CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Transfusão de sangue jovem pode ser o caminho para a juventude eterna

sanguen106/05/2014 - Duas equipes diferentes de cientistas anunciaram que a transfusão de sangue de jovens ajuda a rejuvenescer pessoas mais velhas, consertando o coração e curando cérebros envelhecidos. Falando ao New York Times, o professor de neurologia da Harvard Medical School, Rudolph Tanzi, diz que “essas descobertas podem mudar muita coisa.” Tanzi, que não é associado a nenhum dos estudos, também disse estar “extremamente empolgado” com os resultados das duas pesquisas.

Esses estudos seguem experimentos feitos nos anos 1950 pelo Doutor Clive M. McCay, da Universidade de Cornell. McCay descobriu que, após unir ratos por seus vasos sanguíneos em um procedimento chamado parabiose, os ratinhos mais velhos rejuvenesciam pelo plasma dos mais novos. Ele não conseguiu explicar por que isso aconteceu, no entanto.

Os novos estudos mostram provas claras de como o processo funciona e ainda oferecem uma explicação: a chave está no nível de algumas proteínas que são abundantes em sangue jovem e parecem acordar células-tronco, propiciando a criação de novos tecidos.

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Rejuvenescendo cérebros…

O primeiro estudo- publicado na Nature Medicine e liderado por Saul Villeda, da Universidade da Califórnia – diz que a transfusão de sangue através da parabiose funciona e que a extração do plasma dos camundongos mais jovens e a injeção no cérebro mais velho funciona ainda melhor. O processo cria novas conexões neuronais, revertendo os efeitos do envelhecimento, e melhorando consideravelmente as funções cognitivas dos ratos:

Em um nível cognitivo, a administração sistêmica do plasma do sangue jovem em ratos mais velhos melhorou deficiências cognitivas relacionadas à idade tanto em condicionamento do medo contextual quanto na aprendizagem espacial e memória. Melhorias estruturais e cognitivas desencadeadas pela exposição ao sangue jovem são mediadas, em partes, pela ativação do elemento de resposta ao AMPc (uma proteína conhecida como CREB) no hipocampo envelhecido. Nossos dados indicam que a exposição de ratos envelhecidos ao sangue jovem é capaz de rejuvenescer a plasticidade sináptica e melhorar a função cognitiva.

Essa descoberta pode ser a chave para combater a doença de Alzheimer e outras doenças cerebrais degenerativas causadas pelo envelhecimento. O segundo estudo, publicado pela Science e feito por uma equipe de Harvard liderada pela Doutora Amy J. Wagers, mostra que o alto nível da proteína GDF11, presente no sangue jovem, reverteu o relógio dos corações de ratos velhos. Essa proteína revive as células-tronco nos ratos velhos, causando a criação de novos tecidos para substituir os antigos. A Dra. Wagers era um membro da equipe que inicialmente revisou o estudo do Dr. McCay, grupo este liderado pelo professor de neurologia da Universidade de Stanford, Dr. Thomas Rando. Rando estuda a longevidade e envelhecimento dos humanos há tempos. Eis um vídeo bem interessante (e em inglês) em que ele discute o processo e fatores para prevenir o envelhecimento.

A fonte da juventude eterna

De acordo com a Dra. Wagers, os dois estudos mostram que “em vez de tomar um medicamento para o seu coração, um para os músculos e um para o cérebro, talvez você consiga desenvolver algo que afete todos eles.” Há apenas duas ressalvas. A primeira é que essas experiências foram feitas com ratos. Elas ainda precisam ser testadas em seres humanos, que têm versões próprias da GDF11. Provavelmente funcionará da mesma maneira, mas ainda não podemos dizer com certeza. A segunda é o câncer. No momento em que você acorda células-tronco e diz para elas criarem novas células, talvez você aumente a possibilidade de desenvolver câncer. Sinceramente, prefiro arriscar a possibilidade do câncer do que a certeza da demência ou uma morte repentina causada por algum problema cardíaco. Mas nem todos pensam assim.

De qualquer forma, os cientistas estão bastante empolgados. Os resultados são claros e não há conflitos entre os dois estudos, então essa notícia é espetacular, eles dizem. O diretor do Centro de Medicina Molecular do Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue dos EUA, Dr. Toren Finkel, disse ao The New York Times que os estudos mostram que “podemos atrasar o relógio em vez de diminuir a sua velocidade”. Estou com os dedos cruzados com tanta força que eles podem gangrenar.

