VERDADES INCONVENIENTES

Agiotagem Oficial e os fantásticos lucros dos bancos

agiban123/07/2015 - Recentemente os jornais estamparam com certo espanto que os bancos estavam cobrando 200% de juros anuais aos clientes em atraso no pagamento, principalmente no cartão de crédito. Por outro lado, as estatísticas apontam que cerca de 50% dos brasileiros estão devendo aos Bancos através do cartão. Uma verificação nos artigos da Constituição de 1988 indicou que as bases da Lei de Usura contidas no Artigo 192 paragrafo 3º da CF/88 desapareceram da Constituição pela emenda 40 de 2003, já no Governo Lula, e com o Congresso submisso, comprado. Lá estava escrito: “As taxas de juros reais nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas a concessão do crédito não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada ...

como crime de usura punido em todas as suas modalidades nos termos que a lei determinar.” O Congresso nunca regulamentou esse artigo da Constituição estabelecendo as punições por crime de usura. Esse artigo incomodava aos Bancos, pois que muitos juízes determinavam o cumprimento da Constituição. Como tudo na política é na base do “toma lá dá cá” e do “é dando que se recebe”, Lula, que tinha o Congresso comprado na mão, fez aprovar a PEC 40/2003 eliminando totalmente a usura das regras da Constituição de 1988.

Os Bancos exigiram a mudança. E assim foi feito. E depois partiram para cima do povo para lucrar excessivamente, mesmo em uma economia planificada, e agora em recessão. Ora, ninguém consegue pagar 200% a 300% de juros! E eles cobram o que querem. Que país é esse em que o Banco Central e o Governo permitem escorchar o povo dessa maneira? Uma vez devendo ao Banco, o devedor não consegue pagar e fica permanentemente obrigado a negociar com o Banco essa dívida que na prática se transforma numa coleta permanente das economias do devedor. A alteração da Carta Magna desfigurou a atuação dos bancos e das instituições financeiras. Hoje temos verdadeiras agências de agiotagem oficial, garantidas pelo Banco Central.

Dona Dilma transferiu a inflação para responsabilidade do Banco Central na velha política do PT de jogar nas costas dos outros a responsabilidade. Inflação é causada por Dona Dilma, acontece por se gastar mais do que se arrecada em impostos. O Banco Central nada tem a ver com isso e o Governo continua gastando mais todos os meses, e a inflação não para de subir. O Banco Central é o controlador dos juros. Mas não cumpre sua função controlando os juros da agiotagem. Aumenta os juros do mercado, dizendo que é para baixar a inflação, mas é mais para dizer que está fazendo alguma coisa. Com isso só faz estrangular a economia, e como essa já está parada, os aumentos sucessivos não têm efeito direto algum. Isso apenas aumenta os custos financeiros do mercado e custo acaba sendo repassado aos preços. Só contribui para o aumento da inflação.

Nem o Banco Central nem ninguém tem coragem de dizer a Dona Dilma: “pare com a gastança!”

Ela continua na gastança, enquanto o povo sofre para viver com tudo mais caro devido a essa inflação e à gastança que só faz crescer. Nem os agiotas particulares cobram esses juros das agências oficiais. Na realidade, os Bancos aprenderam com o PT a serem também ladrões do povo. O Governo deixa, pois o PT sempre se lixou para o povo. Basta enganá-lo, como vinham fazendo, e está tudo resolvido.

Até quando o povo vai tolerar isso? Estão esperando ser linchados na rua? Ninguém tolera ser enganado e roubado permanentemente. Agora o povo está sendo poupado de ser enganado pela atuação do Congresso. Democraticamente, o povo espera que o Congresso atual aprove uma PEC restabelecendo o Artigo 192 e aproveite para deixar a Lei de Usura já regulamentada para ser executada após a sua aprovação.


