QUALIDADE DE VIDA

Conseqüências do Gás Radônio na Saúde Humana

radsan topoO Radônio é um gás nobre radioativo gerado nos solos que estão enriquecidos em Urânio, Tório e Rádio. Esses elementos naturais podem ser encontrados em qualquer parte do mundo, portanto qualquer prédio está sujeito a ter altos níveis de Radônio. Quanto maior for o teor de Rádio no solo, maior o potencial de aparecimento de níveis elevados de Radônio dentro de prédios construídos acima desse solo. Consequentemente, não se deve perguntar: “Existe Radônio aqui?”, mas sim, “Quanto de Radônio tem nesse ambiente?”. O gás Radônio é responsável pó 55% da radiação que o ser humano recebe ao longo de sua vida, como se pode ver no gráfico abaixo.

 

 

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COMO O GÁS RADÔNIO ENTRA EM SUA CASA:

1. Através de fraturas no piso
2. Através das juntas e fraturas nas paredes
3. Através dos espaços vazios entre o alicerce e casa
4. Através do encanamento
5. Através das janelas

Esse fato é devido à pressão de dentro das construções ser menor que a do ar e solo circundantes da casa. Existem muitas razões por que isso ocorre: uma delas é o efeito que as ventoinhas têm de circular o ar nas casas. Enquanto o ar interno é retirado, o externo entra para substituí-lo. A maioria desse ar externo vem do solo subjacente. Essa troca de ar também ocorre quando a temperatura de dentro de casa é maior que a de fora. Assim como o ar quente faz o balão subir por causa do ar frio ao seu redor, o ar quente dentro das construções sobe e é substituído pelo ar frio mais denso que vem de fora. Parte desse ar enriquecido em gás Radônio que vem de fora se misturando com o ar interno vem do solo, como já foi dito!

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O gás Radônio deriva dos depósitos naturais de Urânio e Tório existentes nas rochas e solo. O Rádio que é derivado do Urânio e Tório emite o gás Radônio através do seu decaimento radioativo (Figura 2). O Radônio é um gás inerte, o que significa que ele não reage ou combina com os elementos do solo. Por causa disso, o gás radônio pode emanar do solo para a atmosfera onde é facilmente diluído (Figura 2), apresentando certa preocupação.

De qualquer modo, se ele penetra na superfície do solo e se concentra nas dependências de uma casa, ele será prejudicial à saúde. Você não pode ver ou sentir o radônio. Não há um único jeito de o seu corpo sentir a presença dele, ele é danoso a saúde e ao longo do tempo aumenta a probabilidade de se desenvolver câncer de pulmão.

POR QUE A PREOCUPAÇÃO COM O RADÔNIO?

Uma vez que o Radônio entra nas habitações, é facilmente disperso pelo ar, mas pode se concentrar nos cômodos da casa. O processo de decaimento radioativo não para. Isso leva o radônio a decair em vários outros elementos radioativos chamados de produtos do decaimento do radônio (Figura 2). Esses produtos são constituídos de diferentes formas de átomos de Polônio, Chumbo e Bismuto. Diferentemente do radônio, que é um gás, os seus descendentes radioativos são sólidos. Essas partículas
permanecem suspensas no ar, são extremamente pequenas a ponto de não serem vistas.

Por causa do tamanho das partículas, esses produtos são facilmente inalados e podem aderir-se ao tecido do pulmão. Elas se decaem relativamente rápida depois de formadas. Na verdade, se forem inaladas, elas decairão no interior dos pulmões. Consequentemente, o gás radônio em conjunto com os seus produtos de decaimento radioativo, representa um grande risco à saúde da população.

O RADÔNIO E SEUS DESCENDENTES RADIOATIVOS GERAM CÂNCER DE PULMÃO
O gás Radônio é um Agente Cancerígino de Classe A. Inalação de radônio e seus descendentes leva as partículas radioativas a irradiar os pulmões e a irradiação provoca a formação de câncer. Quando os produtos do decaimento são inalados, eles se aderem a tecidos sensíveis do pulmão. Como o tempo de meia vida dessas partículas é curto, elas decairão no pulmão, expondo o órgão à radiação.

