CIÊNCIA E TECNOLOGIA

AI pode falar com ANIMAIS em um avanço que 'quebra a barreira da comunicação entre espécies': Especialistas alertam que os humanos podem usar essa habilidade para manipular as espécies selvagens

iacontrole131/10/2022 - Os humanos poderão em breve se comunicar com os animais, já que cientistas em todo o mundo estão usando inteligência artificial para falar com abelhas, elefantes e baleias, mas um especialista teme que o poder possa ser usado para manipular as espécies selvagens. Falando em entrevista ao Vox, Karen Bakker, da University of British Columbia, disse que uma equipe de pesquisadores na Alemanha está usando IA para decodificar padrões em sons não humanos, como a dança das abelhas e os ruídos de baixa frequência dos elefantes, ...

o que permite o tecnologia não apenas para se comunicar, mas também para controlar os animais selvagens. Bakker explicou que a IA de fala animal pode ser adicionada a robôs que podem “essencialmente quebrar a barreira da comunicação entre espécies”, mas ela também observa que o avanço levanta questões éticas.

Permitir que os humanos falem com diferentes espécies poderia criar um 'sentido mais profundo de parentesco, ou um senso de domínio e habilidade manipuladora para domesticar espécies selvagens que nós, como humanos, nunca fomos capazes de controlar anteriormente'. Os humanos há muito buscam a habilidade de falar com animais e fizeram vários filmes baseados na ideia, como o Doutor Dolittle de 1967. A ideia não é mais apenas um enredo de filme e os cientistas descobriram métodos bem-sucedidos de falar a linguagem animal. Em 2018, pesquisadores do Dahlem Center for Machine Learning and Robotics na Alemanha projetaram o RoboBee que imita a dança das abelhas, que é usada para transmitir informações umas às outras. O robô, que não se parece em nada com uma abelha da vida real, é desenhado como uma esponja com asas e presa a uma haste que controla seus movimentos. A equipe treinou o robô para imitar os mesmos movimentos da dança, que consiste em diferentes formas de fluxo de ar e vibrações, e enganou as abelhas para 'ouvir isso'.

Algumas das abelhas seguiram as instruções do RoboBee, como para onde se mover dentro da colméia ou parar completamente. Bakker, que recentemente publicou um livro intitulado 'The Sounds of Life: How Digital Technologies Are Bringing Us Closer to the Worlds of Animals and Plants', disse à Vox que o próximo passo da pesquisa do alemão é plantar vários robôs em diferentes colmeias para ver se a colônia aceitar as máquinas como uma delas.

'E então teríamos um grau sem precedentes de controle sobre a colmeia; teremos essencialmente domesticado aquela colméia de uma maneira que nunca fizemos antes”, disse ela à Vox. É aqui que Bakker discute as questões éticas que podem surgir da habilidade, observando que tais tecnologias podem levar os humanos a explorar o uso de animais.

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No entanto, ela espera que as habilidades sejam usadas para permitir que a pessoa comum 'se sintonize com os sons da natureza'. Os elefantes são conhecidos por rugidos poderosos onde jogam suas trombas para o ar, mas essas criaturas majestosas também emitem sons de baixa frequência que passam despercebidos pelo ouvido humano. Bakker discute o trabalho de uma zoóloga e pesquisadora em Bioacústica, Katie Payne, que usou inteligência artificial para captar os sons infrassônicos. Payne descreveu os sons "como uma estranha pulsação em seu peito, uma estranha sensação de mal-estar", disse Bakker a Vox.

“E muitas vezes é assim que podemos, como humanos, sentir o infra-som”, continuou ela. A par das abelhas e das baleias, uma equipa de cientistas internacionais lançou recentemente um ambicioso projeto para ouvir, contextualizar e traduzir a comunicação dos cachalotes, com o objetivo de 'falar' com os majestosos animais marinhos. Este projeto, chamado Projeto CETI (Cetacean Translation Initiative), também está usando IA para interpretar sons de clique, ou 'codas', que os cachalotes fazem para se comunicar uns com os outros. A equipe, que lançou o Projeto CETI em outubro de 2021, está usando o processamento de linguagem natural ou PNL – um subcampo da inteligência artificial focado no processamento da linguagem humana escrita e falada – que será treinado em quatro bilhões de codas de cachalotes.

O plano é fazer com que a IA correlacione cada som com um contexto específico – um feito que levará pelo menos cinco anos, segundo os pesquisadores. Se a equipe atingir esses objetivos, o próximo passo seria desenvolver e implantar um chatbot interativo que dialogasse com os cachalotes que vivem na natureza. Bakker observa que os humanos se comunicaram com animais no passado, especificamente primatas, mas o fizeram de uma "visão muito centrada no ser humano" - como ensinar a linguagem de sinais aos animais. Usar IA, no entanto, é uma forma de usar a própria linguagem da criatura para se comunicar. A tecnologia analisa sinais únicos ligados a comportamentos e padrões para criar a linguagem.

“O que [esses pesquisadores] estão fazendo não é tentar ensinar a linguagem humana a essas espécies, mas sim compilar, essencialmente, dicionários de sinais e, em seguida, tentar entender o que esses sinais significam dentro dessas espécies”, disse Bakker à Vox.

Fonte: https://www.dailymail.co.uk/