 

Proteína de roedor jovem rejuvenesce camundongo mais velho

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05/05/2014 - Os estudos, da Universidade Harvard e da Universidade da Califórnia, são iniciais, mas os pesquisadores já cogitam experimentar em humanos. Pesquisas de dois grupos independentes de cientistas mostraram que uma proteína presente em grande quantidade no sangue de roedores jovens consegue rejuvenescer o cérebro e os músculos de animais mais velhos. Os estudos, da Universidade Harvard e da Universidade da Califórnia, são iniciais, mas os pesquisadores já cogitam experimentar em humanos. Com a técnica, novas terapias para doenças relacionadas ao envelhecimento, como alzheimer, podem ser criadas. As investigações partiram da parabiose, técnica que une por cirurgia os corpos de dois roedores (um jovem e um velho). Assim, os animais passam a ter um sistema de circulação comum.

A proteína responsável pelas propriedades rejuvenescedoras é a GDF11, que é muito abundante no sangue dos roedores novos e bem menos presente nos indivíduos mais velhos. De uma forma geral, os resultados semelhantes deixaram a comunidade científica confiante de que esse é um caminho correto. No entanto, especialistas pedem cautela, pois nada garante que ela vá se comportar da mesma maneira no homem.

 

As polêmicas transfusões de sangue para retardar a velhice que são moda entre milionários nos EUA

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12/02/2018 - A empresa Ambrosia, com laboratório na Califórnia e na Flórida, usa material de bancos de sangues de hospitais especializados em trauma e cobra US$ 8 mil. O sangue dos mais jovens é capaz de rejuvenescer os mais velhos? Milionários não apenas acreditam nessa hipótese, como estão pagando por transfusões com esse fim nos Estados Unidos. Quem está por trás dessa ideia com cara de futurista e ares de ficção científica são empresas do Vale do Silício, o coração da tecnologia na Califórnia. E entre os adeptos da controvertida prática estaria Peter Thiel, cofundador da empresa de pagamentos online PayPal. Especula-se que ele gasta milhares de dólares com "sangue novo". Mas para entender o que está acontecendo hoje nesses laboratórios é preciso voltar ao passado.

Sangue novo

No século 19, um cientista francês chamado Paul Bert fez uma descoberta ao mesmo tempo fascinante e espantosa. Ele fez costurou duplas de roedores para que compartilhassem o fluxo sanguíneo e pudesse observar o resultado. Os camundongos mais velhos começaram a mostrar sinais de rejuvenescimento: melhor memória, mais agilidade e uma cicatrização mais rápida. Muitos anos depois, pesquisadores de universidades americanas como Harvard e Stanford decidiram dar prosseguimento aos estudos do francês.

Testes em ratos mostram promissores, mas acreditam que ainda é cedo demais para usar a parabiose em humanos. A técnica, conhecida como parabiose ou união fisiologia e anatômica de dois organismos, transformou-se na base de trabalho de várias empresas na Califórnia que tentam replicar os efeitos rejuvenescedores em humanos. Mas ao mesmo tempo em que tentam revolucionar a ciência, atraem controvérsia e muita discussão.

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Teste clínico

Para o médico Jesse Karmazin, o futuro é agora.

Em 2016, Karmazin, que é graduado pela Universidade Stanford, fundou a Ambrosia, uma startup que investiga os efeitos do sangue de pessoas mais jovens no combate de doenças ligadas ao envelhecimento. "Acabamos de complementar o primeiro teste clínico. Vamos fazer mais estudos, mas os resultados até agora são bons", disse Karmazin à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. "Acreditamos que o tratamento é exitoso, que reverte o envelhecimento e funciona para uma série de males associados com a velhice, como doenças do coração, diabetes e Alzheimer", completa.

Do teste mencionado por Karmazin, participaram 150 pessoas com idade entre 35 e 80 anos, que pagaram US$ 8 mil (cerca de R$ 27 mil) cada uma pelo tratamento. "Era uma transfusão simples", explica o médico. "Recebemos o excesso de plasma de bancos de sangue, que têm muito. Nós só usamos plasma, que é o fluido sanguíneo, sem as células", diz. Ele explica que as pessoas vão à clínica - a Ambrosia tem uma na Califórnia e outra na Flórida - e recebem o plasma jovem na veia.

