É difícil ser famoso nos dias de hoje. Sempre há repórteres ou fotógrafos por perto para assegurar que o mundo todo saiba de coisa que você preferiria deixar em segredo. No passado os poderosos não tinham tal problema. Eles estavam a salvo das machetes e das colunas de fofocas. Até agora....Pois aqui vamos desenterrar o passado duvidoso de uma das famílias mais célebres da história do Papa que era uma mulher e da era mais escandalosa do papado. Colocaremos sob os holofotes a vida privada dos poderosos, as vidas privadas dos papas. Nenhuma família teria sido mais visada pela mídia moderna do que os Borgias. Esse nome ainda hoje é sinônimo ...
de cobiça, luxúria, traição e assassinato. É claro que nenhuma câmera de televisão os incomodou, nenhuma machete capiciosa ou foto comprometedora pôs em risco seu estilo de vida. De qualquer forma a igreja era tão poderosa naquela época que a impresna livre jamais seria tolerada por uma dinatia corrupta como a dos Borgias.
Os Borgias eram uma família espanhola que sofisticada corte papal considerava rude e de baixa estirpe. O patriarca da família era Rodrigo Borgia, principal esteio da dinastia.
Canon John Rogan, Hitoriador: "O tio dele fora um bispo, que acabou se tornando papa. Rodrigo veio com ele para Roma e foi carregado de honrarias e benefícios tornando-se o segundo cardeal mais rico. Ele era vice-chanceler do papado, ou seja, tesoureiro e principal assessor. Ele manteve o cargo durante quatro papados, era esperto. Ele era um ótimo administrador e vivia quase sem luxo algum."
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Rodrigo se tornou o papa Alexandre VI em 1492, após obter o cargo por negociatas e subornos desavergonhados. O novo papa era mulherengo, tal qual alguns antecessores recentes ele não via razão alguma para obervar o celibado clerical. "Ele gostava de mulheres, e havia algo nele que as atraía. Ele teve amantes por períodos curtos e longos. Ele tinha um forte apetite sexual." Diz o historiador Canon John Rogan.
"O Rebanho de Mulheres do Papa"
Mas nesta era anterior aos desmentidos públicos e confições emocionadas em rede nacional, Rodrigo tinha outras coisas com que se preocupar. Uma delas era assegurar que a família Borgia desfrutasse de todas as vantagens da nova posição dele. Diz o historiador Canon John Rogan: "Diziam que quando ele acordava de manhã a primeira coisa em que pensava era: O que posso fazer hoje em benefício de minha família?". Um batalhão de parentes próximos e distantes ocupou os melhores cargos ao ponto de um desgostoso embaixador observar que "10 papados não seriam suficientes para empregar esse enxame de aparentados". HOje a impresa teria MUITO pano para manga.
santo6 cesar borgia
Um desses detinados a grandes feitos foi o filho de Rodrigo, Cesar Borgia, fruto de um de seus MUITOS casos. Seu filho ilegítimo era um grande impecilho ao progresso da igraja, mas para tudo da-se um jeito. Uma série de subornos aplainaram o caminho para Cesar tornar-se cardeal em 1493. O primeiro passo rumo a eventul obtenção do papado. Diz o historiador Canon John Rogan : "César Bórgia é um dos maiores vilões da História. Ele foi a principal inspiração para "O Príncipe", de Maquiavel. Maquiavel usou os métodos de César para mostrar como sobreviver no caos da política italiana com a devoção dos Bórgias a família e sem ser impedido por obstáculo algum. Por exemplo, no começo ele era um sacerdote então largou a batina porque para a família Bórgia continuar ele precisava casar-se e ter filhos capazes de governar os estados conquistados. Mas ele era homem de certa capacidade militar. Por exemplo, Leonardo da Vinci foi seu engenheiro militar. Cesar sabia reconhecer o talento."
Como a imprensa atual teria adorado isso !!! Não era prudente mencionar o assunto da ilegitimidade de César, pois isso podia melindrá-lo. Os que o faziam pagavam caro, de modo que as pessoas evitavam provocá-lo. Afinal o destemperado e sanguinário primogênito seria um dia o chefe da igreja.
César tinha dois irmãos mais novos, João e Jofre, mas não nutria particular afeto por nenhum. Cesar tinha ciúme de João pois este era o filho favorito de seu pai. E despresava Jofre a ponto de dormir com a esposa dele. A qual, a propósito, também dormia com João. Os irmãos portanto não morriam de amores uns pelos outros, o que tornou o acontecimento de 14/06/1497 ainda mais suspeito. Foi ao anoitecer desse dia que João deixou uma pequena reunião de família, sem dúvida animado com a espectativa de um encontro que arranjara com sua amante favorita. 24 horas depois seu corpo mutilado foi retirado do Rio Tibre.
