CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Paciente toca violão enquanto faz cirurgia no cérebro em hospital de Canoas, estado do Rio Grande do Sul, Brasil

violaocer314/11/2019 - Procedimento para retirada de um tumor no cérebro aconteceu no Hospital Universitário de Canoas (HU), na Região Metropolitana de Porto Alegre. Paciente de 41 anos passa bem e deve receber alta ainda esta semana. Um paciente com um tumor no cérebro passou por uma experiência inovadora em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Durante cirurgia para a retirada do tumor no cérebro, Márcio Andrade, de 41 anos, tocou violão.

Segundo o Hospital Universitário de Canoas (HU), onde a cirurgia foi realizada na última terça-feira (12), a intervenção com o paciente acordado busca reduzir ao máximo as sequelas deixadas pela retirada do tumor na região do cérebro.

“No caso de Márcio, a região afetada era a responsável pelo movimento da mão direita. Então a única maneira de garantir que não teríamos sequelas é acordando o paciente e ele fazendo as atividades que faz no dia a dia, no caso, tocando um instrumento musical”, destaca o chefe de neurocirurgia do hospital, Gustavo Isolan.

Foram quatro horas de cirurgia. Apesar de ser um procedimento de alto risco, a equipe médica já fez 44 cirurgias semelhantes a essa e, em nenhuma, o paciente ficou com sequelas. Para Márcio, foi uma experiência única. “Imagina com o crânio aberto, tocando violão, não sentindo dor e ainda respondendo aos estímulos médicos”, relata. O mecânico é também músico amador, e descobriu o tumor após sentir uma dormência nos dedos enquanto tocava violão. “Quando isso aconteceu eu não dei bola, até que um mês depois em casa, eu tive uma convulsão”, conta.

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No procedimento, o paciente é anestesiado como em uma cirurgia convencional. Quando ele está com uma pequena abertura no crânio, é acordado pelos médicos. Neste momento, os médicos estimulam a área do cérebro que poderia ser responsável pelo movimento do braço direito do paciente, enquanto ele toca violão. Assim, é possível monitorar o risco de uma sequela e reduzi-la. O estímulo é feito com uma caneta especial, que simula uma lesão cerebral ao dar uma pequena descarga elétrica na região. Se o paciente segue tocando o instrumento musical, o médico sabe que aquela parte do cérebro ou tumor pode ser ressecada sem causar danos.

“É o que cada um busca nessa nossa passagem por aqui, que é ajudar o próximo. E a gente podendo usar toda essa tecnologia é muito satisfatório, é gratificante”, finaliza o Dr. Gustavo.

Fonte: https://g1.globo.com/