RELIGIÃO, CULTOS E OUTROS

Ku Klux Klan - Parte 2

klan3Ondas da violência - As atividades da Klan eram invariavelmente baseadas no racismo. Uma delas, pouco conhecida, era de ordem eleitoral. Consistia em obrigar os negros, por meio de visitas-surpresa no meio da noite, acompanhadas por chibatadas e ameaças de morte, a votar pelos democratas (os republicanos eram assimilados aos inimigos do Norte) ou a se abster. A estratégia era considerada rentável, já que o eleitorado negro dava, pouco a pouco, seus votos para as listas sustentadas pela Klan. A organização também ...

declarou guerra ao arsenal de liberdades concedidas aos negros, principalmente a livre associação. Um certo número deles aderiu à Loyal League, que cultivava o pensamento igualitário de Lincoln e autorizava seus membros, a partir de 1867, a portar armas. Isso era algo impensável.

Durante o primeiro semestre de 1868, o Grande Feiticeiro percorreu seus estados convocando para a mobilização.Cada uma de suas passagens era seguida por uma onda de violência. Respondendo a um jornalista de Cincinnati, Forrest explicou: "Os negros faziam reuniões noturnas, iam e vinham, tornando-se extremamente insolentes, e todo o povo do Sul, em todo o estado, estava muito preocupado". Ele se resguardou de condenar a justiça de seus próprios militantes, que, em nome da "preocupação" dos cidadãos americanos, tiravam ilegalmente prisioneiros negros de suas celas para pendurá-los em árvores. A Klan atacava os negros que tinham conseguido juntar alguns bens no pós-guerra, em nome do raciocínio segundo o qual eles eram preguiçosos, inconstantes e economicamente incapazes e, por natureza, destinados à escravidão. Esse foi o caso de Perry Jeffers, instalado com a mulher e sete filhos numa plantação da Geórgia como meeiro. Ele gozava de uma excelente reputação junto a seu patrão. A Klan decidiu fazer com que ele pagasse por seu sucesso. Um dos filhos de Jeffers respondeu ao ataque. Resultado: uma morte do lado da Klan. Na ausência de Jeffers, os "cavaleiros" da Klan voltaram com reforço. Enforcaram sua mulher, fuzilaram e depois queimaram o filho mais novo numa fogueira. Por sorte, a esposa foi salva da agonia por um médico - depois assassinado pela Klan. Aterrorizado, Jeffers tentou fugir para a Carolina do Sul. Pegou o trem com os filhos, mas o vagão em que estava foi invadido por klanistas, que o forçaram a descer na última parada da Geórgia.

Algumas horas depois, foram encontrados os cadáveres, crivados de balas. Na história da Klan, contavam-se mortes desse tipo às centenas. A Klan "mantinha a ordem". Natural e social.

Outro alvo privilegiado eram os funcionários ianques, ou seja, do Norte, e mais precisamente os professores que, vindos dali, davam aulas para os negros nos estados do Sul. Perigo terrível: se os negros se instruíssem, o retorno à época de ouro da escravidão seria impossível, pensavam. Toca-se aqui no calcanhar-de-aquiles da doutrina klanista. Temer a instrução dos negros era admitir, no fundo, que estes tinham em si as mesmas capacidades dos brancos. Tudo poderia ser, então, uma questão de instrução e nível social. Os jovens professores eram considerados traidores, responsáveis pela decadência. Daí os insultos e cartas ameaçadoras que começaram a aparecer: "Antes do fim do próximo quarto [de lua], desapareça, professor ímpio de negros! Desapareça antes que seja tarde! O castigo o espera com tais horrores que nenhum homem poderá sobreviver". No Mississipi a repressão atingiu seu maior grau: escolas incendiadas, mestres roubados, assassinatos.
Muitos se foram. Alguns idealistas permaneceram. O diretor da First Coloured School, John Dunlap, era um deles. Mas não por muito tempo: "Havia mais ou menos cinqüenta homens a cavalo armados com pistolas. Eles estavam todos mascarados.