Qual é o limite

O que para o fundador da Ambrosia parece ser algo simples desperta receio e dúvidas da comunidade científica. "Para mim, fazer experimentos com pessoas saudáveis e dar a elas plasma com a esperança de que possam viver mais é ir pouco longe demais", afirma Eric Verdin, presidente do Instituto Buck de Pesquisa sobre o Envelhecimento, também localizado no Vale do Silício. Segundo ele, há muitos problemas associados ao plasma, como vírus e outras coisas que ainda não conhecemos. "Me preocupa que alguém de 40 ou 50 anos, saudável, vai receber plasma de jovens", afirma Verdin.

"Por que acha que as pessoas tiram seu próprio sangue antes de entrar na sala de cirurgia para evitar um transfusão de sangue alheio?", questiona. "Eu não receberia sangue de outra pessoa, a não ser que fosse uma situação de vida ou morte", enfatiza Verdin que, além disso, critica a cobrança de US$ 8 mil para esse tipo de teste.

Alzheimer

A Ambrosia, contudo, não é a única a trabalhar com transfusões de sangue de jovens para pessoas mais velhas. "Há estudos e experimentos incrivelmente importantes", reconhece Verdin, emendando que os estudos com roedores estão muito avançados. "Até consigo aceitar que se extraia plasma de pessoas jovens para dar a pacientes com Alzheimer severo, como faz a Alkahest", exemplifica. A empresa citada por Verdin é outra startup, nascida em 2014 também na Califórnia.

Eric Verdin (à dir.) é cético em relação às transfusões em pessoas que querem retardar a velhice.Fundada pelos neurocientistas Tony Wyss-Coray e Saul Villeda, a Alkahest acabou de concluir a primeira fase de um teste com 18 pessoas com Alzheimer que receberam dose semanal de plasma de doadores jovens por quatro semanas. Mas segundo um artigo da revista científica Nature, de setembro de 2017, o teste é ainda pequeno demais para se falar em benefícios clínicos, segundo Wyss-Coray.

O diretor-executivo da Alkahest, Karoly Nikolich, também prefere a cautela ao falar do experimento, mas demonstra confiança. Ainda que a empesa esteja analisando os dados e prefira não tratá-los como finais, Nikolich disse à BBC que os pacientes apresentaram melhores habilidades para desempenhar tarefas diárias básicas. Também demonstraram sinais de estarem mais conscientes do ambiente que os cercam e deles mesmos.

A Alkahest, também uma startup do Vale do Silício, testa transfusões de sangue de pessoas jovens em pacientes com demência.Para Verdin, os testes conduzidos pela Alkahest têm mais fundamento que os da Ambrosia. "Os pacientes (da Alkahest) estão com demência e basicamente não há outro tratamento para eles."

Vampiros?

Para um pesquisador como Verdin, que há décadas estuda a velhice, o surgimento dessas startups que prometem retardar o envelhecimento e aumentar a expectativa de vida para além dos 100 anos é perigoso. Mas há quem não tema os eventuais riscos e efeitos ainda desconhecidos. Multimilionários como Peter Thiel, da PayPal, foram batizados de "vampiros" pelo interesse em transfusões de sangue de pessoas mais jovens. Ninguém nunca conseguiu confirmar que ele realmente investe uma fortuna em plasma jovem, mas Thiel não esconde a fascinação com a imortalidade. Para Verdin, é esse o perigo: o surgimento de visionários que buscam o elixir da juventude pode prejudicar as pesquisas biomédicas tradicionais. "A ideia da imortalidade é tão ridícula hoje quanto era há cem, mil anos", opina. Ainda que a busca pela vida eterna seja uma aspiração humana, avalia Verdin, não há nenhum sinal de que a ciência esteja perto de alcançá-la. "Nem mesmo o de aumentar em muito a expectativa de vida."

 

Diluir plasma sanguíneo rejuvenesce tecido e reverte envelhecimento em camundongos

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15/06/2020 - Em 2005, pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, fizeram a surpreendente descoberta de que criar gêmeos siameses de camundongos jovens e velhos - de modo que compartilhem sangue e órgãos - pode rejuvenescer os tecidos e reverter os sinais de envelhecimento nos camundongos velhos. A descoberta provocou uma enxurrada de pesquisas sobre se o sangue de um jovem poderia conter proteínas ou moléculas especiais que poderiam servir como uma "fonte de juventude" para ratos e humanos. Mas um novo estudo da mesma equipe mostra que efeitos semelhantes de reversão de idade podem ser alcançados simplesmente diluindo o plasma sanguíneo de ratos velhos - não é necessário sangue jovem.

