17/08/2020 - Em um futuro próximo (ish) poderemos estar usando gafanhotos ciborgues como cães farejadores para detectar explosivos, de acordo com um novo estudo de prova de conceito. Uma equipe mostrou que os gafanhotos podem cheirar diferentes quantidades de produtos químicos explosivos no ar para rastrear a localização de uma bomba, e essas detecções podem ser detectadas lendo suas ondas cerebrais.
Por mais espertos que nós, humanos, gostemos de pensar que somos, a natureza continua nos superando com versões melhores de nossas próprias invenções. Então, por que reinventar a roda quando podemos apenas construir em versões naturais desses instrumentos? Os cães farejadores são um dos exemplos mais comuns, com seus narizes poderosos detectando vestígios de drogas, explosivos ou outro contrabando. Mas será que os gafanhotos podem realizar o mesmo tipo de trabalho?
Pesquisadores da Washington University em St. Louis encontraram uma maneira. Os gafanhotos têm um olfato incrivelmente apurado, e suas ondas cerebrais produzem um certo padrão depois que detectam um cheiro específico. Depois de serem treinados para reconhecer um cheiro, a leitura de suas ondas cerebrais pode ser um indicador sólido se o cheiro desejado aparece em uma amostra ou no ambiente.
Em um trabalho anterior, a equipe mostrou que os gafanhotos podem ser treinados para detectar um cheiro da mesma forma que você treina um cachorro. Os pesquisadores espalharam o cheiro de hexanol em uma gaiola, pouco antes da hora da alimentação. Com certeza, depois de algumas rodadas de treinamento, o cheiro sozinho faria os insetos agirem como se estivessem esperando comida.
Para o novo estudo, a equipe testou o quão bem os gafanhotos podem detectar vapores de diferentes explosivos, como TNT, DNT, RDX, PETN e nitrato de amônio. Eles ajustaram um sistema anterior que desenvolveram para ler os padrões de neurônios de disparo no cérebro do gafanhoto para revelar se os insetos detectaram o cheiro treinado.
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Ao anexar eletrodos cirurgicamente aos gafanhotos, os pesquisadores puderam registrar suas ondas cerebrais sem atrapalhar o movimento dos insetos. Eles descobriram que os eletrodos podiam registrar que os gafanhotos haviam detectado os odores desejados em 500 milissegundos.
Nos experimentos seguintes, os pesquisadores testaram se os gafanhotos poderiam localizar uma bomba, descobrindo de qual direção o odor estava vindo. Para fazer isso, era necessária uma configuração incomum - um carro-robô carregando o gafanhoto dentro de uma caixa de plástico transparente.
Os vapores explosivos foram canalizados para dentro da caixa em um determinado local, e o veículo foi movido para cima e para baixo ao longo da caixa. Com certeza, quando o gafanhoto sentisse o cheiro das diferentes concentrações dos vapores, suas ondas cerebrais ficariam comparativamente mais fortes.
Os pesquisadores dizem que estão quase na fase em que a Segurança Interna e outras organizações poderiam usar gafanhotos para procurar vestígios de explosivos.
A pesquisa foi publicada na revista Biosensors and Bioelectronics: X.
Fonte: Washington University em St. Louis