(...) Apareceram diante da minha porta por volta das dez horas da noite (...) Atiraram duas vezes em mim através da janela". Os klanistas o seqüestraram e o levaram para um lugar a vários metros dali. "Eles me colocaram de pé no meio da estrada e me fizeram baixar as calças, tirar a camisa, depois enrolaram-na em minha cabeça.

Então, exceto oito entre eles, cada um me deu cinco chibatadas. Sempre a mesma chantagem: o chefe disse que não me bateria mais se eu saísse do estado." Dunlap foi embora.

A Klan não recuava diante de nada. Tratou de liquidar até o senador republicano Stephens, apunhalado em pleno tribunal. Diante de tais excessos, o governo decidiu reagir firmemente. Em 20 de abril de 1871, o presidente Ulysses S. Grant assinou um ato draconiano, que colocava o grupo na ilegalidade. Autorizava, inclusive, o uso da força para dissolver núcleos de associados. Seis meses mais tarde, foi decretada a lei marcial em nove condados da Carolina do Sul. Membros do exército denominados Azuis foram enviados para lá, imediatamente, e realizaram milhares de prisões. Por falta de provas, a maioria dos detentos foi solta, mas a derrota foi dolorosa. Para escapar à perseguição, os membros da Klan se espalharam em novos organismos: White League, Shot Gun Plan, Rifle Club. Mas a Klan original, mesmo, foi aniquilada.

Sono de meio século

Para os rebeldes do Sul, nostálgicos exaltados, os klanistas adquiriram logo o status de heróis românticos. O retorno à atividade política aconteceria por uma via inesperada: o lançamento, em 1915, do filme O nascimento de uma nação, de D. W. Griffith, baseado em romance de Thomas Dixon. Nessa obra o diretor, segundo afirma o guia de filmes de Jean Tulard, "não esconde a simpatia pelos sulistas e toma abertamente partido pela Ku Klux Klan". O presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, apoiou o filme. Para um de seus espectadores, William J. Simmons, era uma revelação. Originário do Alabama, veterano da guerra contra a Espanha, pregador metodista, representante comercial e associado a diversas sociedades maçônicas, Simmons tirou proveito do sucesso do filme e do descontentamento popular devido às imigrações recentes para relançar a KKK. No dia de Ação de Graças de 1915, aquele que se autoproclamava "coronel" reuniu alguns fiéis no cume da Stone Mountain, a leste do Alabama. Ele incendiou uma imensa cruz de madeira: "Eis o Império invisível tirado de seu sono de meio século".

A Klan em "novo formato" retomou a receita que fez o sucesso do antigo: supremacia branca e racismo antinegro. E acrescentou a rejeição ao catolicismo, considerado invasor. A imigração recente incitava a cultivar o anti-semitismo e a xenofobia. Mas esse renascimento parecia bastante com uma operação comercial. Cada associado pagava uma cotização, tinha uma apólice de seguro, comprava sua veste de klanista etc. Com o capitalismo, o "espírito do Sul" se perdeu no caminho. E depois, sobretudo, contrariamente à antiga Klan, o Grande Feiticeiro tentou legalizar a estrutura - e não hesitou em propor seus serviços ao poder público: os fundadores da Klan original devem ter se remexido em suas tumbas.

No entanto, a KKK só se desenvolveu realmente a partir de 1920, com a entrada em cena de dois novos associados de Simmons, o ex-jornalista Edward Clarke e a rica viúva Elizabeth Tyler. Objetivo: desviar, em seu favor, a forte corrente isolacionista que atravessava o país. A América, antes de tudo. Especialista em organização e publicidade, Clarke tornou-se chefe do estado-maior. Ele fixou o quartel-general em Atlanta, reinstaurou, grosso modo, as antigas subdivisões e o ritual clássico de iniciação, multiplicou os desfiles em que queimava cruzes, deu um salário aos que exerciam uma função no seio da Klan.

