UFOLOGIA

Óvnis: As conclusões do esperado relatório do Pentágono sobre objetos voadores não-identificados

retorioovni topo26/06/2021 - O aguardado relatório diz que só há explicação para 1 dos 144 objetos voadores não-identificados vistos pelas forças armadas dos EUA desde 2004. Um aguardado relatório do Pentágono foi finalmente divulgado na sexta (25), com a conclusão parcial de um estudo sobre 144 objetos voadores não-identificados (óvnis) visto pelas forças armadas dos EUA desde 2004. O relatório afirma que só um dos 144 casos de observação de óvnis tem explicação. O relatório diz ainda que não há indícios de que os objetos voadores sejam extraterrestres, mas também não descarta essa possibilidade.

A investigação foi exigida pelo Congresso dos Estados Unidos depois que os militares relataram vários episódios de observação de óvnis se movendo de forma errática pelo céu. O Pentágono então estabeleceu uma força-tarefa com profissionais especializados em fenômenos aéreos, em agosto do ano passado, para examinar os registros das observações. O trabalho do grupo era "detectar, analisar e catalogar" esses eventos, bem como "obter informações" sobre a "natureza e origens" dos óvnis, segundo o Pentágono. A liberação dessas informações também está alinhada com uma mudança cultural, com militares e políticos passando do ceticismo para a curiosidade sobre esses objetos voadores.

O que o relatório diz?

O relatório provisório divulgado na sexta-feira diz que a maioria dos 144 casos relatados de "fenômenos aéreos não identificados" ocorreram nos últimos dois anos, depois que os militares implementaram um mecanismo de notificação padronizado. Em 143 dos 144 casos notificados, faltam "informações suficientes para atribuir explicações específicas aos incidentes".
O relatório diz ainda que não há "indícios de que haja uma explicação extraterrestre" para os fenômenos, mas também não descarta essa possibilidade.

Os óvnis "provavelmente carecem de uma única explicação", diz o relatório. Alguns podem ser aeronaves de outros países, como China ou Rússia. Outros podem ser fenômenos atmosféricos naturais, como cristais de gelo que os sistemas de radar detectaram. O relatório também sugere que alguns podem ser "atribuídos ao desenvolvimento secreto de projetos" de instituições governamentais americanas.
O único caso para o qual eles conseguiram encontrar uma explicação altamente confiável foi "um grande balão vazio".

O relatório diz ainda que os óvnis representam "um claro problema de segurança de voo e podem representar um desafio para a segurança nacional dos Estados Unidos." A força-tarefa está agora "procurando novas maneiras de aumentar a compilação" dos dados, acrescentando que um orçamento adicional poderia ser usado ​​para "estudar mais as dúvidas levantadas pelo relatório".

Quais as evidências até agora

O Departamento de Defesa dos EUA publicou em abril de 2020 vídeos de vários óvnis que foram filmados pelas forças armadas. Em março, o ex-diretor de inteligência nacional de Trump, John Ratcliffe — que anteriormente supervisionou todas as 18 agências de inteligência dos Estados Unidos — resumiu o fenômeno dizendo à emissora Fox News: "Francamente, acontecem muito mais observações do que as que são divulgadas".

"Estamos falando de objetos que foram vistos por pilotos da Marinha ou da Força Aérea, ou captados por imagens de satélite, que francamente são difíceis de explicar."

Em um episódio do programa "60 Minutes" do canal de TV CBS, no mês passado, dois ex-pilotos afirmaram ter visto um objeto voador no Oceano Pacífico que parecia copiar seus movimentos. Um piloto o descreveu como um "pequeno objeto branco parecido com um tic-tac", referindo-se ao popular docinho branco alongado.

Estava viajando muito rápido e de forma muito errática e não conseguíamos prever para que lado viraria, como estava manobrando, ou qual era o sistema de propulsão", disse o ex-piloto Alex Dietrich à BBC.

"Não tinha rastro de fumaça ou propulsão aparente. Não tinha superfície de controle de vôo aparente para manobrar."

