VERDADES INCONVENIENTES

O mosquito que picou a pata de um elefante e o fantasma da máquina

PATA TOPOOs funcionários deveriam ser os campeões nas empresas para as quais trabalham, mas o lucro é o mantra dominante nas grandes empresas. O que leva a práticas duvidosas que deixam muitos funcionários fartos da maneira com que seus empregadores operam. E com as redes socias é mais facil do que nunca, exporem as práticas obscuras que a maioria de nós desconhece.Aqui temos 10 exemplos mais significativos de marcas conhecidas, amadas e confiáveis sendo expostas por táticas não tão adoráveis assim. 
 
10 - KFC
 
kfc 10
 
Vários funcionarios ao longo dos anos compartilharam algumas evidências incontestáveis de que a KFC se envolve em práticas que não deixariam você com água na boca. Em um vídeo com milhões de acessos, um funcionhário demonstra como esse fast food chamado de "fresco" ficou parado por um tempo. Outro vídeo relata um homem que encontrou vermes em seu pedido e não foi apenas em um local. No ano de 2020, funcionários de todas as parte acessarama internet e compartilharam diversas histórias. Sobre ratos e baratas...vieram a tona. 
 
09 . TOYOTA
 
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A toyota pensou ter evitado um desastre de relações públicas quando contornou as acusações de que tinham problemas com seus freios e pastilhas do acelerador. Então um escritório de advocacia que trabalhava para a toyota contratou uma tradutora chamada Betsy Benjaminson para trabalhar em documentos internos. O que Betsi viu, não conseguiu esconder. Ela revelou os extensos acobertamentos da Toyota após uma série de fatalidades envolvendo seus veículos. Os acidentes ocorreram entre 2007 e 2010 e a Toyota continuamente culpava os tapetes e os erros dos motoristas pelos defeitos. Até mesmo a administração de segurança de tráfego rodoviário nacional e a NASA apoiaram a Toyota. Mas quando Betsy começõu a trabalhar em memorandos internos, relatórios de registros de reparos e emails, ela percebeu um padrão de confusão e discrepancias.
 
Ela decidiu que era hora dela se tornar, como ela mesmo disse, UM MOSQUITO PICANDO O DEDO DO PÉ DO ELEFANTE. Ela poderia fazer algo significativo para prevenir tragédias futuras. Então foi o que ela fez. Depois de consultar o seu rabino ela vazou anonimamente documentos, mas eventualmente revelaria o seu nome. Vieram a tona as falhas que estavam na verdade, nos componentes internos do carro. Fazendo com que o carro acelerasse INCONTROLAVELMENTE e os engenheiros da Toyota ficaram confusos sobre o porque isso estava acontecendo. Em alguns emails que enviavam uns para os outros eles até culparam um fantasma da máquina. Finalmente em dezembro de  2013 a Toyota entrou com um processo de acordo em muitas ações por homicídio culposo contra eles. Embora seja dicil para Betsy encontrar trabalho agora, ela acredita que fez a coisa certa. 
 
08. TESLA
 
TESLA 08
 
Conhecida por seus carros inteligentes, produtos inovadores e ambientalmente compatíveis e, claro, por Elon Musk, a Tesla é considerada uma das queridinhas das relações públicas... até que Karl Hansen e Martin Tripp apareceram. Martin foi o primeiro a reclamar, alegando que a Tesla estava usando baterias com defeito e aumentando seus números de produção. Em troca todas as suas comunicações eletrônicas foram grampeadas, mesmo depois que ele deixou a empresa. Então veio Karl Hansen que afirmava ter evidências para confirmar a existência de tráfico de drogas com cartéis mexicanos dentro da tesla. Uma suspeita levantada pela primeira vez pelo departamento do xerife de story county e pela DEA. Que Tesla se negou a investigar. Isso não é tudo. Hansen dizia que Tesla se recusou a relatar mais de 37 milhóes de dólares de matérias primas roubadas e quando ele proprio relatou a empresa eles ordenaram que ele encerrasse sua investigação interna. Ele tmbém afirma que outro funcionário foi demitido depois de denuciar alguns furtos as autoridades. 
 