Em um ano, o Sul foi "reconquistado" e, novidade, o Norte - onde os negros pobres se espremiam nos bairros suburbanos - ficou seriamente tentado, em particular os estados de Indiana, Oklahoma e Oregon. Republicanos e burgueses das cidades ficaram seduzidos. Estima-se que o número de klanistas logo chegou a cinco milhões. Como numa holding, a Klan aproveitou o apoio popular para diversificar suas atividades: publicou jornais e folhetos, comprou imóveis, assumiu o controle da Lanier University. Alcoólatra, Simmons foi deposto e substituído pelo dentista franco-maçom (32.° grau) Hiram W. Evans, de Dallas, que se tornou Feiticeiro Imperial e aproveitou igualmente para expulsar Clarke e Tyler.

Em 1924, durante a renovação do corpo legislativo, 11 governadores e diversos senadores receberam a investidura da Klan. Triunfo. O QG mudou-se para Washington. No ano seguinte, uma lei restringindo a imigração foi votada. Para demonstrar sua força, a Klan organizou um desfile monstruoso na capital. Mas o entusiasmo não tardaria a cair de novo. Fortalecido pela relativa neutralidade da polícia e pelo apoio de diversos magistrados locais, a Klan, copiosamente armada, multiplicou seus atos de crueldade. Os "negros" que a organização caçava, ou aqueles que se confraternizavam com eles, homens da lei - políticos e pastores incluídos -, tinham os cabelos raspados, eram marcados na testa com as três iniciais klânicas, açoitados ou ainda cobertos por asfalto, no qual enfiavam-se plumas. Apresentando-se como guardiã da moralidade pública, a Klan punia as mulheres adúlteras, os médicos charlatões, as prostitutas e os marginais. O cenário era repleto de crimes assustadores, como o de "justiçados" moídos por um trator.

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Lei antimáscara - Como reação, a Louisiana votou uma lei antimáscara (proibição de usar máscaras fora do Dia de Todos os Santos e do carnaval), adotada em seguida por outros estados. A perda de respeitabilidade da KKK, unida a divisões internas, levou à degradação de seu público, apesar de a organização continuar a realizar expedições punitivas, desempenhando por exemplo o papel de supervisora de uma agremiação de patrões contra os sindicalistas, cuja cota estava em alta depois da crise de 1929. Nos anos 1930, o nazismo exerceu uma certa atração sobre a KKK. Não passou disso, porém. A aproximação com germanistas foi bruscamente encerrada na Segunda Guerra Mundial, depois do ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, quando muitos membros se alistaram no exército para lutar contra o "perigo amarelo". Só faltava o tiro de misericórdia ao império invisível. Em 1944, o serviço de contribuições diretas cobrou uma dívida da Klan, pendente desde 1920. Incapaz de honrar o compromisso, a organização morreu pela segunda vez.

Apesar de diversas tentativas de ressurreição (num âmbito mais local que nacional), a KKK não obteve mais o sucesso de antes da guerra. As mentalidades evoluíram. A ameaça de crise estava a partir de então descartada, tendo o soldado negro mostrado que era capaz de derramar tanto sangue quanto o branco. Finalmente, o "traidor" Stetson Kennedy contribuiu para desmistificar a organização, liberando todos os seus segredos no livro Eu fiz parte da Ku Klux Klan. Alguns klanistas ainda insistiram e suscitaram, temporariamente, uma retomada de interesse entre os WASP (sigla em inglês para protestantes brancos anglo-saxões) frustrados, que não compunham mais a maioria da população americana.

Nos anos 1950, a promulgação da lei contra a segregação nas escolas públicas despertou novamente algumas paixões, e cruzes se acenderam. Seguiram-se batalhas, casas dinamitadas e novos crimes (29 mortos de 1956 a 1963, entre eles 11 brancos, durante protestos raciais). Os klanistas tentaram se reciclar no anticomunismo, combatendo os índios ou atenuando seu anticatolicismo fanático.