O espantoso lucro dos bancos

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03/08/2015, por André Araújo - Na esteira da recessão violenta que está batendo recordes de desemprego, parada de investimentos, lojas vazias, paralisia da indústria, surge o espantoso crescimento do lucro dos bancos EM PLENA CRISE. No 2º Trimestre de 2015, terminado em junho passado, o Bradesco cresceu seu lucro em 16,36%, quando o PIB regride em quase 2%. O Itaú cresceu 16,98% e o Santander 18,59%. Como se explica? A política de alta da taxa SELIC, pela qual são remunerados os depósitos compulsórios recolhidos no Banco Central é uma das explicações. PORQUE REMUNERAR O COMPULSÓRIO? O recolhimento em vez de uma correção do excesso de liquidez passa a ser um ótimo negócio para os bancos e um absurdo gasto para as finanças píblicas.

Considerando um base de R$ 400 bilhões no compulsório (oscila entre 360 e 400 bilhões) os bancos vão receber do BC R$ 55 e 58 bilhões de juros, pagos pela população brasileira. Pior ainda, como o compulsório é muito bem remunerado, desestimula os bancos de emprestar à industria e ao comércio. Para que correr riscos, se o BC, com risco zero, paga tanto? Alguém viu o "maos de tesoura" Joaquim Levy tocar no assunto? Está aí uma despesa pública monumental.

Entre o juros do compulsório e o custo dos swaps cambiais que vê chegar a R$130 bilhões este ano, diferença entre o valor recebido em reais pela venda de dólares e o valor do dólar na hora da entrega, o BC vai custar ao Tesouro quase R$ 200 bilhões em 2015. E o Levy correndo atrás de quirelas na Educação, Saude e cortando quase todo o PAC. É isso que dá Ministro da Fazenda empregado de banco. Enquanto isso os esplendorosos lucros dos bancos são um INSULTO aos milhões de desempregados no Brasil.


Mesmo diante de crise, lucro dos bancos não para de crescer


14/08/2015, por Anay Cury - Mesmo em meio à turbulência vivida pela economia brasileira e que pode levar o país a registrar a primeira recessão após a crise mundial de 2009, existe um setor que não deixou de crescer este ano: o bancário. Enquanto a indústria recuou mais de 6% no primeiro semestre e o comércio registrou a maior queda nas vendas desde 2003, o lucro dos bancos bateu recordes. Somados, os ganhos dos quatro maiores bancos cresceram mais de 40% no primeiro semestre, na comparação com os primeiros seis meses de 2014. Tal movimento, contrário à maré baixa enfrentada pela economia brasileira, pode ser compreendido como "oportunidade".

“Qualquer crise pega a sociedade de forma diferenciada. Os bancos passam por um momento em que o produto que vendem está altamente valorizado. A taxa de juros real de hoje é a segunda mais alta do mundo”, analisou o professor do departamento de economia da PUC-SP Claudemir Galvani. Sob esse aspecto, mesmo com a crise, os bancos ganham, já que as empresas, por exemplo, vendem menos e precisam de mais capital de giro. “Se não tem capital de giro, [as empresas] vão atrás dos bancos. Além de os juros estarem em alta, a demanda por dinheiro cresce. Quando é ruim para todo o comércio, para a produção, para o consumidor, é bom para os bancos.”

O risco que as instituições financeiras correm é com a inadimplência. No entanto, as perdas tendem a ser suavizadas pelo custo do dinheiro, que traz embutida essa chance de calote. “Mesmo com a inadimplência, ele [banco] não perde. Nenhum outro setor da economia tem essa vantagem. O varejo, por exemplo, é mais concorrencial. Não é possível aumentar os custos dos produtos para o consumidor”, conforme explicou o economista. Em seus relatórios, as instituições financeiras continuam mantendo uma visão otimista, vislumbrando perspectivas favoráveis para o setor, ainda que os índices da economia brasileira estejam, a cada divulgação, atingindo os piores resultados da história.

