CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Brasileira cria sistema que torna água potável

braa102/01/2018 - A brasileira Nadia Ayad é mais uma profissional formada em engenharia de materiais pelo Insituto Militar de Engenharia (IME) do Rio de Janeiro. No seu currículo, porém, ela já leva um prêmio internacional. Nadia desenvolveu um mecanismo de filtragem e um sistema de dessalinização de água, fazendo com que se torne potável a partir do uso de grafeno — um material composto por átomos de carbono e visto como uma alternativa de impacto positivo para o futuro, dada sua alta capacidade de conduzir eletricidade. Nadia baseou seu projeto na necessidade de métodos eficientes de tratamento e dessalinização de água para o futuro. Segundo ela, por causa da urbanização, globalização e ameaça de mudanças climáticas quase metade do mundo viverá em áreas com recursos hídricos limitados. "Eu pensei que a característica ...

única do grafeno e suas propriedades, incluindo seu potencial para dessalinização e propriedades de filtragem, poderiam ser parte da solução”, disse em comunicado do Global Graphene Challenge, o prêmio que venceu. “Eu sou fascinada pelo estudo e aplicações de materiais avançados.”

O que levou Nadia a optar pela engenharia de materiais foi seu interesse por materiais que auxiliassem na saúde do ser humano. “Eu sempre fui interessada em medicina regenerativa e como poderíamos usar materiais avançados para tratar e melhorar o corpo humano”, disse. Entre 2014 e 2015, ela recebeu auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do programa Ciências sem Fronteiras, e passou um ano na Universidade de Manchester. Em 2017, ingressou em um programa de pós-doutorado em bioengenharia na Universidade da Califórnia em Berkeley.

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“Com a crescente urbanização e globalização no mundo e a ameaça das mudanças climáticas, a previsão é de que num futuro não muito distante, quase metade da população do planeta viva em áreas com pouquíssimo acesso à água. Há uma necessidade real de métodos eficientes de tratamento de água e dessalinização. Pensei que a natureza única do grafeno e suas propriedades, incluindo seu potencial como uma membrana de dessalinização e suas propriedades de peneiração superiores, poderiam ser parte da solução”, disse Nadia.

Nadia venceu o Global Graphene Challenge, criado pela empresa sueca Sandvik Coromant. A premiação pediu aos concorrentes que enviassem projetos envolvendo o uso de grafeno. Como prêmio, ela ganhou o direito de visitar a sede da Sandvik Coromant, na Suécia, e o Graphene Centre na Universidade de Tecnologia Chalmers. A competição aconteceu entre abril e maio de 2016 e estava aberta para projetos de todo o mundo, todos partindo do uso de grafeno. “O grafeno é um material com alto potencial para inovação em muitas áreas”, afirmou Patrik Carlsson, diretor do Graphene Centre na Universidade de Tecnologia Chalmers e um dos avaliadores.

 

Fonte: https://epocanegocios.globo.com
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