VERDADES INCONVENIENTES

“As crianças estão precisando de tapa na bunda”, diz terapeuta infantil

paldor1Por Rafael Bergamaschi,21/10/2011 - Para Denise Dias, que lança livro favorável à adoção de formas físicas de punição, falta de limites cria “geração de delinquentes”. Como explicar a uma criança a forma correta de agir? A dúvida, comum a muitas mães, divide especialistas. Mas há um ponto em que todos parecem concordar atualmente: bater para educar seria pouco eficaz ...

e traumatizante para a criança. Poucos seguem outra linha de raciocínio. É o caso da terapeuta infantil Denise Dias, que lançou em outubro deste ano o livro “Tapa na Bunda – Como impor limites e estabelecer um relacionamento sadio com as crianças em tempos politicamente corretos” (Editora Matrix). Desde 1998 o conselho da União Europeia está em campanha contra as palmadas. Ao todo, 22 países europeus, como Suécia, Áustria e Alemanha, criminalizaram punições físicas. Publicada em abril de 2010, uma pesquisa realizada com crianças entre três e cinco anos por cientistas da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, constatou que aquelas cujos pais costumavam disciplinar com tapas tinham 50% mais chances de desenvolver agressividade. No Brasil, tramita no congresso desde 2002 um projeto de lei que visa proibir as palmadas. Apoiado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por estrelas como Xuxa, o assunto ganhou notoriedade.

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Com mais de dez anos atendendo crianças e adolescentes, inclusive em instituições dos Estados Unidos, Denise, no entanto, não vê problemas na adoção da palmadas educativas. “As crianças estão precisando de tapa na bunda”, diz a terapeuta. Ela vê a carência na imposição de limites às crianças como um dos principais problemas da geração atual: “virou uma bagunça tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes”. Confira a entrevista que ela concedeu ao Delas .

iG: Qual a ideia central do livro?

Denise Dias: Eu vejo que as palmadas que os pais dão nos filhos, de vez em quando, não têm mal nenhum. “Monstrualizaram” a educação doméstica. Não se pode mais falar em tapa ou em castigo . Não se pode mais falar que os pais mandam nos filhos. Virou uma bagunça tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes. Podemos até falar que é uma geração drogada e prostituída também. A quantidade de jovens usuários de drogas só cresce ano após ano, isso não é falta de informação, é falta de limite. O que é, muitas vezes, imposto com um tapa na bunda.

iG: Qual a diferença entre palmada e agressão?

Denise Dias: Não existe um “tapômetro” para mensurar isso quantitativamente. No Reino Unido, quando um pai é julgado (por algum tipo de agressão ao filho), eles observam se foi deixada alguma marca na criança. Esta seria uma forma mais palpável de medir.

iG: Um capítulo do seu livro fala sobre “criar monstros”. Você pode explicar essa ideia?

Denise Dias: Em uma escada de hierarquia, onde ficam os pais? No topo. Onde ficam os filhos? Lá embaixo. Os pais possuem autoridade indiscutível perante os filhos. Para uma criança crescer saudavelmente, ela precisa de um adulto seguro que diga o que pode e o que não pode ser feito. Hoje em dia, ao invés de colocar limites, eles (os pais) estão filosofando excessivamente com as crianças. Costumo dizer que os pais ficam com “teses de doutorado”, explicando demais para uma criança de quatro, cinco anos de idade cujo cérebro não está formado adequadamente para formar abstração, formar filosofia. Por isso que um pai que mora no décimo andar não tenta explicar para a criança que ela pode cair da varanda. O que ele faz? Coloca rede em todas as janelas. É só uma criança, ela paga para ver.

G: Você acha que a palmada é a melhor forma de exercer autoridade?

Denise Dias: Não. Acho que é uma das alternativas e, muitas vezes, é o que resolve. Tem crianças que nunca precisam levar uma palmada, a mãe olha e ela já obedece. Tem criança, no entanto, que faz alguma coisa errada e, por mais que a mãe coloque-a de castigo e tire privilégios, continua mexendo onde não deve mexer. O que adianta? O que ela está pedindo? Tapa na bunda. As crianças estão precisando de tapa na bunda.

iG: Não existem outras formas de exercer a autoridade, como saber dizer “não”?

Denise Dias: Com certeza. Isso eu abordo com clareza no meu livro. O tapa na bunda é um último recurso, mas muitas vezes ele é necessário.

iG: Como saber quando ele é necessário?

Denise Dias: Quando você já chamou a atenção da criança, já tentou fazê-la parar de fazer o que não deveria estar fazendo, já tentou colocar de castigo e mesmo assim ela continua. O que essa criança está pedindo? Limites. Tem criança para as quais basta dizer algo como “vai ficar sem o cinema hoje”, que ela aprende. Ela não gosta daquilo, então se comportará, em uma próxima vez, para que não aconteça de novo. Mas existem crianças que testam incansavelmente os pais. São esses adolescentes que crescem e queimam um índio, atropelam skatistas...

iG: Bater nas crianças não pode ser considerado um pouco primitivo?

Denise Dias: De forma alguma. Uma coisa é a palmada, depois que já tiveram vários outros tipos de punições que não deram certo. Outra coisa é um pai que chega estressado do trabalho, a criança faz algo como derrubar suco na mesa, por exemplo, e o pai, na sua ignorância, lasca um tabefe na criança. São situações muito diferentes.

iG: Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que visa proibir a palmada?

