PESSOAS ESPECIAIS

Além da Aparência, a Alma de uma Artista: Julia Pastrana

mulhermaca1Julia Pastrana (1834 — 1860) foi uma mulher de origem mexicana que sofria de hipertricose, uma condição que a cobria com densos e sedosos pelos em todo o corpo. Ela era popularmente conhecida como "A Dama-Símia" devido às características simiescas de seu rosto, gengivas hipertrofiadas e supostas fileiras duplas de dentes pontiagudos, embora exames tenham confirmado que sua dentição era normal. Julia era uma pessoa inteligente e curiosa, fluente em várias línguas e uma ávida leitora. Em apresentações públicas, encantava o público com sua voz de mezzo-soprano e dançava usando trajes que ela mesma confeccionava.

No século XIX, Julia realizou espetáculos na Europa, onde foi descoberta por Theodore Lent, que a adquiriu de uma mulher que possivelmente seria sua mãe. Lent a ensinou a dançar e tocar, levando-a em turnês pelo mundo com o apelido de "Senhora Cabeluda e Barbuda". Julia foi casada duas vezes e teve um filho com seu último empresário, Theodore Lent. A criança nasceu em Moscou com a mesma condição que Julia, mas infelizmente viveu apenas algumas horas após o nascimento. Julia faleceu poucos dias após a morte de seu filho, aos 26 anos, devido a complicações do parto. Posteriormente, seu marido mandou mumificar os corpos de sua esposa e filho, exibindo-os em uma cabine de vidro até sua própria morte em um sanatório, em 1880.

Em 1921, as múmias foram redescobertas nas mãos de Haakon Lund, que as transportou por duas décadas. Os corpos de Julia e de seu filho permaneceram no Instituto Forense de Oslo, na Noruega, desde 1976, quando foram roubados e posteriormente recuperados. Em 2005, a artista mexicana Laura Anderson Barbata iniciou uma campanha que resultou em uma extensa batalha legal, envolvendo representantes mexicanos, para que os corpos de Julia e de seu filho fossem finalmente repatriados e enterrados em sua terra natal, o México, o que ocorreu em fevereiro de 2013.

 

Julia Pastrana, a "mulher macaco" que teve sua iamagem explorada até depois da morte

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Com uma condição genética rara, a mulher mexicana tornou-se uma atração de circo desde a infância, e durante mais de cem anos, ela continuou sendo tratada como uma figura monstruosa. Atualmente, a indústria cinematográfica é o centro do entretenimento, mas no passado, entre os séculos XIX e XX, os circos e suas anomalias eram os espetáculos mais populares. Os palcos improvisados sob tendas coloridas apresentavam uma grande diversidade de indivíduos, muitos dos quais eram nomeados de maneira peculiar para atrair a atenção do público.

Julia Pastrana, conhecida como a "Mulher Macaco", foi um exemplo desse fenômeno. Ela tinha uma condição genética rara chamada hipertricose terminal, que cobria seu rosto e corpo com cabelos lisos e escuros. Durante a maior parte de sua vida, Julia foi exibida como uma atração de circo e, mesmo após sua morte, não deixou de ser explorada como uma peça de museu por muitos anos.

A vida de Julia Pastrana é conhecida principalmente por meio de registros do mundo do entretenimento, pois tudo o que se sabe sobre ela foi documentado por pessoas envolvidas na indústria do espetáculo. Existem duas versões diferentes de sua origem, mas é certo que ela nasceu em Sinaloa, no México, por volta de 1834. Julia era uma figura única para a época e acabou sendo atraída para o circo, onde sua vida se transformou em um show de horrores.

Em torno de 1854, quando tinha cerca de 20 anos, Julia viajou para os Estados Unidos, onde foi contratada pelo circo de J.W. Beach. Foi durante essa turnê que ela conheceu Theodore Lent, com quem fugiu e casou em Baltimore, Maryland. No entanto, sua carreira no circo não terminou aí, e Julia continuou se apresentando por vários anos. Em cada novo espetáculo, ela era rebatizada com um nome diferente e seu rosto era estampado em cartazes e folhetos distribuídos nas cidades que visitava. Ela era retratada como uma criatura híbrida entre um ser humano e um animal, sendo constantemente subjugada. Suas apresentações não valorizavam sua inteligência ou seus verdadeiros talentos, como dança e canto.

Julia era considerada uma das atrações principais dos espetáculos bizarros e viajou por diversos países, se apresentando em inúmeras tendas de circo. Realizou turnês na Europa, América e Ásia, sempre sob a persona da "Mulher Macaco". Em 1860, durante uma turnê em Moscou, Rússia, um evento marcante aconteceu em sua vida: Julia deu à luz um bebê com características semelhantes às dela. Infelizmente, o bebê, único e com uma aparência tão peculiar quanto a da mãe, não sobreviveu e faleceu três dias após o parto. Julia, devastada, acreditou que as coisas não poderiam piorar, mas infelizmente, ela estava enganada mais uma vez. Ela própria faleceu cinco dias após o nascimento de seu filho, devido a complicações pós-parto.

O Espetáculo na para nunca

Com um corpo tão notável, Julia permaneceu na memória mesmo após sua morte. No mundo do entretenimento, essa mulher era simplesmente extraordinária para descansar tão prematuramente. Especialmente quando um médico chamado Alexander B. Mott afirmou com veemência que ela era o resultado da união entre um ser humano e um orangotango. Consequentemente, os corpos de Julia e de seu bebê foram transportados para a Universidade de Moscou e preservados por meio de taxidermia. Durante o processo, mãe e filho foram submetidos a substâncias químicas utilizadas em processos de embalsamamento. Embora tecnicamente não possam ser classificados como múmias, os corpos inertes e petrificados de Julia foram exibidos em diversos museus e galerias. Ao lado deles, em caixotes menores, o filho dela também era objeto de curiosidade.

Os corpos dos dois foram expostos por mais de um século. Julia e seu bebê foram levados à Noruega em 1921 e aos Estados Unidos e Suécia em 1972. Ao longo dos anos, esses dois corpos foram examinados, furtados, danificados, atacados por roedores e mantidos em institutos forenses. Após décadas sendo a atração de espetáculos macabros, Julia finalmente alcançou sua liberdade, ainda que postumamente, em fevereiro de 2013. Naquele ano, graças aos esforços das autoridades e artistas mexicanos, ela foi repatriada para Sinaloa, onde recebeu um enterro católico em uma cerimônia aberta ao público.

REFERENCIAS: WIKIPÉDIA

                        INCRÍVEL HISTÓRIA

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