Após o decaimento dessas partículas, há emissão de radiações alfa, beta e gama. São exatamente essas radiações alfa (em forma de partículas) dos dois produtos de decaimento - polônio 218 e polônio 214 - que são mais perigosas. As partículas alfa irão comprimir o tecido do pulmão. Na maioria dos casos, elas matam as células do tecido as quais podem ser substituídas pelo próprio corpo humano. De qualquer modo, essas partículas podem atingir ou criar uma reação química que afetará o DNA. Quando isso ocorre, a célula pode ser alterada. Esse é o mecanismo que pode aumentar o potencial de se ter câncer de pulmão através de uma prolongada exposição ao Radônio e seus produtos.

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O QUE ACONTECE QUANDO OS PRODUTOS DE DECAIMENTO DO RADÔNIO SÃO INALADOS?Quando os produtos do decaimento radioativos do Radônio são inalados, eles se aderem aos tecidos sensíveis dos pulmões. Como o tempo de meia-vida dessas partículas é curto, elas decairão no pulmão, expondo o órgão à radiação. Se a particular alfa atinge o núcleo de uma célula ativa e por sua vez o DNA, onde dentro deste a partícula atinge e prejudica o gene, os riscos de se contrair o câncer de pulmão aumentam significativamente. As partículas alfa podem também causar a ionização do material em torno do DNA que pode prejudicá-lo.
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Figura 4: Fios de DNA sofrendo ação das partículas iônicas derivada da água pela influência da radiação

Esse é o mecanismo em que o Radônio (mais especificamente seus produtos de decaimento) pode levar ao aumento dos riscos de obtenção do câncer de pulmão.

PROBABILIDADE DE SE CONTRAIR CÂNCER DE PULMÃO DEVIDO AO RADÔNIO.

Qual a probabilidade disto acontecer? Estar exposto ao gás Radônio não significa que você ira contrair câncer de pulmão. A probabilidade aumenta com a quantidade de gás e o tempo de exposição ao Radônio. Isto é, o potencial para câncer de pulmão aumenta com o tempo de exposição e da quantidade do gás Radônio na atmosfera. Em qualquer exposição ao radônio, existe o risco de contrair o câncer.

Quanto mais baixo o nível deste gás em sua casa, menor será o risco de sua família contrair o câncer. Para desenvolver este câncer de pulmões a partir da exposição ao gás Radônio, a radiação lançada durante seu decaimento deve atingir uma célula pulmonar e dentro desta célula atingir um local especifico.

“A probabilidade de obtenção do câncer é como uma pessoa cega lançando dardos num alvo”. Se a pessoa lança apenas um de cada vez, provavelmente levará bastante tempo para acertar. Por outro lado, se esta pessoa lançar um punhado de dardos ao mesmo tempo, a probabilidade de acertar é bem maior. Essa analogia pode ser usada para entender que a
probabilidade de uma partícula alfa atingir uma célula pulmonar de uma maneira que causa o câncer, depende da dose e do tempo da exposição.

Resumindo, o câncer de pulmão gerado pela exposição ao radônio é função da:

• Concentração de radônio a que somos expostos,
• Quantidade de tempo a que somos expostos.

QUAL O NÍVEL DE RADÔNIO QUE POSSA SER ACEITÁVEL?

É recomendado que as pessoas ao longo de sua vida não tenham uma exposição duradoura a níveis superiores a 100 Bq/m3. É estimado que uma redução do nível para abaixo de 50 Bq/m3 reduziria as mortes precoces causadas por câncer no pulmão anualmente atribuído pelo radônio em 50%. Entretanto, mesmo com um nível de 50 Bq/m3, o risco de contrair o câncer pelo gás é ainda centenas de vezes maiores que os riscos permitidos pela exposição de elementos cancerígenos presentes em nossa comida e água.

PODE EXISTIR RADÔNIO NA ÁGUA?

Sim, esse elemento pode se dissolver na água subterrânea e ser lançado no ar da residência durante o banho, lavagem de roupa e outras atividades que utilizam água. Casas com abastecimento de água subterrânea, seja esta pública ou proveniente de poços, são as mais propícias a estarem contaminadas. A preocupação maior não é o uso
generalizado dessa água contaminada, nem mesmo sua ingestão, mas a infiltração do radônio no ar o qual respiramos além daquele que vem diretamente do solo. Testes podem medir esse aumento se a casa estiver ocupada durante a avaliação. É necessário muito radônio na água para alterar a concentração do gás no ar. 250.000 Bq/m3 presente na água aumenta em 25 Bq/m3 no ar. Assim, sempre teste a concentração de radônio no ar antes de ficar preocupado com a quantidade de radônio na água.
O QUE FAZER SE A CASA ONDE VIVO APRESENTAR UM ALTO NÍVEL DE RADÔNIO?

