QUALIDADE DE VIDA

Esteróides Anabolizantes

esteroides20Os esteróides androgênicos anabólicos (EAA ou AAS - do inglês Anabolic Androgenic Steroids), também conhecidos simplesmente como anabolizantes, são uma classe de hormônios esteróides naturais e sintéticos que promovem o crescimento celular e a sua divisão, resultando no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, ...

especialmente o muscular e ósseo. São substâncias geralmente derivadas do hormônio sexual masculino, a testosterona, e podem ser administradas principalmente por via oral ou injetável. Atualmente não são utilizados somente por atletas profissionais, mas também por pessoas que desejam uma melhor aparência estética, inclusive adolescentes. Os diferentes esteróides androgênicos anabólicos têm combinações variadas de propriedades androgênicas e anabólicas. Anabolismo é o processo metabólico que constrói moléculas maiores a partir de outras menores.Os esteróides anabólicos foram descobertos nos anos 1930 e têm sido usados desde então para inúmeros procedimentos médicos incluindo a estimulação do crescimento ósseo, apetite, puberdade e crescimento muscular. Podem também ser usados no tratamento de pacientes submetidos a grandes cirurgias ou que tenham sofrido acidentes sérios, situações que em geral acarretam um colapso de proteínas no corpo. O uso mais comum de esteróides anabólicos é para condições crônicas debilitantes, como o câncer e a AIDS.

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Os esteróides anabólicos podem produzir inúmeros efeitos fisiológicos incluindo efeitos de virilização, maior síntese protéica, massa muscular, força, apetite e crescimento ósseo. Os esteróides anabolizantes também têm sido associados a diversos efeitos colaterais quando forem administrados em doses excessivas, e esses efeitos incluem a elevação do colesterol (aumenta os níveis de LDL e diminui os de HDL), acne, pressão sanguínea elevada, hepatotoxicidade, e alterações na morfologia do ventrículo esquerdo do coração.

Hoje os esteróides anabólicos são controversos por serem muito difundidos em diversos esportes e possuírem efeitos colaterais. Enquanto há diversos problemas de saúde associados com o uso excessivo de esteróides anabólicos, também há uma volumosa quantidade de propaganda, "ciência-lixo" e concepções errôneas da população sobre seu uso. Os esteróides anabólicos são controlados em alguns países incluindo os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Estes países possuem leis que controlam seu uso e distribuição

Óleos para crescimento localizado

Uma atitude que vem espantando médicos e especialistas sobre o assunto é a aplicação localizada de óleos em pequenos grupos musculares, é normal que a maioria dos atletas tem algum grupo muscular que não acompanha o rítimo de crescimento dos outros músculos, sendo assim na meia metade dos anos 90 houve um "gênio" chamado Chris Clark, segundo ele sua invenção revolucionaria o mundo da musculação. Sua inveção realmente se tornou a solução para alguns, mais também se tornou um pesadelo para outros. O chamado SYNTHOL é basicamente um óleo que causa uma inflamacão no grupo muscular onde é aplicado. Mas não existe nenhum processo anabólico, nenhum aumento de força, de energia, de nada. Quando se faz uso dessa prática o óleo que entra no músculo causa um grande estrago já que no momento em que entra em contato com as microfibras musculares, estas são destruidas, o organismo tem como defesa cercar esse óleo com um tecido adiposo.

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O óleo fica estagnado no local, formando um "tumor" no local. [[2]] No Brasil o Synthol não chegou a ser comercializado, mas houve um "gênio" que o substituiu pelos conhecidos: potenay, ADE, ganekyl, óleo mineral, androgenol etc. As aplicações desses óleos até aí não são tão graves, mais o exagero começou a tomar conta da cabeça dos usuários desses produtos. As aplicações que antes feitas raramente para corrigir dificuldades de um determinado músculo se tornaram freqüentes, fazendo de aberrações conhecidas no mundo inteiro como Gregg Valentino, que antigiu o maior perímetro de bíceps, mas também seu corpo se tornou motivo de chacota no mundo inteiro. Esse exagero chegou ao Brasil e é constantemente relatado por jornais no país inteiro, como no ano de 2007 um jovem aplicou 300ml de óleo de cozinha em cada perna, sua perna não resistiu as constantes inflamações, o músculo necrosou e a pele se desfez oque fez a perna ficar na carne viva.Outra história famosa na internet são de dois jovens em que um deles aplicou 160ml de óleo mineral em cada braço, e o outro aplicou 200ml desse mesmo óleo em cada membro, o primeiro jovem citado que tinha um perímetro de 29cm/bíceps acordou no outro dia com uma febre altíssima e seu braço havia aumentado 7cm, o jovem precisou ficar internado em coma, mas conseguiu sobreviver, seu amigo não teve o mesmo fim, no outro dia após as aplicações o jovem havia amanhecido morto. Esse tipo de prática faz com que a imprensa generalize os casos tratando estes como esteróides anabolizantes. O que não é verdade, esses óleos são frutos de um ato não pensado, o que revelam as fotos sobre os usuários:

