Os xamãs são grandes conhecedores da floresta e das propriedades das plantas .

O xamã é o especialista do invisível.

Xamanismo Ancestral

A palavra Xamanismo nos remete inicialmente à imagens de índios ou pagés ao redor de uma grande fogueira, dançando, batendo seus tambores ou realizando alguma cura na floresta. O Xamanismo não deixa de ser isso também, mas é muito mais do que isso. Poucas pessoas compreendem a origem do Xamanismo, “a mais antiga prática espiritual da humanidade“ e muito menos ainda sobre suas tradições.

Muitos autores ainda apontam que a palavra Xamanismo é de origem Siberiana. Mais alegamos aqui que o termo Xamanismo surgiu muito antes de ser a antiga religião dos mongóis e das nações circunvizinhas à Sibéria. De fato, o Xamanismo teve muita influência do povo molgol, porém, surgiu muito antes. O termo Xamanismo surgiu antes mesmo da era védica. Antecedendo inclusive os Dravidas, a primeira grande civilização indiana.

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O Xamanismo surgiu no mais antigo grupo social da Índia, os proto-australóides, os primeiros aborígenes indianos, os quais tinham sua cultura estruturada no totemismo, sendo a Serpente o principal símbolo de reverência desta primeira tradição xamânica, conhecidos como Nagas, adoradores da Serpente e dos Yaksas (espíritos da natureza – pedras, animais, árvores, rios, montanhas, estrelas e etc). A Serpente sempre representou o símbolo da virilidade, do conhecimento e da magia, aliada aos espíritos da natureza, formando assim, o panteão mítico que, em seu início, influenciou os primeiros rituais xamânicos, e o desenvolvimento das crenças do Hinduísmo e da Filosofia Védica. Posteriormente, na era védica (período de formação dos quatro Vedas), encontramos resquícios culturais dessa primeira tradição, expressado pelos hinos, mantras e encantamentos do Atharva Veda, a última das quatro primeiras escrituras sagradas da Índia.

O valor dos Nagas (Serpentes) pode ser encontrado no Satapatha Brahmana do Rg Veda, onde os antigos xamãs reconhecem que o verdadeiro conhecimento, Veda, é o saber dos Nagas e que estes seres preservam as ciências antigas e os segredos dos poderes mágicos da cura. Determinadas famílias e antigas dinastias reais citam os Nagas como seus primeiros ancestrais. Os primeiros deuses, os doze filhos de Aditi, eram originalmente Serpentes.
Os primeiros aborígenes da Índia, falavam dialetos de características Munda e Kolária, similares ao grupo linguístico da indo-china, Mon-Khmer. Possuiam pele clara, cabelos ondulados e traços físicos e facias parecidos com os povos da antiga Birmânia, Malásia, Sri Lanka, Sumatra, Ilhas Célibes e Austrália.

Só após o crescimento da Civilização Dravida do Vale do Indo, que grande parte das comunidades aborígenes foram estruturadas, enquanto outra parte migrava para regiões mais afastadas, como China, Mongólia, Sibéria, Tailândia e toda a Oceania, dando continuidade às suas tradições.

Em seguida, o Xamanismo sofreu muita influência do Budismo, que se espalhou da Índia para toda a Ásia. Na China também o Xamanismo foi influenciado pela filosofia de Lao Tse. Até o Zoroastrismo que adota o culto à Natureza influenciou o Xamanismo.

O ponto de maior fragilidade do Xamanismo foi quando passou a ser influenciado pelo Cristianismo.

Nota-se então, que o Xamanismo foi a primeira prática espiritual que a humanidade adotou e que sofreu influências de diversas religiões e correntes filosóficas e espiritualísticas.
O Xamanismo Ancestral é a prática de Xamanismo mais antiga da humanidade. Evidenciada atualmente pelas remanescentes tradições xamânicas da Índia, os Shantals, Gonds, Bhils, Khasis, grupos aborígenes da Índia Central, das Ilhas Nicobar no Golfo da Bengala, Sri Lanka, grupos aborígenes do Nepal, como os Tamangs, Boudhas e do Tibet.

Os proto-astralóides, influenciaram todo o modo de vida dos indianos, assim como o desenvolvimento de sua cultura. Existem diversas constatações que esses primeiros aborígenes foi quem influenciaram muito profundamente a formação de todo o indianismo e Hinduísmo, étnica e lingüísticamente. Mesmo ainda sendo nomeados como “povos da idade das pedras”, a cultura que desenvolveram serviram como base para muitas civilizações modernas, e seu primitivismo, de certa maneira, transforma as concepções mais atuais em imaturas, pois esta primeira tradição tinha alto grau de refinamento e uma profunda sensibilidade das realidades vísiveis e invisíveis. Mesmo vivendo um estilo de vida voltado à natureza, eles não eram selvagens, e ainda por cima, desenvolveram a tal ponto suas concepções artísticas, filosóficas e sociais.

