QUALIDADE DE VIDA

Alimentos que podem fazer mal a saúde do seu filho - Parte 2

filho811. É verdade que alimentos crus e duros ajudam a desenvolver a musculatura da boca? “Sim, eles estimulam a mastigação, fortalecendo os músculos e facilitando a fala”, diz Renata Cocco. Quando introduzir a sopa na dieta do bebê, em vez de bater os ingredientes no liquidificador, experimente passá-los na peneira. Depois que seu filho estiver mais crescido, amasse os alimentos com um garfo para que possam ser mastigados. E, assim que alguns dentes tiverem nascido, ...

ofereça alimentos crus, como a cenoura e a maçã, em pequenos pedaços — esta última dica, aliás, vale para todo o resto da infância e a adolescência.

12. Leite fermentado ajuda a combater a diarréia?

“Sim, os lactobacilos presentes no leite fermentado competem com as bactérias nocivas no organismo, modificando e colonizando a flora intestinal com germes benéficos”, informa o nutrólogo Mauro Fisberg, de São Paulo. Assim, o consumo desse tipo de bebida pode abreviar a duração da diarréia. Se o problema persistir, procure o pediatra.

13. Jantar muito tarde provoca sono agitado?

A chance de isso acontecer é grande, principalmente se a refeição for rica em gordura, que leva mais tempo para ser digerida, e a criança for para a cama logo depois de comer. Durante o sono, o organismo funciona mais lentamente e isso inclui a digestão. O estômago, então, fica mais pesado e chega a incomodar. “Já uma refeição com baixo teor de gordura leva pelo menos duas horas para ser digerida”, afirma Ary Lopes Cardoso. “Após esse período a criança pode se deitar tranqüilamente”, completa o médico.  

14. O que a mãe deve observar no rótulo – o índice de gordura ou o de sódio?

Os dois. Não há uma dosagem máxima recomendada por produto — e, se houvesse, ela seria diferente conforme a idade. Mesmo assim é bom ficar de olho nesses ingredientes. A gordura, lembre-se sempre, não pode fornecer mais do que 30% das calorias diárias consumidas pela criança. Não precisa ficar fazendo conta a toda hora: basta usar o bom senso e, se oferecer algo com teor de gordura nas alturas ao seu filho, cuidar para que o restante do cardápio daquele dia seja mais leve. Para o sódio, vale o mesmo raciocínio, lembrando que até 12% da meninada entre 6 e 18 anos é hipertensa — e aí o excesso de sal, já sabe… Vale conversar com o pediatra sobre o assunto, afastar essa hipótese e pedir uma orientação sobre o consumo diário de sal adequado para o seu filho.

15. É melhor comer frutas com ou sem casca?

“O mais indicado é consumi-las com casca, quando possível, porque ela é uma ótima fonte de fibras”, garante Fábio Ancona Lopes, especialista em nutrição infantil da Unifesp. Mas enfatiza: as frutas devem ser muito bem lavadas em água corrente e com a ajuda de uma escovinha, para que fiquem livres de resíduos de agrotóxicos, substâncias extremamente prejudiciais.

16. Os macarrões instantâneos são liberados?

“A massa em si não faz mal nenhum, pois é uma excelente fonte de carboidratos”, afirma a médica Roseli Sarni. O problema está no condimento que dá sabor e faz com que o prato seja um dos preferidos da garotada. “Além de ser um tempero artificial, ele contém grande quantidade de sódio, que leva ao aumento da pressão e à retenção de água.” Em outras palavras, poder pode, mas só de vez em quando.

17. Vale a pena incluir aqueles pós multivitaminados na alimentação dos meus filhos?

“Esses pós devem ser ingeridos como complementos da alimentação só se a criança apresentar déficit de nutrientes ou estiver abaixo do peso.”, diz Mauro Fisberg. Eles são indicados principalmente quando é necessário aumentar o aporte de calorias, vitaminas ou sais minerais no organismo. O ideal é que esse tipo de suplemento seja utilizado sob a orientação de um nutricionista, já que é muito calórico.

18. As informações estampadas nas embalagens se referem às necessidades nutricionais de crianças ou de adultos?

“Em geral elas se referem às necessidades dos adultos, exceto quando os produtos são dirigidos ao público infantil”, esclarece Fábio Ancona Lopes. “O importante é saber que cada idade requer tipos e quantidades específicos de nutrientes”, completa. E as recomendações mais indicadas para cada faixa só o especialista pode fazer. Moral da história: vale olhar o rótulo? Até vale, mas apenas para ter uma leve referência quando o consumidor é uma criança.

