CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Editorial: as perguntas incômodas sobre o caso Isabelli Borges

isabelliborges121/09/2021 - Nós, Médicos Pela Vida, iniciamos este editorial com uma pergunta: Isabelli Borges Valentim precisava realmente se vacinar? Era necessário? Isabelli era uma jovem saudável de 16 anos. Adolescentes, nesta idade, sem comorbidades, caso sejam infectados pelo vírus, têm possibilidades baixíssimas de desenvolver COVID-19 na forma grave. Mas tomar a vacina, para ela, era parte de um sonho a ser realizado. Isabelli queria ir para os EUA, visitar a Disney. Assim, em 25 de agosto, pensando na viagem, ela recebeu uma dose da Pfizer. Oito dias depois ela estava morta. Isabelli foi vítima de choque cardiogênico, infarto agudo e anemia severa. É isso que está relatado em seu atestado de óbito. Moradora de São Bernardo do Campo-SP, ela foi atendida ...

em um hospital de sua cidade com saturação em 77%. Com o quadro se agravando, logo precisou ser transferida para uma unidade intensiva, sendo encaminhada para a capital paulista. Segundo sua mãe, a adolescente estava com saturação em torno de 30% e nível extremamente baixo de hemácias e plaquetas. Após o ocorrido, com o caso ganhando repercussão, autoridades foram acionadas. O caso foi analisado por uma junta de 70 pesquisadores. Concluíram tratar-se de Púrpura Trombocitopênica Trombótica. Logo concluíram: “não é possível atribuir diretamente a doença e óbito à vacinação”. Apesar de estudos já vincularem miocardite à vacina, eles não fizeram a conexão dos eventos.

Cristiane Borges, mãe da vítima, até o momento dessa nota, não teve acesso ao prontuário hospitalar. Isabelli era sua única filha. O mais triste disso tudo é que o drama de Cristiane pode se repetir em larga escala no país. Além do quadro descrito no caso de Isabelli, o que mais assusta é o risco de miocardite aumentando em até seis vezes, no caso de meninos.

Contra a recomendação do Ministério da Saúde

“Mães, não levem suas crianças para tomar vacina que não tem autorização da Anvisa, nós não vamos aceitar isso” afirmou o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, recentemente em uma coletiva de imprensa. Cerca de 20 dos 27 estados decidiram contrariar a recomendação. O ministro queria restringir a vacina COVID em adolescentes apenas para aqueles com comorbidades, portadores de deficiência ou privados de liberdade. Nesse meio tempo, o Governador João Dória, muitos outros governadores e prefeitos relatam que irão manter a vacinação dos adolescentes. Em São Paulo já começou em 18 de agosto e cerca de 72% desta população já foi vacinada.

E sobre o caso Isabelli Borges pairam muitas dúvidas longe de serem respondidas:

1 – Como não estabelecer relação de causa e efeito entre a vacina e reação pós- vacinal se aconteceu poucos dias após a injeção da Pfizer? Essa pergunta se impõe numa jovem previamente saudável.

2 – Se a Púrpura Trombocitopênica Trombótica foi relacionada à vacina Pfizer em Israel, um país com vacinação bem avançada, porque nenhum dos 70 pesquisadores divergiram? Será que o Governo de São Paulo expôs os critérios para escolha desses pesquisadores? Eles declararam conflitos de interesse? Quais foram os critérios usados para chegarem às suas conclusões?

3 – Por que o hospital não libera o prontuário da Isabelli para a família dela? Além de ter direito por lei do acesso ao prontuário médico, era o mínimo que a instituição deveria prestar a uma mãe nesse momento de dor.

O grupo Médicos Pela Vida esteve ao lado da população durante toda essa pandemia, buscando a verdade dos fatos e as melhores condutas, inclusive mostrando que a saída da pandemia está no tratamento integral, e o quanto antes. Em menores de 30 anos a doença costuma ser extremamente leve e apenas raros casos evoluem mal. Não é justificável o risco das vacinas em menores de idade e tampouco a obrigatoriedade em maiores, visto que os casos graves de 18 a 30 anos também são raros.

 

Mãe de adolescente que morreu após receber vacina da Pfizer diz que filha não tinha doença autoimune

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20/09/2021 - Secretaria de Saúde do Estado aponta ‘Púrpura Trombótica Trombocitopênica’ como provável causa da morte; responsável por Isabelle afirma não ter recebido informações oficiais das autoridades. Isabelle Borges Valentim, de 16 anos, começou a passar mal em casa menos de 12 horas depois de tomar a primeira dose da vacina da Pfizer em uma escola em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. A imunização era o maior desejo da jovem, que havia ganhado uma viagem para Disney da mãe há um ano, mas que precisou adiar a realização do sonho até que fosse vacinada contra a Covid-19. Na última sexta-feira, 17, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou uma nota na qual descarta que a vacina tenha sido a causa da morte de Isabelle. Segundo a pasta, 70 profissionais analisaram o caso e concluíram que a menina tinha uma doença autoimune rara e grave chamada de “Púrpura Trombótica Trombocitopênica“, um distúrbio que envolve a formação de pequenos coágulos de sangue por todo o corpo. Os coágulos bloqueiam o fluxo de sangue para os órgãos vitais como o cérebro, o coração e os rins. Cristiane Borges é a mãe de Isabelle e pela primeira vez aceitou falar publicamente sobre o caso.

