QUALIDADE DE VIDA

Síndrome de Burnout - Parte 2

burnout3O Burnout em Enfermeiros - Os enfermeiros, pelas características do seu trabalho, estão também predispostos a desenvolver burnout.Esses profissionais trabalham diretamente e intensamente com pessoas em sofrimento. Particularmente os enfermeiros que trabalham em áreas como oncologia, muitas vezes se sentem esgotados pelo fato de continuamente darem muito de si próprios aos seus doentes e, em troca, pelas características da doença, receberem muito pouco.

Luís Sá (2006), num estudo realizado com 257 enfermeiros de oncologia, verificou que estes profissionais se encontravam mais desgastados emocionalmente quando comparados com enfermeiros de outras áreas. Um dos principais fatores encontrados da origem do burnout, foi a falta de controle sobre o trabalho Faz-se necessário, ainda, acrescentar que nos territórios da Educação, a Síndrome de Burnout adquire aspectos mais complexos pelo fato de agregar valores oriundos dos sistemas de educação que se alimentam de perspectivas utópicas que interferem, diretamente, no trabalho do professor. Currículos, diretrizes, orientações e demais processos burocráticos acabam por disseminar discussões que sempre acabam acumulando estresse nos processos de ensino e aprendizagem e, consequentemente, envolve o professor e sua práxis. A sociedade, por sua vez transfere responsabilidades extras ao professor, sobrecarregando-o e inculcando-lhe papéis que não serão desempenhados com a competência necessária.


Síndrome de Burnout: uma doença do trabalho


2008 - Saiba mais sobre um distúrbio ainda pouco conhecido da população, mas cada vez mais inerente ao ambiente de trabalho.

Não há dados sobre a incidência da Síndrome de Burnout no Brasil, mas os consultórios médicos e psicológicos registram um constante aumento do número de pacientes com relatos de sintomas típicos da Síndrome. O problema foi identificado em 1974, nos Estados Unidos, pelo pesquisador Freunderberger, a partir da observação de desgaste no humor e na motivação de profissionais de saúde com os quais trabalhava.

O termo síndrome de Burnout resultou da junção de burn (queima) e out (exterior), caracterizando um tipo de estresse ocupacional, durante o qual a pessoa consome-se física e emocionalmente, resultando em exaustão e em um comportamento agressivo e irritadiço. “Boa parte dos sintomas também é comum em casos de estresse convencional, mas com o acréscimo da desumanização, que se mostra por atitudes negativas e grosseiras em relação às pessoas atendidas no ambiente profissional e que por vezes se estende também aos colegas, amigos e familiares”, explica a psicóloga clínica e hipnoterapeuta ericksoniana Adriana de Araújo.

Segundo a especialista, é bom observar que “o problema é sempre relativo ao mundo do trabalho. É importante ressaltar, que a doença atinge pessoas sem antecedentes psicopatológicos”, afirma. A Síndrome afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato próximo com outros indivíduos e dos quais se espera uma atitude, no mínimo, solidária com a causa alheia. É o caso de médicos, enfermeiros, psicólogos, professores, policiais. “Recentemente, a categoria dos funcionários de companhias aéreas inseriu-se entre aquelas de alto risco para desenvolver a Síndrome, devido às pressões intensas e ao desgaste vivido durante a crise dos atrasos nos horários dos vôos”, exemplifica Adriana de Araújo.

Veja a lista completa das áreas mais estressantes:

1) Tecnologia da Informação;

2) Medicina;

3) Engenharia;

4) Vendas e Marketing;

5) Educação;

6) Finanças;

7) Recursos Humanos;

8) Operações;

9) Produção;

10) Religião.

Apesar da associação do distúrbio com o perfil de trabalhadores já mencionados, ele pode afetar executivos e donas de casa também. Em comum, os candidatos à Síndrome apresentam uma personalidade com maior risco para desenvolver Burnout. “Ou seja, são pessoas excessivamente críticas, muito exigentes consigo mesmas e com os outros e que têm maior dificuldade para lidar com situações difíceis”, explica a psicóloga.

A especialista também destaca algumas das características individuais que podem incentivar o estabelecimento da Síndrome: idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez. “Em geral, são indivíduos que gostam e se envolvem com o que fazem, não medindo esforços para atingir seus próprios objetivos e os da instituição em que atuam. De certa forma, é tudo o que as organizações esperam de um bom profissional”, conclui. Ou seja, os ambientes corporativos estimulam, de alguma maneira, esse tipo de comportamento entre os profissionais, criando condições que podem predispor ao adoecimento e, na seqüência direta, em licenças médicas e eventuais afastamentos por longos períodos.