O departamento do xerife confirma que a empresa relatou uns roubos a eles, mas tesla se recuou a especificar o que foi roubado e disse que eles trariam seus próprios fornecedores externos para investigar. Também deve ser observado que Martin Tripp só entrou com reivnidicações depois que a tesla o demitiu e o processou por hackear segredos comerciais e repassar documentos internos. Mas claro, sempre há dois lados das argumentações. De acordo com a tesla algumas das afirmações de Hansen são completamente falsas e outras não foram comprovadas. Seja qual for o caso, um certo inventor da corrente elétrica, Nikola Tesla, deve estar rolando em seu túmulo agora. 
 
 
07 - DOLLAR GENERAL
 
dg 07
 
O que você faria se fosse um gerente de uma rede de varejo movimentada com falta de pessoal e sobrecarregada de trabalho compensando essa falta de pessoal? então uma noite você se envolve num acidente por causa de todo esse estress, você iria pedir o seguro de acidentes de trabalho, certo? Isso foi exatamente o que Down Huchey fez e a DG respondeu com uma carta de demissão. E assim começou um batalha de dois anos sobre as condições de trabalho dos funcionários nessa rede nacional com amis de 15 mil lojas em 45 dos 48 estados americanos. A empresa alegou que a demissão foi devido a problemas pré existentes com sua produtividade. Mas Down é apenas um dos gerentes que afirmam não ter fucionários o bastante para cobrir as horas de trabalho de trabalho necessarias para manter a loja funcionando.~
 
De acordo com as ações judiciais o que acontece é que o gerente cobre o trabalho que não é executado pelos funcionários obrigando os gerentes a trabalharem até 70 horas por semana. Os gerentes da DG são empregados assalariados, mas não tem direito a pagamento de horas extras ajudando a DG a obter lucros com margens muito reduzidas. Eles tem, no entando, direito a benefícios de saúde que provavelmente foi o motivo pelo qual a DG demitiu a senhoria Huchey após o seu acidente, ao invés de  mantê-la na folha de pagamento. Uma série de ações judiciais foram movidas em toda industra de lojas de descontos sobre a lei de normas trabalhistas que podem forçar a DG a finalmente reparar o seu quadro
 
06 - HSBC
 
HSBC 06
 
Esse banco parece ser o pior dos piores quando se trata de práticas comerciais duvidosas, da evasão fiscal a lavagem de dinheiro, parece que eles estavam envolvidos em tudo. Um denunciante, Herve Falciani, que atualmente esta morando na espanha, enfrentou 5 anos de prisão na Suiça por vazar detalhes dobre clientes do HSBC que ele acreditava estarem sonegando impostos. Falciani é um cidadão francês que trabava para o HSBC e em 2008 quando vazarem documentos que ficaram conhecidos como SWISSLEAKS SCANDAL, ele basicamente expos mais de 120 mil clientes do banco que esconderam 222 bilhões de dólares das autoridades fiscais. Em 2017 o HSBC concordou em pagar 352 milhóes de dóares para impedir que o caso fosse a julgamento, mas nunca admitiu a culpa pelo caso. Parece que eles se deram mal, até agora a espanha se recusou a extraditar Falciani alegando que não ha leis na espanha que cubram a espionagem financeira grave, crime do qual ele é acusado na Suiça. 
 
Isso aumenta os problemas do HSBC depois de ter sido pego facilitando transações entre terrorisas e lavando dinehiro mexicano de drogas para os EUA em 2012. Os criminosos depositaram o dienhiro em uma agencia do HSBC no México, então essa quantia foi transportada atraves da fronteira pelo bando limpando assim o dinheiro. O banco deixou de lado as escoltas devido a falhas de segurança e o OCC, um regulador financeiro dos EUA, falhou também por não supervisonar adequadamente. Pode parecer umcrime sem vitimas, mas é totalmente o oposto. Eles facilitaram as ações e a violência de cartéis brutais que lutam para operar quando os bancos cumprem a lei recusando-se a trabalhar com eles. 
 
05 - AMAZON
 
AMAZON 05
 
A maioria de nos ama a amazon, desde que ela ofereça uma boa proposta. Os clientes pricipais, por exemplo, ganham frete grátis e grandes descontos, mas quem realmente paga o preço??? As evidencias sugerem que são funionários da amazon que trabalham em seus centros de distribuição para atender a demanda por ítens e as promessas que a amazon oferece a seus clientes os funcionários se deparam com o tipo de pressão normalmente reservada a atletas olímpicos. Relatórios segretos e exfuncionários revelam que tudo esta cronometrado, basicamente você trabalha contra o relógio e se não terminar no prazo será levado a conversas disciplinares comos gerentes.
 
