VERDADES INCONVENIENTES

Genocídio contra o Falun Gong na China

símbolo do falun gong20 de Julho de 2009 - 10 Anos de Genocídio contra o Falun Gong na China. Por Felipe G. Santiago 19/07/2009 - A reportagem a seguir fala sobre o Falun Gong, uma prática de meditação e exercícios que está beneficiando milhões de pessoas em cerca de 110 países e oferece uma visão geral sobre o porquê da atual repressão do Partido Comunista Chinês aos seus aderentes na China continental e aos princípios da Verdade Compaixão e Tolerância. Há relatos deextripaçoes de órgãos dos ...

praticantes do Falun Dafa para vende-los no mercado de implantes, campos de trabalho forçado e varias outrastorturas cometidas pelo governo Chinês. A reportagem a seguir fala sobre o Falun Dafa (ou Falun Gong), uma prática de meditação e exercícios que está beneficiando mais de 100 milhões de pessoas em cerca de 110 países e oferece uma visão geral sobre o porquê da atual repressão aos seus aderentes na China continental. Os praticantes de Falun Gong estão sendo alvo de uma perseguição violenta pelo Partido Comunista Chinês (PCCh), o que têm resultado em um número incontável de mortes por tortura nos vários campos de trabalhos forçados,  prisões e hospitais psiquiátricos, para onde estes prisioneiros de consciência costumam ser enviados logo após a detenção. Quando libertados, exânimes, freqüentemente o são para morrer em casa, afastando a culpa dos reais assassinos, a saber, médicos, oficiais do governo e policiais torturadores.

Com a intensificação da perseguição vieram à tona denúncias de que estas pessoas inocentes, por toda a China, estavam sendo vítimas de extirpações de seus órgãos vitais, enquanto ainda vivos, para o lucrativo comércio de órgãos humanos no mercado de transplantes, o que explicava o aparecimento de corpos com partes faltando e a disparidade entre o número de transplantes realizados anualmente no país e o número de fontes identificáveis dos órgãos. Tais denúncias foram comprovadas como sendo verdadeiras por uma investigação independente e no mundo inteiro protestos pacíficos pelo fim desta perseguição aos praticantes de Falun Gong, nas ruas e em frente aos consulados da China, têm chocando e comovido os corações da comunidade internacional.

A fonte assinala que muitos praticantes do Falun Gong têm sido detidos desde julho de 1999 e enviados para a reeducação pelo trabalho sem qualquer julgamento, porque eles se recusam a renunciar às suas crenças. Outros seguidores foram condenados a períodos de prisão.? (Relatório das Nações Unidas sobre detenção arbitrária -11 de dezembro de 2001)

O que é Falun Dafa (ou Falun Gong)?

Falun Dafa é uma prática milenar de cultivo do estado Buda, composta de exercícios suaves e meditação e da valorização de virtudes, tão bem como a promoção de valores morais tradicionais, através cultivo dos princípios de Zhen Shan Ren - traduzidos como Verdade, Compaixão e Tolerância - os quais seus praticantes acreditam ser a Lei Maior do Universo (Dafa). Ao longo da história, foi transmitido oralmente de um mestre para um único aprendiz a cada geração e em 1992 após uma reestruturação, foi introduzido ao público pelo mestre Li Hongzhi. O Falun Dafa é definido como uma pratica de cultivo de mente e corpo, ou natureza e vida. Mente, ou natureza, é cultivada a partir dos estudos e do esforço diário para se agir e pensar em conformidade com os princípios de Zhen Shan Ren nas relações interpessoais, buscando-se a perfeição espiritual em uma vida harmoniosa na sociedade.

