13/01/2022 - Uma rara figura esculpida em madeira romana antiga foi descoberta durante o trabalho no projeto HS2. Em julho de 2021, arqueólogos da Infra Archaeology, trabalhando para a empreiteira Fusion JV da HS2, removeram a figura bem preservada de uma vala romana inundada em um campo em Twyford, Buckinghamshire. Enquanto investigavam em Three Bridge Mill, a equipe se deparou com o que inicialmente pensavam ser um pedaço de madeira degradado.
À medida que continuavam a escavá-lo, uma figura humana, ou antropomórfica, foi revelada. A figura, cortada de uma única peça de madeira, mede 67 cm de altura e 18 cm de largura. A avaliação inicial data a figura de madeira do início do período romano, dado o estilo da talha e a roupagem tipo túnica. Fragmentos de cerâmica que datam de 43-70 dC também foram descobertos na mesma vala. Embora os arqueólogos não possam ter certeza sobre o uso da figura esculpida, há exemplos de imagens esculpidas em madeira oferecidas como presentes aos deuses. É possível que, em vez de ser descartado casualmente na vala, tenha sido colocado ali de forma mais deliberada.
Dada a sua idade prevista e sendo esculpida em madeira, o mais surpreendente é a incrível preservação do artefato. A falta de oxigênio no enchimento de barro encharcado da vala ajudou a evitar que a madeira apodrecesse, preservando-a por séculos.
Falando sobre a incrível descoberta, Iain Williamson, arqueólogo da Fusion JV disse: “A incrível descoberta desta figura de madeira foi totalmente inesperada, e a equipe fez um ótimo trabalho para recuperá-la intacta. A preservação de detalhes esculpidos na madeira, como o cabelo e a túnica, realmente começam a dar vida ao indivíduo retratado. Não só a sobrevivência de uma figura de madeira como esta é extremamente rara para o período romano na Grã-Bretanha, mas também levanta novas questões sobre este local, quem representa a figura de madeira, para que era usada e por que era significativa para as pessoas vivendo nesta parte de Buckinghamshire durante o século 1 dC?”
Embora a figura esteja em boas condições devido à idade, os braços abaixo dos cotovelos e os pés se degradaram. Uma quantidade surpreendente de detalhes permanece visível na escultura com o chapéu ou penteado da figura claramente perceptível.
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A cabeça está levemente girada para a esquerda, a túnica na frente parece ser franzida na cintura descendo até o nível do joelho, e as pernas e a forma dos músculos da panturrilha são bem definidas.
A figura está sendo preservada pela equipe de conservação da York Archaeology em seu laboratório especializado, onde será submetida a exame e conservação. Um pequeno fragmento da figura, encontrado quebrado na vala, está sendo enviado para datação por radiocarbono para fornecer uma data precisa para a madeira, e está sendo realizada análise de isótopos estáveis, o que pode indicar de onde a madeira veio originalmente.
Helen Wass, chefe de patrimônio da HS2 Ltd, disse: “Nosso programa de arqueologia sem precedentes na fase um do projeto HS2 entre Londres e Birmingham nos forneceu uma grande variedade de novas informações sobre nosso passado. Em Buckinghamshire, nosso trabalho cuidadoso nos permitiu construir uma compreensão muito maior de como a paisagem foi usada por nossos ancestrais, especialmente durante o período romano, e é trazida à vida por meio de artefatos incríveis como essa figura. Estamos comprometidos em compartilhar nossas descobertas com as comunidades e o público, para aprofundar nossa compreensão da história da Grã-Bretanha”.
A ocorrência de figuras esculpidas em madeira na pré-história britânica e no período romano-britânico é extremamente rara. Em 2019, um galho de madeira, considerado uma oferenda votiva romana, foi encontrado no fundo de um poço em Northampton. Exemplos de figuras esculpidas romanas completas foram recuperados em Dijon e Chamalières na França. Uma escultura em madeira, o 'Dagenham Idol', foi recuperada da margem norte do Tamisa é de 1922 e foi datada do período neolítico e uma figura esculpida da Idade do Ferro foi recuperada nas margens do rio Teign, Kingsteignton em 1866 .
Jim Williams, consultor científico sênior da Historic England, disse: “Esta é uma descoberta verdadeiramente notável que nos coloca cara a cara com nosso passado. A qualidade da escultura é requintada e a figura é ainda mais emocionante porque os objetos orgânicos desse período raramente sobrevivem. Essa descoberta nos ajuda a imaginar que outras artes e esculturas de madeira, plantas ou animais podem ter sido criadas nessa época. Uma análise mais aprofundada tem o potencial de revelar mais detalhes, talvez até fornecendo pistas sobre onde foi feito.”
Fonte: HS2 Mediacenter [13 de janeiro de 2022]
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