Os trabalhadores enfrentam a demissão se não concluirem a embalagem de certos ítens em menos de 2 minutos. As pausas para ir ao banheiro são cronometradas e as vezes as ambulancias são chamadas para levar os trabalhadores exaustos ao hospital. O Independent ate relatou que alguns foram obrigados a fazer horas extras obrigatórias antes do período de natal. Levandoa semanas de 55 horas que deixaram os trabalhadores tão exaustos que dormiam em pé. Os funcionários se autodenominam "robôs humanos". Muitos dias eles andam o equivalente a 16 km, indo e voltando dos armazens. O professor Michael Marmot, especialista em estress no trabalho, diz que esse tipo de trabalho aumenta muito os risocos dos funcionários da amazon desenvolverem doenças mentais e físicas.
 
Ainda assim a amazon afirma que fornece um local de trabalho seguro e com remuneração competitiva e benefícios desde o primeiro dia. É verdade que eles não estão fazendo nada ilegal e é otimo que eles sejam capazes de fazer as pessoas trabalharem tanto e oferecer preços tão baratos, MAS certamente tem que ter um limite ! 
 
 
04 - FACEBOOK
 
FACEBOOK 04
 
As vezes a culpa e o remorso atingem os funcionários e eles emitem um alerta. O ex executivo senior do facebook Chamath Palihapitya explica como ele acretia que a máquinha que ajudou a criar esta destruindo o tecido social: "OS CICLOS DE FEEDBACK DE CURTO PRAZO IMPÚLSIONADOS PELA DOPAMINA QUE CRIAMOS ESTÃO DESTRUINDO COMO A SOCIEDADE FUNCIONA. MAUS "ATORES" AGORA PODEM MANIPULAR GRANDES GRUPOS DE PESSOAS. SEUS COMPORTAMENTOS, VOCES NÃO PERCEBEM, MAS VOCES ESTÃO SENDO PROGRAMADOS". 
 
Depois Sandy Parakilas, que falou durante o escandalo Cambridge Analitica, revelou que houve uma violação de dados de 87 milhóes de usuários do facebbok. Dados supostamente usados com o propósito de influenciar eventos políticos importantes. O sr Parakilas diz que mesmo em 2011 e 2012 o facebook estava totalmente focado no crescimento e monetização em detrimento da segurança do usuario. Ele estava encarregado com questões de conformidade e privacidade de políticas e desenho um mapa inteiro de vulnerabilidades da plataforma de mídia social. E foi ignorado. O Sr Parakilas alega que os algoritmos foram projetados para maximizar o tempo gasto pelos usuários do site enquanto o design do produto é focado em maximizar o número de usuários sem se importar com os danos causados pelo vício ou o conteúdo potencialmente ameaçador.  Ele acredita que se as empresas não se auto regulam adequadamente devem ser punidas por não protegerem o bem estar das pessoas. Ainda assim o facebook diz que continua investigando, pensando na proteção dos usuários e sua privacidade, mesmo em detrimento de lucratividade.  
 
03 - UBER
 
UBER LOGO
 
Você sabia que 57 milhóes de motoristas da UBER tiveram seus dado hackeados recentemente, não? Isso porque o UBER tentou encobrir. Foi um erro grave que alguns especialistas estão descrevendo como "hora do amador". Os dados não foram criptografados, eles não informaram nenhuma das vítimas e eles pagaram aos hackers quase 100 mil dólares para ficarem quietos e destruirem os dados. Mas essa atitude de proteger seus própiros interesses sobre os dos seus clientes é , na verdade, um padrão. Durante a ascenção meteórica das startups para se tornar uma das empresas de maior valor do mundo houve tentativas sistemáticas de minar a concorrência ou os oponentes. Qaundo os rebuladores estavam investigando a UBER em cidades onde violavam regulamentos a UBER usou um programa secreto para impedir que operadores e reguladores disfarçados, usassem o serviço normalmente. O ex funcionário Ric Jacobs também acaba de alegar que eles tem uma eqquipe secreta dedicada a roubar segredos comerciais de outras empresas. E seus funcionários registraram viagens falsas para ocupar serviços concorrentes como a LYFT, para arruinar a sua eficiência. 
 
