Biodiversidade e indústria - Brasil tem 10 mil espécies de plantas medicinais e aromáticas - O Brasil abriga 55 mil espécies de plantas, aproximadamente um quarto de todas as espécies conhecidas. Destas, 10 mil podem ser medicinais, aromáticas e úteis. É o que aponta estudo realizado por Lauro Barata e Sérgio Queiroz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), denominado .Contribuição Efetiva ou ...
Potencial do PADCT para o Aproveitamento Econômico Sustentável da Biodiversidade (vide bibliografia). Segundo os pesquisadores, o mercado mundial de produtos farmacêuticos, cosméticos e agroquímicos soma aproximadamente U$ 400 bilhões ao ano, o que dá a dimensão da enorme oportunidade existente para os produtos brasileiros. Só no setor de medicamentos, de acordo com o pesquisador Luiz Carlos Marques, ...
do Departamento de Farmácia e Farmacologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o volume de vendas de fitoterápicos no mundo já atingiu a cifra de US$ 13,9 milhões ao ano.
O valor representa cerca de 5% do total de vendas no mercado global de medicamentos. O interesse pelos produtos naturais tem origem em fatores comportamentais, biológicos, farmacológicos, biotecnológicos e químicos, que produziram uma mudança na estratégia das empresas, que passaram visar ao mercado dos produtos originados de plantas. Segundo Barata e Queiroz, a literatura especializada tem mostrado que esta guinada em direção aos produtos naturais se inspira em grande medida nas florestas tropicais do Brasil, China e Índia. Esses países são considerados verdadeiros mananciais de moléculas bio-ativas.
O potencial da flora brasileira também é comprovado por Elisaldo Carlini, do Departamento de Psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): "Tomemos como exemplo que nem todas as espécies tem fins terapêuticos. A Suíça, por exemplo, pode ter uma única espécie em sua vasta flora que atenda às finalidades terapêuticas; a Alemanha possui mais de 20 espécies; o Reino Unido, 100 espécies; o México, 3 mil e o Brasil mais de 25 mil plantas nativas. Isso somente na Amazônia, fora o Pantanal, o cerrado e a caatinga; cada região com sua flora característica e enorme potencial de investigação científica", diz.
Industrialização - Segundo Carlini, cientistas e laboratórios do exterior começam a perceber o potencial da fitoterapia e não somente para populações menos favorecidas. Para ele, a indústria brasileira está disposta a colaborar mas faltam incentivos à pesquisa no Brasil: "É necessário e urgente investir em pesquisa. Não adianta querer impedir uma corrida à nossa flora se nós não podemos competir. Precisamos nos preparar para essa corrida, só assim poderemos competir", declara.
As empresas brasileiras encontram-se em estágio de desenvolvimento suficiente para a fabricação de produtos farmacêuticos. "Embora com qualidade deficiente, a indústria brasileira já produz fitoterápicos", dizem Lauro Barata e Sérgio Queiroz. Os medicamentos vendidos em farmácias no Brasil, contendo produtos naturais, associados ou não, renderam aproximadamente U$ 470 milhões em 1994
Mas o Brasil também exporta plantas medicinais para serem processadas no exterior, embora tenha tecnologia para fazer esta operação internamente. Dados do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontam que o volume de plantas exportadas triplicou nos anos de 1993 a 1995.
A quantidade de medicamentos patenteados pela indústria farmacêutica brasileira é praticamente nula, se comparado com a indústria estrangeira. Uma das limitações está no fato de que 70% do mercado é controlado por empresas transnacionais. Apesar disso, as universidades já começam a desenvolver suas próprias patentes. Um exemplo é o do Departamento de Psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que tem duas patentes desenvolvidas com a colaboração de indústrias brasileiras e está desenvolvendo parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), juntamente com um laboratório brasileiro, para um novo preparado fitoterápico.
Um grande problema da exploração da flora para formulação de medicamentos é o risco de extinção das espécies.
Risco de extinção e fraudes: um alerta aos consumidores
Se, de um lado, a flora brasileira permite um potencial amplo para o desenvolvimento da indústria farmacêutica, de outro, cientistas começam a se preocupar com a exploração irracional desta flora, que poderia estar levando algumas espécies à extinção. Por causa da coleta indiscriminada, já há dificuldade para encontrar algumas espécies. Um exemplo é o da Pfáfia paniculata, cujas propriedades são semelhantes às do ginseng coreano. Segundo o professor Luis Carlos Marques, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), é praticamente impossível encontrar Pfáfia paniculata no mercado de matéria-prima e os produtos à venda que acusam essa espécie no rótulo estão na verdade utilizando outras variedades como a Pfáfia glomerata. Outra espécie ameaçada é o jaborandi (Pilocarpus jaborandi), muito utilizado em formulações cosméticas. Esta planta faz parte da Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, publicada em 1992 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Controle de qualidade - Um dos grandes problemas no mercado de fitoterápicos no Brasil está relacionado ao controle de qualidade. Fraudes e adulterações são muito comuns e ocorrem por diversos fatores tais como a falta de conhecimento dos produtores e distribuidores e a fiscalização deficiente. O consumidor brasileiro deve tomar cuidado e tentar comprar fitoterápicos apenas de produtores confiáveis. "Mesmo assim, há risco. O mercado de fitoterápicos brasileiro é enganoso, a começar pelos extratores, que não são confiáveis", alerta a bióloga Gemima Born, pesquisadora da organização não-governamental Vitae Civilis.
