HISTÓRIA E CULTURA

Quanto custa ter um filho e como se planejar financeiramente?

custofilho114/02/2022 - Saber quanto custa ter um filho é essencial para oferecer tudo o que uma criança precisa e manter as finanças equilibradas. Você precisa pensar em custos com enxoval, alimentação, creche, escola, plano de saúde, entre outras despesas essenciais. Para os pais de primeira viagem, pode ser complicado estimar todos os gastos e entender o impacto no orçamento da família. Então, para te ajudar, neste artigo mostraremos como calcular quanto custa ter um filho a partir de alguns valores aproximados para você se basear.

Quanto custa ter um filho?

Ter um filho pode custar entre R$ 400 mil e R$ 2 milhões, se considerarmos todos os gastos dos 0 aos 18 anos. Essa é a estimativa calculada por especialistas financeiros do Insper consultados pela Forbes, considerando os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o tema. No caso, o custo de R$ 400 mil é estimado para famílias da classe C. O valor salta para R$ 900 mil para famílias da classe B, e para R$ 2 milhões entre a classe AB. Considerando o valor mínimo, de R$ 400 mil, podemos concluir que o gasto mensal médio com um filho é de R$ 1.851. Mas é claro que estamos falando de um valor aproximado, pois esses custos variam muito conforme a cidade, classe social, renda familiar, padrão de vida, idade da criança ou adolescente, entre outros fatores. Então, vamos conferir as médias de gastos para cada fase da vida de um filho.

Qual o gasto mensal com bebê recém-nascido?

O gasto mensal médio com um bebê recém-nascido é de, aproximadamente, R$ 10 mil, considerando todos os produtos necessários para preparar a casa e cuidar da criança. Na prática, um enxoval completo com carrinho, banheira, berço, babadores, macacões, fraldas, roupas de cama e banho, produtos de higiene, móveis e acessórios pode custar entre R$ 5 mil e R$ 15 mil — ou ultrapassar facilmente esse valor entre famílias mais ricas. O único item que pode sair um pouco mais barato é o plano de saúde, já que as mensalidades são menores para os recém-nascidos (entre R$ 150 e R$ 300 nos planos mais populares). Além disso, é preciso contabilizar ainda os gastos com babá, se for o caso, e uma possível reforma ou mudança de residência para acomodar o novo membro da família. Se colocarmos os custos de pré-natal e parto na conta, o valor pode subir ainda mais.

Quanto custa um filho no primeiro ano de vida?

O primeiro ano de vida de um filho custa, em média, R$ 16 mil, de acordo com os cálculos realizados pelo blog Just Real Moms. O valor pode aumentar ou diminuir conforme as marcas escolhidas pela família, necessidade ou não de uma creche, opção pelo aleitamento materno ou fórmula, entre outros fatores. Para você ter uma ideia, dos 0 aos 3 anos, os bebês usam, em média, 5 fraldas por dia. Considerando o custo médio de R$ 0,75 por fralda, o gasto mínimo com esse item essencial será de cerca de R$ 4 mil. O restante dos gastos se divide entre produtos de higiene (sabonete, algodão, óleo, lenços umedecidos, etc.), alimentação (leite em pó, mamadeira, babador, talheres, etc.), roupas, roupas de cama, banheira, móveis e passeio (carrinho, cadeirinha para o carro, etc.), entre outros itens.

Quanto custa uma criança em diferentes fases da infância?

Os gastos com uma criança variam conforme a fase da infância e da adolescência, mas a tendência geral é que os gastos aumentem. Dos 0 aos 4 anos, por exemplo, o enxoval tem um custo alto, mas é possível ser econômico e comprar somente os itens essenciais, além de poupar dinheiro com serviços de babá e creche, se possível. Nessa primeira fase, os custos devem girar em torno de R$ 35 mil, considerando o investimento inicial mais os quatro primeiros anos. Quando a criança chega à idade escolar, a mensalidade de uma escola particular adiciona um custo mensal significativo. De acordo com uma pesquisa da Quero Bolsa, estes são os custos médios da mensalidade de colégios particulares nas principais fases da vida escolar em diferentes estados:

Ensino Infantil: entre R$ 270 e R$ 906;
Ensino Fundamental I: entre R$ 309 e R$ 975
Ensino Fundamental II: entre R$ 345 e R$ 1.022;
Ensino Médio: entre R$ 486 e R$ 1.251.