Váriios executivos efuncionários deixaram o cargo devido a exposição dessas táticas e a UBER diz que esta mudando a maneira como fazem negócios, colocando a integridade no centro de cada decisão que tomam e trabalhando duro para ganhar a confiança de seus clientes. Segundo o novo CEO da UBER, Dara Khosrowshahl, ainda assim a empmresa tem alguns caminhos a percorrer ja que esta, atualmente, no centro de uma série de escândalos de conduta sexual imprópria e assédio por ex funcionários. 
 
02 - WELSSS FARGO
 
WF 02
 
Quando terminarmos você vai querer manter o seu dinheiro debaixo do colchão e fazer todas as refeições em casa. A delatora Yesenia Guitron, foi inicialmente desacreditada e despedida quando se recusou a fazer compras com o cartão de crédito falsas em nome de clientes reais, colocando em risco os históricos de crédito de clientes inocentes. Ela ainda afirma que WF tentou intimidá-la e ela resistiu. Ela perdeu seu processo inicial onde alegou que WF falsificou relatórios de desenpenho para justificar a sua demissão. Entao veio o inquérito ofical onde 5 funcionários se juntaram a ela na luta, aprsentando relatórios alegando que eles foram solicitados a cumprir cotas de vendas irrealistas e abrir contas falsas para atingir metas de gerenciamento e Yesenia foi chamada para testemunhar peranta o grande juri. Por fim WF pagou uma ação coletiva de 142 mihões de dóares e Yesenia foi recompensada esse ano (2021) ganhando o prêmio James Médison de liberade de informação por seus esforços contra eles. 
 
 
01 - Macdonald's
 
MC 01
 
O MC pode ser uma instituição americana adorada mas as informações a seguir falam outra coisa.... O ex funcioário Nick postou as fotos da bandeija do sorvete no twiter, que foi tirada no local onde ele trabalhava em Louisiana.
 
MC 01 1
 
Alguns clientes leais o acusaram de mentir ou fazer declarações falsas em resposta ele postou fotos mais reveladoras:
 
MC 01 2
 
Depois de pósta-las no Twiter ele foi demitido. Isso inspirou todo um movimento de funcionarios revelando partes sujas de seus restaurantes e funcioários de redes de fast foods semelhantes postaram suas próprias fotos e vídeos. O MC praticamente ja se recuperou dessa exposição e devemos dizer que as declarações oficiais de um dos chefões do MC, John, Valluzzo, reafirmaram que eles reslizaram treinamentos regulares para garantir que os membros sigam práticas alimentres seguras. Embora os representantes da marca terem procurado Nick para remover as imagens, ele se recusou. 
 
 
Preço alto, mas sem arrependimentos para o corajoso denunciante Toyota de Israel
 
FRIOTOY
 
 
2014 - A tradutora Betsy Benjaminson - "um mosquito mordendo o dedo do pé do elefante" - perdeu metade de sua renda desde que se manifestou no escândalo fatal de aceleração súbita de uma montadora.
 
Ninguém teria culpado Betsy Benjaminson por desistir - na verdade, ninguém a teria culpado por manter o silêncio em primeiro lugar. Afinal, que chance uma mãe solteira de quatro filhos tinha, lutando contra o maior fabricante de automóveis do mundo em seu modesto apartamento em um prédio Sderot marcado por foguetes Kassam?
 
Claro, ela lutou uma boa luta, eles poderiam ter dito, mas o fim era inevitável. Uma mulher corajosa, mas tola. Ninguém a teria culpado se ela deixasse sua vida entrar em colapso sob a enormidade de sua luta.
 
Mas Benjaminson, o tradutor nascido em Cleveland que revelou o encobrimento das falhas de design da Toyota que mataram motoristas em todo o mundo, não desistiu. Ela também não se deixou mergulhar na autopiedade depois de perder dois bons empregos por revelar o que testemunhou. Muito pelo contrário.
 
Ela ainda está na luta contra a Toyota, "um mosquito mordendo o dedo do pé de um elefante", como ela disse, e mordendo com a força de sempre.
 