Pagos pela indústria para tirar da natureza as plantas necessárias à confecção dos comprimidos, extratos e chás, os extratores são normalmente moradores de regiões próximas às matas. São, portanto, pessoas que, teoricamente, conhecem as espécies. "Só que quem manda é o pedido", explica Gemima Born. "Se mandarem o sujeito trazer uma tonelada de espinheira santa de uma vez, ele vai no mato e pega tudo o que puder até completar o pedido: mesmo que não seja espinheira santa. E aí quem sai perdendo é o consumidor, porque nem nas indústrias é feito teste para checagem do material coletado", diz.
Há exceções, claro, especialmente entre os produtores que realizam seu próprio cultivo. Mas como até plantar no Brasil é uma tarefa árdua e carente de incentivo, a situação fica complicada. "Isto está sendo contornado, na China, por exemplo, com a criação de plantações planejadas só para a produção medicinal", explica o médico fitoterapeuta Norvan Martino Leite. "São tomados cuidados com a insolação, irrigação e tudo o que possa potencializar os efeitos desejados. Mas pouco se vê disto no Brasil, ainda", diz Leite.
Uma dica para os consumidores é que eles se certifiquem, por meio dos serviços de atendimento ao consumidor, de que a empresa faz controle de qualidade da matéria-prima e de que esta é obtida por de cultivo. Essa é uma maneira de deixar os produtos fraudulentos envelhecendo na prateleira, protegendo a saúde de quem os consome e a diversidade da flora brasileira.
Fitoterapia x Homepatia
Por João Bosco Guerreiro da Silva (2007) - Uma pergunta que me chegou demanda a diferença entre fitoterapia e homeopatia. Muito confundido pela população que muitas vezes pensa que as duas coisas são sinônimos.
Na verdade são bem diferentes. A fitoterapia é a terapêutica baseada em plantas medicinais. Pode ser usada em várias racionalidades. A popular por exemplo, onde os indivíduos têm uma idéia mágica sobre o corpo humano e a doença e utilizam medicamentos feitos de plantas. A científica, digamos, alopática onde em lugar de medicamentos químicos são usados plantas frescas, preparadas quer seja sob a forma de pós, tinturas ou extratos. A forma de diagnóstico continua a ser a mesma, a única diferença são os medicamentos.
Outras racionalidades, isto é, outras formas de ver o mundo e o processo saúde-doença também lançam mão das plantas em seus processos terapêuticos, embora tenham outra concepção anatômica, patológica e mesmo diagnóstica.
Exemplos importantes são a medicina chinesa, e a sua farmacoterapia. Dizemos farmacoterapia pois os chineses não usam só plantas (fitoterapia) mas também produtos animais e minerais. Outra importante racionalidade médica que usa a fitoterapia a seu modo é a medicina indiana tradicional, também chamada medicina ayurvédica.
A homeopatia é outra racionalidade médica. É baseada nos postulados de Hahnemann, médico alemão do século XVIII, que desenvolveu um sistema médico completamente diferente daquele alopático que melhor conhecemos. Ele desenvolveu a teoria que a energia vital dos indivíduos poderia ser recuperada, por diluições homeopáticas de substâncias que causassem os mesmos sintomas no homem são. Isto é ele propôs uma espécie de "vacina" - desculpem-me os homeopatas se faço uma heresia.
Aquela substância que produzisse tal sintoma no homem são poderia - se diluída e "sacudida" um certo número de vezes - curar esses mesmos sintomas no indivíduo doente. Deu para entender? Na verdade essas substâncias são tão diluídas que na maioria das vezes não têm mais nenhum resíduo material daquela substância, contendo apenas a "energia" daquela substância.
As substâncias utilizadas para a confecção dos medicamentos podem ser vegetais, como também animais ou minerais, sempre diluídas e agitadas. Como vocês vêm, essa racionalidade é completamente diferente da fitoterapia. Muitos homeopatas também gostam e usam a fitoterapia e isso ajuda mais ainda a promover a confusão em parte das pessoas.