Há escolas que cobram valores bem acima, mas, com base nesses números, já dá para imaginar quanto custa ter um filho em diferentes fases da infância e adolescência.

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Quanto custa criar um filho até os 18 anos?

Estes são os custos médios para criar um filho até os 23 anos de acordo com a classe social da família, segundo uma pesquisa do Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (INVENT):

renda de até R$ 2 mil por mês: cerca de R$ 54 mil dos 0 aos 23 anos de vida de um filho;
renda entre R$ 2 mil e R$ 6 mil: o valor passa dos R$ 400 mil no mesmo período;
renda entre R$ 6 mil e R$ 25 mil: as despesas com filhos chegam a quase R$ 1 milhão;
renda acima de R$ 25 mil: gastam R$ 2 milhões ou mais com um filho.

Principais custos para criar um filho


Agora que você já tem uma ideia de quanto custa ter um filho, vamos falar sobre os principais gastos que uma criança traz para a família. Confira.

Enxoval

Como vimos, o enxoval inclui todos os produtos de que um bebê necessita em seus primeiros anos de vida e o valor pode ultrapassar facilmente os quatro dígitos. Os pais podem escolher se preferem itens mais econômicos ou se querem adotar o que há de melhor e mais moderno, incluindo produtos inovadores como bombas de amamentação inteligentes, mamadeiras com autoaquecimento e babás eletrônicas.

Mobília

Conforme a criança cresce, é preciso substituir móveis do quarto como cama, guarda-roupa e cômoda. Além disso, a decoração também acompanha as diferentes fases de desenvolvimento e preferências do filho.

Roupas e acessórios

Todo pai e mãe enfrenta o drama de perder várias roupas e calçados porque o filho está crescendo muito rápido. Muitos pais participam de brechós e trocam roupas entre os familiares, pois é complicado acompanhar o ritmo de crescimento dos pequenos e manter o guarda-roupa completo.

Alimentação

Desde o nascimento, a criança demanda uma alimentação equilibrada e planejada para crescer de forma saudável. E mais: vários produtos infantis industrializados são caros, como a fórmula para bebês e as guloseimas.

Creche

Para os pais que trabalham e não contam com avós dispostos a ficar com o filho, a única saída para seguir a carreira é pagar uma creche. Com sorte, a família pode conseguir uma vaga na creche pública, mas a mensalidade de uma instituição particular não sai por menos de R$ 500 pelo meio período.

Mensalidade da escola particular

Como vimos, as mensalidades de escola particular ultrapassam R$ 1 mil e encarecem à medida que a criança cresce. Isso porque os exemplos mencionados são de instituições mais populares, pois os colégios mais tradicionais podem cobrar mensalidades que passam dos R$ 5 mil.

Cursos e atividades extracurriculares

Além da escola, é provável que você queira oferecer cursos e atividades extracurriculares para enriquecer a educação do seu filho. Por isso, é importante contabilizar as aulas de natação, judô, balé, inglês, violão e o que mais a criança desejar e puder fazer.

Plano de saúde

O plano de saúde é indispensável para crianças, que precisam de consultas regulares com o pediatra. Assim como no plano para adultos, a mensalidade aumenta conforme a faixa etária.

Material escolar

O material escolar pesa no orçamento no início do ano, e chega com a matrícula da escola. Dependendo das exigências do colégio, os preços podem variar entre R$ 200 e R$ 3 mil, contando com livros.

Brinquedos e lazer

Os brinquedos e passeios fazem parte da infância e devem ser incluídos no orçamento.

Os gastos nessa área são muito variáveis, mas a tendência é que os ingressos para atrações infantis e produtos para entretenimento encareçam com o passar do tempo.

Tecnologia

Na era digital, os pais também precisam se preocupar com os gastos com tecnologia. Afinal, que criança não quer ter seu videogame, tablet, computador gamer e, mais recentemente, smartphone?