A presença de altos níveis de radônio não deve eliminar a possibilidade de viver em sua casa. Só um estudo adequado é que pode 9
indicar a existência de níveis elevados de gás Radônio, se ele for elevado provavelmente as outras casas vizinhas a sua apresentarão o mesmo problema. Uma boa notícia é que ele pode ser reduzido. De todos os
problemas que uma casa pode ter, o radônio é uma das mais fáceis de identificar e controlar com uma ventilação adequada.
CONCLUSÃO

No geral, o gás Radônio se move dos solos para o ar, entra nas casas através de rachaduras nas paredes e pisos. Ele pode emanar ainda através de alguns tipos de materiais de construção. O gás Radônio pode também entrar nas casas através das águas de poços e cisternas, onde se encontra dissolvido. Como esta água é utilizada para banho e/ou outros fins domésticos, uma parte desse gás migra da água para o ar. O que contribui no aumento da taxa de Radônio na atmosfera ambiental.

Beber água com altos teores do gás Radônio oferece um grande risco à saúde, mas respirar o ar com alto nível de radônio é muito mais nocivo. Uma atmosfera com alta concentração de radônio aumenta os riscos de desenvolvimento de câncer de pulmão. Esse risco aumenta com o tempo de exposição e a concentração do elemento. Beber água contaminada com Radônio eleva ainda as chances de se desenvolver câncer no estômago.

Embora nenhum nível do gás Radônio seja considerado completamente seguro, como acontece com a maioria das coisas da vida, nós devemos equilibrar os benefícios e sacrifícios para achar o nosso nível “estável”. Nós caminhamos pelas ruas e trabalhamos no sol, nos expondo aos raios ultravioletas e aumentando os riscos de obter câncer de pele. Nós dirigimos quase todos os dias apesar de mais de 1 em 86 mortes serem resultados dos acidentes automobilísticos. Pessoas fumam, comem mal e às vezes agem de maneira perigosa. Até certo ponto, o gás Radônio é outro risco que enfrentamos diariamente. No entanto você escolhe o que comer, se vai fumar e como ou quando vai dirigir. Você não tem escolha a não ser respirar o ar em sua casa. Um simples e barato teste de radônio pode lhe dar a informação que você precisa sobre qual nível de exposição ao gás Radônio é aceitável pra você.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

Você pode consultar as referências a seguir, usadas nessa cartilha, e ler
mais à respeito do gás Radônio.
www.who.int; www.cnen.gov.br; www.epa.gov; www.unscear.org;
www.nuclear.radiologia.nom.br; www.lungcancer.about.com; www.nrsb.org;
www.icru.org; www.radonleaders.org; www.worldradonsolutions.info;

LARANA – Laboratório de Radioatividade Natural do Rio Grande do
Norte da UFRN.
Coordenador: Pr. Dr. Thomas Ferreira da Costa Campus*

www.larana.geologia.urfn.br


RADÔNIO É FATOR DE RISCO PARA CÂNCER DE PULMÃO


Por Juliana Conte - O câncer de pulmão é um dos tumores que mais mata no mundo. Entretanto, apesar de o cigarro ser responsável por 90% dos casos, o que vem chamando a atenção dos médicos é o aumento da incidência entre aqueles que nunca colocaram um cigarro na boca. O tema foi discutido no I Workshop de Câncer de Pulmão promovido pelo Instituto Lado a Lado, no último dia 31/05/2016, em São Paulo.

“Estudos internacionais recentes mostram um aumento entre os não fumantes. Nos Estados Unidos, ficava na ordem de 8 a 9% dos casos. Agora chega ao número de 20% de não fumantes com a doença. Aqui no Brasil ainda não há estudos do gênero, mas são fatos que já observamos no consultório. Um caso recente que apareceu no hospital foi o de uma bailarina, atleta, 23 anos e que nunca fumou na vida”, explica o oncologista Marcelo Cruz, do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, do Hospital São José da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Radônio

Entre os fatores de risco conhecidos há mais tempo estão o fumo passivo e a poluição ambiental. Entretanto, tem ganhado destaque a exposição ao gás radônio. Esse é um gás radioativo liberado do solo em regiões ricas em minérios como o urânio (o Brasil tem a quinta maior reserva mundial). Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), tal gás é a segunda causa para o desenvolvimento do câncer de pulmão, ficando atrás somente, claro, do cigarro.