Mecanismo bioquímico

Os efeitos fisiológicos dos andrógenos como a testosterona e a dihidrotestosterona são vastos e vão desde o desenvolvimento fetal para a manutenção de músculos e massa óssea até a vida adulta incluindo o estimulo de estirões de crescimento na puberdade, indução de crescimento de cabelo, produção de óleo pelas glândulas sebáceas e sexualidade (especialmente no desenvolvimento fetal). Os esteróides anabolizantes são androgênicos e consequentemente produzem efeitos androgênicos no corpo. Os andrógenos estimulam a miogênese, que é a formação de tecido muscular. Também são conhecidos por causar hipertrofia dos dois tipos (I e II) de fibras musculares, embora o mecanismo de como isso acontece ainda não seja totalmente compreendido e existem poucos mecanismos aceitos através dos quais isso pode ocorrer. É amplamente entendido que doses suprafisiológicas de testosterona em homens não-hipogonadais aumenta a densidade do nitrogênio e aumenta a massa magra (muscular) ao mesmo tempo que diminui a gordura, particularmente a abdominal. O aumento na massa muscular é predominantemente da musculatura esquelética e é causado por um aumento na síntese de proteínas musculares ou possivelmente uma diminuição na quebra de proteínas musculares.[1] Existem hipóteses  de que andrógenos regulam a composição do corpo ao promover o compromisso de células mesenquimais pluripotentes em linhagens miogênicas e inibindo sua diferenciação em linhagens adipogênicas. Entretanto os andrógenos podem também cumprir um papel anticatabólico ao inibir a atrofia dos músculos esqueléticos através da ação antiglicocorticóide independente do receptor de andrógeno.

Os mecanismos de ação diferem dependendo do esteróide anabólico específico. Diferentes tipos de esteróides anabólicos se ligam ao receptor de andrógeno em diferentes graus, dependendo de sua fórmula química. Esteróides anabólicos como a metandrostenolona não reagem fortemente com o receptor de andrógeno, usando a síntese protéica ou glicogenólise para sua ação, enquanto esteróides como a oxandrolona reagem fortemente com o receptor de andrógeno. Existem três vias comuns para a administração dos esteróides anabólicos: oral (pílulas), injetável e transdérmico. A administração oral, apesar de ser talvez a mais conveniente, sofre do fato de que os esteróides orais necessitam ser quimicamente modificados, e seu metabolismo na forma ativa pode forçar o fígado. Os esteróides injetáveis são tipicamente administrados intramuscularmente, para evitar variações bruscas no nível sanguíneo. Finalmente, as administrações transdérmicas via creme, gel ou atadura transdérmica têm se tornado populares nos anos recentes.

Efeitos anabólicos e de virilização

Os esteróides androgênicos anabólicos produzem tanto efeitos anabólicos e de virilização (também conhecidos como efeitos androgênicos). A maioria dos esteróides anabólicos funciona de duas maneiras simultâneas. Primeiro, eles funcionam ao se ligar ao receptor andrógeno e aumentando a síntese protéica. Segundo, eles também reduzem o tempo de recuperação ao bloquear os efeitos no tecido muscular do hormônio do stress, o cortisol. Como resultado, o catabolismo da massa muscular corpórea é significativamente reduzido.

Exemplos dos efeitos anabólicos:

• Aumento da síntese protéica a partir de aminoácidos.
• Aumento da massa e força muscular
• Aumento do apetite
• Aumento da remodelagem e crescimento ósseos
• Estimulação da medula óssea, aumentando a produção de células vermelhas do sangue.

Exemplos dos efeitos de virilização/andrógenos:

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• Crescimento do clitóris (hipertrofia clitoriana) em mulheres e do pênis em meninos (o pênis adulto não cresce indefinidamente mesmo quando exposto a altas doses de andrógenos)
• Aumento dos pêlos sensíveis aos andrógenos (pêlos púbicos, da barba, do peito, e dos membros)
• Aumento do tamanho das cordas vocais, tornando a voz mais grave
• Aumento da libido
• Supressão dos hormônios sexuais endógenos
• Espermatogênese prejudicada

Efeitos colaterais possivelmente não desejados

Muitos andrógenos são capazes de serem metabolizados em compostos que podem interagir com outros receptores de hormônios esteróides como os receptores de estrógeno, progesterona e glicocorticóides, produzindo (geralmente) efeitos adicionais não desejados:

• Possível pressão sanguínea elevada
• Níveis de colesterol –Alguns esteróides podem causar um aumento nos níveis de LDL e diminuição nos de HDL[7]. Isso pode aumentar o risco de ocorrer uma doença cardiovascular[8] ou doença da artéria coronária[9] em homens com alto risto de colesterol ruim.
• Acne– Devido à estimulação das glândulas sebáceas
• Conversão para DHT (Dihidrotestosterona). Isso pode acelerar ou causar calvície precoce e câncer de próstata.
• Alteração da morfologia do ventrículo esquerdo – os AAS podem induzir a um alargamento e engrossamento desfavorável do ventrículo esquerdo, que perde suas propriedades de diástole quando sua massa cresce.[12] Entretanto a relação negativa entre a morfologia do ventrículo esquerdo e o déficit das funções cardíacas têm sido discutida.[13]
• Hepatotoxicidade – Causado particularmente por componentes de esteróides anabólicos orais que são 17-alfa-alquilados para que não sejam destruídos pelo sistema digestivo.
• Crescimento excessivo da gengiva
Efeitos colaterais em homens
• Ginecomastia – Desenvolvimento das mamas nos homens. Geralmente isso ocorre devido a altos níveis de estrogênio circulante. Esses níveis também são resultado da taxa aumentada de conversão de testoterona em estrogênio via enzima aromatase.
• Função sexual reduzida e infertilidade temporária
• Atrofia testicular – Efeito colateral temporário que é devido ao déficit nos níveis de testosterona natural que leva à inibição da espermatogênese. Como a maioria da massa do testículo tem com função o desenvolvimento do espermatozóide, o tamanho dos testículos geralmente retorna ao tamanho natural quando a espermatogênese recomeça, algumas semanas após o uso do esteróide anabólico ser cessado
Efeitos colaterais em mulheres
• Pêlos do corpo crescem
• Voz fica mais grave
• Aumento do tamanho do clitóris (hipertrofia clitoriana)
• Diminuição temporária nos ciclos menstruais
Efeitos colaterais em adolescentes
• Crescimento comprometido – O abuso de agentes pode prematuramente parar o crescimento do comprimento dos ossos (fusão prematura da epífise devido aos altos índices de metabólitos do estrogênio)
• Maturação óssea acelerada
• Aumento na freqüência e duração das ereções
• Desenvolvimento sexual precoce e desenvolvimento extremo das características sexuais secundárias (hipervirilização)
• Crescimento do falo (hipergonadismo ou megalofalia)
• Aumento dos pêlos púbicos e do corpo
• Ligeiro crescimento de barba

