05/07/2023 - Vidro Leão - Cientistas revelaram um novo gênero de vidro que exibe uma resistência a trincas e quebras dez vezes superior, enquanto seu método de produção consome meramente metade da energia dos procedimentos atuais. O nome atribuído a esse vidro é LionGlass, em honra à mascote da Universidade do Estado da Pensilvânia, onde esse inovador material foi concebido. O professor John Mauro, em suas palavras, afirmou: "Nossa missão é assegurar a sustentabilidade da fabricação do vidro a longo prazo. O LionGlass elimina a necessidade de matérias-primas que contenham carbono e substancialmente reduz a temperatura de fusão do vidro."
O vidro corriqueiro, amplamente utilizado em produtos cotidianos, desde janelas até utensílios de mesa, é denominado vidro sodo-cálcico. Ele é gerado através da fusão de três elementos primários: sílica, carbonato de sódio (Na2CO3) e carbonato de cálcio (CaCO3), os quais liberam dióxido de carbono (CO2) durante o processo de fusão. Entretanto, a maior parcela das emissões de CO2 na indústria do vidro, estimada em 86 milhões de toneladas anualmente, está associada à energia necessária para aquecer os fornos às temperaturas extremamente elevadas requeridas para a fusão do vidro, em torno de 1.600 ºC.
Na produção do LionGlass, contudo, as temperaturas de fusão são reduzidas em cerca de 300 a 400 graus Celsius, resultando em uma diminuição de aproximadamente 30% no consumo de energia em comparação com o vidro convencional. Uma vez que o novo material está sob processo de patente, a equipe ainda não divulgou informações detalhadas sobre o método de produção ou a composição exata do vidro inovador.
Vidro ecológico
O vidro inovador não apenas se destaca por sua sustentabilidade e custo reduzido de produção, mas também demonstra uma notável robustez em comparação ao vidro tradicional. Os cientistas expressaram surpresa ao constatar uma resistência inesperadamente alta a rachaduras. O vidro convencional geralmente desenvolve fissuras durante um ensaio padrão, com a aplicação de uma carga de 0,1 kgf (quilograma-força) por meio de um penetrador de diamante Vickers. Algumas formulações avaliadas pela equipe suportaram até 1 kgf sem manifestar rachaduras, mas o limite pode ser ainda maior.
"Persistimos em aumentar a carga no LionGlass até atingirmos o valor máximo permitido pelo equipamento. Surpreendentemente, ele se manteve íntegro," relatou o pesquisador Nick Clark.
"A resistência à quebra representa uma característica de extrema importância no contexto do vidro," enfatizou Mauro. "Considere as diversas aplicações que dependem da resistência do vidro, desde a indústria automotiva e eletrônica até a arquitetura e a tecnologia de comunicação, como cabos de fibra óptica. Até mesmo no âmbito da saúde, as vacinas são armazenadas em recipientes de vidro robusto e resistente a produtos químicos."
Devido à sua substancial resistência e menor fragilidade, antecipa-se a viabilidade de fabricar componentes de vidro ainda resistentes, porém consideravelmente mais delgados do que os atualmente disponíveis. Atualmente, a equipe está conduzindo uma série de testes químicos nas várias formulações, a fim de avaliar a durabilidade a longo prazo de seu "vidro leão".
REFERENCIAS: https://www.inovacaotecnologica.com.br
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