A parte do cultivo do corpo, ou vida, consiste na prática das cinco séries de exercícios de qi gong (ou chi kung), compostos de movimentos suaves e harmoniosos que promovem a melhora da saúde a partir da elevação e refinamento dos níveis de energia do corpo. As práticas de qi gong têm profundas raízes históricas nos valores e na cultura tradicional da China, os quais são apreciados e resgatados pelos praticantes. O livro central do Falun Dafa chama-se Zhuan Falun (Girando a Roda da Lei) e todos os livros e vídeos para o aprendizado do Falun Dafa encontram-se disponíveis gratuitamente em diversos idiomas na internet.

A Violenta Perseguição na China ? por quê e como começou?

Song Cuiling, 52 anos, Cidade de Zhangjiakou, Província de Hebei. Em 5 de maio de 2002, ela foi detida na Praça Tiananmen, enquanto estava apelando para o fim da perseguição ao Falun Gong. Ela foi enviada para o Centro de Detenção de Zhangjiakou onde foi submetida à tortura. Ela passou por uma greve da fome para protestar contra a perseguição e foi torturada até a morte em 20 de maio 2002.? (Nações Unidas - Theo Van Boven, Relator Especial - Direitos Civis E Políticos, Incluindo As Questões De: Torturas e Detenções - 30 de Março de 2005)

Antes de 1999, pessoas de todas as classes sociais, incluindo muitos membros do Partido Comunista, praticavam os exercícios do Falun Gong em parques e praças por toda a China. Autoridades comunistas até mesmo promoviam o Falun Gong. No entanto, no verão de 1999, incontáveis aderentes lotaram as ruas da capital da China para protestar contra uma proibição ilegal, que em breve se transformaria no que advogados de direitos humanos se refeririam como um genocídio contra o Falun Gong.

praticantes do falun gong

Como no Massacre da Praça Tianamen em 1989, o início deste genocídio foi determinado por um punhado de oficiais do Partido Comunista na mais alta posição, com o então presidente Jiang Zemin como principal instigador, apesar da oposição de muitos outros oficiais e membros do partido. Estava evidente, desde o início, que havia uma dicotomia de pensamento dentro do próprio Partido Comunista, uma vez que uma estimativa de 30 por cento dos membros do partido praticavam Falun Gong. As sementes da perseguição foram inicialmente plantadas em 1996. Embora o Falun Gong tivesse recebido inúmeros prêmios e homenagens de muitos quartéis, incluindo vários departamentos do governo, os amplamente famosos livros do Falun Gong foram banidos e o jornal estatal Guangming Daily publicou seu primeiro artigo criticando o Falun Gong.

Em Julho de 1998, o ministro da segurança pública emitiu o Documento No 555, intitulado Investigação sobre o Falun Gong, alegando que o Falun Gong era um culto herético. O ministro deu início a uma série de investigações, buscando evidências para sustentar suas conclusões e policiais começaram a perturbar locais de prática, grampear telefones e vasculhar as casas aderentes que ajudavam a organizar atividades. A mídia estatal inclusive reforçou seus ataques contra o Falun Gong.

Em 25 de Julho, na cidade Changde, Zhou Zhi, do sexo masculino, um praticante de FLG do local de prática do Distrito de Dingcheng - na cidade de Changde -, foi, supostamente, brutalmente espancado pela polícia, quando argumentou com os policiais enquanto estes vasculhavam a sua casa. Segundo relatos, todo o seu dinheiro e outros pertences foram levados pela polícia.? (Anistia Internacional - Relatório sobre Tortura e Maus Tratos aos Seguidores do Falun Gong)

Em justaposição a isto, no fim de 1998, um estudo conduzido pela Comissão Estatal de Esportes da China estimou que mais de 70 milhões de pessoas estavam praticando Falun Gong na China. Em 1999, um oficial da Comissão Nacional de Esportes da China, falando com o U.S. News & World Report, declarou que o Falun Dafa ?Pode economizar 1000 yuan para cada pessoa em despesas médicas anuais. Se 70 milhões de pessoas o estão praticando, isto equivale a 70 bilhões de Yuan economizados em despesas médicas por ano.? O mesmo oficial notificou, ?o primeiro ministro Zhu Rongji está muito contente com isso.?

