CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Conheça os riscos e limitações dos estimulantes sexuais

estimusex119/06/2020, por Dr. Leonardo Ortigara - anter relações sexuais saudáveis é um fator de extrema importância para a autoestima e bem-estar do ser humano. Muitos pacientes, sobretudo do sexo masculino, que não conseguem obter um desempenho sexual satisfatório acabam recorrendo ao uso dos estimulantes sexuais como alternativa para solucionar o problema. Você já deve ter ouvido falar no mais conhecido deles, o Viagra, certo?

Os estimulantes sexuais são medicamentos utilizados para aumentar a falta de libido, potencializar o prazer sexual, mas principalmente, combater a disfunção erétil. Esses medicamentos atuam como inibidores da fosfodiesterase 5 e promovem o relaxamento da célula muscular do tecido cavernoso, condição necessária para obtenção da ereção. Popularizados na década de 1990, os estimulantes sexuais são liberados para uso de qualquer paciente, uma vez que não necessitam de receita médica. Contudo, o consumo inadequado esconde riscos e resultados ineficientes que acabam por não satisfazer o desejo e desempenho sexual masculino.

Disfunção erétil: o grande inimigo da saúde sexual masculina

A disfunção erétil, ou impotência sexual masculina, é uma condição caracterizada pela inabilidade persistente de obter ou manter uma ereção firme o suficiente para permitir um desempenho sexual satisfatório. Um estudo realizado pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com 2862 pacientes do sexo masculino acima de 18 anos revelou que 45,1% dos entrevistados sofrem com algum grau de disfunção erétil: 31,2% mínima, 12,2% moderada e 1,7% completa. A idade avançada é um grande fator de risco para o problema. Comparados aos homens de 18 a 39 anos, os pacientes na faixa etária de 60 a 69 anos têm 2,2 vezes mais riscos de sofrer com a disfunção erétil. Para os pacientes acima de 70 anos, as chances são três vezes maiores.

Leia também - O fim das lãmpadas incandescentes

Contudo, a disfunção erétil não possui causas somente orgânicas, ou seja, naturais do próprio organismo. Fatores psicológicos e emocionais também são responsáveis por muitos casos de dificuldade em obter ou manter uma ereção. A ansiedade e a depressão, por exemplo, são condições que contribuem significativamente para o problema. Além disso, a pesquisa revelou que muitos pacientes que apresentavam disfunção erétil sofriam com baixa auto-estima, problemas no relacionamento com a parceira, com os filhos e os amigos, no trabalho e no lazer.

Os dados mostraram que homens com dificuldades de ereção tiveram menos informação sobre sexo durante a infância (20,7%); tiveram mais dificuldades no início da vida sexual (32,9%); apresentam mais queixa de falta de desejo sexual (3,0%); referem ejaculação rápida mais frequentemente (30,4%); consideram sua qualidade de vida sexual insatisfatória ou muito insatisfatória (8,9%); têm vínculos menos estáveis com suas parceiras (23,2%) e apresentam mais casos extraconjugais (54,6%).

Outros fatores, ainda, podem contribuir para o aparecimento do problema. Dentre os principais, podemos citar:

aterosclerose (obstrução dos vasos sanguíneos);
colesterol alto;
pressão alta;
diabetes e
obesidade.

Os riscos dos estimulantes sexuais

Os efeitos colaterais dos medicamentos inibidores da fosfodiesterase 5 geralmente são poucos e leves, estando associados à vasodilatação, como cefaleia, rubor, dispepsia, congestão nasal, distúrbio visual e mialgia. Em casos mais graves, os estimulantes sexuais podem causar convulsões, enxaquecas e outras condições neurológicas. O uso frequente também pode resultar em dependência psicológica. O paciente passa a supervalorizar o estimulante e relaciona o seu bom desempenho sexual ao uso do medicamento. Esse hábito pode aumentar, ainda mais, os níveis de ansiedade, uma vez que o homem fica com receio de não ter mais relações satisfatórias se não fizer uso do estimulante.cefaleia Além disso, os resultados dos estimulantes usados para combater a impotência sexual podem não ser efetivos, já que os medicamentos não tratam a causa do problema. Sua atuação fica limitada a apenas inibir a ação do fosfodiesterase 5 e promover a ereção.

Como tratar a impotência sexual?

Antes de indicar o tratamento com medicamento, é recomendável uma avaliação clínica para investigação das causas subjacentes a essa condição e, com isto, definir o tratamento mais adequado para paciente. Os medicamentos orais podem ser indicados em casos específicos, mas nem sempre são a melhor opção.

Conheça outros tipos de tratamento para a impotência sexual:

Mudança no estilo de vida

Para alguns pacientes, promover uma mudança significativa no estilo de vida pode ser suficiente para combater a disfunção erétil, sobretudo se o problema possuir causas emocionais e psicológicas. Parar de fumar, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos, por exemplo, podem promover melhoras no desempenho sexual.

Psicoterapia

Em casos de disfunção erétil de origem psicogênica, a psicoterapia pode ajudar o paciente a tratar os problemas de ordem emocional e melhorar seu desempenho sexual. Geralmente, esse método envolve a reeducação sexual e terapia psicológica com a parceira.

Terapia por ondas de choque

O aparelho de ondas de choque de baixa pressão acústica emite uma frequência de baixa pressão capaz de estimular a circulação sanguínea no local e promover a ereção peniana. O tratamento é indicado para para pacientes que sofrem com doença crônicas e doenças urológicas. É minimamente invasivo, indolor e não apresenta efeitos colaterais.

Leia também - Não de bobeira com o seu notebook

Injeção peniana

A injeção peniana consiste na aplicação de um medicamento específico diretamente no pênis por meio de uma agulha muito fina. É uma alternativa ou um tratamento intermediário para pacientes que não respondem de maneira satisfatória ao uso de medicamentos e não desejam realizar o implante de uma prótese peniana.

Prótese peniana

As próteses penianas promoveram uma verdadeira revolução para combater os problemas de impotência sexual. Trata-se de um pequeno dispositivo inserido cirurgicamente no interior dos canais de ereção peniana. O controle do dispositivo é feito manualmente pelo paciente quando deseja obter a ereção. A utilização da prótese é indicada em casos de disfunção erétil grave e para pacientes que não responderam de maneira satisfatória aos tratamentos medicamentos ou de drogas injetáveis. Gostou do conteúdo? Aproveite para me acompanhar no Facebook e Instagram para ficar por dentro das minhas atualizações sobre saúde masculina!

Fonte: https://www.drleonardoortigara.com.br/