E Benjaminson nunca se sentiu mais realizado.
 
Famílias apagadas
 
Em 25 de fevereiro de 2007, os aposentados Bulent e Anne Ezal dirigiram seu Camry 2005 para dentro do estacionamento do Pelican Point Restaurant, um estabelecimento em Pismo Beach, Califórnia, em um penhasco com vista para o Oceano Pacífico. Bulent estacionou o carro e o casal teve a vista majestosa do oceano antes de entrarem para o almoço. De repente, o carro começou a balançar incontrolavelmente em direção ao mar. O veículo voou do penhasco, batendo nas rochas abaixo. Bulent de alguma forma sobreviveu, mas sua esposa de 46 anos morreu instantaneamente.
 
Dois anos e meio depois, o oficial da Patrulha Rodoviária da Califórnia fora de serviço, Mark Saylor, sua esposa Cleofe, sua filha de 13 anos, Mahala, e o cunhado Chris Lastrella, saíram para um passeio de carro na tarde de sexta-feira até o estádio de futebol de Mahala em um 2009 Lexus ES 350 emprestado por concessionária.
 
Saylor, um veterano da Força Aérea, costumava passar as sextas-feiras com sua esposa e filha única, e isso parecia ser um típico começo de fim de semana para a família.
 
Acabou sendo tudo menos isso. Enquanto dirigia na Interestadual 125 perto de San Diego, os problemas começaram. O carro começou a acelerar sozinho e Saylor não conseguia controlar o veículo.
 
Uma ligação assustadora para o 911 registrou os momentos finais da família.
 
“Nosso acelerador está travado”, relata Lastrella, enquanto a operadora se esforça para encontrar uma solução. “Estamos com problemas - não podemos - não há freios ... Fim da autoestrada a oitocentos metros. Estamos nos aproximando do cruzamento, estamos nos aproximando do cruzamento. Espere, ore. Rezar. Oh, droga, há ... uh oh ... ”A gravação termina com os gritos da família enquanto o veículo acelerou através do cruzamento movimentado, bateu em uma cerca e caiu no leito de um rio.
 
Todos os quatro passageiros morreram no acidente e no incêndio resultante.
 
Uma família apagada.
 
Tapetes e motoristas ruins
 
Nos dois anos seguintes, surgiram muitos outros casos de aceleração descontrolada em veículos Toyota. Mas a história não decolou até o final de 2009, quando a empresa divulgou um grande recall de seus modelos Camry e Prius, alegando que os tapetes do lado do motorista alojados sob o pedal do acelerador eram os culpados pelos súbitos problemas de aceleração.
 
Semanas depois, a Toyota emitiu outro recall, culpando um problema mecânico pelos aceleradores com defeito.
 
A mídia dos EUA entrou em frenesi. O Congresso e as agências governamentais abriram investigações. As vendas despencaram e as ações despencaram. A Toyota foi forçada a recolher mais de 8 milhões de carros no pior desastre de relações públicas de sua história.
 
O episódio atingiu seu clímax em fevereiro de 2010, quando o presidente e CEO da Toyota, Akio Toyoda, se desculpou na frente do Congresso, dizendo que estava "profundamente arrependido por quaisquer acidentes que os motoristas da Toyota tenham sofrido." Ele também estendeu suas condolências pessoais à família Saylor.
 
Parece que o problema foi resolvido.
 
À medida que sua reputação se recuperava em grande parte, a Toyota continuou a culpar os tapetes e os erros do motorista, não os eletrônicos internos. A estratégia da montadora muitas vezes era culpar os motoristas por pisar no acelerador em vez dos freios quando tentavam parar. Defendendo-se de um processo da família de Paul Van Alfen, um residente de Utah que colidiu com um muro de pedra em 2010, matando a si mesmo e a noiva de seu filho, a Toyota afirmou que “quaisquer ferimentos aos Requerentes causados ​​pelo acidente foram causados ​​no todo ou em parte pelas ações de Paul Van Alfen. ”
 
A Toyota também culpou Bulent Ezal pelo acidente que matou sua esposa. Ele insiste em termos inequívocos que o carro acelerou sozinho.
 
“De repente, o carro disparou com força”, disse ele aos repórteres, “e fui jogado de volta no banco ... Meu pé estava absolutamente no freio”. 
 