Há muito tempo tem sido buscado um esteróide anabólico ideal (um hormônio somente com efeitos anabólicos, sem efeitos virilizantes). Muitos esteróides anabólicos sintéticos têm sido desenvolvidos na tentativa de encontrar moléculas que produzam uma alta taxa anabólica ao invés de efeitos virilizantes. Infelizmente, os esteróides mais efetivos conhecidos para aumento de massa corporal também têm os efeitos androgênicos mais fortes.

Uso médico

Os esteróides anabólicos foram testados por médicos para muitas finalidades desde a descoberta da testosterona sintética dos 1930s aos 1950s, algumas com sucesso. Um dos usos iniciais de esteróides foi para o tratamento de cansaço crônico, como o dos prisioneiros nos campos de concentração nazistas e prisioneiros de guerra. Durante a Segunda Guerra Mundial, pesquisas foram realizadas pelos cientistas alemães para a síntese de outros esteróides anabólicos, e foram feitos experimentos em prisioneiros humanos e nos próprios soldados alemães, esperando aumentar as tendências de agressividade de suas tropas. O médico de Adolf Hitler revelou que Hitler recebeu injeções de derivados de testosterona para tentar tratar várias de suas doenças

• Estimulação da medula óssea: Durante décadas, os esteróides anabólicos foram importantes para a terapia de anemias hipoplásicas não causadas por deficiência nutritivas, especialmente a anemia aplásica. Os esteróides anabólicos vêm sendo lentamente substituídos por hormônios sintéticos (como a epoetina alfa) que estimulam seletivamente o crescimento de precursores das células do sangue.

• Estimulação do crescimento: Os esteróides anabólicos foram receitados em larga escala por endocrinologistas pediátricos para crianças com deficiência no crescimento dos anos 1960s até os 1980s. A disponibilidade de hormônio do crescimento sintético e a estigmatização social crescente sobre o uso de esteróides anabólicos levou à descontinuação deste uso.

• Estimulação do apetite e preservação e aumento de massa muscular: Esteróides anabólicos tem sido dados para pessoas com condições crônicas desgastantes como câncer e AIDS.

• Indução da puberdade masculina: Andrógenos são receitados para muitos garotos com atraso da puberdade. Atualmente a testosterona é praticamente o único andrógeno usado para esse fim, mas esteróides anabólicos sintéticos foram usados anteriormente nos anos 1980s.

• O enantato de testosterona pode mostrar-se um método útil, seguro, reversível e efetivo para contracepção hormonal masculina num futuro próximo.

• Usado para problemas relacionados com a idade em idosos. Os esteróides anabólicos têm se mostrado como auxiliares em muitos problemas da velhice.

• Usado em terapia de reposição hormonal para homens com baixos níveis de testosterona. (veja hipogonadismo)

• Usado para dismorfia de gênero: ao passo que as características secundárias masculinas (puberdade) se iniciam em pacientes diagnosticados como feminino-para-masculino. Os derivados mais utilizados da testosterona são o Sustanon e o Enantato de Testosterona que tornam a voz mais grave, aumentam as massas muscular e óssea, os pêlos faciais, os níveis de células vermelhas do sangue e o clitóris.

Uso e abuso

Os esteróides anabólicos têm sido usados por homens e mulheres em muitos tipos diferentes de esportes (cricket, atletismo, levantamento de peso, fisiculturismo, arremesso de peso, ciclismo, beisebol, luta, artes marciais, boxe, futebol, natação etc.) para atingir um nível competitivo ou para ajudar na recuperação de lesões. O uso de esteróides para se obter vantagens competitivas é proibido pelas leis dos corpos governamentais de vários esportes.

Os esteróides anabólicos têm sido prevalentes também entre os adolescentes, especialmente aqueles que praticam esportes. Foi sugerido [25] que a prevalência de uso entre os estudantes das High School americanas pode chegar a 2,7%. Os estudantes homens usaram mais do que as mulheres e aqueles que participavam de esportes, em média, usaram com mais freqüência do que aqueles que não praticavam.

É extremamente difícil determinar a percentagem da população que tem utilizado recentemente esteróides anabólicos, mas esse número parece ser muito baixo. Os usuários de esteróides tendem a ser homens entre 15 e 25 anos e fisiculturistas não-competitivos e não-atletas que usam por razões cosméticas

Minimização dos efeitos colaterais

Tipicamente os fisiculturistas, atletas e esportistas que usam anabolizantes tentam minimizar seus efeitos colaterais negativos. Por exemplos, alguns aumentam a quantidade de exercícios cardiovasculares para ajudar a evitar os efeitos da hipertrofia do ventrículo esquerdo.