19. Sopas prontas substituem uma refeição?

“De jeito nenhum. A quantidade de fibras e nutrientes presente nesses produtos é muito pequena”, diz categoricamente a nutricionista Priscila Maximino. Sem falar no alto teor de sódio. Se numa hora de aperto você precisar recorrer à praticidade desse tipo de refeição, trate de complementá-la com uma porção de carne, outra de legumes e uma fruta. Lembre-se: nada como a velha e boa sopa caseira, preparada com ingredientes fresquinhos.

20. Quantas vezes por semana doces e refrigerantes podem entrar no cardápio?

Depende. “Se a criança estiver acima do peso, ofereça duas porções de desses itens por semana”, recomenda a nutricionista Priscila Maximino. Mas, se ela não vive em pé de guerra com a balança, três porções semanais estão de bom tamanho. “Esses alimentos devem ser oferecidos com muito mais parcimônia em caso de colesterol ou triglicérides altos ou mesmo hipertensão”, completa.


Como incentivar seu filho a ter uma alimentação mais saudável


A alimentação é essencial para que a criança cresça e se desenvolva bem. OK, disso você já sabia. Mas como fazer uma criança pequena e muito teimosa comer alimentos saudáveis, naturais, e absorver o hábito para o resto da vida? Não é tarefa fácil, mas temos algumas sugestões que podem ajudar.

Lembre-se: você não precisa usar todas essas estratégias. São só idéias, mas cada mãe sabe o que funciona melhor com seu filho, e sabe o tempo que tem disponível para cuidar das refeições e da família.


Deixe a criança participar


Uma ótima maneira de fazer seu filho se interessar é envolvê-lo nas decisões da família sobre a comida. É claro que ele não vai poder ler o cardápio de um restaurante, mas vai adorar ir com você ao supermercado.

Assim que já conseguir fazer isso, peça a ele que segure a lista das compras do supermercado no carrinho. Dê a ele o direito de escolher algumas coisas: cenoura ou chuchu? Abacate ou melão para a sobremesa?

Tente transformar a coisa numa brincadeira: leve-o à feira ou ao supermercado numa "caça ao brócolis", desenhe o brócolis, ensine a ele a cor do brócolis, e faça a maior festa se ele comer. Mas não desanime se com tudo isso ele não quiser abrir a boca nem com reza brava. Aproveite você para comer o brócolis -- com sorte ele vai se inspirar e querer imitá-la.

Há várias outras formas de envolver seu filho na alimentação. Veja algumas idéias:

- Diga que ele é o cozinheiro (vale até um chapéu de chef improvisado, ou um avental) e deixe-o colocar queijo ralado no macarrão, espalhar o molho sobre a massa da pizza, fazer bolinhas com a massa de pão.

- Faça "carinhas" com a comida no prato dele: por exemplo, macarrão como cabelo, dois tomatinhos como olhos, uma almôndega. Em cima da torta, desenhe com a massa a inicial do nome da criança ou use cortadores de biscoito para criar enfeitinhos.

- Ainda com cortadores de biscoito: use-os para cortar sanduíches de pão de forma em formatos divertidos.

- Deixe-o molhar pedaços de fruta no iogurte. Ele vai adorar a meleca, e talvez coma.

- Arranje pratos coloridos, ou um jogo americano divertido, para ele achar mais graça na hora de comer.


Vá até a fonte


Leve seu filho, quando der, para conhecer um pomar, uma horta ou uma fazenda, para ele ver de onde as coisas vêm. Mesmo que você não consiga fazer esse tipo de passeio, mostre as árvores nas ruas, plante um feijão no algodão em casa mesmo, para tentar atrair o interesse da criança. E faça da ida à feira ou ao supermercado um programão para ele.


Cuidado com os sucos artificiais
 

Sucos de caixinha são gostosos mas podem enganar: em vez de nutrientes naturais, podem conter corantes e adoçantes artificiais. Outras vezes os sucos até são naturais, mas contém muito açúcar.

Os sucos naturais, de preferência feitos na hora, com a fruta fresca, são excelentes para a nutrição da criança. Melhor ainda se estiverem misturados com hortaliças (laranja com cenoura, abacaxi com couve). Só que não dá para exagerar no suco: os açúcares naturais das frutas podem "roubar" o apetite do seu filho para outros alimentos, e ainda fazer mal aos dentes, se ele tomar suco o dia todo (pior se for na mamadeira).