Um relatório de agosto de 2010 do National Highway Traffic Safety Administration apoiou as afirmações da Toyota, descobrindo que o erro humano, e não a eletrônica da Toyota, era o culpado. “O veredicto foi dado”, disse o secretário de transportes, Ray LaHood. “Não há causa eletrônica para aceleração de alta velocidade não intencional nos Toyotas. Período."
 
Uma investigação da NASA sobre a possibilidade de mau funcionamento eletrônico causando o problema de aceleração, lançada em fevereiro de 2011, não encontrou nenhuma evidência para colocar a culpa na eletrônica.
 
Parecia que a Toyota havia vencido o ataque com sucesso e deu um suspiro de alívio quando o Congresso e a mídia fizeram as malas e recuaram para as colinas.
 
Mas a empresa não percebeu um tradutor israelense que havia deixado passar pelos portões.
O fantasma na maquina
 
No verão de 2010, a empresa de tradução americana onde Benjaminson trabalhava como tradutor de japonês foi contratada pelo escritório de advocacia de defesa da Toyota. Sua experiência veio do tempo que estudou em uma universidade de arte japonesa na década de 1970, onde ganhou fluência no idioma.
 
Como tradutor, Benjaminson teve acesso a milhares de documentos classificados da Toyota de 2002 a 2010, principalmente relatórios de acidentes comuns e registros de reparos, mas também memorandos internos de negócios e e-mails de engenheiros. Com o passar dos meses, um padrão começou a emergir da estática da correspondência corporativa e dos manuais técnicos, um sussurro ocasional que se transformou cada vez mais em um rugido que ela não podia ignorar.
 
Toyota estava escondendo a verdade sobre o que causou a aceleração repentina não intencional, ela acreditava.
 
Ela tentou descartá-lo no início, passando a resposta da Toyota como um spin corporativo padrão, uma grande empresa tentando colocar seu melhor pé em frente. “Mas quando ouvi o principal relações-públicas dizer coisas como:‘ Vamos esmagar nossos oponentes na mídia ’, pensei:‘ Isso ultrapassou os limites ”, disse ela.
 
Benjaminson cavou mais fundo, ela sentiu que não tinha escolha a não ser revelar o que viu, as consequências que se danassem.
 
Apesar das negativas estridentes da Toyota e dos relatórios do governo dos Estados Unidos, Benjaminson sentiu que os documentos em suas mãos provavam que os engenheiros da Toyota sabiam que havia um problema sério com seus carros causando aceleração repentina, algo muito além de tapetes superdimensionados.
 
“Havia um grande número de engenheiros confusos sobre por que isso estava acontecendo”, disse ela ao Times of Israel. Eles até atribuíram a culpa pelo problema, em e-mails uns aos outros, a um "fantasma na máquina".
 
Mas o fantasma não era tapetes de chão ou erro do motorista, e a empresa sabia disso.
 
Os engenheiros “às vezes admitiam que eram as peças eletrônicas, o computador do motor, o software ou a interferência de ondas de rádio”, escreveu Benjaminson.
 
Levou cerca de um ano traduzindo para a Toyota até que ela realmente começasse a "entender", disse Benjaminson. “Comecei a notar discrepâncias entre o que os engenheiros diziam, que se concentrava em eletrônica, e as coisas dos executivos, do pessoal de relações públicas e dos advogados sobre como enganar o público.”
 
“Foram feitos esforços para encontrar tapetes que prendessem os pedais de gás e explicassem convenientemente a UA [aceleração não intencional]. O chefe de P&D admitiu que carros desenvolvidos de forma incompleta entraram em produção e que o controle de qualidade das peças era pobre ou inexistente. ”
 
Ouvir sobre a morte de Ezal a afetou profundamente. “A esposa dele morreu imediatamente”, disse ela ao Canal 2, “e depois pensei, posso fazer algo significativo para ajudar a prevenir esse tipo horrível de tragédia, ou posso me afastar e simplesmente continuar fazendo meu pagamento e ser apenas um pequeno parafuso em uma máquina enorme. Então eu fiz a escolha de que posso fazer a diferença, posso tornar minha vida significativa. ”
 
“Posso talvez mudar o mundo com esses documentos. Só um pouco."
Denunciante
 
Escondido no deserto de Negev ocidental, Benjaminson não tinha seguido de perto as notícias que dominavam as manchetes americanas. Mas agora ela começou a ler ruidosamente, vasculhando a cobertura das audiências no Congresso e a resposta corporativa. Benjaminson procurou os principais especialistas em engenharia automotiva para ajudá-la a analisar o material técnico que ela traduziu.
 