Em meio à dor de ter perdido a única filha tão precocemente, ela enfrenta ainda a falta de informação por parte das autoridades. A mãe diz que a filha nunca teve qualquer doença pré-existente ou autoimune e afirmou que anualmente Isabelle passava por exames de rotina, inclusive de sangue. “Foi o que eu falei para os médicos. Eu nunca soube que a minha filha tinha nada. Ela sempre teve uma vida saudável. Então eu estou disponível para que o médico me chame e falei assim: ‘Mãe, você não sabia, mas a Isabelle tinha essa doença pré-existente’. Eu não sei. Eu não conheço, eu não sou médica, mas, em todos os exames, a Isabelle nunca teve nada. Foi depois que ela tomou a vacina”, apontou a mãe. A afirmação de Cristiane é a mesma do Secretário Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Sobrinho. “Pelo que nós vimos, pelo que os especialistas falaram, provavelmente ela não tinha nada. Essa coisa foi desencadeada agora, por isso a mãe tem toda a razão. Essa menina, pelo que falam e pelo que a mãe tem citado para nós, nunca passou com alguma doença pela rede pública”, afirmou Sobrinho.

O secretário esclarece ainda que a doença autoimune de Isabela foi descoberta quando a jovem estava internada na UTI. “Foram vários especialistas. Você tinha cardiologista, hematologista… Foi um grupo grande, que estuda os eventos adversos. Esses especialistas chegaram a esta conclusão de ‘Púrpura Trombótica Trombocitopênica’ porque o atestado estava dizendo outra coisa”, lembrou o secretário. Os sintomas de Isabelle foram ficando mais fortes com o passar dos dias. Fraqueza, falta de ar e até formigamento pelo corpo. A adolescente passou por dois hospitais em São Bernardo do Campo, e, em ambos, o que Cristiane ouvia era de que se tratava de uma reação adversa desencadeada pela vacina. A jovem foi internada depois que teve uma convulsão na porta do hospital, minutos após ter recebido a alta médica. Isabelle foi levada para o Hospital Vidas, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. “Ela falou três palavras que não saem da minha cabeça: ‘Mãe, eu te amo’. Aí ela pediu um abraço e falou que a única coisa que ela queria era ficar boa. Eu falei: ‘Filha, acredita na mamãe. Você vai ficar boa'”, relatou. Cristiane conta que nenhuma autoridade de saúde municipal, estadual ou federal a procurou para esclarecer a morte da filha e que recebeu todas as informações, até agora, pela imprensa. “Eu nem peguei o prontuário. O hospital nem sequer me chamou para falar o que a minha filha tinha”, disse.

Cristiane não teve acesso ao laudo médico da filha. Em áudio obtido pela nossa reportagem, uma funcionária do hospital onde Isabelle morreu disse que Cristiane só poderia pegar o relatório nesta segunda-feira, 20. “Inclusive, é um prontuário que foi manipulado ontem pelos órgãos. A doutora Fabíola foi muito receptiva, acolhedora, muito gentil com toda a nossa equipe. Nós não estamos, de forma alguma, não viabilizando o acesso a ela, pelo contrário, nós estamos agilizando para que vocês que tenham acesso ao prontuário com mais brevidade”, explicou a funcionária. De acordo com Cristiane, o laudo médico não bate com a certidão de óbito de Isabelle, informação confirmada também pelo Secretário Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Sobrinho. “Os cardiologistas presentes descartaram aquilo que está no atestado de óbito. Ela não faleceu daquilo que está no laudo”, revelou. O Estado de São Paulo, por meio de nota, informou que distribui para aplicação em adolescentes somente vacinas contra a Covid-19 autorizadas pela Anvisa. A nota diz ainda que, de 2,4 milhões jovens imunizados, apenas 0,001 de eventos adversos foram identificados. O mais grave relacionado ao laboratório Pfizer foi a miocardite, uma inflamação do músculo do coração que pode surgir como uma complicação de diferentes tipos de infecção no organismo, causando sintomas como dor no peito, falta de ar ou tonturas.

Na última quinta-feira, 16, o Ministério da Saúde voltou atrás e pediu a suspensão da vacinação em adolescentes, recomendação que não foi seguida por Estados como São Paulo e Rio de Janeiro. O pedido foi alvo de críticas por órgãos de saúde como a própria Anvisa, que reafirmou a confiança na eficácia da vacina da Pfizer. As Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de São Paulo foram convidadas a participar desta reportagem, chegaram a agendar entrevistas, mas desmarcaram por falta de horário na agenda. Cristiane, mãe de Isabelle, deixa claro que confia na vacina e que a filha também sempre confiou na eficácia dos imunizantes, mas que, como mãe, só queria entender o real motivo da morte precoce da filha. “Independente da forma que a minha filha morreu, eu sou a mãe dela e eu deveria ser a primeira pessoa a saber qual foi o motivo da causa morte da Isabelle. Não teve nenhum tipo de humanização do hospital, nenhum tipo preocupação em chegar, me chamar e falar o que aconteceu. Eu fiquei sabendo pelas redes sociais”, finalizou a mãe.

Fonte: https://medicospelavidacovid19.com.br/
           https://jovempan.com.br/