Mas nada surtiu grande efeito e o declínio da Klan já tinha começado desde o fim dos anos 1960, época em que só contava com algumas dezenas de milhares de membros. Depois, podia-se tentar distinguir os Imperial Klans of America dos Knights of the Ku Klux Klan, ou ainda dos Knights of the White Camelia, alguns dos vários nomes das tentativas de ressurgimento. Mas os klanistas não eram mais uma organização de massa. Apesar das proclamações tonitruantes e de provocações episódicas, as "Klans" não reuniam mais do que alguns milhares de membros, comparáveis assim com outros grupelhos neonazistas com os quais às vezes mantinham relações. O império invisível não parece estar perto de renascer uma segunda vez.

Cronologia

1865
Em 24 de dezembro, no Tennessee, foi realizada a primeira reunião da Ku Klux Klan

1869
Dissolução solene da KKK por seu chefe, general Nathan Bedford Forrest,
um estratagema de tornar suas
atividades mais secretas

1915
Sucesso do filme O nascimento de uma nação, de D. W. Griffith, em que o cineasta toma partido da KKK

1920
Novo impulso da KKK com o jornalista Edward Clarke e a rica viúva Elizabeth Tyler

1944
Sem fundos para pagar uma dívida antiga, a Klan desaparece "oficialmente" pela segunda vez

Hoje, no alvorecer do século XXI a KKK ainda sobrevive forte e influenciadora e de uma maneira sem fronteiras através da Internet arregimentando militantes para sua cruzada de ódio e intolerância.

 

A Roupagem da KKK

Para imitar outras sociedades secretas, os veteranos da Guerra de Secessão americana, usaram uma idéia criativa e barata para criarem suas roupas ritualísticas, fronhas foram transformadas em capuchos e lençóis em fardas clericais. Com essas vestimentas fantasmagóricas, eles saiam à noite para assustar os transeuntes, na sua maioria negros que, sem qualquer formação cultural, entravam em pânico, graças às muitas superstições em que acreditavam. Hoje, as roupas são muito mais bem confeccionadas e elaboradas, mas a maldade continua a mesma dentro dos corações que, no limiar de um século de tecnologia e aculturação, insiste em permanecer incutido nas mentes de pessoas completamente embotadas!

Ideologia Religiosa

Como a história nos mostra, a KKK é uma instituição impregnada pelo racismo, preconceito e de índole criminosa. Agora, o que poucos sabem é o seu envolvimento com a religião, e não estamos falando de um grupo muçulmanos em um país de pouca cultura no meio da África, mas de uma organização terrorista ocidental, mas precisamente estadunidense e, pasmem, de famílias protestantes!

O sr. Simmons, como já o mencionamos acima, teve uma visão mística, onde via do lado de fora de sua casa hordas de cavaleiros vestidos de branco galopando pelo céu, imediatamente entendeu que Deus lhe estaria dando um sinal. De joelhos dobrados, prometeu a si mesmo que haveria de encontrar uma organização que fosse um monumento vivo da KKK. Esperou quatro anos até que tivesse a oportunidade de dirigir uma estranha cerimônia, em 1915. O evento ocorreu em Stone Mountain, não muito longe de Atlanta, na noite do Dia de Ações de Graça. Simmons e quinze amigos subiram a montanha, construíram apressadamente um altar de pedras e colocou sobre ele uma bandeira Americana, uma Bíblia aberta, uma espada desembainhada e um cantil de água. Ao lado, erigiram uma cruz de madeira e atearam-lhe fogo. Então, sob aquela luz das chamas, todos se ajoelharam e fizeram o sagrado juramento de Fidelidade ao Império do Invisível, Cavaleiros da Ku Klux Klan. Assim que a KKK se reencarnou, Atlanta se tornou sua sede estrutural e Stone Mountain sua sede espiritual. Em três anos conseguiu alistar 1,5 mil homens nos estados de Alabama e Geórgia. Em 7 de junho de 1920 a instituição passa para as mãos do Jornalista E. Y. Clake, o qual recebeu plenos poderes para reconstruir a organização. Conservador e radical, ele fixou nas mentes e corações de seus seguidores quem eram os seus inimigos e projetou idéias para travar a batalha. Ele mobilizou as forças da Klan numa campanha, principalmente, contra os negros, judeus e estrangeiros, também desenvolveu uma antipatia pela Igreja Católica. A idéia deu tão certo que, em 1922, a KKK somou um milhão de membros e se tornou um importante grupo de pressão.