No início de 2012, Benjaminson se sentiu confiante o suficiente em sua crença de que a Toyota estava intencionalmente enganando o público sobre as mortes por aceleração incontrolável para recorrer à mídia.
 
Primeiro, ela consultou seu rabino de Jerusalém, uma autoridade em ética empresarial. Então, para ter uma noção exata do tipo de perigo em que ela estava se colocando, Benjaminson procurou a Heskia-Hacmun, um escritório de advocacia de Tel Aviv. Eles a avisaram que ela estaria violando seu acordo de confidencialidade com a Toyota.
 
“Eles me aconselharam sobre todos os riscos”, disse Benjaminson. “Eu ignorei aquele conselho. Mas eles me apoiaram, então tive coragem de seguir em frente. ”
 
“Os parceiros, Amos Hacmun e Dor Heskia, forneceram conselhos valiosos e apoio genuíno e constante durante esta jornada extremamente difícil.” 
 
No início, ela vazou documentos anonimamente. O Huffington Post publicou a primeira história, sobre a preocupação de um executivo da Toyota com as declarações públicas da empresa, em janeiro de 2012.
 
“Um importante executivo da Toyota escreveu que a montadora coloriu a verdade durante o furor sobre os problemas de aceleração repentina para fazer a história da empresa parecer mais palatável para o público, de acordo com um documento obtido pelo The Huffington Post”, dizia o relatório. “Em um e-mail enviado em 2010, o chefe de qualidade da Toyota pediu aos funcionários da empresa que parassem de tomar liberdade com a verdade, afirmando que estavam colocando em risco a credibilidade da Toyota.”
 
A CNN foi a próxima a publicar. Benjaminson entregou quase 100 documentos técnicos à rede, que publicou uma história sobre um dos documentos de 2006 que mostrava engenheiros discutindo um problema de software eletrônico que causou “aceleração repentina não intencional” durante os testes de pré-produção.
 
Se for verdade, isso significaria que o problema potencialmente letal ainda não foi corrigido.
 
A Toyota, depois de tentar por semanas convencer a rede a divulgar a história, desafiou a precisão da tradução - bem como das traduções independentes encomendadas pela CNN - e ainda se recusou a reconhecer que um problema de software causou a aceleração repentina.
 
Não surpreendentemente, Benjaminson foi demitido por sua agência de tradução depois que descobriram que ela estava por trás dos vazamentos.
 
Mas como seu nome ainda não era público, ela conseguiu outro cliente que pagava bem por traduções jurídicas. Benjaminson também começou a trabalhar com o senador de Iowa Chuck Grassley, alimentando seus documentos de programa de denúncias para iniciar as investigações do Comitê Judiciário sobre o estudo da Administração Nacional de Segurança de Trânsito nas Rodovias.
 
A vida era boa - ela estava financeiramente segura e fizera sua parte para pressionar a Toyota.
 
Mas Benjaminson não parou por aí. Ela decidiu colocar tudo em risco quando decidiu revelar sua identidade. Agora, Benjaminson estava se colocando na mira de uma grande corporação internacional.
 
Por que ela deu esse salto?
 
“Quando fui ao Congresso”, explicou Benjaminson, “aprendi uma grande lição sobre como funciona a DC ... Uma fonte anônima nunca é tão confiável, nunca pode trazer o mesmo ultraje moral. Se Davi lutasse contra Golias atrás de uma pedra, você realmente diria que ele estava lutando? ”
 
“Eu disse:‘ É melhor eu dar tudo o que tenho. ”
 
Em dezembro de 2012, a Toyota estabeleceu uma ação coletiva no valor de US $ 1,3 bilhão, mas o acordo manteve todos os fatos técnicos em segredo. A revista Corporate Counsel conduziu uma investigação aprofundada sobre exatamente quais eram os segredos e, em março de 2013, com a publicação do artigo, seu nome foi divulgado.
 