Principais características da Síndrome de Burnout:

SINTOMAS EMOCIONAIS: avaliação negativa do desempenho profissional, esgotamento, fracasso, impotência, baixa auto-estima.

MANIFESTAÇÕES FÍSICAS OU TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS: fadiga crônica, dores de cabeça, insônia, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquicardia, arritmias, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, lapsos de memória.

ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS: maior consumo de café, álcool e remédios, faltas no trabalho, baixo rendimento pessoal, cinismo, impaciência, sentimento de onipotência e também de impotência, incapacidade de concentração, depressão, baixa tolerância à frustração, ímpeto de abandonar o trabalho, comportamento paranóico (tentativa de suicídio) e/ou agressividade.

É preciso deixar claro que a Síndrome de Burnout não deve ser confundida com estresse ou depressão. No primeiro caso, o aparecimento dos sintomas psicossomáticos (dores de cabeça, insônia, gastrite, diarréia, alterações menstruais) sugere muito mais um estresse ocupacional crônico, algo que os estudiosos do assunto definem com tentativa de adaptação a uma situação claramente desconfortável no trabalho.

Em relação à depressão, chegou-se a cogitar uma sobreposição entre Burnout e depressão, no entanto, tratam-se de conceitos distintos. “O que ambos têm em comum é a disforia, o desânimo. Todavia, avaliando-se as manifestações clínicas, encontramos nos depressivos uma maior submissão à letargia e a prevalência aos sentimentos de culpa e derrota, enquanto nas pessoas com Burnout são mais marcantes o desapontamento e a tristeza. A pessoa que vivencia o Burnout identifica o trabalho como desencadeante deste processo”, explica Adriana de Araújo.

Atenção ao ritmo de trabalho

Na realidade, o ritmo acelerado e as tensões no trabalho existentes atualmente, por si só, não desencadeiam a Síndrome. “O desgaste com rotinas extenuantes, horas extras e cobranças de chefias constituem a regra quando o assunto é trabalho nos dias de hoje”, afirma a hipnoterapeuta ericksoniana Adriana de Araújo.

O ambiente de trabalho e as condições organizacionais são fundamentais para que a Síndrome se desenvolva, mas a sua manifestação depende muito mais da reação individual de cada pessoa frente aos problemas que surgem na rotina profissional. A sensação de inadequação na empresa e o sofrimento psíquico intenso desembocam geralmente nos sintomas físicos, quando não dá mais para disfarçar a insatisfação, porque ela afetou a saúde.

O tratamento da Síndrome de Burnout é essencialmente psicoterapêutico. Mas, em alguns casos, pode-se lançar mão de medicamentos como os ansiolíticos ou antidepressivos para atenuar a ansiedade e a tensão, sendo sempre necessária a avaliação e, no caso medicamentoso, a prescrição feita por um medico especialista. “No processo psicoterapêutico, além do enfoque individual para o alívio das dificuldades sentidas, é necessário a reflexão e um redimensionamento das atitudes relativas à atividade profissional, objetivos de vida e cuidados com a auto-estima e com sentimentos mais profundos de aceitação”, defende Adriana de Araújo.

O mercado financeiro

No mercado financeiro, ansiedade e agitação são ingredientes do trabalho. Mas, em excesso, estes componentes podem provocar insônia, variação de peso, exaustão e falhas de memória - motivos que têm levado esta categoria a procurar ajuda médica e psicológica. "Os profissionais do mercado financeiro têm metas muito apertadas, que exigem grande esforço do indivíduo", observa Adriana de Araújo.

O aumento de pacientes vindos do mercado financeiro nos consultórios médicos e psicológicos é fruto do próprio crescimento do mercado de capitais brasileiro, com maior volume de negócios e mais pessoas atuando em bancos, corretoras e gestoras de recursos.

“O problema surge com mais freqüência entre os novatos neste setor, que começam a atuar sem a devida preparação e sem o pleno conhecimento dos mecanismos do mercado de ações. Os mais antigos na profissão estão mais preparados para lidar com a pressão psicológica da atividade que exercem”, afirma a psicóloga. A demanda é maior em momentos de crise no mercado de capitais. Para estes profissionais, “a terapia serve para mostrar que o universo financeiro não condiz com a realidade fora dele. Através de reflexões, mostramos que o cotidiano não funciona assim, que sem saúde física e mental não se pode fazer nada", afirma a psicóloga clínica Adriana de Araújo.