Ainda hoje, para se tornar membro da KKK é preciso: Não ser Judeu, ser branco, defender a pátria até as últimas conseqüências e seu um bom cristão (diga-se protestante). Existe um site da Klan nos EUA onde eles se intitulam como a Igreja da KKK.

Entretanto, a Bíblia declara veementemente que não há diferença entre os indivíduos, inclusive, até proíbe que se faça discriminação de pessoas: “Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores.” Tiago 2:9 - “pois para com Deus não há acepção de pessoas.” Romanos 2:11. - “Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas” Atos 10:34. Dentro da própria genealogia de Jesus há pessoas etnicamente de origem negra (Mt. 1; Lc. 3), por isso o racismo é injustificável diante da ideologia Bíblica e inconcebível dentro da ótica cristã protestante.

Organização Racista Branca

Organização racista branca estadunidense. O nome, cujo registro mais antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kuklos, que significa 'círculos, anel', e da palavra inglesa clan (clã) escrita com k. Essa transcrição incorreta pode ter sido intencional, mas parece indicar o baixo nível de escolaridade de seus prováveis fundadores, agricultores brancos pobres hostis à competição com os negros libertos após a Guerra da Secessão. Devido aos métodos violentos da KKK, há a hipótese de o nome ter-se inspirado no som feito quando se coloca um rifle pronto para atirar. A organização buscou manter seu domínio através do terror, estimulando o linchamento de negros e, quando era mais influente, pressionando políticos. Além de pregar o racismo, a KKK defende valores tradicionais do American way of life, como a fé cristã protestante, a fidelidade conjugal, o etnocentrismo e a democracia só para os brancos. Após a Guerra da Secessão (1861-1865), brancos protestantes do sul dos EUA, derrotados na guerra, criaram, em 1866, na cidade de Pulaski, Tennessee, uma organização secreta com este nome afim de manter seu domínio local. Em 1915, na Geórgia, uma organização de mesmo nome e objetivo também foi criada. Pode, assim, não ter havido uma única origem para KKK.

A organização que apareceu inicialmente no sul era voltada para a realidade deste. Seu alvo principal era evitar que os negros usufruíssem seus direitos de cidadão. Ela iniciou como uma fraternidade, mas logo passou a vigiar a sociedade local. Militares confederados, como o General Nathan Bedford Forrest, transformaram a KKK numa força paramilitar, em 1867. A ordem difundiu-se rapidamente a partir daí, surgindo nessa época, na Louisiana, um grupo que se denominava Knights of the White Camellia. Os líderes da Klan vinham principalmente da elite, particularmente dos proprietários de terras, embora seus membros estivessem em todos os níveis.

A Klan era uma organização de base rural; às vezes, suas vítimas fugiam para a cidade. Os ataques não se limitavam a negros; brancos protestantes inimigos da KKK também podiam ser perseguidos. Hostilizavam também o Partido Republicano, o que levou a conflitos armados entre eles, exigindo às vezes intervenções federais. A "primeira Klan" deve ter encerrado sua existência por volta de 1870. Na passagem do século, porém, ela ressurge, estimulada pelo nacionalismo gerado pela I Guerra Mundial. Dessa vez expande-se pelo país e atinge um número muito maior de membros - em 1920, calcula-se que teria 3 milhões de membros. Chegou ao poder em Indiana, Oklahoma, Oregon e em outros estados. Esta "segunda Klan" era principalmente urbana, de classe média e religiosamente fundamentalista. É, entre outras coisas, anti-indígena, anti-amarela, anti-negra, anti-católica, anti-judia, anti-comunista.