Qiao Shi, que havia servido um período como presidente da Comissão Permanente do Congresso Popular Nacional e vinha sendo um membro do Politburo, conduziu sua própria investigação, juntamente com outros altos membros do Congresso, sobre as alegações do Documento 555. Após meses de investigação, o grupo concluiu, ?O Falun Gong traz centenas de benefícios para o povo e a nação da China e não causa nenhum dano.?

Apesar destes relatórios, em abril de 1999, o primeiro grande incidente ocorreu em Tianjin, aonde o antigo chefe de propaganda e físico, He Zouxiu, desvirtuou o Falun Gong e o qigong em geral em uma entrevista para a revista de uma universidade de Tianjin. Aderentes do Falun Gong locais se reuniram lá, pedindo para que a revista chamasse a atenção sobre o dano causado à sua reputação. Em 23 e 24 de abril, pela primeira vez, a polícia interveio, espancando e prendendo 45 praticantes.

No dia seguinte, 25 de abril, mais de 10.000 praticantes foram ao Posto de Petições do Conselho Estatal em Beijing para apelar sobre o incidente de Tianjin. Eles foram dirigidos em torno do complexo murado do governo em Zhongnanhai e encontraram-se com o então primeiro ministro Zhu Rongji, pedindo pela libertação dos praticantes detidos, pela suspensão da proibição da impressão de livros e para que se permitisse que a prática prosseguisse sem interferências. O Sr. Zhu ordenou a libertação dos praticantes em Tianjin e reassegurou aos praticantes que o Falun Gong não seria proibido.

Apesar disso, Jiang Zemin, entendendo-se enciumado porque o Falun Gong havia reunido mais seguidores do que o Partido Comunista Chinês (PCCh), assim potencialmente erodindo sua base de poder, criou a 6-10, uma agência secreta com um mandato para erradicar o Falun Gong, em 10 de Junho de 1999. Ele concedeu à agência autoridade extralegal sobre os níveis locais da polícia, do governo e tribunais. A agência 6-10 posteriormente tornou-se e continua sendo a ferramenta básica para prisões, torturas e assassinatos de aderentes do Falun Gong.

?Fan Yaxiong, 42 anos, presidente de Ensino e Orientação da Escola Secundária Nº15, Cidade de Zhangjiakou, Província de Hebei. Em maio de 2000, ela foi detida em Beijing, enquanto se manifestava contra a perseguição ao Falun Gong. Os funcionários da ?Agência 610? (organismo criado especificamente para perseguir o Falun Gong) enviaram-na para o hospital psiquiátrico Shalingzi onde recebeu injeções com drogas nocivas ao sistema nervoso. Em junho de 2000, ela foi condenada a três anos de educação através de trabalhos e foi torturada no Campo de trabalhos forçados Tangshan. Ela foi libertada no final de 2000 e morreu em casa pouco tempo depois.? (Nações Unidas - Theo Van Boven, Relator Especial - Direitos Civis E Políticos, Incluindo As Questões De: Torturas e Detenções - 30 de Março de 2005)

Jiang ordenou uma perseguição em pleno desenvolvimento em 20 de Julho de 1999, quando a polícia começou a prender pessoas as quais considerava serem organizadores chave. Em 22 de julho de 1999, um ataque repentino da mídia teve início. Ondas de rádio, telas de televisão e colunas de jornais foram preenchidas, dia e noite, com ataques ao Falun Gong. Até mesmo protestar contra a proibição foi tornado ilegal. Após apenas sete dias nesta campanha, as autoridades se vangloriavam por haver confiscado mais de dois milhões de livros ?ilegais? do Falun Gong; a Secretaria de Segurança Pública até mesmo orquestrou comícios para a queima de livros. No momento da repressão, Jiang declarou que ele e o PCCh aniquilariam o Falun Gong em três meses.