Um projeto de Pesquisa Brasileira de Câncer e Radiação Natural, coordenado pela farmacêutica bioquímica Yula Merola e conduzido na cidade de Poços de Caldas-MG (por conta da presença das minas de urânio), confirmou a tese de que o radônio causa câncer. Na verdade, a população começou a alertar o Inca (Instituto Nacional do Câncer) de que a cidade possuía mais casos de câncer de que outras regiões do país. A partir de então iniciaram-se pesquisas para descobrir a causa, juntamente com as medições nas residências e análise dos doentes.

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“Em Poços, orientamos a população a abrir a janela. Há maior concentração de radônio em residências nas cidades frias, porque as janelas ficam fechadas”, explicou a especialista. Ainda assim, o radônio que sai do solo entra nas construções por tubulações, fendas e rachaduras. Para se ter uma ideia, países como os Estados Unidos já tomam medidas preventivas para conter esse gás. O morador é obrigado a fazer a medição da dosagem do gás em seu terreno e depois encaminhar os dados para o órgão responsável, que irá fazer análises e tomar as devidas providências, se necessário. “O indivíduo consegue comprar esse medidor no supermercado. Por aqui, não temos esse tipo de serviço, tampouco um valor de referência máxima nas residências”, aponta Yula.

“É um fator de risco sobre o qual as pessoas ainda não ouviram falar direito, mas que precisa ser divulgado. É um problema real e que não deve ser ignorado pelas autoridades”, finaliza o oncologista dr. Marcelo Cruz, que também lidera um grupo de pesquisadores responsável por levar o assunto ao Congresso Mundial de Câncer de Pulmão, nos Estados Unidos, em 2015.


Radônio – ALERTA DE RISCO PARA SUA SAÚDE


Por Andre Marcio Murad - Radônio: esse inimigo oculto é segunda causa de câncer de pulmão no mundo e o principal responsável pelo aumento dos casos de câncer de pulmão em não fumantes. O alerta da OMS (Organização Mundial de Saúde) foi discutido no 17o Congresso Europeu de Oncologia, realizado em Amsterdam (Holanda) entre os dias 27/09 e 1/10/2013

André Márcio Murad. Médico Oncologista pesquisador e professor coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG e diretor do CENANTRON – Centro Avançado de Tratamento Oncológico. O câncer de pulmão é o mais frequente no mundo, e o que mais mata. Por ano, o número de casos novos atinge 1.600.000 e a doenca mata cerca de 1.400.000 pessoas. No Brasil, a estimativa é de 28.000 novos caso ano, sendo que 22.000 morrem anualmente por esse tipo de câncer.

Tabagismo: a principal causa do câncer de pulmão : O tabagismo (consumo habitual do cigarro) é o principal fator de risco para o surgimento do câncer de pulmão. Quanto maior o número de cigarros consumidos por dia e quanto mais tempo a pessoa fumou na vida, maior é o risco de desenvolver este câncer. cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo e a mortalidade é maior para aqueles que continuam fumando. tabagismo .

Tabagismo passivo: Define-se tabagismo passivo como a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça) por indivíduos não-fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados. A fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada poluição tabagística ambiental (PTA) e, torna-se ainda mais grave em ambientes fechados. Pessoas que se expõem ao tabagismo passivo apresentam 25% de risco de contrair câncer de pulmão em comparação com as pessoas não expostas ao tabagismo passivo. O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool.

O câncer de pulmão em não fumantes: o papel do RADÔNIO:

Cerca de 15% dos casos de câncer de pulmão ocorrem em indivíduos que nunca fumaram, ativa ou passivamente! Esses números aumentaeam nos últimos anos em vários paises. Um estudo realizado na França mostrou um preocupante aumento de câncer de pulmão em não fumantes nos últimos 10 anos. Embora a poluição ambiental, a exposição ao asbesto e fatores genéticos tenha, sido relacionados como possíveis causas de câncer de pulmão, A EXPOSIÇÃO AO RADÔNIO TEM SIDO A SEGUNDA PRINCIPAL CAUSA DE CÂNCER DE PULMÃO DEPOIS DO TABAGISMO, E A PRIMEIRA CAUSA EM NÃO FUMANTES.

