CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Conheça, mais a fundo, o Google Glass !!! Parte 1

glass topo 124 de Março de 2013 - No mês passado, um vídeo foi divulgado mostrando algumas funcionalidades dos óculos; claro, por ser um dispositivo inédito e inovador, muita gente ficou de boca (e olhos) bem abertos. O “Google Glass” projeta uma pequena tela logo acima do campo de visão do usuário; ali, aplicativos podem mostrar mapas, músicas, previsão do tempo, rotas e até fazer chamadas de vídeo, tirar fotos e – ao mesmo tempo – compartilhar tudo através da internet. O dispositivo pode ser controlado tanto por um touchpad em sua lateral, quanto por comandos de voz. O visual dos óculos é algo a se discutir, mas suas funcionalidades, não. A lente de projeção não ocupa todo o campo de visão do usuário e possui uma tecnologia que permite ao observador ler seu conteúdo sem a ...

necessidade de mudar seu foco de visão. A princípio, claro, o “Glass” será compatível com aplicativos do próprio Google, mas certamente centenas de aplicativos serão desenvolvidos por terceiros. Possibilidade de uso é o que não falta.

Além de todas essas funções que mostramos, há funções bem legais já previstas para o “Glass”; a mais recente fala em reconhecimento de pessoas pela roupa que elas estiverem usando. Um aplicativo fará com que o produto ajude a detectar outras pessoas, mesmo que seus rostos não estejam visíveis. Já pensou?! O sistema se chama “InSight” e deve servir como facilitador em locais movimentados como aeroportos, estádios, shows e por aí vai...

O New York Times também já prepara seu app para o “Glass”; ele exibirá, de hora em hora, fotos e manchetes de notícias. Caso você dê o comando, o dispositivo ainda lê a notícia inteira para você. Outros aplicativos prometem tirar fotos, aplicar filtros e compartilhá-las automaticamente nas redes sociais.

A previsão é que os primeiros usuários consigam o “Google Glass” ainda este ano. A expectativa é que ele custe algo em torno de US$ 1,5 mil, mais ou menos R$ 3 mil. Os apps desenvolvidos para o “Glass”, segundo o próprio Google, deverão seguir quatro princípios básicos: design personalizado, respeitar a tela e não invadir demais o campo de visão do usuário; intervir apenas em momentos oportunos; e não surpreender o usuário com conteúdos possivelmente indesejados. Agora é esperar para ver... ou apostar.


Projeto Glass

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Por Anna Adami - A Google está sempre um passo a frente do tempo e é mestre em lançar tendências, como o Projeto Glass, denominado Google Glass, que pode ser traduzido para o português como Óculos do Google. Trata-se de um protótipo em desenvolvimento pela equipe da empresa, que aplica a mobilidade interativa a um óculos, totalmente conectado a internet que utiliza a tecnologia da Realidade Aumentada, tida como futurista.

O modelo do óculos se assemelha a um tipo comum e pode passar despercebido. Possui design moderno e uma fina estrutura metálica, que acopla um dispositivo fixado em um dos lados, cuja função é projetar uma pequena tela no local onde estaria localizada uma das lentes. Esta tela apresenta diretrizes e funcionalidades, como mapas, previsão do tempo, músicas, envio de e-mails e alertas por comando de voz, além da possibilidade de tirar fotos e filmar. A grande sacada deste projeto piloto está no quesito compartilhamento, o usuário do Google Glass tem a opção de compartilhar tudo que mais gosta, quase que instantaneamente com seus amigos e em redes sociais.

O projeto é também chamado de Google X, é gerido pelos desenvolvedores de alto gabarito técnico, Richard W. DeVaul e Babak Parviz, que desenharam o óculos com linhas futuristas e design sofisticado. Existem rumores de que os próprios funcionários do Google estão utilizando o produto ainda em fase de testes, mas com plano de ser lançado em breve, inicialmente nos Estados Unidos.

A tela de projeção está localizada em um parte do óculos, não prejudicando a visão geral do usuário, sem contar que a tecnologia aplicada permite ainda que a mensagem seja lida, sem que se altere o foco do campo de visão. A Google informa que existe uma enorme preocupação nos quesitos segurança e principalmente conforto para o futuro usuário do Google Glass.

Os recursos operacionais do sistema, incluem: bateria, a tela sensível ao toque, Bluetooth, microfone, câmera integrada, reprodução de som, comunicação sem fio (wireless), Bússola, Acelerômetro e Giroscópio. A possibilidade de customização do produto também já foi estudada e o óculos deverá ser oferecido em várias cores: azul, branca e preta. Outro detalhe do óculos é a memória e o processador baseado na nanotecnologia, que fica disposto no suporte horizontal (próximo a orelha). Também chamado de “computador vestível”, o modelo terá todas as funções de um Smartphone, porém com a facilidade e praticidade de não precisar carregar na bolsa e sim “vestir”.


