CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Cientistas criam uma retina artificial que pode substituir uma retina danificada

retinax1Por Ademilson Ramos, 10/05/2019 - A retina é uma das partes mais importantes do olho. É o tecido que nos permite converter a luz em impulsos nervosos que podem ser analisados ​​pelo cérebro. Sem luz não há visão, então as doenças ou acidentes que afetam a retina são especialmente sérios. Uma equipe de cientistas acaba de testar com sucesso um tecido nanotecnológico que funciona como uma retina artificial. Seu aplicativo pode restaurar a visão de muitas pessoas com problemas de visão.

Não é a primeira vez que tentativas estão sendo feitas para construir dispositivos para substituir a retina, mas nenhum dos projetos até agora era prático o suficiente, pequeno ou com qualidade de imagem suficiente. Um grupo de cientistas da Universidade de Tel-Aviv, do Centro de Nanociência e Nanotecnologia de Jerusalém e da Universidade de Newcastle, tentou uma abordagem diferente e mais simples.

Em vez de tentar miniaturizar componentes eletrônicos, o grupo desenvolveu um tecido flexível composto de nanotubos de carbono que reage de maneira semelhante à retina. Ao receber luz, este tecido é capaz de gerar impulsos elétricos para excitar o tecido nervoso sob a retina. O material é mais durável, flexível e eficiente quando se trata de capturar a luz do que qualquer uma das soluções anteriores. Até agora, os pesquisadores testaram com sucesso o material na retina de uma galinha. O próximo passo é descobrir se pode ser igualmente eficaz em humanos. Ainda há tempo para esse avanço chegar aos hospitais, mas pode abrir a porta para curar os problemas de cegueira associados a danos à retina com um simples transplante.

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RETINA ARTIFICIAL: CRIADA A PARTIR DE TECIDOS BIOLÓGICOS SINTÉTICOS

 

22/08/2019 - A retina é uma peça fundamental para o sentido da visão. Ela é responsável pela formação de imagens para os vertebrados, como nós ou até mesmo para os animais de estimação. Com capacidade para reter informações e enviar pelo nervo óptico as imagens para nosso cérebro, qualquer dano nesta área prejudica todo o sistema visual. Há tempos que se ouve falar sobre retinas artificiais para curar pacientes que sofreram lesões permanentes em seus olhos. Até então os principais estudos realizados para tentar voltar à visão de cegos eram feitos com materiais rígidos, como por exemplo, lâminas de ouro.

Agora a alternativa parece ser mais natural. Novas pesquisas apontam para tecidos biológicos, formado a partir de culturas de células. Este material sintético promete gerar sinais elétricos que estimulam os neurotransmissores na parte posterior do olho, igual a nossa retina. Esse material que imita praticamente a retina humana, é composta por hidrogel – gel a base de água – e proteínas de membrana celular. Os testes ainda não começaram com humanos! Problemas como degeneração macular, retinopatia diabética e retinite pigmentosa estão prestes a serem solucionados.

A verdade é que muitos estudos ainda serão realizados para chegar na melhor solução, visto que é necessário testes em seres humanos para comprovar a aceitação do corpo. Até lá, devemos nos prevenir o máximo possível para que doenças ou traumas que prejudiquem nossa retina fiquem bem longe, e que não haja necessidade de retinas artificiais. O que nos resta é torcer para que a tecnologia possa devolver a visão para àqueles que já perderam.

 

Retina eletrônica é nova aposta da ciência contra a cegueira

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27/08/2018 - A retina é flexível, ultrafina e tem uma matriz de sensores capaz de reproduzir todo o ciclo de geração de imagens. A solução poderá ser explorada na próxima geração de próteses bioeletrônicas. O enfrentamento à cegueira pode ganhar uma ferramenta inovadora. Pesquisadores americanos desenvolveram uma retina ultrafina que tem uma matriz de sensores capaz de reproduzir todo o ciclo de geração de imagens. O dispositivo, composto por produtos como grafeno e finas camadas de ouro, foi testado em animais, com resultados promissores. Ele ainda é flexível e biocompatível, o que, segundo os criadores, aumenta as expectativas de que resultados semelhantes sejam alcançados em humanos. Detalhes do protótipo usado no experimento e das próximas etapas do trabalho foram apresentados no 256º Encontro Nacional e Exposição da Sociedade Americana de Química, realizado neste mês, em Boston, nos Estados Unidos.

Doenças como degeneração macular, retinopatia diabética e retinite pigmentosa podem danificar ou destruir o tecido da retina, levando à perda total ou parcial da visão. Implantes de retina feitos com silicone ajudam a restaurar uma quantidade mínima de visão para alguns indivíduos com essas complicações. No entanto, esses dispositivos são rígidos, planos e frágeis, o que dificulta a replicação da curvatura natural da retina.