Por que esse tema ganhou importância?

A pressão pública para que os Estados Unidos liberem o que sabem sobre supostos alienígenas vem crescendo há décadas, enquanto grupos civis coordenados por supostos ufólogos (especialistas em óvnis) argumentam que evidências sobre o assunto foram "escondidas" pelo governo. O Pentágono vem coletando dados de forma discreta desde 2007, como parte do pouco conhecido "Programa de Identificação Avançada de Ameaças Aeroespaciais". O dinheiro para o programa veio a pedido do senador Harry Reid, do Partido Democrata. Ele representa o Estado de Nevada, onde se localiza a famosa Área 51 — a base militar onde os teóricos da conspiração acreditam que os restos coletados de um acidente alienígena na cidade de Roswell foram estudados desde 1947.

Ex-funcionários de alto escalão e até ex-presidentes recentemente deram declarações sobre o tema.

John Podesta, gerente de campanha de Hillary Clinton e ex-chefe de gabinete no governo de Bill Clinton (1993-2001), há muito um seguidor de teorias sobre óvnis, prometeu durante a campanha presidencial de 2016 que, caso Hillary fosse eleita, a Casa Branca divulgaria relatórios confidenciais do governo.

Em uma entrevista no ano passado, o então presidente Donald Trump disse que não revelaria — nem mesmo para sua família — o que havia aprendido sobre alienígenas.

"Não vou falar o que sei sobre isso, mas é muito interessante", afirmou à época.

O ex-presidente Barack Obama foi mais objetivo em maio, quando disse ao apresentador de TV americano James Corden: "Quando assumi o cargo, perguntei: existe um laboratório em algum lugar onde estamos mantendo os espécimes alienígenas e as naves espaciais? Eles pesquisaram um pouco e a resposta foi não."

"O que é verdade, e estou falando sério aqui, é que existem filmagens e registros de objetos nos céus que não sabemos exatamente o que são", continuou Obama. "Não podemos explicar como eles se movem, sua trajetória... Então acho que as pessoas ainda levam a sério a tentativa de investigar e descobrir o que eles são."

O esforço para divulgar o que se sabe oficialmente sobre os óvnis também encontrou apoiadores no Congresso, tanto entre republicanos quanto entre democratas: eles argumentam que o relatório acabará com um tabu entre militares, que podem se sentir inibidos em relatar possíveis encontros com objetos não-identificados para seus superiores.

 

Pentágono libera relatório sobre OVNIs — mas talvez você se decepcione ao ler

 

Por Danielle Cassita, 28/06/2021 - Em março, John Rathclife, ex-diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, anunciou que um novo relatório sobre casos de observações de objetos voadores não identificados (OVNIs) seria divulgado em junho. Pois bem, uma versão de nove páginas do tão aguardado documento foi liberada no final da última semana. Nela, o governo dos EUA afirma que, dos 144 relatos de militares feitos entre 2004 e 2021, 143 deles seguem sem explicação — e não descartam a possibilidade de se tratar de objetos extraterrestres. A movimentação para a criação do relatório começou após militares dos Estados Unidos reportarem observações de vários objetos que se moviam de forma estranha no céu. Assim, o Pentágono montou uma força-tarefa no ano passado para “detectar, analisar e catalogar os eventos”, investigando também a natureza e as origens dos objetos observados. Então, o documento publicado na última semana é, na verdade, uma versão de 9 páginas de um relatório maior, fornecido ao Congressional Services and Armed Services Committees.

Este relatório traz a “ameaça causada por fenômenos aéreos não-identificados e o progresso que o Department of Defence Unidentified Aerial Phenomena Task Force já fez para entender estas ameaças”. De acordo com a publicação, a maior parte dos 144 casos ocorreu nos últimos dois anos, depois que a Marinha criou um mecanismo padronizado para coletar os relatos. Do total de 144 casos, 143 deles não têm informações suficientes em meio aos dados para permitir explicações específicas.