Hora de parar


No decreto N° 3048/99 que regulamenta a Previdência Social, o grupo V da Classificação Internacional de Doenças (CID) 10 menciona no inciso XII a “Síndrome de Burnout, “Síndrome do Esgotamento Profissional”, também identificada como “Sensação de Estar Acabado”. O profissional tem direito a afastar-se uma vez que tenha sido diagnosticada a Síndrome. “É preciso que as empresas se conscientizem da urgência de reavaliar a cultura de exigir dos funcionários metas, às vezes, impossíveis para um ser humano”, alerta Adriana de Araújo.


Síndrome de burnout pode causar desinteresse sexual


Por Arlete Gavranic. Segundo a ISMA – International Stress Management Association 70% dos brasileiros sofrem conseqüências do estresse, mas 30% dos profissionais economicamente ativos sofrem de burnout.

A síndrome de burnout, numa tradução livre do inglês significa combustão completa, é um estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho, mas que pode causar também perda do desejo sexual.

A síndrome é desenvolvida como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação.

Segundo a psicóloga Ana Canosa, a síndrome de burnout ou estresse ocupacional, nem sempre está ligada a função que o trabalhador ocupa, mas na preocupação do indivíduo em relação a sua auto-imagem frente à empresa ou pelas cobranças que faz em relação ao trabalho e à atuação do profissional. 

Segundo o psiquiatra Dr. Luiz A. Nogueira-Martins: ‘Há um estresse adaptativo do organismo (corpo e mente) às pressões internas (desejo, ambições, expectativas) e externas (pressões vinculadas ao exercício profissional e as condições de trabalho)’ .

Num mercado de trabalho onde a idéia de que bom profissional é aquele que ‘veste a camisa’ da organização e que isso significa’ ter hora pra chegar, mas não ter hora pra sair’, onde o acúmulo de funções e o número de cobranças por resultados é crescente, o corpo tenta se adaptar a essa demanda maior de trabalho e preocupações. Mas como isso não é uma situação isolada (não temos essa situação num determinado mês do ano), mas é uma situação prolongada, encontramos os casos cada vez mais frequentes de falência do organismo físico e psíquico por não conseguir dar conta do excesso de trabalho. Isso agrava mais ainda a autoestima do profissional, pois ele enxerga como se fosse incompetência sua e não trabalho excessivo e desproporcional.

Segundo a ISMA – Br, International Stress Management Association 70% dos brasileiros sofrem conseqüências do estresse, mas 30% dos profissionais economicamente ativos sofrem de burnout.

Sintomas

Sintomas físicos: fadiga constante, cefaléias, distúrbios gastrointestinais , alterações do sono, dores musculares, alterações de peso, alterações cardiovasculares e perda da memória.

Sintomas psicológicos: dificuldade de concentração, humor depressivo, ansiedade, rigidez, ceticismo (não consegue acreditar em possibilidades positivas).

Burnout e sexo

Desinteresse geral e dificuldades sexuais, com diminuição de desejo, dificuldades de ereção e de atingir orgasmo.

Sintomas comportamentais: irritabilidade, falta ao trabalho, erros profissionais, uso de álcool, drogas estimulantes, isolamento social e baixa autoestima.

Insatisfação

A baixa compensação financeira que não permite buscar outras compensações (roupas, objetos pessoais, o carro novo, a viagem da família) por orçamento limitado, acaba gerando insatisfação com o trabalho. Se somar a isso dificuldades com a equipe de trabalho, níveis de exigência inalcançáveis ou excitações seguidas de frustrações como “promessas” de prêmios, promoções que não se realizam, a intensidade dessa exaustão e conseqüentemente desse estresse ou burnout serão profundas.

CID 10

Essa síndrome já é catalogada como doença ocupacional, estando no CID 10 (Código Internacional de Doenças) como síndrome do esgotamento profissional.

É importante lembrar que trabalhar não mata, mas é preciso equilíbrio com lazer e prazer pessoal. Se começar a ocorrer interferências na vida pessoal a ponto de não ter tempo de estar com a família, não praticar esportes, não ter lazer social e redução de desejo sexual, é necessário refletir, pois o trabalho precisa de limite. Ignorar esses procedimentos pode levar a uma depressão profunda.

Sexo, relações sociais, esporte e lazer devem ser valorizados, da mesma forma que se valoriza a vida profissional.


Burnout afeta mais quem está em ascenção profissional


Por Renato Miranda - Estudo realizado na Inglaterra diz que promoção no trabalho causa estresse. A pesquisa foi conduzida por economistas e psicólogos da universidade de Warwick. Foram ouvidas cerca de mil pessoas promovidas entre 1991 e 2005.