RADÔNIO

O radônio é um gás radioativo inerte, inodoro, incolor e insípido originário da quebra natural do urânio e do Tório presente em solos e rochas e que sobe à superfície através do solo; portanto, ocorre em maiores concentrações em casas, pavimentos térreos e nos andares inferiores dos edifícios O radônio gera partículas alfa radioativas que permanecem no ar e são posteriormente inaladas, depositando-se no epitélio das vias aéreas. Tais partículas causam um dano direto ao DNA, e podem resultar em câncer de pulmão. Segundo a. OMS entre 5 e 15% das mortes por câncer de pulmão estão relacionadas à exposição ao radônio. O radônio hoje é a maior finte de radioatividade natural para os seres humanos e é considerado é a segunda causa de câncer de pulmão, após o tabagismo e a primeira causa oonhecida de câncer de pulmão em não fumantes, com taxas estimadas em 25 a 30% dos casos em não fumantes.

Ao ar livre, o radônio não é um risco importante para a saúde, porque se dilui no ambiente. No entanto, uma concentração superior a 4 picocuries por litro de ar em um ambiente fechado é uma concentração perigosa. Concentrações elevadas de radônio podem ser resultantes da penetração permanente de gás através de rachaduras ou poros no solo e em paredes, fendas em alicerces, paredes, encaixes de assoalhos, canos e tubos, entre outros. O radônio está no mundo todo, e seu grau de concentração depende da presença de urânio na terra. Segundo a OMS, o radônio expõe todos os povos a um risco sanitário que pode ser facilmente prevenido, mas que, até agora, era tratado como um assunto que não chamava a atenção. Para fazer frente a este fator de risco, a OMS lançou um projeto internacional, de três anos de duração, para ajudar os países a reduzir os riscos sanitários associados ao radônio. Entre as medidas concretas que serão propostas, destacam-se a avaliação de riscos, a adoção de normas para reduzir a exposição e a concentração do referido gás, assim como as campanhas de sensibilização dirigidas aos políticos e às opiniões publicas em geral.

Por isso, as medições periódicas são importantes em casas e demais ambientes fechados, para que esse risco possa ser melhor estimado, e medidas preventivas possam ser tomadas, como despressurização do solo, selagem de pisos e paredes, tratamento de água contaminada, aumento da ventilação de porões, aumento da ventilação interna e aumento do movimento do ar. Um estudo efetuado em casas no ano 2000, Suécia, Noruega, Finlândia e República Tcheca eram os países onde foi detectada a maior presença de radônio. O frio facilita a incentração do gas, especialmente em ambientes calafetados e aquecidos artificialmente. No Brasil, já foram identificadas algumas áreas com índice elevado, como é o caso de Poços de Caldas, onde localiza a primeira mineração de urânio brasileira.

Belo Horizonte — Os níveis de radônio foram avaliados em residências e construções de Belo Horizonte e região metropolitana recentemente. o estudo resultou, em uma Tese defendida no programa de pós-graduação em Ciências e Técnicas Nucleares da Escola de Engenharia Nuclear da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Intitulado Distribuição da concentração de radônio em residências e outras construções da Região Metropolitana de BH, o estudo foi desenvolvido em parceria com o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), que pertence à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM). A pesquisa identificou que 15% das 540 residências e construções analisadas apresentaram concentrações do radônio superiores ao limite de 150 bq ( bq: Bequerel: é uma grandeza física, unidade de medida da intensidade da radiação) definido como o limite de segurança pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Usepa) e pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP).

Apesar de o radônio ser a principal fonte de radiação externa natural e já ser conhecido como carcinógeno humano 1, o mais alto grau, pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) ele não oferece, inicialmente, riscos significativos à saúde. O problema reside nos produtos gerados pelo decaimento radioativo dele, que são sólidos e, quando inalados (evaporação), vão para o trato respiratório e permanecem ali em processo de desintegração. Dentro de residências, o gás vai se alojar em local fechado e se acumular. Ali, ele começa a decair em filhos (polônio, bismuto e chumbo), que vão aderir às partículas de poeira presentes no ambiente, e nós vamos respirar essas partículas. Elas ficarão presas ao trato respiratório e gerarão efeitos biológicos, que podem evoluir para um câncer de pulmão, dependendo da quantidade inalada. Os níveis observado em BH e RMBH são superiores aos encontrados no Rio de Janeiro, em São Paulo, Curitiba, Poços de Caldas e Campinas. Portanto, estudos mais aprofundados devem ser realizados. A Usepa sugere concentração de máxima radônio de 40bq/m³ para ambientes de baixo background (radioatividade natural ou espontânea diária). Nesse estudo, os níveis médios encontrado em BH foram de 108 bq/m3. Engenho Nogueira, Jardim Améria, Nova Suissa, Ouro Preto, Castelo e Centro foram as regiões com concentração de mais significativas. Entretanto, devr-se ressaltar qur as medições devem ser induviduais, ou seja, em cada residência ou construção, pois os níveis podem variar enormemebte de local para local.