O Xamanismo Ancestral foi quem primeiro divinizou o Sagrado Feminino em toda a história da humanidade, dando assim o surgimento de uma série de religiões pagãs que praticavam o culto sagrado à Grande Deusa. Por isso todas as tradições xamânicas do mundo reverenciam e reconhecem o Sagrado Feminino sempre representado por uma figura feminina, associada à cultura ou região do planeta onde se pratica determinadas tradições xamânicas. A Índia é o berço de toda a nossa história. A mais de 40 mil anos os xamãs ancestrais mantêm acesa a chama desse conhecimento multimilenar. E como o Xamanismo Ancestral se desenvolveu demasiadamente na era védica, nosso Sagrado Feminino, a mãe-Terra, é então simbolizada pela figura de Parvati, a consorte eterna do Senhor Shiva em seu aspecto Shankara, o grande Deus Índio, e tendo Narada Muni como o arquétipo do verdadeiro xamã, o eterno cosmonauta.
Infelizmente, este conhecimento manteve-se secreto e disponível apenas aos iniciados no Xamanismo Ancestral e em religiões pagãs, devido a repressão religiosa da Idade Média.

No Xamanismo Ancestral, Shiva e Parvati, exteriorizam o arquétipo do Pai-Céu e da Mãe-Terra. Da união deste casal cósmico nasce então Ganesha, o fruto da consciência xamânica, o primeiro xamã. O filho que trás para a mundo o despertar da consciência cósmica, o libertador dos obstáculos impostos pela mente humana. Aquele que desce ao inferno de sua própria consciência e depois retorna ao estado de consciência transcendental, como o acordar de um aterrorizante sonho.

Para o Xamansimo Ancestral o Senhor Shiva e sua consorte Parvati representam expansões plenárias da energia interna do Grande Espírito em Seu estado mais sutil.
Grande Espírito é o Senhor Krishna, A Suprema Personalidade que reside no Universo Vaikuntas (a morada eterna transcendental) e que também possui sua contraparte feminina, Radharani, que não vive separada de Krishna. Ambos não são diferentes, são faces da mesma energia. Tudo que existe e inexiste na existência manifesta e não manifesta se expande e se retrai. A força de expansão é energia masculina e em contraparte tudo que se retrai é energia feminina. Este simbolismo está em tudo na natureza, no Yin e o Yang, no homem e a mulher, dentro e fora, acima e abaixo.

Compreender o simbolismo do casal Shiva e Parvati é como colocar a chave do portal da Quarta Direção do Sagrado Caminho do Xamanismo Ancestral em sua fechadura, para liberar-se (moksha) desta existência e assim assegurar o vôo rumo ao Grande Espírito.
O poder da mulher e sua capacidade de gerar vida já foi muito sagrado na antiguidade, mas como passou a ameaçar a ascenção da igreja predominantemente masculina na Idade Média, passou-se então a demonizar o Sagrado Feminino e identicá-la como impuro. O conceito de “pecado original” foi criado pelo homem e não pelo Grande Espírito, mediante o qual Eva provou a maçã e causou a queda da raça humana. Assim, a mulher que antes era sagrada, porque dava a vida, agora era o inimigo.

O nascimento de uma criança sempre foi um evento místico e poderoso. Lamentavelmente, a filosofia impositiva da Idade Média decidiu fraudar o poder criador da mulher, ignorando a verdade biológica e tornando o homem Criador. O Gênesis bíblico foi o início do fim para a Grande Deusa.

Porém, quando o Cristianismo surgiu, o Xamanismo e as velhas religiões pagãs não morreram com facilidade, só agora, na transição da era de Peixes para a de Aquário estamos nos libertando de toda imposição e egocentrismo masculino imposto na Idade Média, e resurgindo.

O peixe também é o símbolo de Jesus, por isso o ideal pisciano era que poderes mais altos disessem ao homem o que fazer, pois ele era incapaz de pensar por si mesmo. Daí a era de Peixes ter sido uma época em que a religião cristã era tão fervorosa. Já os ideais aquarianos prezam pelo despertar da Verdade Absoluta e levará o homem a pensar por si mesmo. A mudança ideológica é tamanha e já está ocorrendo neste momento. Não entramos ainda na era de Aquário, entraremos aproximadamente no ano de 2.160 DC, porém, por já estarmos na transição as vibrações aquarianas já se tornam evidentes.

PARTE 2


Fonte: http://www.terra.com.br/planetanaweb
http://www.xamanismo.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xamanismo
http://www.xamanismoancestral.com.br/xamanismo.html