Fitoterapia X Saciedade
Por Dionísio Alexandrini Neto - A palavra científica que define a sensação de não querer mais comer é saciedade. Já a fome é a sensação a qual sentimos urgência para nos alimentar. Entender esses dois termos e relacioná-los efetivamente à nova filosofia de vida que envolve a reeducação alimentar é um dos caminhos para se dar bem com a balança. Quando você acorda e vai fazer a primeira refeição do dia certamente se preocupa em tomar aquele café da manhã reforçado, que promova saciedade ao mesmo tempo em que forneça energia para sua rotina, a qual está apenas começando. Especialistas concordam que os mecanismos emocionais interferem na sensação de fome e saciedade. A alimentação pode ser aliada, como também uma grande vilã. As famosas “escapadas” não podem virar regra, senão o que se conquistou realmente poderá ir por água abaixo. Além de seguir as recomendações para que o corpo encare a relação entre alimentação, mastigação correta, fracionamento das refeições e fome da melhor maneira, os fitoterápicos podem contribuir e muito para que o indivíduo não ‘sofra’ com a vontade de comer. Já falamos aqui da Gymnema sylvestre, que pode reduzir ainda a gordura corporal e aumentar a termogênese, mecanismo auxiliar na perda do excesso de peso. Como é natural, esse extrato da planta não apresenta efeitos colaterais tóxicos e pode ser encontrado em cápsulas ou na forma líquida. Pesquisas mostram que as folhas da Gymnema sylvestre, possuem substâncias capazes de reduzir o apetite e, inclusive, o desejo de consumir doces.
"o nutricionista pode prescrever o fitoterápico e orienta seu paciente sobre como fazer o uso correto, de acordo com as necessidade"
Algumas plantas atuam na queima do excesso de gordura e desintoxicação do organismo. De acordo com as substâncias presentes em determinado fitoterápico, são muitos os princípios ativos utilizados para ajudar no processo de emagrecimento e conforme a composição serve como redutor de apetite na medida em que oferece mais saciedade. É o caso da Spirulina e Chorella, que possibilita diminuição do apetite, resultado da ingestão de tamanha densidade e qualidade nutritiva das algas e fibras. A Chlorella, por exemplo, contém algas compostas por proteína, clorofila, vitamina E e complexo B que agem como complementos nutritivos, auxiliando na sensação de saciedade, ou seja, o corpo se satisfaz com menos alimento, o que é ótimo quando se quer perder excesso de peso.
Outro fito indicado para promover a saciedade é o Glucomanan, que é composto de fibras que, em contato com a água, agem preenchendo o estômago, pois aumentam de volume, proporcionado assim uma sensação de plenitude.
Quem Pode Prescrever?
Desde o dia 30 de julho de 2007, quando foi publicada a Resolução nº402, os profissionais de nutrição estão autorizados a praticar prescrição de fitoterápicos oriundos de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas. O nutricionista orienta seu paciente sobre como fazer o uso correto do fitoterápico, que precisa ser reconhecido e adequado às normas da ANVISA (quando industrializados). A segurança dos fitoterápicos deve ser a mesma dos medicamentos convencionais e devem ser registrados no Ministério da Saúde antes da comercialização.
Plantas populares
Com diversas indicações terapêuticas, descubra os segredos das plantas mais utilizadas em fitoterapia:
Alcachofra – problemas de vesícula
Alfazema – asma, facilita a digestão, problemas de pele (alergias, queimaduras, eczemas)
Alho – colesterol elevado
Argila branca – azia
Baga de mirtilo – diarreia
Bardana – acne
Calêndula – eczemas, cicatrização de feridas, prevenção de varizes
Camomila – age sobre o sistema imunológico, ajudando a combater gripes, alivia espasmos musculares, é um relaxante natural
Cardo mariano – doenças do fígado
Carvão vegetal – flatulência
Castanheiro-da-índia – hemorróidas, varizes e outros distúrbios do sistema circulatório
Centáurea – dores reumáticas e de estômago
Espinheiro-alvar – fortalece o batimento cardíaco, reduzindo os batimentos irregulares, aumenta o fluxo sanguíneo nas artérias
Equinácea – gripe
Eucalipto – tosse
Ginseng – cansaço geral
Groselha negra – dores reumáticas
Hipericão – depressão
Levedura de cerveja – pele seca e baça
Luzerna – unhas e cabelos fracos
Malva – anti-inflamatório natural, especialmente eficaz nas afecções da garganta
Óleo de borragem – rugas
Óleo de gérmen de trigo – doenças cardiovasculares
Óleo de onagra – tensão pré-menstrual
Óleo de salmão – triglicerídeos elevados
Oliveira – tensão arterial elevada
Passiflora – stress, ansiedade e insónias
Própolis – gripe
Rosa da Provença – problemas de garganta
Sabugueiro – gripes e constipações, alivia as vias respiratórias
Salgueiro – dor e estados febris
Salva – digestão difícil
Sene – obstipação
Tília – dores de cabeça, enxaquecas, problemas digestivos, perturbações nervosas, cólicas abdominais, calmante natural
Uva-ursina – infecções urinárias
Valeriana – insónia
OBSERVAÇÃO: Para maiores detalhes sobre a fitoterpia doméstica, plantas de facil acesso, que podermos ter em casa...recomendamos acessar esse interessante site: http://luizmeira.com/fito.htm
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fitoterapia
http://www.copacabanarunners.net/fitoterapia.html
http://www.comciencia.br/comciencia/
http://bemtratar.com/artigos/
http://reviversaudeholistica.blogspot.com/
http://www.emex.com.br/