CIÊNCIA E TECNOLOGIA

O que caracteriza os televisores de tecnologia de plasma e qual o motivo de seu desaparecimento das prateleiras do mercado?

plasmatvv12023 - Amplamente adotadas durante a década de 2000, as televisões de Plasma eram dispositivos que operavam mediante a ionização de gases e atraíam críticas devido à sua limitada durabilidade e ao consumo energético elevado. A tecnologia do Plasma foi empregada em aparelhos de tela plana naquela época, proporcionando imagens de alta definição com pretos profundos, graças à utilização de gases ionizados. Entretanto, cedeu terreno para o LCD, que começou a dominar o mercado a partir dos anos 2010.

A Fujitsu introduziu a primeira TV de Plasma em 1997, equipada com um painel de 42 polegadas e uma resolução de 852×480 pixels. Panasonic e Samsung se destacaram como as principais fabricantes de TVs de Plasma nos anos subsequentes, porém ambas acabaram abandonando essa tecnologia devido a problemas como o "burn-in" e o alto consumo de energia.

Quanto ao funcionamento de uma TV de Plasma, esse se dava por meio de gases nobres, como o neônio e o xenônio, contidos em pequenas células entre duas placas de vidro. Esses gases recebiam uma tensão elétrica, o que resultava na emissão de elétrons que colidiam com átomos de fósforo, gerando luz visível.

A tela de Plasma era composta por sete camadas essenciais:

  1. Placa de vidro traseira;
  2. Eletrodos emissores;
  3. Camada dielétrica traseira;
  4. Camada de células de plasma;
  5. Camada dielétrica frontal;
  6. Eletrodos de exibição;
  7. Placa de vidro frontal.

O processo de formação de imagem iniciava-se nos eletrodos, que forneciam energia para cada célula de plasma, representando um pixel e revestida com diferentes combinações de fósforo. Quando uma tensão era aplicada, os gases contidos na célula se ionizavam, criando o plasma, que é o quarto estado da matéria. O plasma emitia luz ultravioleta (UV), que é invisível a olho nu. Essa luz UV excitava o fósforo, permitindo a exibição das cores vermelho, verde e azul (padrão RGB) em intensidades variáveis. O trio de subpixels coloridos compunha um pixel, e a combinação de pixels formava uma imagem.

As camadas em torno das células de plasma desempenhavam principalmente um papel estrutural. As placas de vidro protegiam os componentes internos e sustentavam a estrutura da tela, enquanto as camadas dielétricas funcionavam como isolantes elétricos, mantendo os eletrodos separados dos gases nobres. Como as células de plasma revestidas com fósforo podiam gerar sua própria luz, não era necessário um backlight, como nas telas LCD. Assim, a tecnologia de Plasma operava de forma semelhante ao OLED, MicroLED e outras tecnologias de emissão de luz.

Por que as TVs de Plasma desapareceram?

As telas de Plasma representaram um avanço em relação às televisões de tubo, apresentando vantagens como um contraste superior, um amplo ângulo de visão e uma resposta mais rápida, minimizando o efeito de "motion blur". No entanto, esses benefícios foram eclipsados por problemas como a baixa eficiência energética e o "burn-in". As fraquezas do Plasma levaram à sua substituição pelas TVs de LCD e OLED. Abaixo, detalhamos os principais desafios enfrentados pelas TVs de Plasma:

Redução da longevidade devido ao efeito de retenção

A longevidade dos televisores de Plasma era comprometida pelo problema de retenção de imagem. Isso ocorria quando uma imagem fixa, como o logotipo de uma emissora de TV, permanecia na tela por um período prolongado, ocasionando a retenção de imagem e danos aos pixels. Nas TVs de Plasma, a função de geração de luz era desempenhada pelos elementos de fósforo. Quando uma imagem estática permanecia na tela, os elementos de fósforo nas áreas correspondentes eram continuamente ativados, resultando na degradação dessas regiões específicas. Com o tempo, isso se traduzia em marcas permanentes no visor.

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Elevado consumo energético e aquecimento acentuado

Os televisores de Plasma demandavam a ionização de gases nobres e a estimulação dos elementos de fósforo para produzir luz e criar imagens, resultando em um consumo energético considerável. Esse processo se mostrava menos eficiente em comparação às telas LCD com iluminação LED de fundo, que ganharam popularidade no início da década de 2010. Além disso, as TVs de Plasma tendiam a gerar mais calor devido à emissão de calor pelos elementos de fósforo quando ativados, e uma quantidade substancial de energia era necessária para manter os gases em estado de plasma, sendo parte dessa energia dissipada na forma de calor.

Reflexos abundantes na imagem

A camada frontal de vidro nas TVs de Plasma apresentava um acabamento brilhante, intensificando a reflexão da luz ambiente e prejudicando a visualização da imagem em ambientes muito iluminados. Mesmo com a inclusão de filtros antirreflexo nas telas de Plasma, as TVs de LCD, com acabamentos foscos, eram menos suscetíveis a esse problema.

Luminosidade mais reduzida

A luminosidade das TVs de Plasma era mais atenuada devido à geração de imagens através da ativação dos elementos de fósforo nas células de plasma, que produziam luz de maneira difusa e menos intensa em comparação ao backlight de uma tela LCD. Aumentar a luminosidade nas telas de Plasma poderia acelerar o desgaste dos elementos de fósforo e, consequentemente, encurtar a vida útil, levando as fabricantes a optarem por manter um nível de luminosidade mais moderado.

Outras Limitações das TVs de Plasma

O Plasma exibia outras limitações secundárias devido à sua estrutura:

  1. Massa e Dimensão: Os painéis se caracterizavam por sua robustez e volume, uma vez que precisavam acomodar as células de plasma e os elementos de fósforo, enquanto eram revestidos por vidros espessos.

  2. Tamanho: Restrições no processo de fabricação também impuseram limitações à resolução e à variedade de tamanhos de tela disponíveis. As TVs de Plasma populares eram comumente encontradas com 42 polegadas ou mais, e não havia modelos com menos de 32 polegadas disponíveis no mercado.

  3. Sensibilidade ao Ambiente: As TVs de Plasma mostravam maior sensibilidade às condições ambientais, especialmente em locais de elevada altitude. Nessas áreas, a menor pressão atmosférica afetava o comportamento dos gases nas células de plasma, resultando em uma possível degradação da qualidade da imagem.

Essas limitações tornaram as TVs de Plasma menos competitivas no mercado, o que as levou a serem gradualmente substituídas por tecnologias mais avançadas e versáteis, como as telas LCD e OLED.

No final de 2013, tanto a Panasonic quanto a Samsung anunciaram o encerramento da produção de TVs de Plasma. Naquele período, essa tecnologia representava apenas 5% das vendas de televisores no Brasil, em comparação com os 83,1% das vendas de TVs LCD, conforme os dados fornecidos pela consultoria GfK.

REFERENCIAS: https://tecnoblog.net

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