CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Cimento que emite luz é uma das grandes promessas da engenharia

cimluz127/01/2017 - O pesquisador mexicano José Carlos Rubio Ávalos, criador do cimento que emite luz (Foto: INCmty) Ano após ano, a mercado de engenharia civil apresenta novidades que visam tornar as construções mais sustentáveis e os resíduos gerados por elas menos poluentes. Mais funcionais, novos materiais são desenvolvidos após muita pesquisa e investimento de instituições públicas e privadas. Um exemplo recente é o cimento que gera luz. Criado pelo pesquisador mexicano José Carlos Rubio Ávalos, da Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, o material absorve tanto energia solar como artificial, utilizando-a para iluminar caminhos e edifícios. Com durabilidade superior a cem anos, a invenção pode emitir luz de 8 a 12 horas, se for exposta à luminosidade por um período similar durante o dia, quando é recarregada.

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Segundo Ávalos, devido à opacidade do cimento, ele não permite que a luz o atravesse. Já a invenção é obtida a partir de um processo de policondensação de sílica, areia de rio, resíduos industriais, álcalis e água, realizado na temperatura ambiente e sem alto consumo de energia nem o uso de fornos, sendo menos poluente do que os cimentos tradicionais ou plásticos sintéticos – estes últimos se deterioram com o tempo e comprometem as estruturas. O cimento fosforescente é resistente e pode emitir luz por até 12 horas (Foto: El País México)

Vantagens e benefícios

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O material tem amplas aplicações, dentre elas fachadas, piscinas, banheiros, cozinhas e estacionamentos, além de ser utilizado na segurança viária e em sinalizações, podendo ser aplicado em qualquer lugar que precise de iluminação ou em espaços que não tenham acesso a instalações elétricas. Outra vantagem é que o cimento fosforescente é facilmente reciclável, tendo baixo impacto ambiental. O pesquisador espera que, em breve, o material possa ser comercializado. Ele estima que o metro quadrado custe a partir de 700 pesos mexicanos, valor equivalente a R$ 110. A invenção já foi reconhecida pela Academia Real de Engenharia de Londres, por meio do Fundo Newton, prêmio concedido a projetos bem sucedidos de transferência tecnológica e de empreendimento a nível mundial.

 

Cimento que emite luz pode substituir iluminação nas estradas

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30/11/2019 - José Carlos Rubio, pesquisador da Universidade de Michoacan de San Nicolas Hidalgo, no México, realizou vários estudos sobre cimento e encontrou uma maneira de produzir um tipo de piso que é capaz de emitir luz e tem vida útil de 100 anos. De acordo com o pesquisador, o maior problema que ele teve que enfrentar durante o estudo foi o fato de que o cimento é um corpo opaco, o que não permite a passagem de luz para o seu interior. A partir disso, ele precisou realizar estudos mais profundos e diversas experiências para que pudesse encontrar a solução adequada para o problema.

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Rubio explica que a lógica por trás da invenção é que o cimento é pó que, ao se misturar com água, se dissolve como um comprimido efervescente. Então o material começa a se tornar semelhante a um gel forte e resistente enquanto flocos cristalinos são formados. Para solucionar o problema encontrado, o pesquisador se dedicou a modificar a estrutura do cimento, tornando possível extinguir os flocos e deixa-lo no formato de gel para auxiliar na absorção da luz solar e posteriormente devolvê-la ao ambiente em forma de luz. O cimento é feito com base em areia e argila e o único resíduo que ele produz é o vapor de água.

O cimento, por sua vez, absorve energia do sol durante todo o dia, para permanecer iluminado por até 12 horas. O pesquisador diz que é possível controlar a intensidade da luz para evitar que o brilho atrapalhe ciclistas e motoristas, e o material pode vir na cor azul ou verde. O melhor de tudo é a sua vida útil, de até 100 anos. A tecnologia está em fase de implementação para ser comercializada e os cientistas também estudam a sua aplicação em gesso e outros produtos que fazem parte da construção civil, como alternativa natural para reduzir o consumo de energia elétrica na iluminação de ambientes.

Fonte: ArchDaily Brasil
            El País México
            https://www.planetsmartcity.com.br/