Denise Dias: Eu sou contra. Ele não é necessário. O Estatuto da Criança e do Adolescente já protege contra a violência. Vamos definir “violência”. A criança brasileira está prostituída na rua, está na cracolândia... A criança brasileira está chegando ao quinto ano do ensino público sem saber fazer uma conta de subtração. Isso é violência. Agora o congresso quer criminalizar uma palmada que um filho que olha para o pai e fala “cala a boca, seu idiota” toma? O pai que não coloca limites no filho está criando um monstro.

iG: O que levou você a escrever este livro agora, na contramão de diversos estudos e correntes pedagógicas que pregam justamente o fim das palmadas?

Denise Dias: Para dizer a verdade, no meu convívio profissional o que eu mais conheço, graças a Deus, são profissionais a favor de umas palminhas para educar. Eu vinha escrevendo o livro desde 2009. Quando deu o boom sobre o assunto, por conta do projeto de lei, comecei a correr para terminar o livro.

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“Lei da Palmada” merece uma surra

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2014, por Regis Tadeu - Sim, o título deste texto foi escrito para chocar mesmo, principalmente aqueles que aplaudiram a ridícula iniciativa de alguns de nossos parlamentares, que já conseguiram solucionar todos os problemas do Brasil e agora, na falta do que fazer, resolveram – mais uma vez! – “jogar para a galera” e elaborar uma tal “Lei da Palmada”.

Não poderia ser diferente, né? Afinal de contas, estamos em ano de eleição e sempre pega bem estas exibições de correção política, mostrar que os deputados estão realmente preocupados com a “segurança de nossas crianças”. Isto rende muitos votos, certo?

Com tantas coisas para se resolver neste País abandonado pela razão e pelo bom senso, as "excelências" apelam novamente para propostas popularescas e absurdamente inúteis, como esta “lei da Palmada”, que agora passou a ser conhecida como “Lei Menino Bernardo”, em uma duvidosa 'homenagem' ao garoto que foi barbaramente assassinado no Rio Grande do Sul recentemente, supostamente pela madrasta e pelo pai.

Mais do que uma 'homenagem' ao menino morto, trata-se de um evidente e rasteiro golpe de marketing eleitoreiro para atingir em cheio o coração da comoção pública que tal crime causou. O que você queria? Que os políticos brasileiros tivessem um mínimo de escrúpulo? Claro que não, né? Isto é impossível.

Antes que você comece a bufar de raiva com o que escrevo, um alerta: sou absolutamente contra qualquer tipo de castigo físico contra crianças, adultos, velhos, marcianos, golfinhos e qualquer ser vivo. Ah, agora você está confuso, tentando entender a minha posição? Eu explico: castigo físico e agressão é uma coisa, uma palmada corretiva que uma mãe ou um pai dá em seu filho mal educado e birrento é outra. Completamente diferente. E posso explicar isto justamente porque não sou pai e nem pretendo ser...

Primeiro, é preciso que você entenda que a tal lei nada tem a ver com aquela barbaridade hedionda. Depois, é preciso separar uma coisa da outra. Dar uma palmada corretiva em uma criança que ainda está em fase de formação e, por não entender muito bem o que acontece à sua volta, testa constantemente os limites impostos pelos pais, é diametralmente oposto a uma surra que venha a causar traumas futuros da meninada. Nada a ver.

Pergunte a qualquer pai e mãe quantas vezes eles são ou forma obrigados a agir de maneira mais ríspida quando as crianças – assim com fazem filhotes de milhares de espécies animais – testam os limites da disciplina imposta pelos pais para que não se transformem em mini vikings ou “periguetes de tenra idade”.

Muitas vezes, palavras e broncas não resolvem certas situações. Sei disto porque vejo meus amigos e amigas passando por apuros tremendos com seus respectivos pimpolhos justamente porque não souberam ensinar noções definitivas do que é certo e errado. É desesperador em certos momentos. Eu mesmo tomei várias palmadas de meus pais em minha infância até aprender que certas atitudes não devem fazer parte de minha vida e de meu convívio com outras pessoas. Não me tornei nenhum serial killer por conta disto...

A questão toda é muito simples: não é necessário o Estado dizer aos pais como eles devem criar seus filhos. Se uma criança foi surrada ou agredida pelos pais ou por quem quer que seja, cadeia nos agressores. Simples. Tanto isto é verdade que a madrasta e o pai do tal garoto Bernardo estão em cana, aguardando a denúncia jurídica formal por parte dos promotores de Justiça e o posterior julgamento. Outra coisa: o excesso de demagogia faz com que as pessoas esqueçam que já existem leis específicas contra o abuso de violência em relação a todo mundo, criança, jovem, adulto ou velho.

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Absurdamente inconcebível é que, a partir de agora, um pirralho execrável possa ter a total liberdade de transformar a vida dos pais, do restante da família e da comunidade em que vive em um inferno dantesco. Garotos e garotas cruéis, que mais se assemelham a pequenos bandidos, não vão mais precisar testar os limites da educação dada pelos pais. Pessoas vão começar a chamar a polícia no instante em que virem os pais dando um puxão de orelhas ou uma palmada na bunda de seus filhos. É o fim da picada!

É óbvio que o Congresso e o Senado vão aprovar esta lei estapafúrdia. Incapazes de fazer algo que realmente melhore a vida do cidadão em termos de saúde, educação e situação econômica, política e social, políticos demagogos tratam de ludibriar a população incauta com regulamentações inúteis. Que merda de país o Brasil se tornou, hein?


Fonte: http://delas.ig.com.br/
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