"E eles perguntaram ao homem que achara o corpo porque ele não avisara ninguém. Ele respondeu: Ja vintantos cadáveres no rio e fora dele que um a mais não fazia diferença. E é claro, o crime nunca foi solucionado mas o corpo foi recuperado e sepultado. E o papa ficou muito mortificado com isso e dizia "Eu sei a causa disso, eu sei a causa disso." Ele ficou quase louco, mas nunca disse quem ele julgava culpado. Porém isso ja foi suficiente para alimentar a suspeita de que César havia assassinado o irmão." Diz o historiador Canon John Rogan.
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Rodrigo ficou arrasado, mas apesar de uma investigação profunda ser conduzida ninguem foi acusado pelo assassinato de João. Rodrigo fez todo o possível para apontar um bom número de suspeitos importantes mas sem mencionar o nome de César. Claro, não havia repórteres medievais em seu incalço determinados a descobrir a verdade. Assim o suspeito número um saiu totalmente ileso.
Borgia GAte: Acobertando o Assassinato de João
César havia assassinado o próprio irmão, o pobre Rodrigo engoliu o horror dessa situação e permaneceu de boca fechada. Aquilo era assunto de família, portanto não dizia respeito a mais ninguém. Felimente para Rodrigo ele ainda tinha sua linda e alegre filha, Lucréssia, a princesa Diana da época. A quem ele amava profundamente. "Lucrécia Bórgia foi uma das mulheres mais belas da História. Ninguém deve levar a sério a Lucrécia da ópera de Donizaetti. Ela era uma pessoa muito graciosa. Ela tinha um pescoço esguio e um busto admirável. Ela era uma boa pessoa, mas foi usada por seu irmão César e pelo pai em nome dos interesses dos Bórgias. Mais tarde na vida dela, quando eles haviam morrido ela se revelou com uma pessoa notável, promovendo arte e cultura e muita obras de caridade. Abrigou crianças, inclusive os filhos de César." Diz o historiador Canon John Rogan.
Mas o profundo amor de Rodrigo por sua filha não o impediu de usa-la como instrumento político assim que lhe conveio. Quando ela tinha apenas 13 anos ele a casou com Giovanni Scorza, membro de uma das ricas e influentes famílias de Roma. O problema é que, quatro anos depois, Rodrigo achou um partido melho para sua querida filha. Estava na hora de Lucrécia se tornar uma mulher solteira de novo. E quem melhor do que César para informar Giovanni era novamente um homem solteiro. Assim Giovanni foi mandado embora pelo encandador irmão de Lucrécia que deixou claro que não somente Giovanni estava livre para procurar outra esposa, mas que seria melhor para todos que a procurasse longe de Roma.
César: HOra de Partir Gio
E assim o casamento terminou. Mas havia ainda a questão do divórcio, qual seria a justificativa oficial para ele? Rodrigo então sugeriu, com a cara mais séria do mundo, que o casamento de sua filha e Giovanni Scorza nunca havia sido consumado e portanto poderia ser anulado porque Giovanni era impotente. Giovanni defendeu-se dizendo que dormira com Lucrécia dezenas de vezes e ela nunca reclamara. Além do que sua primeira esposa havia morrido em trabalho de parto, então como, perguntou Giovanni, ele poderia ser impotente? A explicação que Rodrigo deu foi: A primeira esposa de Giovanni havia ficado grávida DE OUTRO HOMEM.
Voltando a ser virgem
O humilhado Giovini até ofereceu comprovar sua potência sexual diante de testemunhas, mas no final como sempre Rodrigo obteve o que queria. LUcrécia se divorciou e como o casamento nunca fora consumado ela foi DECLARADA VIRGEM !!! Até os mais hábeis demagogos modernos teriam trabalho para fazer o público engolir esta estória. Havia uma pequena dificuldade com o recém adquirido estatus virginal de Lucrécia. Ela estava grávida de 6 meses !!! Não de Giovanni mas de um jovem e belo pagem que a consolara após a morte de seu irmão João.
Quando César soube disso ficou bastante contrariado. O pagem deveria ter sumido do mapa, mas ao invés disso resolveu apelar para a misericórdia do papa. Foi uma PÉSSIMA idéia... Logo depois disso ele era mais um dos cadáveres anônimos retirados do Tibre. César havia atacado novamente. Poucos meses depois o bebÊ de Lucrécia nasceu e ela foi seguramente entregue em casamento a Afonso de Aragão, irmão da esposa de Jofre, que fora tão generosa em seus favores sexuais aos irmãos Bórgia. Foi um genoíno casamento por amor, pela primeira vez na sua vida, Lucrécia era feliz casada, mas seu amor por Afonso não enfraqueceu o domínio de César sobre ela.