Medidas preventivas

Embora o Brasil seja um pais no Brasil privilegiado por um clima tropical e mesmo no inverno as portas e janelas das residências sejam mantidas abertas, diferentemente da Europa e Estados Unidos que, devido ao clima frio, o ar do ambiente interior das residências é mantido por longo tempo, algumas medidas devem ser encorajadas, principalmente pelo fato de que dados epidemiológicos detectem um aumento de incidência de câncer de pulmão, fato este atrubuído diretamente à exposição ao radônio.
Em função disso, já existem medidas governamentais preventivas na Europa e nos Estados Unidos. Há uma norma americana, por exemplo, que determina que toda casa deva ser construída sobre uma manta antirradônio e todo loteamento precisa ser avaliado antes, quanto à presença dele. Quem for vender uma casa tem de apresentar um laudo oficial de medida de radônio. deve-se sempre tentar melhorar a ventilação e se utilizar bons pisos nas residências, cuidando-se bem de eventuais rachaduras e fissuras. Outras medidas sugeridas em casos de alta concentração de radônio: despressurização do solo, selagem de pisos e paredes, tratamento de água contaminada, aumento da ventilação de porões, aumento da ventilação interna e aumento do movimento do ar. AMM. OUT/2013


O Perigo do Gás Radônio


O radônio, um gás radioativo de origem natural e se forma durante a transformação do Urânio-238 em chumbo, e é a segunda maior causa de câncer de pulmão no mundo, atrás apenas do tabaco. Os cientistas atribuem a esse gás radioativo entre 10 e 15% dos casos de câncer de pulmão, número que sobe para 25% quando se trata de fumantes, (DADOS OMS – Organização Mundial da Saúde). Os átomos de radônio têm uma vida relativamente curta (em média 4 dias) e se tornam átomos de chumbo após alguns dias. No entanto, enquanto é um átomo de radônio, ele é um gás. Dessa forma, consegue penetrar pelo solo e se misturar ao ar de uma casa. A principal maneira que o radônio usa para entrar em uma casa é por meio do alicerce (espaços entre o solo e o assoalho, porões).

O grau de exposição ao radônio aumenta em ambientes ou edifícios fechados e esse gás penetra nas casas por fissuras no concreto, rachaduras no assoalho de porões, drenos, bombas de esgoto, solo exposto, pontos de ligação da construção (entre o chão e a parede – argamassa), buracos no chão, pequenos poros nos muros ou pelo encanamento. Ele é muito comum onde temos materiais de construção à base de granito. Os níveis de radônio em uma casa comum são de cerca de 1,25 picocuries/litro de ar (pCi/L). Se um teste revelar níveis de 4 pCi/L ou maiores, algo deve ser feito para reduzir esse nível;

A concentração deste gás radioativo pode ser reduzida de maneira imediata deixando as janelas abertas e permitindo a circulação do ar, criando sistemas de ventilação ou instalando exaustores. Isto é essencial quando temos casas com porões úmidos e gateiras (buracos abaixo da laje) com pouca ventilação e aberturas;
A OMS destaca que, em um estudo efetuado em casas no ano 2000, Suécia, Noruega, Finlândia e República Tcheca eram os países onde foi detectada a maior presença de radônio.

No Brasil ainda não se tem estudos e nem dados estatísticos sobre os malefícios deste gás.Porém, em nossos projetos de consultoria, temos encontrado aqui no Brasil uma grande gama de residências e prédios com a presença de radônio. Ainda não há nenhum estudo específico sobre os efeitos causados à curto prazo pelo radônio. A longo prazo e em alta quantidade provoca câncer de Pulmão. Um outro fator é que ele se transforma em chumbo que pode causar vários problemas.


Fonte: http://drauziovarella.com.br/
http://jorgeroriz.com.br
http://domoterapia.com.br/