O único caso que pôde ser explicado com “alto nível de confiança” foi identificado como um grande balão esvaziando. Cerca de 20 dos objetos relatados apresentam características intrigantes: eles pareceram ficar estáveis mesmo com ventos soprando, se moveram a velocidades altíssimas e realizaram manobras abruptas mesmo sem demonstrar mecanismos de propulsão. Essas características sugerem que, como não foram afetados pelo vento, há inteligência controlando-os; além disso, os objetos emitem radiofrequências, de modo que são eletromagnéticos.

Há algumas possíveis explicações para alguns dos objetos relatados: alguns deles podem ser pássaros ou drones, tecnologias de nações como a China ou a Rússia, e outros podem ser fenômenos atmosféricos naturais, como cristais de gelo detectáveis por sistemas de radar. Existe a possibilidade de que alguns correspondam a programas de entidades norte-americanas, que estão em andamento. Por fim, embora não haja indícios claros que os casos relatados tenham origem extraterrestre, esta possibilidade não foi totalmente descartada.

No fim das contas, embora os oficiais de inteligência não acreditem que formas de vida alienígenas sejam responsáveis pelos relatos, eles não conseguem explicar, totalmente, do que se trata e nem descartar completamente essa possibilidade. Agora, a força-tarefa do Pentágono segue procurando novas formas de aumentar a coleta de relatos e reunir mais informações sobre a questão. Se houver financiamento, um estudo mais aprofundado poderá ser feito, com foco nos tópicos apresentados no relatório.

Algumas implicações do relatório

Para a frustração dos entusiastas da possibilidade da existência de formas de vida alienígenas, o documento não conclui que os relatos foram de espaçonaves de outros mundos. Na verdade, o documento indica que a força-tarefa não fez tanto progresso desde sua formação, há dez meses — contudo, a simples existência desta equipe seria algo impensável antes, já que a mudança da política norte-americana para lidar com os OVNIs e o conhecimento deles é algo sem precedentes.

A publicação do relatório ocorreu após o aumento crescente por parte da pressão pública para que os Estados Unidos divulgassem, afinal, o que sabiam sobre as observações de OVNIs. Muitas vezes, os relatos foram atribuídos a alienígenas, tanto que grupos de ufólogos alegam que as evidências da existência de seres de outros mundos foram escondidas pelo governo norte-americano. Então, discretamente, o Pentágono vem coletando dados desde 2007 como parte de um programa militar voltado para a identificação de ameaças aeroespaciais.

Outros oficiais militares e de inteligência já detalharam observações de objetos estranhos — tanto que os relatos mais precisos vêm de pilotos, que viram objetos próximos de instalações de treinamento e armas: “estamos falando sobre objetos que foram vistos por pilotos da Marinha ou da Força Aérea”, disse John Ratcliffe, diretor de inteligência nacional durante o governo do ex-presidente Donald Trump, afirmando que os relatos trazem movimentos difíceis de replicar, que não há tecnologia para realizá-los ou que se movem a velocidades que quebram a barreira do som.

Mesmo assim, os relatos de observações de objetos estranhos foram considerados por instituições estatais como “poluição de informação”, ou seja, algo que deveria ser ignorado ou esquecido. Isso muda com a publicação da força-tarefa, que mostra que os militares dos Estados Unidos viram algo que não deve ser tratado como “poluição”, mas sim como uma possível ameaça, com dados que trazem implicações de segurança nacional.

Por outro lado, o relatório pode ser entendido não exatamente como um avanço na compreensão da vida no universo, mas sim como um produto do momento cultural em que vivemos, em que autoridades são questionadas. Além disso, esta não é a primeira vez que o governo reconhece que os pilotos observam objetos que está além do conhecimento: “os militares já fizeram isso antes, de várias formas e várias vezes”, explica Kathryn Dorsch, historiadora da University of Pennsylvania.

Fonte: https://g1.globo.com/
           BBC
           https://theconversation.com/
           https://www.theguardian.com/
           https://www.wired.com/
           https://canaltech.com.br/