Como se planejar para ter um bebê

Por fim, vamos dar algumas dicas para ajudar você a se planejar para ter um bebê e estimar quanto custa ter um filho. Veja a seguir.

Planeje o pré-natal e o parto

Durante a gravidez, os gastos com pré-natal na rede particular podem custar muito caro. Já o parto no particular pode ultrapassar facilmente os R$ 10 mil. Por isso, é importante verificar as coberturas e carência do seu convênio médico antes de ter um filho e, se necessário, trocar de plano a tempo para ter uma gestação tranquila e um parto seguro.

Planeje o enxoval com antecedência

Como vimos, o enxoval é o principal gasto nos primeiros meses e anos do bebê. Então, é essencial começar a pesquisar os preços antes mesmo da gravidez e entender como funciona esse mercado.

Faça o famoso chá de bebê

O chá de bebê é uma ótima oportunidade para economizar com o enxoval e envolver a família no processo. Não deixe de marcar o seu e preparar uma lista de presentes caprichada. Dica: também vale substituir o chá de bebê por um chá de fraldas, caso você já tenha o enxoval encaminhado.

Pense na sua carreira

É fundamental pensar em como os pais vão seguir a carreira após o nascimento do bebê. Na maioria das vezes, a solução é o berçário ou creche, e vale a pena pesquisar preços desses serviços com antecedência.

Prepare sua casa e seu bolso

Além de estimar todos os gastos que você terá com a criança, é essencial preparar sua casa para receber o novo membro da família. Isso inclui verificar a segurança do seu lar, reservar um quarto confortável e próximo ao seu, telar janelas e mobiliar corretamente o espaço do bebê.

 

Quanto custa um filho em cada classe social? Despesa pode passar de R$ 1 milhão

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30/03/2022 - Custos variam bastante conforme a faixa de renda, segundo cálculo do planejador financeiro Guilherme Baía; veja simulações. A decisão de se tornar pai ou mãe envolve um conjunto de escolhas. Além da opção particular de cuidar ou não de uma criança, outro ponto a ser considerado é a programação financeira. Para dar esse passo, é preciso saber quanto custa ter um filho em famílias com diferentes faixas de renda.

O InvestNews consultou Guilherme Baía, planejador financeiro da Fiduc, para entender o valor dos gastos envolvidos na criação do filho.

Quanto custa ter um filho até a faculdade?

Segundo o especialista, os principais gastos totais com o filho até a faculdade têm um valor estimado de mais de R$ 1 milhão para uma família da classe A. Esse valor pode mudar conforme a localização, a classe social e o planejamento financeiro de quem vai criá-lo. Não se assuste com o valor, afinal estamos falando de uma quantidade grande de fraldas, alimentos, roupas, mensalidades, gastos com saúde e despesas em geral ao longo de mais de 20 anos. Para trazer uma ideia mais próxima de cada realidade, consideramos a classe social e as despesas por faixa etária:

Gastos anuais por classe social

Quanto maior for a renda de uma família, maior será o acesso da criança a recursos como plano de saúde, ensino privado e atividades extracurriculares. Já as famílias de renda mais baixa usam a estrutura do serviço público, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede pública de ensino. Muitas famílias, inclusive, contam com a merenda oferecida pelas escolas para a refeição diária dos filhos. Para calcular os gastos com um filho por classe social, Baía considerou desde o nascimento da criança até os 23 anos. Essa é a idade em que o filho costuma terminar a faculdade e espera-se que ele já tenha independência para cuidar da própria vida financeira. A estimativa não considera a projeção da inflação para as próximas duas décadas. Vale considerar, ainda, que esses números podem mudar de acordo com a região do país e se é área urbana ou interior.

Classe A

Em famílias com renda ao redor de 25 salários mínimos, os gastos ficam entre R$ 882 mil e R$ 1,6 milhão. Considerando custos mensais de, em média, R$ 3.998,00, essa classe social investe R$ 1,1 milhão nos primeiros 23 anos de vida do filho. Confira como esse valor se distribui anualmente em cada faixa etária:

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Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Classe B

Famílias que possuem renda de até 10 salários mínimos gastam em torno de R$ 2.546,00 por mês com cada filho, totalizando mais de R$ 702 mil reais ao longo de 23 anos. O valor total ainda pode variar entre R$ 597 mil e R$ 878 mil.