A peça central da propaganda

A determinação da China para impedir que a imprensa estrangeira cubra as atividades e a repressão do governo ao Falun Gong ilustra claramente a sua rejeição da congregação de notícias independentes. (Repórteres Sem Fronteiras)

A mídia estatal alegou em janeiro de 2001 que praticantes de Falun Gong haviam ateado fogo em si mesmos durante um protesto na Praça Tianamen. Esta então chamada auto-imolação tornou-se a peça central da propaganda do partido contra o Falun Gong. Imagens de uma menina queimada voltaram muitos chineses contra o Falun Gong.

Contudo, investigações conduzidas pelo Washington Post e outros, as quais incluíam análises em câmera lenta da filmagem de vídeo do próprio partido, levantaram sérias dúvidas sobre a versão do PCC e postularam que este incidente pode ter sido encenado e orquestrado para desacreditar o Falun Gong.

O regime (chinês) aponta o incidente de uma suposta auto-imolação na Praça Tiananmen em 23 de janeiro de 2001, como prova de que o Falun Gong é um ?culto perverso?. Porém obtivemos um vídeo desse incidente, que do nosso ponto de vista, prova que esse evento foi armado pelo Governo?. (Subcomissão da ONU sobre a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos ? sessão de 2001)

Na seqüência deste episódio, as detenções aumentaram rapidamente e dezenas de milhares de aderentes do Falun Gong foram enviados a centros de lavagem cerebral, prisões, campos de trabalho e hospitais psiquiátricos para serem espancados, abusados sexualmente, alimentados à força, receberem injeções com drogas nocivas ao sistema nervoso e sofrerem lavagem cerebral, com milhares sendo torturados até a morte e mutilados. O Relatório Nacional sobre Práticas de Direitos Humanos de 2007 do Departamento de Estado dos E.U.A. declarou que Manfred Nowak, Relator Especial da ONU sobre Tortura, alegou que 66 por cento de todas as vítimas de torturas alegadas enquanto sob custódia do governo eram aderentes do Falun Gong.

Relatórios sobre extirpações de órgãos começaram a surgir e em 2006, David Kilgour, membro sucessivo do Parlamento do Canadá, e David Matas, um internacionalmente aclamado advogado de direitos humanos, estudaram tais alegações e concluíram que elas eram verdadeiras, publicando seus resultados no relatório Blody Harvest (Colheita Sangrenta). Em 2007, eles expuseram que havia no mínimo 41.000 casos nos quais órgãos extirpados poderiam apenas ter vindo de aderentes do Falun Gong. Os procedimentos, eles sugeriram, foram freqüentemente realizados enquanto as vítimas ainda estavam vivas.

"Um número de familiares de praticantes do Falun Gong que morreram em detenção informaram terem visto os corpos de seus entes queridos com incisões cirúrgicas e com partes de seus corpos faltando. As autoridades não deram nenhuma explicação coerente para estes corpos mutilados." (Matas e Kilgour ? Blody Harvest )

"Baseados em nossas investigações adicionais, reforçamos a nossa conclusão original de que as alegações são verdadeiras. Cremos que houve e continua ocorrendo até hoje uma subtração de órgãos não voluntária de praticantes do Falun Gong em grande escala."( Matas e Kilgour)

Dez anos se passaram e o genocídio contra o Falun Gong ainda não diminuiu. Por causa da repressão total da mídia e da internet na China, os cidadãos chineses e ainda muitos oficiais comunistas não sabem ou compreendem a verdadeira história sobre o Falun Gong ou o grau do genocídio contra seus aderentes.

 

links para mais informações;

-sobre o que é o Falun Dafa - www.falungongbrasil.net
-sobre a perseguição www.flghrwg.net/
-sobre os roubos de órgãos dos praticantes -www.organharvestinvestigation.net
-Vídeo em português:  http://www.youtube.com/watch?v=gDBhkp0xO9o