A maioria dos membros da KKK não adotava a violência física; muitos a viam como uma sociedade. Apoiavam os candidatos indicados pela Klan e participavam de suas cerimônias. A prática de por fogo em uma cruz parece ter se originado da novela de Thomas Dixon, The Clansman, de 1905. Esta Klan desintegrou-se após 1920, havendo, porém, pequenos grupos remanescente até os anos '40. Uma "terceira Klan" apareceu em 1946, provavelmente como reação ao avanço comunista no mundo e, depois, às campanhas pelos direitos civis promovidas principalmente pelos negros. Seus membros são em sua maioria do sul e da classe econômica baixa. Por volta dos anos '60, seus membros seriam em número de 17 mil.

Atualmente ela está dividida em pequenos grupos e sua força política não reflete nem de perto o que já foi no passado. Em 1979, o North Carolina Klansmen uniu-se aos nazistas estadunidenses e formou o United Racist, de curta duração. Tem-se aproximado de outras organizações similares, como a Aryan Nations.

A KU KLUX KLAN RENASCE

Publicado originalmente em 29 de outubro de 2007

A Anti-Defamation League, uma entidade que se dedica a combater o racismo e a discriminação, publicou um relatório segundo o qual a retórica extremista deixou de ser utilizada, nos Estados Unidos, apenas pela Ku Klux Klan e por grupos neo-nazistas, passando a fazer parte do discurso de grupos que se organizaram para combater a imigração ilegal.

O estudo avaliou o discurso dos seguintes grupos: Mothers Against Illegal Aliens (Phoenix, Arizona), a Federation for American Immigration Reform (Washington, DC), Choose Black America, You Don't Speak for Me, Americans for Legal Immigration Political Action Committee (Raleigh, Carolina do Norte), Grass Fire (Maxwell, Iowa) e The Dustin Inman Society (Marietta, Georgia).

De acordo com um diretor da ADL, "a Ku Klux Klan e os neo-nazistas não foram os únicos a ver uma oportunidade no debate nacional sobre imigração para plantar as sementes do racismo." Ele disse que embora seja legítimo o debate sobre a política de imigração, a mensagem virulenta prejudica os imigrantes como um todo, mesmo os legais.

O relatório resumiu as acusações que são feitas pelos grupos:

- Descrevem imigrantes como "invasores do Terceiro Mundo", que entram nos Estados Unidos para destruir nossa herança cultural, "colonizar" o país e atacar "nosso jeito de viver". Essa acusação é usada contra hispânicos, orientais e outras minorias. Os imigrantes são descritos como parte de "hordas" que "invadem" a fronteira. Essa linguagem desumanizante agora é comum.

- Descrevem os imigrantes como fontes de doenças como a hanseníase, a tuberculose, a doença de Chagas, a dengue, a poliomielite e a malária.

- Descrevem os imigrantes como criminosos, assassinos, estupradores, terroristas e um perigo para crianças e famílias.

- Propagam teorias conspiratórias segundo as quais existe um plano de "reconquista" envolvendo imigrantes mexicanos, para criar um "Grande México" tomando de volta sete estados americanos que já foram território mexicano.

O grupo acima, a Resistência Americana, convida os integrantes a celebrar o serviço de combate à imigração, que os hispânicos batizaram de "La Migra".

Quem é que propaga a mensagem destes grupos que querem expulsar os imigrantes ilegais dos Estados Unidos? A rede Fox, do magnata Rupert Murdoch, que é australiano de nascença e apóia todas as causas da extrema-direita.
A Anti-Defamation League, que se dedica principalmente a monitorar o antisemitismo, diz que essa retórica virulenta tem ajudado a Ku Klux Klan a ganhar força nos estados do Sul americano. A KKK prega a supremacia branca e cristã, quer mandar os negros de volta para a África, rejeita os hispânicos e os judeus.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ku_Klux_Klan
http://super.abril.com.br/superarquivo
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=308
http://www2.uol.com.br/historiaviva/
http://www.cacp.org.br/estudos/
http://www.geocities.com/fusaoracial/ku_klux_klan_enc.htm
http://www.viomundo.com.br/ataque-aos-imigrantes/a-ku-klux-klan-renasce/