De Olho

Esses ganhos podem vir a ser reduzidos com a entrada em vigor dos efeitos de uma medida provisória que eleva a alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras de 15% para 20%, a partir de setembro. A medida vale para bancos, seguradoras e administradoras de cartões de crédito, entre outras instituições. Um parecer da senadora Gleisi Hoffmann pretende elevar esse patamar ainda mais, para 23%. (Entenda) O aumento da tributação dos bancos faz parte da estratégia de reequilibrar as contas públicas para tentar estimular a confiança dos empresários e evitar um rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco.

Veja abaixo os resultados dos bancos que já divulgaram seus balanços:

O Bradesco inaugurou a temporada de balanços do segundo trimestre deste ano. O lucro líquido contábil do banco chegou a R$ 4,473 bilhões, após atingir R$ 4,244 bilhões nos três meses anteriores – um aumento de 5,4%. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o lucro mostrou crescimento de 18,4%. O lucro líquido ajustado - excluindo efeitos extraordinários - foi de R$ 4,504 bilhões, alta anual de 18,4% e trimestral, de 5,4%.

Segundo levantamento da consultoria Economatica, o banco Bradesco atingiu seu maior lucro trimestral na história. De acordo com o levantamento, considerando todos os bancos de capital aberto, o lucro do Bradesco neste segundo trimestre foi o terceiro maior da história, atrás apenas dos resultados do Banco do Brasil, em 2013, e do Itaú Unibanco, em 2014. No primeiro semestre, o lucro líquido contábil da instituição somou R$ 8,717 bilhões, acima dos R$ 7,221 bilhões verificados no mesmo período de 2014. Nos moldes ajustados, o lucro líquido do primeiro semestre de 2015 foi de R$ 8,778 bilhões, contra R$ 7,277 bilhões no mesmo período de 2014.

O Santander Brasil teve lucro líquido ajustado (ou gerencial) de R$ 1,675 bilhão no segundo trimestre de 2015, crescimento de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. De abril a junho, o maior banco estrangeiro no Brasil teve lucro contábil de R$ 3,881 bilhões, acima dos R$ 527,5 milhões registrados no mesmo período de 2014. No primeiro semestre de 2015, o lucro total ajustado somou R$ 3,308 bilhões, 15,5% acima dos R$ 2,864 verificados no mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido contábil (também chamado de societário) ficou em R$ 4,565 bilhões, contra R$ 1,046 bilhão em 2014.

O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 5,984 bilhões no segundo trimestre deste ano. Nos três meses anteriores, o lucro havia sido de R$ 5,73 bilhões e no segundo trimestre do ano passado, de R$ 4,899 bilhões. Já o lucro ajustado ficou em R$ 6,134, contra R$ 5,808 bilhões de janeiro a março. Segundo dados da Economatica, o lucro do Itaú no período entre abril e junho foi o maior já registrado na história do banco para um segundo trimestre. O ganho de R$ 5,984 bilhões é também o segundo maior da história em valores nominais entre os bancos brasileiros de capital aberto para este período, perdendo apenas para o do Banco do Brasil em 2013 (R$ 7,4 bilhões).No semestre, o lucro contábil somou R$ 11,71 bilhões, contra R$ 9,318 bilhões nos primeiros seis meses de 2014. Nos moldes do lucro ajustado, os ganhos foram de R$ 11,94 bilhões no primeiro semestre de 2015, contra R$ 9,502 bilhõesno mesmo período do ano passado.

O Banco do Brasil, maior banco do país em ativos, anunciou que teve lucro líquido contábil de R$ 3,008 bilhões no segundo trimestre de 2015, uma queda de 48,3% em relação aos R$ 5,818 bilhões registrados nos três meses anteriores. Frente ao mesmo período do ano passado, o lucro cresceu 6,3%. Entre os bancos brasileiros que já anunciaram seus resultados referentes ao segundo trimestre, o Banco do Brasil foi o único a ver seus ganhos diminuírem na comparação com o 1º trimestre. Tirando o efeito de fatos extraordinários, o lucro líquido ajustado do banco somou R$ 3,04 bilhões de abril a junho, uma alta de 1,3% sobre um ano antes, e de 0,5% frente aos três meses anteriores.