Rotina e estresse

O estresse causado pela rotina do treinamento esportivo ou do trabalho é um fenômeno natural. A regulação do estresse se dá naturalmente pelo equilíbrio entre a habilidade psicofísica da pessoa realizar tarefas e o nível de exigência das mesmas.

Em outras palavras, quando minhas habilidades emocionais e cognitivas, como por exemplo: controle dos níveis de excitação nervosa, capacidade de concentração, automotivação, resistência física, força e demais aptidões estão compatíveis com os níveis de exigências (tarefas) do treinamento ou do trabalho da pessoa, o estresse, tanto físico como psíquico, pode ser bem administrado e não há maiores problemas paras as pessoas.

Quando esse equilíbrio entre habilidade e tarefas é rompido ou inexiste, é preciso diminuir o grau de exigência da tarefa ou aumentar as habilidades da pessoa. No entanto, nem sempre é tão simples assim. A partir do momento em que uma pessoa já atingiu certo nível de habilidades psicofísicas e tem uma rotina prevista pelo programa de treinamento ou de trabalho, resta à pessoa somente a possibilidade de aumentar sua resistência a esse estresse diário. Dificilmente cargas de trabalho (exigências de tarefas) são ajustadas ao potencial da pessoa. O que é lamentável, pois, aumentar habilidades e/ou diminuir cargas de trabalho deveria fazer parte harmoniosamente da rotina das pessoas.

Como resultado do processo de se exigir cada vez mais da pessoa, temos um estresse exagerado que gera uma adaptação negativa da rotina diária. Ou seja, a pessoa consegue resistir ao estresse, mas fatalmente irá sucumbir algum dia. É como se a resistência ao estresse diário tivesse um destino certo: o esgotamento, e este fosse uma questão de tempo.

Burnout

O esgotamento psicofísico do organismo (burnout), representado como um colapso nervoso, é uma síndrome psicológica de exaustão emocional com reduzida percepção de satisfação, baixo nível de motivação e desinteresse pela atividade e por mais que esforços pessoais sejam frequentes para melhorar o desempenho, geralmente são ineficazes e há uma queda significativa do mesmo.

Sintomas do burnout

Para que possamos identificar o burnout algumas características no comportamento da pessoa devem ser observadas como:

- Aumento da frequência cardíaca em repouso;

- Distúrbios no sono e alimentação;

- Aumento dos níveis de ansiedade;

- Problemas de concentração;

- Insatisfação com a atividade (esporte, trabalho etc.);

- Distanciamento emocional e social da pessoa em relação ao grupo que pertence;

- Queda no desempenho e outras.

Prevenção

Em uma possível prevenção sugiro que líderes (treinadores esportivos, dirigentes de instituições, chefias de trabalho em geral e outros) e atletas de um modo geral, bem como trabalhadores, orientem suas atuações da seguinte maneira: lembre-se: onde estiver a palavra atleta/treinador substitua por trabalhador/dirigente, quando for o caso.

Procedimentos

- Fixar objetivos de desempenho progressivos e decididos entre treinadores e atleta, conjuntamente, para direcionar e sustentar a motivação;

- O atleta reconhecer que está em “burnout” e aumentar a comunicação com técnicos, família e psicólogos;

- Ensinar aos atletas estratégias de cuidados com a saúde (veja textos anteriores);

- Melhorar a comunicação (manter diálogos com alto nível de educação e respeito) entre técnico e atleta;

- Tornar os treinamentos/trabalho, apesar de árduos, em momentos alegres;

- Variação dos métodos de treinamento para combater a monotonia;

- Forte suporte social da família, técnicos e companheiros;

- Treinamento psicofisiológico (ex.: técnicas de relaxamento – clique aqui).

Com essas orientações podemos de certa maneira providenciar prevenção ao burnout um fenômeno que atualmente acomete trabalhadores e atletas de maneira relativamente comum, principalmente em uma faixa de pessoas que estão em ascensão profissional e precisam melhorar seu desempenho continuadamente, pois estão frequentemente sendo avaliadas.

Para começar, reflita a seguinte situação: imagine que no ano passado nessa mesma semana do ano, possivelmente você ficou nervoso, se aborreceu ou aconteceu algo parecido e isso fez mal à sua saúde. Agora, tente descobrir qual motivo foi a causa desse estado. Dificilmente você irá lembrar. Portanto, cuidado com o estresse do dia-a-dia e avalie o quanto vale a pena sofrer por um ou outro desempenho.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Burnout
       http://www.administradores.com.br/
       http://www2.uol.com.br/vyaestelar/index.htm