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Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Classe C

Ter um filho na classe C, com renda de até 6 salários mínimos, custa entre R$ 324 mil e R$ 432 mil. Considerando despesas mensais de R$ 1.307,00, os gastos são de R$ 360 mil.

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Leia também - O Assassinato da Princesa Diana

Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Classe D

Por ter uma renda de até 3 salários mínimos, a classe D costuma optar por serviços públicos de saúde e educação, o que reduz consideravelmente as despesas. Os custos mensais ficam em torno de R$ 392,00, totalizando R$ 108 mil.

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Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Despesas por faixa etária

Cada fase da criança requer custos específicos. Quanto mais preparado você estiver, melhor vai lidar com gastos extras e encarar períodos de instabilidade econômica.

De zero a dois anos

Os primeiros seis meses de vida do bebê incluem custos com exames, vacinas, remédios, consultas com pediatra, alimentação, roupas e itens de higiene. Um plano de saúde pode cobrir as despesas médicas e garantir a cobertura de procedimentos, caso seja necessário. Caso o pai ou a mãe precise trabalhar e não tenha com quem deixar a criança nesse período, os berçários recebem bebês a partir de quatro meses, aumentando os cursos dessa fase.

De três a sete anos

Os principais gastos são com mensalidade escolar, material didático, transporte para a escola, lanche e uniforme. O valor médio da mensalidade na Educação Infantil varia conforme a localidade. Considerando um custo médio de R$800 ao mês, o valor total da escola dos três aos sete anos é de R$48 mil.

De sete a 14 anos

Nessa fase, a criança tem mais definição sobre seus interesses e o desejo por brinquedos, roupas, acessórios, eletrônicos, passeios, etc. Também é nesse período que os filhos participam de atividades extracurriculares, como um curso de idiomas e prática de esportes. Novas despesas médicas também surgem, como tratamento odontológico, por exemplo.

A partir dos 16 anos

A mensalidade escolar é maior, especialmente no Ensino Médio. Nessa fase, o adolescente pode optar por fazer curso técnico em escolas gratuitas ou conseguir bolsa de estudo. Ele também pode começar a trabalhar por meio de programas de estágio, o que pode contribuir para diminuir os custos. Essa época inclui ainda um curso pré-vestibular e a faculdade. Há graduações com valores mais flexíveis, além de programas de bolsas. Já as graduações mais caras, como Medicina, aumentam o preço conforme a região e a instituição de ensino. mAgora, se a expectativa é que seu filho estude em uma universidade no exterior, considere gastos com passagem, moradia, alimentação, taxas e anuidade. Cursar uma faculdade nos Estados Unidos, segundo matéria publicada no Business Insider, pode custar quase US$ 40 mil.

Custos durante a gravidez

Os custos durante da gravidez incluem despesas com exames e procedimentos na gestação, montagem do quarto e enxoval da mãe e do bebê. Para fortalecer esse processo de planejamento consciente, pensando no bem-estar do futuro filho, dividimos abaixo alguns custos relacionados à gravidez:

Pré-natal

O pré-natal é o acompanhamento médico durante toda a gravidez e inclui uma série de exames. Essa assistência tem o objetivo de prevenir a saúde da mãe e do bebê e intervir com remédios ou procedimentos se houver problemas na gestação. Há planos de saúde que incluem obstetrícia e exames pré-natal.

Parto

Um parto no plano particular inclui os profissionais envolvidos, como obstetra, anestesista, pediatra e acesso à UTI neonatal. Alguns hospitais oferecem o Plano Maternidade para quem não tem convênio particular. O plano é específico para o procedimento e as despesas precisam ser pagas antes da data do parto.

Enxoval

O preço do enxoval do bebê pode variar bastante de uma loja para outra e dos itens que o compõem. Nesta categoria também entra o enxoval da mãe, tanto para a gestação como o pós-parto. São itens como roupas de gestante, sutiã e pijamas de amamentação, bico de silicone, etc. É possível evitar desperdícios fazendo uma boa pesquisa de preços e com o foco em adquirir os itens essenciais dentro do orçamento. Além disso, o chá-de-bebê pode diminuir os custos. Um outro ponto importante é a preparação do quarto do bebê. Alguns pais até planejam mudar de casa ou apartamento para que a criança tenha um espaço maior quando crescer. É aí que o planejamento financeiro faz a diferença.