Nos primeiros seis meses, o banco registrou o lucro líquido contábil de R$ 8,826 bilhões - valor 60,3% superior ao primeiro semestre de 2014 (R$ 5,506 bilhões) O lucro ajustado atingiu R$ 6,065 bilhões em 2015, após registrar R$ 5,438 nos primeiros seis meses de 2014.


Bancos: mais uma safra de lucros absurdos


16/11/2010 - Quanto do bolso do brasileiro, contribuinte ou consumidor de banco, entrou na composição dos mais uma vez obscenos lucros do sistema bancário? Desta vez, o destaque foi para o BB, que ampliou seu lucro em 32,7% no terceiro trimestre de 2010. O Bradesco e o Itaú também cresceram vigorosamente. No resto do mundo, banco cresce na faixa de um dígito. O contribuinte paga porque uma grossa parte dos impostos vai para a remuneração de papéis lançados pelo governo pagando um juro estipulado pelo COPOM, dominado pelos banqueiros, Meirelles à frente, que é o maior do mundo. O bancarizado paga tarifas injustificáveis e juros achacantes. E parece tudo normal.

Meirelles no Banco Central foi um desses arranjos de governabilidade feitos após as eleições de 2002. Tucano, deve ter sido imposto por grupos de interesses do sistema financeiro como lastro de credibilidade no momento da transição, já que o dólar estava a R$ 4,00 e FHC deixou a economia desgraçada. Lula o manteve no segundo mandato, sem nenhum motivo aparente, além do financiamento de banqueiros à sua campanha. Agora que o Brasil tem credibilidade internacional e está tendo problemas cambiais justamente porque todo mundo quer investir aqui, é hora de botar o tucano prá voar e colocar no Banco Central alguém que conduza o país a taxas de juros comparáveis com as de economias capitalistas mais avançadas.


Os 5 bancos mais cruéis de todos os tempos


Quando um banco toma a sua casa devido a dívidas absurdas que você acumulou, o faz de uma maneira toda formal e condescendente, sem helicópteros blindados sobrevoando a região ou raios antigravidade – o que seria muito mais legal. No entanto, isso é fichinha para o que essas instituições podem realmente fazer. Os bancos são a coisa mais próxima que temos de uma organização vilã do mundo real. Esquadrões da morte e financiamento de terrorismo são apenas algumas das peripécias já cometidas por esses conglomerados maquiavélicos. Confira:

5. O banco australiano Nugan Hand, que financiava o tráfico e ameaçava matar sua família

Na teoria, o banco australiano Nugan Hand era um estabelecimento de alta classe. Fundado em 1973 por um advogado e um ex-integrante das Forças Armadas Especiais dos Estados Unidos com apenas mil dólares (cerca de R$ 2 mil) em dinheiro, o negócio rapidamente se expandiu, atendendo às necessidades de militares estadunidenses de alta patente, incluindo dois generais, um almirante e um ex- diretor da CIA. Deixar suas economias no Nugan Hand, em outras palavras, era como depositar seu salário na Sala de Justiça, se lá eles oferecessem uma tentadora taxa de juros de 16% sobre os depósitos e se o lugar sempre cheirasse a baunilha e odorizadores de ar.

16% de juros?!?!, pensou você. Caramba, como eles podem pagar isso? O que eles estão fazendo com o seu dinheiro para serem capazes de retornar uma taxa tão elevada de juros? Eles devem financiar o tráfico de drogas com o dinheiro do seu salário. Isso é exatamente o que eles faziam. Essa taxa de juros absurdamente competitiva era, em grande parte, financiada pelo negócio altamente lucrativo de heroína que o banco mantinha. Mike Hand, o ex-integrante das Forças Armadas Especiais, ajudou a lançar o Nugan Hand para dar cobertura aos seus 25 milhões de dólares (55 milhões de reais, sem levar em conta a inflação do período) que ele recebeu de traficantes de drogas, contrabandistas de armas e (possivelmente) da CIA. A agência pode ter usado os serviços do banco para financiar operações secretas na Ásia Oriental.