Entrevista: O que pensam os primeiros a desmontar o Google Glass

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Por Luiz Cruz, de INFO Online, 17 de junho de 2013 - Star Simpson estudou engenharia elétrica no MIT. Em 2012 fundou um projeto chamado Canidu para ensinar eletrônica para crianças. Seu amigo de longa data, Scott Torborg, também estudou no MIT. Juntos, fundaram um negócio de entrega de tacos usando um drone. Batizado de Tacocopter, não decolou por causa da legislação norte americana – ou talvez por todas as questões que envolvem entregar comida pelo ar, sem qualquer garantia.

Mas para saciar a curiosidade tecnológica, eles resolveram desmontar o Google Glass e expô-lo ao mundo. E foram capazes de remontar o dispositivo. Quem pagou pelos óculos foi a loja online de componentes eletrônicos SparkFun, num patrocínio bem inusitado.

A INFO entrevistou os dois para entender melhor como foi esta experiência e qual a relação deles com o Google Glass.

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Sabendo que o Google Glass é muito caro, qual foi a motivação de vocês em desmontá-lo?

Star Simpson - Nós somos pessoas ligadas a hardware e temos muita curiosidade em saber como funciona um dispositivo como este. No meu caso, eu já passei pela experiência de montar alguns computadores vestíveis como este, naturalmente queria saber como a equipe de hardware do Google projetou o Glass.

Scott - Sim, foi a combinação de curiosidade técnica com o desejo de expor mais detalhes deste dispositivo que tem muitos segredos. E também o desejo de ser o primeiro a desmontá-lo.

Quanto tempo vocês levaram para desmontar o Google Glass?

Star - Em torno de seis horas.

Scott - Observe que a maior parte do tempo foi gasta com o planejamento, organização e captura de imagens. Se fizéssemos apenas uma desmontagem, provavelmente levaria 20 minutos.

Na visão de vocês, existe algum erro na configuração atual do aparelho?

Star - Eu não estou certa se há algum erro. Sinceramente, estou impressionada com a elegância do design.

Scott - Eu concordo que a configuração atual é realmente muito boa. Eu não quero falar mal dele demais, porque eu não acho que seria capaz de projetar algo melhor. No entanto, valem as observações:

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- Do ponto de vista de conforto, como todo o hardware está posicionado de um dos lados, isto faz o centro de gravidade ser ponderado de forma desigual. Talvez com o tempo você se acostume, mas eu me peguei diversas vezes tentando ajustá-lo no rosto.
- Do ponto de vista de estilo, uma linha grossa metálica na sua testa parece muito estranho. Ela esconde as sobrancelhas do usuário, bloqueando sua expressividade ou linguagem corporal. Sem contar que você vai parecer mais nerd do que seria de outra forma, isto é: um sujeito com uma sobrancelha única.

Baseado nos componentes eletrônicos que encontraram no Glass, conseguem estimar o custo do aparelho?

Star - Não faço ideia, desculpe.
Scott - Eu não sou qualificado o suficiente para afirmar isto, mas eu espero – na verdade tenho fé – que outras pessoas possam olhar os componentes que encontramos e possam analisar o custo.

Vocês acreditam que este dispositivo está atrás em evolução tecnológica, se comparado com os protótipos do Steve Mann (considerando ele um dos inventores da computação vestível)?

Scott - Está na frente e atrás. Tenho certeza de que os computadores do Steve Mann são mais ricos em recursos e possuem menos restrições. Eu acredito que os computadores vestíveis dele são mais avançados porque possuem foco no desempenho ótico, como alinhar as câmeras com a perspectiva do usuário e adicionar telas estereoscópicas. Além disso, Steve Mann é sem dúvida muito mais consciente dos impactos sociais e as implicações de privacidade com a computação vestível, enquanto o Google parece ser quase alheio a essas implicações. No entanto, o Google conseguiu tornar a computação vestível muito mais acessível e prática para aqueles que são menos dispostos a fazer sacrifícios pessoais para ter um computador em seu rosto.

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Star - Steve Mann é apaixonado por computação vestível e certamente ele tem sido um de seus grandes defensores. Dito isto, acho que não podemos deixar de dar crédito a Claude Shannon e o projeto Eudaemons, como os reais fundadores da computação vestível.

[A INFO explica: Claude Shannon, professor do MIT, e Edward Torp criaram um dispositivo vestível que entrou em operação em 1961 (baseado no primeiro projeto do Torp, de 1955) para prever a trajetória de um bola de metal nos jogos de roleta. O projeto foi testado em casinos de Las Vegas e somente em 1966 veio a público. O projeto Eudaemons fazia algo semelhante com um computador projetado para caber dentro de um sapato. Foi desenvolvido por um grupo de estudantes da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia.]