Alguns andrógenos vão se aromatizar e se converter em estrógeno, potencialmente causando alguma combinação dos efeitos colaterais citados acima. Durante o ciclo do esteróide, os usuários tendem a tomar um inibidor da enzima aromatase e/ou um Modulador Seletivo do Receptor de Estrógeno (MSRE); estas drogas afetam a aromatização e a ligação ao receptor de estrogênio, respectivamente. O MSRE tamoxifeno é de particular interesse, já que ele previne a ligação ao receptor de estrogênio no peito, reduzindo o risco de ocorrer a ginecomastia.

Além disso, a 'terapia pós-ciclo' (TPC) é prescrita, a fim de combater a supressão natural da testosterona e recuperar a função do HPTA (eixo hipotalâmico-pituitário-gonadal). A TPC tipicamente consiste em uma combinação das seguintes drogas, dependendo do protocolo que é utilizado:

• Um Modulador Seletivo do Receptor de Estrógeno (MSRE), como o citrato de clomifeno e/ou citrato de tamoxifeno (esta é a droga primária da TPC).
• Um inibidor da enzima aromatase conhecido como anastrozole.
• Gonadotrofina coriônica humana, hCG (tem se tornado menos comum, já que hoje este hormônio é mais utilizado durante o ciclo, ao invés de depois).

O objetivo do TPC é devolver o balanço hormonal endógeno original ao corpo no menor espaço de tempo possível.
Os usuários geneticamente propensos à perda prematura de cabelo, que o uso de esteróides pode torná-la mais acentuada, têm utilizado a droga finasterida por períodos prolongados de tempo. A finasterida reduz a conversão de testosterona em DHT, esta última tendo um potencial muito maior de causa alopécia (ausência de pêlos). A finasterida não tem utilidade nos casos em que o esteróide não é convertido em um derivado mais androgênico.

Como alguns anabolizantes podem ser tóxicos para o fígado ou podem causar aumentos na pressão sanguínea ou colesterol, muitos usuários consideram ideal fazer freqüentes testes sanguíneos e de pressão sanguínea para ter certeza de que seus níveis de pressão e colesterol ainda estão nos níveis normais. Como os anabolizantes podem aumentar o colesterol, eles podem, conseqüentemente, aumentar o risco de um ataque cardíaco em seus usuários.Logo, geralmente é considerada obrigatória para todos os usuários a realização testes sanguíneos enquanto estiverem utilizando os anabolizantes.

Lendas urbanas e concepções errôneas

Os esteróides anabólicos, como qualquer outra droga, têm estado no centro de muita controvérsia e por causa disso existem muitos mitos populares sobre os seus efeitos obtidos e colaterais. Como muitas drogas da cultura popular, as concepções errôneas sobre os esteróides anabólicos provavelmente surgiram da falta de conhecimento sobre os reais efeitos colaterais destas drogas. Por exemplo, uma dessas lendas diz que os esteróides anabólicos podem fazer com que o pênis diminua de tamanho. É muito provável que essa falsa afirmação tenha surgido do efeito colateral que realmente ocorre conhecido como atrofia testicular, no qual o uso de esteróides anabolizantes causa a redução da secreção do hormônio luteinizante e hormônio estimulante folicular da porção anterior da hipófise, logo reduzindo o tamanho do testículo. Esse efeito colateral é temporário e os testículos voltam ao tamanho normal logo que a administração exógena do andrógeno for suspensa.
Outra idéia muito difundida na população e que a mídia ajuda a difundir é a de que os esteróides anabolizantes são altamente perigosos e as taxas de mortalidade entre usuários são altas. A verdade é que os esteróides anabólicos são usados amplamente na área médica sem nenhum sérios risco para a saúde dos usuários[32][33][34], e nenhuma evidência científica mostrou problemas de saúde a longo prazo com o uso correto de esteróides anabolizantes. Enquanto o risco de morte está presente em muitas drogas, o risco de morte prematura devido ao uso de esteróides anabolizantes é extremamente baixo. É possível que esse mito tenha ganho popularidade nos Estados Unidos a partir da afirmação de que o jogador de futebol americano Lyle Alzado morreu de câncer no cérebro por ter usado esteróides anabolizantes. O próprio jogador chegou a afirmar que seu câncer tinha sido causado graças aos esteróides anabolizantes. Entretanto, não há evidência médica provando que os esteróides anabolizantes podem causar câncer no cérebro e os próprio médicos que trataram Alzado afirmaram que o uso de esteróides anabolizantes nada teve a ver com sua morte.

Outros mitos afirmam que o uso de anabolizantes pode levar adolescentes a cometer suicídio. Já que se sabe os baixos níveis de testosterona são causadores da depressão, e que um final de ciclo de anabolizantes resulta em baixos níveis de testosterona, essa afirmativa é altamente questionável. Nos Estados Unidos o uso estimado de esteróides anabolizantes entre estudantes de High School foi de 2,8% em 1999. Por outro lado, no ano de 2000 nos Estados Unidos, o suicídio foi a terceira causa que mais levou à morte entre jovens entre 15 e 24 anos. Com a existências destas altas taxas de suicídio entre os adolescentes, concluir que os esteróides anabolizantes são responsáveis pelo suicídio que os tomaram antes de cometerem suicídio é uma afirmação um tanto precipitada. Além disso, embora os fisiculturistas adolescentes têm usado anabolizantes desde o início dos anos 1960s, apenas alguns casos sugerindo a ligação entre o uso e o suicídio foram descritos na literatura médica.

Uma das idéias errôneas sobre o uso de anabolizantes é sobre o efeito sobre o temperamento agressivo que surgiria nos usuários. Existem poucas ou nenhuma evidência para provar que essa condição realmente existe. A maioria dos estudos envolvendo comportamentos agressivos e o uso de anabolizantes não mostram efeitos psicológicos como conseqüência, implicando que esse comportamento agressivo não é um efeito dos esteróides, ou que os efeitos na agressividade são muitos pequenos para serem mensurados. Muitos cientistas e médicos concluíram que os esteróides anabolizantes não têm efeitos de aumento de comportamento agressivo.