Durante seus sete anos de negócio, Nugan Hand roubou pelo menos 50 milhões de dólares (110 milhões de reais, novamente sem contar quando esse dinheiro valorizou desde a década de 1970) de seus investidores. E não era como se você pudesse obter suas economias de volta apenas indo no banco e alegando ao caixa que você não concordava como a taxa de manutenção da conta, ou com seu limite do cartão de crédito. Os donos do lugar ameaçavam esquartejar as esposas dos pobres funcionários e enviar os membros por correio em uma caixa se eles desobedecessem as ordens.

A coisa toda entrou em colapso em 1980, com o suicídio do cofundador Francis Nugan, mas se você está esperando que essa história tenha terminado com alguma justiça rápida e impiedosa, lamentamos: com exceção de Nugan (que, sejamos francos, se autoimpôs a pena de morte), praticamente todos os envolvidos saíram ilesos.
Hand foi visto pela última vez embarcando em um avião com uma barba falsa – e todos os demais altos funcionários se recusaram a depor, que é algo aparentemente permitido se você é rico o suficiente. E, sim, isso também acontece em países desenvolvidos como a Austrália. Pelo jeito, rico é rico em qualquer lugar do mundo.
Quanto aos clientes do banco, eles perderam todo o dinheiro que haviam depositado. Mas, honestamente, se você decide investir em um banco chamado Nugan Hand…

4. O “banqueiro de Deus”, que financiou o terrorismo e uma guerra civil

Fundado no século 19 com o apoio do Vaticano, o Banco Ambrosiano tinha como missão fornecer uma alternativa aos bancos seculares, porque todos nós sabemos que a única pessoa em quem você pode confiar mais do que um banqueiro é um funcionário de alto escalão da Igreja Católica. Um século de depósitos sacros mais tarde, eles se tornaram o segundo maior banco privado da Itália. Na realidade, se tratava de mais do que um banco; eles eram uma instituição sagrada. Na década de 1970, o CEO Roberto Calvi era conhecido como “o banqueiro de Deus”. Certamente, com um título desse, nada poderia dar terrível e ironicamente errado.

Exceto que Calvi usava parte do seu tempo no comando do Banco Ambrosiano para a lavagem de dinheiro vindo do tráfico de drogas com a máfia – além de subornar políticos italianos e norte-americanos e vender armas para ambos os lados da Guerra Civil da Nicarágua. No final das contas, o Banco Ambrosiano ficou grande demais para suas próprias mentiras e as coisas começaram a desmoronar. Uma investigação feita em 1982 revelou que o banco não poderia ser o responsável por cerca de 1,3 bilhões de dólares (2,86 bilhões de reais) em depósitos. Tenha em mente que, enquanto os bancos de hoje usam essa quantidade de dinheiro em champanhe para o café da manhã ou em papel higiênico de folhas de ouro, 1,3 bilhões de dólares em 1982 era basicamente todo o dinheiro que circulava no mundo.

Até mesmo a máfia se assustou com todo o fuzuê que o banco santo estava fazendo. Eles começaram a cortar laços, bem como as gargantas dos envolvidos: um banqueiro de alto escalão foi encontrado morto na Córsega, na França, pouco antes de o secretário de Calvi cometer suicídio. O próprio Roberto Calvi foi encontrado pendurado na Blackfriar Bridge, em Londres, ainda no ano de 1982 – uma morte dada como suicídio (contrariando o senso comum) até que um novo exame em 2003 descobriu que as evidência apontavam, definitivamente, para um assassinato.