Segundo especialistas, essas limitações fazem com que os implantes de retina feitos de silicone produzam, na maioria das vezes, imagens borradas ou distorcidas. Há ainda o risco de o dispositivo danificar o tecido ocular circundante, incluindo o nervo óptico. A retina criada pelos americanos pode resolver esses problemas. Ela é composta por materiais 2D, incluindo grafeno e dissulfeto de molibdênio, finas camadas de ouro, alumina e nitrato de silício, todos usados com o objetivo de criar uma matriz de sensores flexível, de alta densidade e curvatura. O dispositivo assemelha-se à superfície de uma bola de futebol achatada, com tamanho e forma que imitam as medidas de uma retina natural

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Nos testes com animais, os fotorreceptores, que imitam os bastonetes e os cones da retina, absorveram prontamente a luz e a passaram através de uma placa de circuito externo extremamente macia, simulando o transporte dos impulsos nervosos pelo nervo óptico até o cérebro. “A placa de circuito abriga toda a eletrônica necessária para processar digitalmente a luz, estimular a retina e adquirir sinais do córtex visual”, explica, em comunicado, Nanshu Lu, uma das autoras do estudo e pesquisadora da Universidade do Texas.

Com base nos resultados, os cientistas acreditam que o protótipo de retina artificial imita com sucesso as características estruturais do olho humano e poderá ser usado como base na próxima geração de próteses de retina bioeletrônicas. “Esta é a primeira demonstração de que é possível usar grafeno e dissulfeto de molibdênio em poucas camadas para fabricar com sucesso uma retina artificial”, frisa Lu. “Embora essa pesquisa ainda esteja engatinhando, é um ponto de partida muito estimulante para o uso desses materiais para restaurar a visão.”

Nanomateriais

A combinação de materiais em uma estrutura inteligente chamou a atenção de Roberto Avillez, professor do Departamento de Engenharia Química e de Materiais do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). “É um dispositivo que envolve vários nanomateriais, que formam um circuito eletrônico funcional, mesmo em um tamanho reduzido, característica necessária para imitar a nossa retina”, justifica. Segundo Avillez, o uso de grafeno segue uma linha bastante explorada na tecnologia. “É uma das formas do carbono que é bastante rica porque pode ser facilmente controlada e transformada em condutor ou isolante elétrico. Trata-se de um material diferenciado”, explica.

Para Sebastião Neto, oftalmologista na Oftalmed, em Brasília, e especialista em retina, essa maleabilidade do material escolhido é um dos pontos fortes da pesquisa. “É um projeto que, se virar realidade, trará um avanço muito grande para a oftalmologia. Parece promissor principalmente devido à flexibilidade do dispositivo, pois uma das dificuldades que enfrentamos com esse tipo de retina é colocá-la atrás da membrana humana, já que é um espaço pequeno. Quanto maior mobilidade você tiver, melhor”, diz.

Tatuagem eletrônica

Os pesquisadores darão continuidade à pesquisa para aperfeiçoar a retina com materiais 2D e planejam explorar a solução tecnológica para outros fins, como em tatuagens eletrônicas, que seriam mecanicamente e opticamente imperceptíveis. “Elas seriam laminadas na superfície da pele para reunir informações de saúde em tempo real”, diz Nanshu Lu. A pesquisadora explica que, ao adicionar transistores a essas e-tatuagens transparentes, seria possível amplificar, por exemplo, os sinais do cérebro para que o órgão possa ser mais facilmente monitorado. “Esses sensores e esses eletrodos ultrafinos também podem ser implantados na superfície do coração para detectar arritmias, e os médicos poderiam programá-los para agir como pequenos marcapassos, enviando impulsos elétricos através do coração para corrigir o problema”, detalha.

“Alternativas tecnológicas que curem a cegueira é algo buscado, há anos, na área médica e que achamos que seria conquistado até mais cedo. Ainda não chegamos lá porque é difícil replicar essa informação entre o olho e o cérebro. É importante também ressaltar que esse tipo de intervenção seria voltado apenas para casos graves de cegueira avançada. É essencial frisar isso porque as pessoas que sofrem com problemas de visão, como o glaucoma, não podem descuidar do tratamento. É importante sempre manter o acompanhamento médico para evitar a perda da visão, que é extremamente difícil de ser recuperada”

 

Fonte: https://engenhariae.com.br/
           https://www.correiobraziliense.com.br/
           https://www.lenteseoculos.com.br/