Mescle então os sucos com frutas em pedaços. E não se esqueça de oferecer água quando ele estiver com sede. Na lancheira da escola, por exemplo, não é necessário mandar suco todo dia. A criança pode tomar água com o lanche.


Comida saudável com cara de guloseima


Bebidas geladas com frutas são apetitosas no calor. Com alguns ingredientes extras, elas ficam ainda mais saudáveis. Para dar substância, você pode colocar suco de fruta, leite, iogurte ou sorvete. Acrescente as frutas que preferir e ponha ingredientes saudáveis e inofensivos como semente de linhaça moída (não altera o sabor e acrescenta fibra e ômega 3).

Use frutas e hortaliças para fazer bolos caseiros. Se a criança adora bolo de cenoura, talvez se convença a comer a cenoura de outros jeitos. Em bolos e pães feitos em casa, você pode trocar uma parte da farinha por farinha integral, para aumentar o teor de fibra (mas nunca mais que a metade do total de farinha). Até abobrinha dá para usar em receitas de bolo!

Gelatinas naturais são outra grande sacada: em vez de usar o pozinho industrializado, faça um suco de frutas natural ou pegue a polpa e junte gelatina incolor sem sabor, para dar a consistência.


Tente não enganar a criança


Se seu filho se sentir traído pela lasanha que na verdade era de beringela, pode ficar desconfiado para sempre, toda vez que você for dar uma comida para ele, mesmo que seja a preferida.

Dê um aviso de que a coisa é novidade: "Hoje vamos comer uma lasanha especial, que eu adoro!" Você sempre corre o risco de a criança fazer cara feia quando ouvir a palavra "especial" ou "diferente", mas é melhor do que ele recusar tudo o que você oferecer, desconfiando de algum truque.


Pouco é muito


Não é tão difícil suprir as necessidades nutricionais de uma criança pequena. Um inocente lanchinho formado por meio copo de leite integral, uma fatia de pão de forma integral com uma camada fina de creme de amendoim ou geléia natural já responde por 82 por cento das necessidades de proteína num dia todo, além de um terço do total de cálcio necessário, quase todo o magnésio e metade do zinco. Também é um terço da quantidade de carboidratos recomendada.

E uma vitamina com uma banana e meia xícara de morangos já "mata" toda a necessidade de fruta por um dia inteiro.


Seja um bom exemplo


Servir de exemplo para seu filho é uma ótima oportunidade para mudar os seus próprios hábitos alimentares e comer melhor. O pão integral pode ser adotado pela casa inteira. Você vai mesmo ter de comprar frutas e hortaliças, portanto aproveite e coma também.

O que você faz em casa é encarado como o "normal" pelo seu filho. A partir daí, a imitação é natural. Se na sua casa tiver salada todo dia, ele vai achar que é assim que tem de ser, e vai estranhar se na casa do amiguinho não houver nenhum alimento verde na mesa.


Desestresse


Sabemos que é fácil falar, que todos os seus instintos maternos só serão satisfeitos quando o prato estiver vazio... Mas procure não se estressar muito se ele não comer. Há quem diga que as brigas para a criança comer acabam criando um ciclo vicioso: ela recebe bastante atenção e faz mais birra.

Confie nos instintos do organismo do seu filho. Já diziam os médicos das antigas que criança não morre de fome em casa onde haja comida. A epidemia de obesidade levou os especialistas a temerem ainda mais comportamentos como exigir que a criança "raspe o prato" ou usar sobremesa como arma de chantagem.

Se ele não comeu, respire fundo, leve o prato embora e espere a próxima refeição (como o lanche da tarde). Nela, ofereça alimentos nutritivos, como frutas, pão com queijo, leite. Faça todo o esforço do mundo para não ceder logo depois e compensar a falta de alimentação com uma bolacha ou algo de que a criança adore comer: ela vai aprender rapidinho a usar o truque para conseguir o que quer.

Procure participar da refeição, fazendo dela uma situação agradável. A idéia é fazer com que seu filho crie um relacionamento saudável com a comida.

 

Fonte: www.minhavida.com.br
       http://revistacrescer.globo.com/
       http://www.amamentar.net/
       http://saude.abril.com.br/index.shtml