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Qual é o impacto desta tecnologia na vida das pessoas?

Star - Eu acho que isto está para ser descoberto, mas as questões sobre privacidade têm fundamento.

Scott - Concordo, há preocupações importantes sobre privacidade e educação social. O Google deve superar alguns obstáculos para que as pessoas não fiquem incomodadas com a tecnologia. As pessoas ficam apreensivas ao redor de alguém que está usando o Google Glass. É como andar com uma filmadora na cabeça, enquanto olha para a tela de um smartphone, em qualquer hora do dia.

Vocês planejam montar de novo o Google Glass? É possível?

Star - Sim, nós fizemos isto e ele ainda funciona. Mas ele está um pouco diferente do original.

Como é voltar a viver sem o Google Glass? Sentiram falta dele?

Star - Eu senti falta dele - o acesso direto a informação é maravilhoso –, mas isto me fez prestar menos atenção em meus amigos. Então preciso encontrar um ponto de equilíbrio quando voltar a usar o Google Glass.


Testamos o Google Glass e concordamos que ele é legal, mas ainda é um protótipo


17/06/2013 - Wearable gadgets. Essa é a nova onda. Dispositivos conectados à internet que podem ser usados como peças de roupa. Começamos com as pulseiras para medir passos e calorias, como a UP, da Jawbone, e a Nike Fuel. Outros aparelhos já chegaram ao mercado, como o Pebble e o i’m Watch (smartwatches, algo como relógio inteligente), que trazem informações e notificações diretas do iPhone. E há quem acredite que a Apple está estudando lançar o iWatch. E há também o Google Glass, que foi apresentado no ano passado e já está nas mãos e rostos de alguns desenvolvedores que pagaram US$ 1.500 pelo novo brinquedo.

Conseguimos testar o Google Glass, cortesia do desenvolvedor Eduardo Fonseca. E logo de cara pudemos perceber que ele é bacana, divertido, prático, mas ainda é um protótipo (isso quer dizer que tem muito a melhorar). O dispositivo aceita comando de voz (simples, por enquanto) para realizar suas funções. Basta dizer, em inglês, que quer tirar uma foto, e ele automaticamente captura a imagem. Também dá para acessar contatos na sua agenda online, ver emails e muitas outras coisas básicas. Em nossos testes, ele nos entendeu perfeitamente, mesmo já tendo sido usado por outra pessoa, com uma pronúncia e sotaque diferente do nosso. Impressionante.

O Google Glass possui vários sensores em sua armação (um deles, segundo Eduardo Fonseca, ainda não sabe para que serve). Para passar de um menu para outro, usa-se os dedos em gestos simples (para cima ou para os lados), que são fáceis de dominar. Feito de metal (alumínio) e pesando apenas 42 g, ele tem um visual futurista e as lentes (que não tem grau) podem ser trocadas (ele vem com dois pares, um escuro para o sol e outra clara). De acordo com Eduardo, o pessoal da Google ainda precisa decidir como será para quem precisa de lentes de grau.

A câmera do Glass fica posicionada do lado direito acima, não no centro, o que é bem pensado, já que se ficasse mais para baixo, atrapalharia mais a visão. Para acessar o Mapas, por exemplo, é perfeito, dando indicações das ruas e também o que há por perto, via Google Now. Porém, já existem regiões nos Estados Unidos que querem banir o Glass em veículos, já que podem servir de distração para o motorista e causar acidentes. Além disso, a qualidade da resolução é ótima (a mesma do iPhone, isto é, 8 megapixels). Mas como estar conectado o tempo todo? O Glass usa a rede Wi-Fi em conexão com um dispositivo Android (ele será compatível com o iPhone também, somente na época do lançamento), além de ter uma antena bluetooth. Se manter sempre online, por enquanto, não é tão simples como parece, já que ele não tem conexão 4G/3G, que seria mais interessante para se usar na rua. Usar uma rede compartilhada é meio uma gambiarra, mas como dissemos, ele é um protótipo, muita coisa vai mudar para frente. Não tivemos tempo de testar a bateria, mas, segundo relatos, ela dura pouco mais de 4 horas, o que é pouco se pensarmos que ele deve estar no rosto a maior parte do tempo para ser útil.

A conclusão que chegamos é que dispositivos usáveis como o Google Glass (ou relógios inteligentes, se pensarmos nos boatos sobre o iWatch) devem ser a nova onda de gadgets bacanas que teremos à nossa disposição para ficarmos conectados o tempo todo. O jeito é esperar 2014, quando ele deverá ser vendido finalmente (por um preço, que se fala, será menor que os atuais US$ 1.500). Vai ser um futuro bem interessante…

Como Funciona

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PARTE 2