No estudo, a equipe descobriu que a substituição de metade do plasma sanguíneo de ratos velhos por uma mistura de soro fisiológico e albumina - onde a albumina simplesmente substitui a proteína perdida quando o plasma sanguíneo original foi removido - tem o mesmo rejuvenescimento mais forte efeitos no cérebro, fígado e músculos do que emparelhar com ratos jovens ou com troca sanguínea jovem. A realização do mesmo procedimento em camundongos jovens não teve efeitos prejudiciais à saúde. Essa descoberta muda o modelo dominante de rejuvenescimento para longe do sangue jovem e para os benefícios da remoção de fatores elevados à idade e potencialmente prejudiciais no sangue antigo.

"Existem duas interpretações principais de nossos experimentos originais: o primeiro é que, nos experimentos de união de camundongos, o rejuvenescimento foi causado por sangue jovem e proteínas ou fatores jovens que diminuem com o envelhecimento, mas uma alternativa igualmente possível é que, com a idade, você tem uma elevação de certas proteínas no sangue que se tornam prejudiciais, e elas foram removidas ou neutralizadas pelos jovens parceiros ", disse Irina Conboy, professora de bioengenharia da UC Berkeley, que é a primeira autora do artigo de junção com mouse de 2005 e autor sênior do novo estudo. "Como mostra nossa ciência, a segunda interpretação é correta. Sangue jovem ou fatores não são necessários para o efeito rejuvenescedor; a diluição do sangue antigo é suficiente".

"Algumas dessas proteínas são de particular interesse e, no futuro, podemos vê-las como candidatas terapêuticas e medicamentosas adicionais", disse Conboy. "Mas eu alertaria contra as balas de prata. É muito improvável que o envelhecimento possa ser revertido por mudanças em qualquer proteína. Em nosso experimento, descobrimos que podemos executar um procedimento que é relativamente simples e aprovado pela FDA, mas, simultaneamente, mudou níveis de várias proteínas na direção certa ".

Em humanos, a composição do plasma sanguíneo pode ser alterada em um procedimento clínico chamado troca terapêutica plasmática, ou plasmaférese, atualmente aprovada pelo FDA nos EUA para o tratamento de uma variedade de doenças autoimunes. Atualmente, a equipe de pesquisa está finalizando os ensaios clínicos para determinar se uma troca plasmática modificada em humanos pode ser usada para melhorar a saúde geral das pessoas idosas e para tratar doenças associadas à idade que incluem perda de massa muscular, neuro degeneração, diabetes tipo 2 e desregulação imunológica .

"Acho que levará algum tempo para as pessoas realmente desistirem da ideia de que o plasma jovem contenha moléculas de rejuvenescimento, ou balas de prata, para envelhecer", disse Dobri Kiprov, diretor médico do Apheresis Care Group e co-autor do estudo. papel. "Espero que nossos resultados abram as portas para mais pesquisas sobre o uso de trocas de plasma - não apenas para o envelhecimento, mas também para imunomodulação". O estudo aparece online na revista Aging .

Um botão 'reset' molecular

No início dos anos 2000, Conboy e seu marido e parceiro de pesquisa Michael Conboy, pesquisador sênior e professor do Departamento de Bioengenharia da UC Berkeley e co-autor do novo estudo, tiveram a impressão de que a capacidade do nosso corpo de regenerar tecidos danificados permanece com nos envelhecemos na forma de células-tronco, mas que, de alguma forma, essas células são desativadas por mudanças em nossa bioquímica à medida que envelhecemos.

"Tínhamos a ideia de que o envelhecimento pode ser realmente mais dinâmico do que as pessoas pensam", disse Conboy. "Achamos que isso poderia ser causado por declínios transitórios e muito reversíveis na regeneração, de modo que, mesmo se alguém é muito velho, a capacidade de construir novos tecidos nos órgãos pode ser restaurada para níveis jovens, basicamente substituindo as células e tecidos quebrados por saudáveis, e que essa capacidade é regulada através de produtos químicos específicos que mudam com a idade de maneiras que se tornam contraproducentes ".