O ator, ex-fisiculturista e governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, também é alvo de outra lenda sobre os efeitos dos anabolizantes. Arnold Schwarzenegger admitiu que usou esteróides anabolizantes durante sua carreira de fisiculturista por muitos anos[44], e em 1997 fez uma cirurgia para corrigir um defeito relacionado ao seu coração. Algumas pessoas afirmaram que esse defeito foi causado pelo uso dos anabolizantes. Entretanto, Arnold Schwarzenegger nasceu com um problema genético congênito no qual seu coração tinha uma valva aortica bicúspide; em outras palavras, enquanto nos corações normais a valva aórtica tem três cúspides, a valva aórtica do ator tinha, de nascença, apenas duas, o que poderia causar problemas futuros em sua vida

Tráfico ilegal de esteróides anabolizantes

Como os anabolizantes são geralmente consumidos em países diferentes dos quais eles são produzidos, eles devem ser contrabandeados através das fronteiras internacionais. Como a maioria das operações de tráfico, uma operação sofisticada do crime organizado está envolvida, freqüentemente em conjunto com outros tipos de contrabando (incluindo outras drogas ilegais). Ao contrário dos traficantes de drogas recreacionais psicoativas como maconha e heroínas, não há muitos casos retratados de traficantes de anabolizantes sendo presos. A maioria destes consegue obter a droga através do mercado negro,[46][47] e mais especificamente, farmacêuticos, veterinários, e médicos. Os anabolizantes comprados do mercado negro podem ser falsificados ou originalmente produzidos para uso veterinário. O que por si só não vem a ser perigoso, exceto pelo fato de que esses medicamentos são produzidos e manuseados em ambientes menos estéreis, já que o seu destino seria os animais
Produção

Os anabolizantes precisam de processos farmacêuticos sofisticados e equipamentos avançados para serem produzidos. Por esse motivo, são fabricados por companhias farmacêuticas legítimas ou laboratórios "underground" (ilegais) com uma grande infra-estrutura. Os mesmos problemas comuns que estão presentes no tráfico ilegal de drogas (como as substituições químicas, cortes e diluição) também afetam os esteróides anabolizantes, e esses processos podem tornar sua qualidade questionável ou perigosa para o consumidor final.

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Nos anos 1990s a maioria das fabricantes americanas como Ciba, Searle e Syntex pararam de produzir e de divulgar os esteróides anabólicos dentro dos Estados Unidos. Entretanto, em muitas outras regiões, particularmente a Europa Oriental, eles ainda são produzidos em grande quantidade. Os anabolizantes europeus são a origem de muitos dos esteróides vendidos ilegalmente na América do Norte. No entanto, os esteróides anabólicos ainda estão sendo amplamente utilizados para fins veterinários, e muitos dos anabolizantes ilegais são fabricados, de fato, para fins veterinários.

Distribuição

Nos Estados Unidos e Canadá, os anabolizantes são comprados assim como qualquer outra droga ilegal através de "traficantes" que conseguem obter as drogas de diversas fontes, embora a maioria dos usuários preferiria comprar legalmente as drogas mas não podem pois as leis restritivas são contra a posse de esteróides. Anabolizantes falsificados são uma solução comum para a falta de disponibilidade legal nos Estados Unidos e Canadá, embora o mercado negro de importação continua no México, Tailândia e outros países onde os esteróides são mais facilmente disponíveis e, em muitos países, legalizado. Muitas pessoas produzem anabolizantes falsos e os colocam à venda na internet, o que causa uma ampla variedade de problemas de saúde.
A maioria dos esteróides anabólicos são vendidos hoje em academias, competições e através dos correios. A maior parte destas substâncias nos Estados Unidos é contrabando. Além disso, um grande número de produtos falsificados são vendidos como esteróides anabolizantes, particularmente por websites de farmácias de fachada. Além do uso recreativo dos anabolizantes, os usuários do Reino Unido têm consumido drogas ilícitas também, como a maconha e cocaína.

[editar] História

Comentários de atletas profissionais da Grécia antiga sugerem que foi utilizada uma ampla variedade de substâncias esteróides naturais com o objetivo de promover crescimento androgênico e anabólico. Estes foram de extratos dos testículos até materiais de plantas. Remédios tradicionais em geral, tanto no Ocidente como na medicina Asiática contemporânea, contém várias substâncias que devem promover a virilidade e vários aspectos masculinos, mesmo que não totalmente com relação ao aumento dos músculos e da habilidade atlética tanto quanto performance sexual. Na medicina Chinesa tradicional, substâncias como chifre de alce, osso de tigre, bexiga e bílis de urso, ginseng e outras raízes e muito mais eram primariamente consumidos para ressaltar o organismo masculino. A ciência não recomenda estes métodos.

Acredita-se que os esteróides anabolizantes farmacêuticos modernos tenham sido descobertos inadvertidamente por cientistas alemães no começo da Década de 30, mas quando foi descoberto ele não foi considerado significante o bastante para promover estudos posteriores. A primeira referência conhecida a esteróides anabolizantes nos EUA foi em uma carta ao editor da revista Strenght and Health em 1938. Na década de 50, o interesse científico por eles foi aumentado, e Metandrostenolona (Dianabol) foi aprovada para uso nos Estados Unidos pela Administração de comida e drogas americana (FDA) em 1958 após vários testes com bons resultados foram conduzidos em outros países.

