CURIOSIDADES

Coração de D. Pedro I permanece preservado na cidade do Porto

coradom127/02/2019 - Em um recipiente de vidro, guardado com extremo cuidado na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade portuguesa do Porto, repousa, desde 1837, o coração de Dom Pedro I, ou Dom Pedro IV, para os portugueses. Antes de morrer, o primeiro imperador do Brasil deixou em testamento a intenção de que seu coração ficasse no Porto, com o qual tinha intensa relação, pois lá viveu durante os 13 meses (de julho de 1832 a agosto de 1833) em que a cidade foi sitiada em uma disputa de poder entre ele e seu irmão Dom Miguel I durante as ...

chamadas Guerras Liberais (1828-1834). De dez em dez anos (a última vez foi em 2015), a Prefeitura do Porto realiza a troca do líquido – uma solução mista de formol – usado para a conservação do coração. Seria quase possível dizer que o órgão está guardado a sete chaves, mas na verdade são necessárias cinco delas para acessar o recipiente onde o coração está. A primeira é usada para retirar a placa de metal cravada na porta do monumento, a segunda e a terceira abrem a rede por trás da placa, a quarta abre uma urna e a quinta, uma caixa de madeira, onde há uma espécie de guarda-joias de prata que guarda o recipiente de vidro com o coração. Para garantir o máximo de cuidado com o órgão, seis pessoas participam do procedimento.

Este tema inusitado e praticamente desconhecido pelos brasileiros será tratado em edição da Revista do Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independência do Brasil, publicada pelo Ministério das Relações Exteriores. Em viagem a Portugal na última semana, o secretário Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, convidou o presidente da Câmara Municipal do Porto e prefeito da cidade, Rui Moreira, a escrever um artigo sobre o assunto.

“Pouca gente sabe que o coração de Dom Pedro I é preservado em um recipiente na cidade do Porto, o que é extraordinário. Ele é muito cultuado na cidade, há inclusive uma estátua pra ele. É um tema de fato muito interessante, por isso convidei o prefeito – e ele aceitou – a redigir um texto sobre essa história. É importante que os brasileiros saibam que quem proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 tem seu coração preservado na cidade do Porto, em uma urna cercada de muita veneração na cidade”, destaca o secretário Henrique Pires.

Independência ou morte

Apesar de o coração de Dom Pedro I estar no Porto, em 1972, durante as comemorações dos 150 anos da Independência, os restos mortais do imperador foram transferidos para o Brasil, onde estão até hoje, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, a poucos metros do riacho onde o monarca proclamou a independência brasileira do então Reino de Portugal.

 

POR QUE O CORAÇÃO DE DOM PEDRO I FOI SEPARADO DO CORPO?

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13/08/2020 - Os últimos dias de vida do soberano foram marcados por luto e guerra — e por uma vontade inusitada. Nos 200 anos da comemoração da Independência do Brasil, o país quer contar com um item inusitado, conforme repercutido pela Folha de S.P neste sábado, 7: o empréstimo do coração de Dom Pedro I, atualmente preservado em uma igreja localizada em Porto, Portugal. Dom Pedro I é conhecido como a figura ilustre que realizou a Independência, em 7 em de setembro de 1822.

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Desde o início não tão glorioso, depois dos seus quase 9 anos de império. Por conta própria, o imperador então abdicou ao trono, em abril de 1831. Aqueles tempos definitivamente não foram fáceis para o soberano: passou seus dias finais vivendo o luto e batalhas. Após a morte, seu coração foi separado do resto do corpo — uma vontade fúnebre e inusitada do imperador. Mas, afinal, por que isso aconteceu?

Fim da vida

Vamos começar contextualizando os últimos dias do monarca. D. Pedro I teve que deixar tudo para trás e se mudar para a Europa em 7 de abril de 1831, em uma longa viagem, na companhia da segunda esposa, Dona Amélia. Novamente, não encontrou grande apoio dos europeus, mesmo após tentar encontrar aliados na França e no Reino Unido. Como resultado, reivindicou seu título de Duque de Bragança — nome para o qual nem se quer era mais herdeiro direto. Após o nascimento da filha dele, D. Maria Amélia, Pedro se viu tendo que deixar a esposa e a criança para lutar na Guerra Civil Portuguesa, em 1832. Em 9 de julho, entrou na cidade do Porto e liderou um grupo liberal. Por estar em inferioridade numérica, o exército do ex-imperador não tinha grandes vantagens. Sem muitos sucessos, D.Pedro I teve que assinar uma aliança com exércitos espanhóis e, depois, um tratado de paz em 26 de maio de 1834. Entretanto, nessa altura, a guerra já havia o minado demais. Sua saúde decaiu e, com imunidade baixa, o líder político contraiu tuberculose. Morreu em decorrência da doença em 1834.

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Última vontade

O que poucos sabem é que D.Pedro I deixou em seu testamento, logo antes de morrer, que queria que seu coração permanecesse na cidade do Porto, conforme repercutido pelo Jornal Opção em reportagem de 2019. Foi justamente em Porto que o português viveu por 13 meses (de julho de 1832 a agosto de 1833). E lá foi o palco da disputa que ele teve com seu irmão Dom Miguel I, travada no conflito. Então, essa ligação afetiva entre seus últimos dias e o cenário bélico geraram em Pedro o desejo de deixar uma parte dele, que estava ligada à cidade portuguesa — literalmente, o seu coração. Em 1972, as demais partes dos restos mortais de D.Pedro I foram levadas ao Brasil, e estão no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Mais precisamente, na cripta do Monumento à Independência. Já o órgão que bombeia o sangue, como sabemos, está bem mais longe: repousa dentro de um recipiente de vidro, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Porto. Não dá para dizer que o coração está guardado a sete chaves, pois são, na verdade, cinco — a primeira abre uma placa de metal; a segunda e a terceira movimentam uma rede; a quarta, mexe uma urna; e a quinta, desloca uma caixa de madeira.

Fonte: https://www.jornalopcao.com.br/
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