 
"Talvez tenha sido estúpido", ela admitiu, "mas honesto."
 
Os oponentes da Toyota receberam um impulso moral com sua decisão de abrir o capital, disse Benjaminson. Mas ela foi demitida novamente, pois nenhuma empresa confiava mais nela com documentos confidenciais.
 
“Foi um momento difícil”, disse ela. “Muito difícil ... Eu mais ou menos os traí para servir ao público em geral.”
 
Sem trabalho novamente, Benjaminson continuou lutando. Ela estendeu a mão para as vítimas da Toyota e seus advogados e colaborou com especialistas automotivos céticos em relação às afirmações da Toyota.
 
Seus esforços valeram a pena. Centenas se apresentaram para buscar uma ação legal contra a Toyota por acidentes e mortes involuntárias por aceleração súbita.
 
Em 2012, a empresa concordou com um acordo de mais de US $ 1 bilhão para fazer desaparecer centenas de processos sem admitir irregularidades. Mas aqueles que estão processando por morte injusta e lesões não foram cobertos por aquele acordo.
 
E esses demandantes tiveram sucesso recente. Em outubro, a Toyota perdeu sua primeira ação judicial que argumentava que falhas no design eletrônico causaram acidentes quando um júri de Oklahoma considerou a empresa responsável por um acidente em 2007 que matou uma mulher e feriu gravemente outra. A Toyota culpou o motorista.
 
A Toyota ainda negava qualquer irregularidade em novembro de 2013, durante um processo na Califórnia. “Apesar de quase três anos de litígio neste caso e acesso sem precedentes ao código-fonte da Toyota”, escreveu uma porta-voz da Toyota em um e-mail para a Bloomberg, “o advogado do demandante nunca replicou a aceleração não intencional em um veículo Toyota e não conseguiu demonstrar que qualquer alegado defeito realmente causou o acidente em questão neste caso.
 
De repente, em 12 de dezembro, o juiz federal que presidia muitos dos processos contra a Toyota anunciou que a corporação foi movida para um “processo de acordo intensivo” para lidar com os quase 200 processos ainda enfrentados.
 
O mosquito havia tirado a luta do elefante.
Mais importante que dinheiro
 
Apesar de seu sucesso em revelar o que ela chama de encobrimento, Benjaminson foi forçado a encontrar trabalho em uma empresa de tradução que identifica seus tradutores apenas por um número, onde ela ganha apenas a metade de seu salário anterior. Ela ainda mora na cidade infeliz de Sderot com seu filho mais novo. Dois de seus filhos se mudaram de Israel para seguir carreira na Europa e nos Estados Unidos.
 
Mas Benjaminson tem certeza de que ela tomou a decisão certa. 
 
“Mark Twain disse:‘ Uma mentira pode dar a volta ao mundo antes mesmo que a verdade possa calçar. ’Sinto que a verdade agora está calçada e isso é bom”, disse ela.
 
“Estou em paz com o que fiz porque um dia terei partido. Espero ter incutido os valores da verdade e da bondade no coração dos meus filhos. ”
 
“Isso é mais importante do que dinheiro.”
 
E Benjaminson ainda continua sua luta, conversando com as vítimas, funcionários do Congresso e a mídia. Qualquer coisa para ajudar na luta contra a Toyota.
 
Apesar de sua falta de arrependimento, ainda há custos para sua cruzada.
 
“Ao mesmo tempo, um pouco, às vezes, ela não presta atenção em mim”, disse seu filho mais novo Moshe, 11, ao Canal 2, “porque ela está no telefone, isso e aquilo, e eu estou um pouco menos importante. É assim que parece daqui. ”
 
Ainda assim, o orgulho do menino por sua mãe é óbvio. “Muitas pessoas me dizem que ela é uma mulher corajosa,” disse Moshe, “muitas pessoas me dizem que somente ela poderia fazer algo assim. E eu acredito neles, porque minha mãe é realmente uma mulher especial. Eu disse a ela que ela deveria continuar. É bom." 
 
Fonte: CANAL DO YOUTUBE "Fala Sério" - https://www.youtube.com/channel/UClG7ik2BxqqYCJaFc9xlM8w
           https://www.youtube.com/watch?v=LKmh_iSEfB8
           https://www.timesofisrael.com