Ao longo dos anos 50, 60, 70 e até 80 havia a dúvida se os Esteróides Anabolizantes realmente tinham um efeito. Em um estudo no ano de 1972,[52] uma parte dos participantes foi informada que eles receberiam injeções de esteróides anabólicos diariamente, mas ao invés disso lhes foi administrado placebo. A melhora de performance deles foi similar à dos participantes que tomaram compostos anabólicos de verdade. Este estudo teve muitas falhas incluindo controles inconsistentes e doses insignificantes. De acordo com Geraline Lin, um pesquisador do Instituto Nacional do Abuso de Drogas americano, até a época de publicação de livros em 1996, os resultados deste estudo ainda não haviam sido contestados e postos a teste, durante 18 anos.

No estudo de 1996 mencionado anteriormente que foi fundado pelo NIH americano ele examinou o efeito de altas doses de testosterona enanthate (600 mg/semana intramuscular por 10 semanas). Os resultados mostraram um claro aumento na massa muscular e diminuição da gordura corporal naqueles que tomaram testosterona ao invés de placebo. Nenhuma reação adversa foi percebida.

O Congresso dos Estados Unidos, através da Lei de Controle de Esteróides Anabolizantes de 1990, colocou os anabolizantes na Lista III da Lei de Substâncias Controladas desse país (sigla em inglês CSA). A CSA define os esteróides anabolizantes como qualquer droga ou substância hormonal quimicamente e farmacologicamente relacionada à testosterona (que não seja estrógeno, progestina e corticosteróides) que promove o crescimento muscular.

No início dos anos 1990s, após a restrição de uso dos esteróides anabolizantes nos Estados Unidos, diversas companhias farmacêuticas pararam de produzir ou comercializar os produtos nesse país, incluindo a Ciba, Searle, Syntex e outras.
Em adição, um mercado inteiro para drogas falsificadas emergiu. Como nunca visto nos últimos 30 anos, os computadores, a Internet e os scanners tornaram fácil a falsificação e distribuição de produtos como se fossem legítimos, usando rótulos idênticos aos originais. O mercado foi inundado de produtos que continham de tudo, desde óleo vegetal até substâncias tóxicas. Usuários ingênuos injetavam essas drogas em si mesmos, e alguns deles morreram de causas como envenenamento e abscessos subcutâneos.

Em 20 de janeiro de 2005, a Lei de Controle de Esteróides Anabolizantes de 2004 dos EUA entrou em efeito, como emenda à Lei de Substâncias Controladas desse país, colocando os anabolizantes e pró-hormônios em uma lista de substâncias controladas, tornando a posse dessas drogas sem prescrição um crime federal.

Movimento para a descriminalização

Os esteróides anabolizantes são substâncias controladas nos Estados Unidos e são estritamente reguladas em outros países - Talvez seja importante salientar que os esteróides anabolizantes estão prontamente disponíveis sem prescrição médica em alguns países como México, Alemanha e Tailândia. Entretanto, desde que o congresso dos Estados Unidos aplicou em 1990 o Ato de Controle dos Esteróides Anabolizantes, surgiu um pequeno movimento muito crítico contrário às leis sobre os esteróides anabolizantes. Em 21 de Junho de 2005, o programa americano de televisão Real Sports apresentou um quadro discutindo a legalidade e proibição dos esteróides anabólicos nos Estados Unidos. [55]Foi então apresentado Gary I. Wadler, M.D., presidente da Agência Anti-Doping dos Estados Unidos, que é um forte ativista anti-esteróides. Quando foi pressionado a apresentar as evidências científicas de que os anabolizantes são "altamente fatais", como ele mesmo afirmou, Wadler admitiu que não havia evidências. O apresentador do programa, Bryant Gumbel, concluiu que a grande preocupação com os perigos dos anabolizantes na mídia foi 'muita fumaça e nenhum fogo'. O programa mostrou também John Romano, um ativista pró-esteróides que edita o 'Fator Romano', uma coluna de movimento pró-esteróides na revista americana de fisiculturismo Muscular Development.

Em Julho de 2005, o procurador Philip Sweitzer enviou um documento público para o governo e senado americanos. Nele ele criticou os deputados por restringirem o uso de anabolizantes, assim como criticou a "desconsideração à realidade científica por um efeito simbólico". Ele também pediu a consideração da descriminalização dos esteróides anabólicos nos Estados Unidos e pediu uma nova direção política.[57] Desde os anos 1980s, a posição do governo americano é a de que o risco do uso de esteróides é muito alto para permitir a sua descriminalização e regulamentação.

Lista de componentes anabólicos

• Testosterona
• Metandrostenolona / Metandienona (Dianabol)
• Nandrolona Decanoato (Deca-durabolin)
• Nandrolona|Nandrolona Fenilpropionato (Durabolin)
• Boldenona|Undecilenato de Boldenona (Equipoise/Equi-boost/Equifort)
• Estanozolol (Winstrol/Wistrol V/Estrombol/Stanzol)
• Oximetolona (Anadrol-50 / Hemogenin)
• Oxandrolona (Anavar)
• Fluoximesterona (Halotestin)
• Trembolona (Fina)
• Enantato de Metenolona (Primobolan)
• 4-Clorodehidrometiltestosterona (Turinabol)
• Mesterolona (Proviron)
• Mibolerona (Cheque Drops)
• Clostebol (Trofodermin)

Nota: Muitos desses produtos não estão mais disponíveis de seus fabricantes originais e agora são fabricados em laboratórios ilegais nos Estados Unidos, México e Canadá, mas ainda estão amplamente disponíveis em certos países, na maioria dos casos de subsidiárias dos fabricantes originais (e.g. Schering, Organon).

O USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES NAADOLESCÊNCIA

Elaine S. Souza (nutricionista, especializanda em Adolescência para equipes Multidisciplinares, Centro deAtendimento e Apoio ao Adolescente, disciplina de Especialidades Pediátricas, departamentode Pediatria, Universidade Federal de São Paulo) Mauro Fisberg (** pediatra, prof adjunto doutor, chefe do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente,disciplina de Especialidades Pediátricas, departamento de Pediatria, Universidade Federal de São Paulo.)

INTRODUÇÃO

Os esteróides anabólico-androgênicos (EAA) são um grupo de compostos naturais esintéticos formados pela testosterona e seus derivados.Ao longo de mais de duas décadas, temos presenciado a uma contínua escalada dasdrogas ergogênicas no meio esportivo, e ao que parece estamos ainda distantes do topo.O uso de anabolizantes, em particular, tem crescido muito nos últimos anos, a pontode encontrarmos, mesmo no Brasil, atletas que defendem quase publicamente seu uso,

técnicos que os incentivam, médicos que os acompanham, e dirigentes que se encarregam deseu fornecimento.
É particularmente perturbador o aumento da freqüência do seu uso entre osadolescentes, conforme detectado em estudos internacionais.

O uso de substâncias para melhorar o desempenho do atleta é descrito desde a antiguidade. Filistrato e Galeano referem, em sua época, que os competidoresolímpicosingeriam testículos de touro, rico em testosterona, para melhorar suas marcas.
A testosterona é sintetizada desde 1935 e durante a segunda grande guerra foi utilizadapelas tropas alemãs para aumentar agressividade dos soldados.A primeira referência ao uso de hormônios sexuais ocorreu em 1954, em um levantamento de peso em Viena, e seu uso tornou-se difundido com este fim a partir de 1964.No Brasil, os esteróides anabólico-androgênicos são considerados “doping”, segundo os critérios da Portaria 531, de 10 de julho de 1985 do MEC, seguindo a legislação internacional.

Em nosso meio, no serviço de Informação de Substâncias Psicoativas (SISP), onúmero de solicitações de informações sobre os EAA, vêm crescendo gradativamente, pois o uso indevido tem sido encontrado entre freqüentadores de academia de musculação, atletas de halterofilismo, pessoas de baixa estatura, na tentativa de melhorar a aparência, ou com o fim de melhorar a performance sexual ou para diversão.

No Brasil, a preocupação não é tanta com os atletas, mas com aquele jovem adolescente, que no seu imediatismo, quer ganhar massa e músculos rapidamente, um corpo atlético em curto prazo, entregando-se aos anabolizantes, muitas vezes receitados por instrutores e professores de educação física, sem nenhum conhecimento na área, que indicam e vendem essas drogas, que podem ser compradas em farmácias, sem exigência de receita médica, apesar da tarja vermelha “venda sob prescrição médica”.
O Comitê Olímpico Internacional define doping como sendo “o uso de substâncias fisiológicas em quantidades anormais, ou por métodos anormais, com intuito de obter ganho artificial e injusto de rendimento na competição” (American College Sports Medicine, 1987).

No Brasil, a facilidade de obtenção dos anabolizantes favoreceu sua disseminaçãojunto aos atletas e não atletas. A grande “atração” para o consumo destas drogas ocorreporque seus efeitos são visíveis (para os que se preocupam com aparência física) e relativamente duradouros, até nove meses após o término da ingestão. Estas duas características, somadas ao apelo à aparência física, em nossa sociedade, levaram o consumo de esteróides a uma faixa etária problemática: a pré-adolescência e a adolescência.

Os anabolizantes apresentam efeitos de aumento da massa corpórea (anabolizantes) e masculinizantes (androgênicos) e, segundo Brower (Brower, 1993), são também chamados, apropriadamente, de esteróides anabólico-androgênicos (EAA). Os EAA incluem o hormônio sexual masculino, testosterona e seus derivados sintéticos esterificados ou alcalinizados. Esses derivados são de administração intramuscular, cujos efeitos duram vários dias (propionato de testosterona, enantato de testosterona e cipionato de testosterona-derivados esterificados) e produtos que podem ser consumidos por via oral, porém devem ser tomados diariamente, porque seus efeitos têm menor duração (derivados alcalinizados) (Wilson, 1988).

Os EAA têm sido associados a uma variedade de efeitos indesejáveis clínicos e psiquiátricos. Os EAA agem sobre os sistemas cardiovascular e reprodutor e sobre o fígado. Eles alteram o metabolismo de colesterol, diminuindo a HDL e aumentando a LDL, que se deposita na parede das artérias. Particularmente o derivado 17-carbono-alcalinizado dos esteróides anabolizantes está relacionado a alterações nos testes de função hepática, icterícia, peliose hepática (aparência de cistos preenchidos por sangue no fígado e tumores hepáticos (Friedl, 1990). Algumas enzimas hepáticas, como TGO e TGP, podem estar elevadas mesmo nos halterofilistas sem uso de anabolizantes, pois estas enzimas também são liberadas pelo músculo).

Os anabolizantes podem alterar os níveis dos hormônios sexuais pela diminuição doshormônios folicular (FSH) e luteinizante (LH) e também através de seus vários efeitos sobre a testosterona e estrógeno. Os homens estão sujeitos ao desenvolvimento de ginecomastia em decorrência dos níveis de estrógeno acima do normal.