César contumava viajar grandes distancias apenas para defender uma hora a sós com sua bela e amada irmã. Ele era obscecado por ela e divertia-se imaginando divertimentos que poeriam agradá-la. Um deles foi o famigerado Banquete das Castanhas. "O Banquete das Castanhas foia orgia das orgias. Foi organizado por César no Palácio Apostólico e compareceram todas as pessoas importantes, sobretudo mulheres. Ele trouxe 50 prostitutas honestas. As pessoas comeram, beberam, se divertiram. A primeira etapa da orgia foias pessoas dançarem vestidas depois dançaram nuas, então, a meia luz, castanhas foram jogadas no chão e as pessoas nuas, pricipalmente as prostitutas tinham que apanhar as castanhas. Ricas vetimentas foram trazidas, era o grande final e foram dadas como primeiro, segundo e terceiro prêmio aos homens que copulassem com mais mulheres a cada vez. Não sei qual foi o resultado da competição." Diz o historiador Canon John Rogan.
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No ano de 1500 a famosa lealdade da família Bórgia foi testada ao limite. Afonso, como Giovanni antes dele, não era mais necessário como marido de Lucrécia. O cenário político havia mudado e a cotação do pobre Afonso ficara desvalorizada, ou seja, ele também tinha de partir. César era o homem certo para essas situações complicadas. Houve uma tentativa mal feita de assassinar Afonso em Julho e foi, é claro, por uma trágica coincidência, que ele sucumbiu a uma hemorragia interna em agosto de 1500, apenas um mês depois.
Afonso, o Grande Enigma
O estranho é que as vítimas desse tipo de óbito raramente são achadas com marcas de estrangulamento no pescoço. Hoje em dia coisas assim nao seriam sonegadas da imprensa. Alguém em algum lugar acabaria revelando detalhes, conseguiria fotos, ao menos Afonso foi poupado do mergulho póstumo no Tibre. Foi simplesmente enterrado as pressas num túmulo simples. Tal qual os políticos modernos quando as coisas dão errado, Rodrigo prometeu investiar a morte de Afonso, porém....SURPRESA...essa investigação, tão pouco, deu em nada.
CRime Incoberto !
Lucrécia estava inconsoável, mas uma visita de César persuadiu-a de que foi melhor assim. Ela voltou ao seio da família e retomou o seu antigo estilo de vida. Os Bórgias estavam unidos de novo. César estava sendo consumido pela sífilis. Embora ao contrário dos famosos de hoje em dia, ele não precisasse se importar com fotos poucos lisongeiras suas publicadas na imprensa, César usava uma máscara para esconder as horríveis feridas em seu rosto. Mas a sua cobiça por poder permanecia forte como sempre. E ai de quem atravessasse o seu caminho.
Os métodos favoritos de César para livrar-se de desafetos era o veneno. Ninguém sabe quantas vítimas morreram com um cálice nas mãos, o som de um brinde nos ouvidos e a face sorridente de um Bórgia desvanecendo na frente dos olhos. É estranho portanto que veneno tenha vitimado Rodrigo Borgia em 1503 após beber acidentalmente uma taça envenenada destinada a outra vítima destitosa de César.
Papa toma droga errada
Quanto ao próprio César ele frustrou seus muitos inimigos em Roma ao morrer numa batalha na Espanha em 1507. Lucrécia Bórgia transformada pela lenda em mulher fatal, morreu de parto em 1518 aos 39 anos. "Lucrécia tem reputação de envenenadora e Donizetti, em sua ópera, explora muito isso. Mas é preciso associar isso com a história dos Bórgias. Eles eram dados ao veneno, e ela apenas tornou-se parte. Nâo creio que ela fosse envenenadora embora outros membros da família dela talvez fossem." Diz o historiador Canon John Rogan.
Por fim a família Bórgia caiu na obscuridade e o grande sonho de Rodrigo de fundar uma dinastia duradoura acabou frustrado. Ele procurara imortalizar o nome Bórgia, nisso apenas teve sucesso, mas apenas como epíteto de perversidade e advertência do quão baixo o ser humano pode chegar.
Houve épocas em que era inconcebível uma mulher tornar-se primeiro ministro ou concorrer a presidente. Até a pouco não se imaginava que mulheres seriam editoras de grandes jornais nacionais ou ocupariam posições influentes no mundo dos negócios. Rosie Boycott, editora jornalistica: "Mulheres tem sido excluídas ao longo da História e mesmo hoje há muitas coisas que são mantidas fora do alcance delas."
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O papado em particular tem sido de domínio exclusivamente masculino. Todos os papas, bons ou ruins, honestos ou corruptos, foram sempre homens. Uma mulher papa ainda hoje é uma coisa impensável. Ou não? Poderia uma papiza ter exercido o pontificado supremo sem ninguém ter percebido que ela não era um homem? Como a mídia reagira hoje se uma história essa lhe caisse nas mãos?