Se alguma parte dessa história maluca soa familiar para você, provavelmente é porque trechos do filme “O Poderoso Chefão: Parte III” foram baseadas no escândalo. É isso mesmo: terrorismo, mortes, peculato, guerra, a máfia e o “Poderoso Chefão: Parte III”. Verdadeiramente, o Banco Ambrosiano é responsável por algumas das piores tragédias conhecidas pelo homem.

3. BCCI, o banco internacional que tinha até equipe de execução própria

O Banco de Crédito e Comércio Internacional foi criado em 1972 e logo se tornou uma das maiores instituições financeiras privadas do mundo, com depósitos de mais de 20 bilhões de dólares (44 bilhões de reais) e clientes como o governo dos Emirados Árabes Unidos. No seu auge, o banco possuía 400 agências em 72 países ao redor do mundo. Porém, como qualquer pessoa que já brincou de subir em árvores quando era pequeno pode constatar, não é porque alguma coisa possui um monte de galhos que você pode confiar nela. Os bancos são como vômito: eles são muito fáceis de cuidar quando estão contidos em apenas um lugar específico, mas uma vez que se espalham por uma vasta área, todo mundo finge que não está vendo a bagunça em vez de arriscar ter que limpá-la.

O fato de que o BCCI não era responsabilidade de ninguém deu ao banco liberdade para embarcar em uma farra enorme de crimes que faria qualquer jogador de Grand Theft Auto orgulhoso: lavagem de dinheiro para o ditador panamenho Manuel Noriega, intermediação ilegal de vendas de armas nucleares, venda de tecnologia ultrassecreta americana para o Iraque, além do desenvolvimento de um dos maiores esquemas de Ponzi da história. O banco ainda fazia a parte financeira do trabalho sujo de praticamente todos os principais grupos terroristas do mundo.

Eles chegaram ao ponto de montar sua própria equipe de execução chamada The Black Network (A Rede Negra) para cuidar de todos os esquemas de extorsão, sequestro e assassinato – que aparentemente são funções tão essenciais para um banco quanto rastrear a origem do dinheiro depositado na instituição. Quando órgãos reguladores suspeitos dos Estados Unidos se recusaram a lhes conceder uma licença, BCCI apenas deu de ombros e passou a usar uma porção de empresas de fachada e empréstimos fraudulentos para burlar a lei, e voltar às suas práticas do mal.

A gigantesca rede de influência do BCCI manteve o banco consistentemente à frente da lei. Foi necessário que 62 países realizassem sete investigações simultâneas para, finalmente, desmascará-los – e 13 anos para que se descobrisse onde estava o dinheiro. Até agora, ninguém entende perfeitamente todos os esquemas nos quais o BCCI estava envolvido. Porém, ficaríamos chocados se as peripécias do banco não envolvessem algum tipo de raio antigravidade e uma base lunar.

2. O banco Castel & Trust, que roubou as economias do dono da Playboy, dos hotéis Hyatt e da banda Creedence Clearwater

Castel Bank & Trust era a classe e legitimidade em forma de instituição financeira. O banco não só atraía clientes-celebridades de alto perfil – como a banda Creedence Clearwater Revival, o fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, e a cadeia de hotéis Hyatt –, como tinha como sede principal as Bahamas. Tem como ficar mais riqueza do que isso? No início de 1970, alguém na espécie de Receita Federal dos Estados Unidos (o Internal Revenue Service, ou IRS) percebeu que a rede Hyatt não pagava mais impostos desde que havia aberto sua conta no Castel Bank. Isto é geralmente desaprovado em uma sociedade civilizada, por isso o IRS contratou um investigador particular grisalho chamado Norman Casper para averiguar os fatos (se aprendemos alguma lição com este artigo, é que a contabilidade é muito mais emocionante do que todos nós temos sido levados a acreditar).