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Já para as mulheres pode ocorrer atrofia mamária em resposta aos níveis elevados dehormônios masculinizantes, bem como ciclos menstruais irregulares, esterilidade, crescimento de pêlos com distribuição masculina, alteração da voz para tom mais grave e hipertrofia do clitóris. Por último, aumento e diminuição da libido, tanto em homens quanto em mulheres, são relatados (Brower, 1993).

O uso ilícito de EAA está associado com episódios de depressão, mania, quadrosesquizofreniformes, delirium, agressividade marcante, suicídios e homicídios (Bahrke e col, 1990).

No adolescente ocorre maturação esquelética precoce com fechamento prematuro das epífises ósseas com baixa estatura e puberdade acelerada levando a um crescimento raquítico, acne, calvície precoce, policitemia, exacerbação da apnéia do sono

EPIDEMIOLOGIA

A incidência de uso dos EAA parece ter aumentado consideravelmente nos últimosanos nos EUA. No entanto, a obtenção de estatísticas fidedignas sobre o abuso de drogas por adolescente é difícil, especialmente pelo temor destes de serem afastados do esporte. A freqüência de uso destes agentes é variável entre 3% a 37% por populações de estudantes de primeiro (elementar), segundo (secundário) ou terceiro graus (universitários) e atletas. A incidência é maior no sexo masculino, e há relação com a progressão da escolaridade, o que pode ser devido à mudança do nível de competição. Os atletas semiprofissionais, de nível universitário, fazem uso mais intenso de EAA, podendo haver, entre eles, diferenças da intensidade do consumo de drogas relacionado ao tipo de esporte praticado, havendo índices mais elevados entre jogadores de futebol americano.

Nos EUA, foram realizadas algumas pesquisas nos anos de 1991 e 1992 com oobjetivo de quantificar o uso indevido de EAA; verificou-se que. Entre os estudantes de 2?grau, 4% a 11% dos homens e 0,5% a 2,5% das mulheres já o haviam utilizado (Yesalis, 1992).

Um estudo feito com adolescentes numa escola em Nebraska verificou que o sexo masculino usa mais freqüentemente EAA que o sexo feminino, atletas usam mais freqüentemente que não atletas; a razão mais comum determinada para o uso de esteróide é para melhorar performance atlética, o uso de esteróide é associado com o uso de álcool, tabaco, e drogas ilícitas, o uso de esteróide é altamente correlacionado com comportamento agressivo.

Estudos prospectivos comparando a prevalência do uso de anabolizantes ao longo dos últimos cinco anos mostram que a quantidade de pessoas que utilizam estas drogas vem diminuindo; entretanto, a idade em que se inicia o consumo destas drogas, com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo, continua sendo entre 15 e 18 anos, ou seja, os americanos que admitiram uso de anabolizantes, 75% tinham começado a consumi-los durante o 2?grau (high school) (Anderson, 1991).

No Brasil, apesar do problema estar se agravando, não localizamos estudos sobre incidência e prevalência do uso ilícito de esteróides anabolizantes.

Entretanto, podemos afirmar que o usuário, ou consumidor preferencial, encontra-se na faixa etária dos 18 a 34 anos de idade e em geral, é do sexo masculino.

Considerando os possíveis efeitos colaterais (psiquiátricos ou não), esses dados demonstram que o uso de EAA pode se tornar um problema de saúde pública.

Considerando somente os atletas, a modalidade esportiva que apresenta maior índice de consumo de EAA nos EUA é o halterofilismo, seguido da fisicultura. Entre os atletas profissionais, o índice de consumo dos halterofilistas varia de 33% a 62%, dependendo do estudo (Yesalis, 1992). Este índice provavelmente é subestimado, pois, o consumo de anabolizantes é proibido por todas as federações esportivas, o que dificulta o relato do uso.

DISCUSSÂO

A busca pelo corpo perfeito e a performance atlética têm se tornado um problema entre os jovens, pois sabemos que este comportamento pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares como anorexia, bulimia e o uso indevido de esteróides
anabolizantes/energéticos.

O que se tem feito no Brasil é o controle através dos chamados “exames antidoping” e
capacitação de recursos humanos para orientar os jovens a criarem uma postura adversa ao uso de drogas, embora este último não tem conhecimento.

O controle antidoping tem amedrontado alguns atletas e embora o consumo deanabolizantes seja proibido por todas as federações esportivas, não impede o uso.

Pode-se perceber que os recursos utilizados não são capazes de conscientizar os usuários dos males causados pelo uso de anabolizantes. É neste momento que entra o papel desempenhado pela escola, onde se faz necessário uma discussão séria a respeito do uso de anabolizantes, pois o consumo chegou a uma faixa etária problemática: a pré-adolescência e adolescência. Também se faz necessário uma forte campanha de esclarecimento em clubes,

academias, junto a atletas e praticantes de atividade física, professores e técnicos, promover discussões nos meios de comunicação em programas destinados aos jovens e finalmente implantar um forte esquema de fiscalização para impedir a venda de anabolizantes no “mercado ilícito”, as campanhas esclarecedoras são necessárias para mudar o perfil deste problema na nossa sociedade.

CONCLUSÃO

Sabemos que o uso indevido de Eaas causa diversos males em crianças, adolescentes e adultos, diante disso os profissionais de saúde devem estar atentos ao receberem em consultórios, ambulatórios e serviços de saúde para questionar durante a entrevista o uso de EAA, para isso devemos contar com o apoio de pais e educadores, para que o uso seja desencorajado firmemente, sendo que a descoberta inicial pode determinar uma intervenção precoce diminuindo as chances de um prejuízo maior à saúde.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ester%C3%B3ide_anabolizante