Depois que os Conboys publicaram seu trabalho inovador em 2005, mostrando que a criação de gêmeos siameses a partir de camundongos velhos e de ratos jovens reverteu muitos sinais de envelhecimento no camundongo mais velho, muitos pesquisadores aproveitaram a ideia de que proteínas específicas no sangue jovem poderiam ser a chave para o desbloqueio as habilidades de regeneração latente do corpo. No entanto, no relatório original e em um estudo mais recente, quando o sangue era trocado entre animais jovens e velhos sem se juntar fisicamente a eles, os animais jovens apresentavam sinais de envelhecimento. Esses resultados indicaram que o sangue jovem que circula pelas veias jovens não pode competir com o sangue antigo.

Como resultado, os Conboys buscaram a ideia de que o acúmulo de certas proteínas com a idade é o principal inibidor da manutenção e reparo dos tecidos, e que a diluição dessas proteínas com a troca sanguínea também poderia ser o mecanismo por trás dos resultados originais. Se for verdade, isso sugeriria um caminho alternativo e mais seguro para uma intervenção clínica bem-sucedida: em vez de adicionar proteínas do sangue jovem, o que poderia causar danos ao paciente, a diluição de proteínas com a idade elevada poderia ser terapêutica, além de permitir o aumento de proteínas jovens removendo fatores que poderiam suprimi-las.

Para testar essa hipótese, os Conboys e seus colegas tiveram a ideia de realizar uma troca sanguínea "neutra". Em vez de trocar o sangue de um rato pelo de um animal mais jovem ou mais velho, eles simplesmente diluiriam o plasma sanguíneo trocando parte do plasma sanguíneo do animal por uma solução contendo os ingredientes mais básicos do plasma: solução salina e uma proteína chamada albumina. A albumina incluída na solução simplesmente reabasteceu essa proteína abundante, necessária para a saúde geral do sangue biofísico e bioquímico e foi perdida quando metade do plasma foi removido.

"Pensamos: 'E se tivéssemos um sangue neutro para a idade, um sangue que não era jovem ou não era velho?'", Disse Michael Conboy. "Vamos fazer a troca com isso e ver se ele ainda melhora o animal velho. Isso significaria que, ao diluir as coisas ruins no sangue antigo, ele melhoraria o animal. E se o animal jovem piorasse, então isso significaria que diluir as coisas boas no animal jovem tornaria o animal pior. "

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Depois de descobrir que a troca sanguínea neutra melhorou significativamente a saúde de camundongos velhos, a equipe realizou uma análise proteômica do plasma sanguíneo dos animais para descobrir como as proteínas no sangue mudaram após o procedimento. Os pesquisadores realizaram uma análise semelhante no plasma sanguíneo de humanos submetidos a trocas terapêuticas de plasma. Eles descobriram que o processo de troca de plasma age quase como um botão de redefinição molecular, diminuindo as concentrações de várias proteínas pró-inflamatórias que se elevam com a idade, permitindo que proteínas mais benéficas, como aquelas que promovem a vascularização, se recuperem em grande número.

"Algumas dessas proteínas são de particular interesse e, no futuro, podemos vê-las como candidatas terapêuticas e medicamentosas adicionais", disse Conboy. "Mas eu alertaria contra as balas de prata. É muito improvável que o envelhecimento possa ser revertido por mudanças em qualquer proteína. Em nosso experimento, descobrimos que podemos executar um procedimento que é relativamente simples e aprovado pela FDA, mas, simultaneamente, mudou níveis de várias proteínas na direção certa ". A troca plasmática terapêutica em humanos dura cerca de duas a três horas e apresenta efeitos colaterais leves ou nulos, disse Kiprov, que usa o procedimento em sua prática clínica. A equipe de pesquisa está prestes a realizar ensaios clínicos para entender melhor como a troca sanguínea terapêutica pode ser melhor aplicada ao tratamento de doenças humanas do envelhecimento.

Este trabalho foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde sob as doações R56 AG058819, R01 EB023776, R01 HL139605; por um prêmio Open Philanthropy Project; e pelas bolsas do National Institutes of Health T32 e Cooke.

Fonte: https://gizmodo.uol.com.br/
           https://www.otempo.com.br/
           https://www.maisconhecer.com/
           https://www.bbc.com/