Ao longo dos meses seguintes, Casper distraiu seus alvos com mulheres bonitas, enquanto ele fotografava os seus arquivos secretos e reunia inteligência. No final das contas, Casper descobriu que, além de o banco ter agido constantemente como um paraíso fiscal ilegal para clientes como o ex-presidente estadunidense Richard Nixon, a instituição também estava lavando dinheiro para a máfia. Então, do nada, a CIA interveio e interrompeu a investigação. Acontece que a “inocente e super ética” CIA havia utilizado o Castel Bank & Trust para canalizar dinheiro para grupos anti-Fidel Castro (ou qualquer outra pessoa com ódio grande o suficiente pelos comunistas). Por fim, ninguém nunca foi processado, mas o banco entrou em colapso e todos os seus clientes perderam seus depósitos, incluindo a banda Creedence Clearwater Revival.

1. O Hong Kong e Shanghai Banking Corporation e sua impunidade crônica

O Hong Kong e Shanghai Banking Corporation foi fundado no século 19 para dar conta dos lucros britânicos do comércio do ópio. E, tendo em vista que a China tinha vários milhões de viciados em ópio e os britânicos respondiam a todas as tentativas de banir a droga assassinando qualquer um que olhasse entranho para eles, os lucros eram consideravelmente altos. Mas, veja bem, isso é tudo história antiga, certo? Não é como se você tivesse um pequeno cartão em sua carteira agora que diz HSBC nele… Ó, espere. Se você já conversou com alguém do serviço de clientes do banco sobre a “taxa anual” deles, não deve ser nenhuma surpresa descobrir que o HSBC se fundou em séculos de assassinatos por lucro. Em 2012, investigadores revelaram que a instituição havia ajudado a financiar o terrorismo internacional e o tráfico de drogas no México durante décadas.

Tampouco foi algo ocasional. Esta é a extensão da familiaridade do HSBC com os cartéis: em um dado momento, o banco considerou ampliar as janelas de seus caixas porque os blocos de dinheiro que o banco recebia eram grandes demais para passar através dos buracos normais (problemas de Primeiro Mundo…). Por isso, o Cartel Sinaloa, responsável por dezenas de milhares de assassinatos apenas na década passada, fez um favor aos seus velhos amigos e começou a usar caixas de dinheiro personalizadas, planejadas especificamente para caber nas janelas dos caixas do HSBC. Muita consideração por parte deles, né?

Então, se um dos maiores bancos do mundo atualmente é tão descaradamente corrupto, por que ninguém nunca prendeu os envolvidos nos crimes? A resposta é simples: eles já foram presos. Muitas e muitas vezes. Mas são ricos demais para dar a mínima. Quando o HSBC foi pego pela terceira vez, as autoridades ficaram mais rigorosas e aplicaram uma multa impiedosa de 1,9 bilhão de dólares (4,18 bilhões de reais). Impressionante, não? Não. Este é o lucro de cerca de cinco semanas para o HSBC.

Mais uma vez, ninguém foi preso pela lavagem de dinheiro descarada. Eles não ficaram de castigo, nem mesmo foram mandados para o seu quarto sem jantar – eles só tiveram a mesada suspensa por um mês. Isso não ensinaria uma criança mimada a não roubar, muito menos serviria de lição para uma grande instituição financeira aprender que apoiar assassinos em massa não é rentável.

Quando perguntado por que essas pessoas podem andar em total liberdade pelos Estados Unidos e sem nenhuma repercussão, um dos assistentes de procurador-geral dos EUA explicou: “Se decidíssemos apresentar acusações criminais, o HSBC quase certamente perderia sua licença bancária nos EUA, o futuro da instituição estaria ameaçado e todo o sistema bancário seria desestabilizado”.

É isso aí: vindo diretamente da boca do próprio governo dos EUA, os bancos podem fazer o que quiserem porque eles têm o nosso dinheiro. Se você está pensando em cancelar seu cartão HSBC devido a essas revelações, bem, temos certeza de que eles vão chorar até secar a água do corpo por causa disso. E talvez decidam arranjar algumas janelas maiores para que caixas extra-grandes de lencinho de papel possam passar por elas.


Fonte: https://temquemudar.wordpress.com
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