Fertilização

Procedimentos como a captação de espermatozóides e a inseminação artificial costumam ter preços mais baixos, enquanto a fertilização in vitro custa mais por tentativa. O plano de saúde não cobre o procedimento, apenas consultas e exames. O SUS pode cobrir uma parte ou todas as despesas para tratamento de reprodução assistida. No entanto, as vagas são limitadas e pode haver um teto de idade para a mulher, entre 35 e 40 anos.

Adoção

Se você tem planos de adotar um filho, não há custos com o pedido. O principal fator é o tempo na fila de espera, mas que pode ser aproveitado para criar uma reserva de emergência para criá-lo quando chegar.

Dicas de planejamento financeiro

Quando o casal tem a intenção de ter filhos, mesmo sem saber quando, já é hora de começar a se planejar. Quanto mais cedo pouparem, vai ser mais fácil contar com o trabalho dos juros compostos para aumentar a reserva financeira.

Confira algumas dicas:

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A decisão de se tornar pai ou mãe envolve um conjunto de escolhas. Além da opção particular de cuidar ou não de uma criança, outro ponto a ser considerado é a programação financeira. Para dar esse passo, é preciso saber quanto custa ter um filho em famílias com diferentes faixas de renda.

O InvestNews consultou Guilherme Baía, planejador financeiro da Fiduc, para entender o valor dos gastos envolvidos na criação do filho.

Quanto custa ter um filho até a faculdade?


Segundo o especialista, os principais gastos totais com o filho até a faculdade têm um valor estimado de mais de R$ 1 milhão para uma família da classe A. Esse valor pode mudar conforme a localização, a classe social e o planejamento financeiro de quem vai criá-lo. Não se assuste com o valor, afinal estamos falando de uma quantidade grande de fraldas, alimentos, roupas, mensalidades, gastos com saúde e despesas em geral ao longo de mais de 20 anos. Para trazer uma ideia mais próxima de cada realidade, consideramos a classe social e as despesas por faixa etária:

Gastos anuais por classe social


Quanto maior for a renda de uma família, maior será o acesso da criança a recursos como plano de saúde, ensino privado e atividades extracurriculares. Já as famílias de renda mais baixa usam a estrutura do serviço público, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede pública de ensino. Muitas famílias, inclusive, contam com a merenda oferecida pelas escolas para a refeição diária dos filhos. Para calcular os gastos com um filho por classe social, Baía considerou desde o nascimento da criança até os 23 anos. Essa é a idade em que o filho costuma terminar a faculdade e espera-se que ele já tenha independência para cuidar da própria vida financeira. A estimativa não considera a projeção da inflação para as próximas duas décadas. Vale considerar, ainda, que esses números podem mudar de acordo com a região do país e se é área urbana ou interior.

Classe A


Em famílias com renda ao redor de 25 salários mínimos, os gastos ficam entre R$ 882 mil e R$ 1,6 milhão. Considerando custos mensais de, em média, R$ 3.998,00, essa classe social investe R$ 1,1 milhão nos primeiros 23 anos de vida do filho.

Confira como esse valor se distribui anualmente em cada faixa etária:

Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Classe B


Famílias que possuem renda de até 10 salários mínimos gastam em torno de R$ 2.546,00 por mês com cada filho, totalizando mais de R$ 702 mil reais ao longo de 23 anos. O valor total ainda pode variar entre R$ 597 mil e R$ 878 mil.

Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Classe C


Ter um filho na classe C, com renda de até 6 salários mínimos, custa entre R$ 324 mil e R$ 432 mil. Considerando despesas mensais de R$ 1.307,00, os gastos são de R$ 360 mil.

Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Classe D


Por ter uma renda de até 3 salários mínimos, a classe D costuma optar por serviços públicos de saúde e educação, o que reduz consideravelmente as despesas. Os custos mensais ficam em torno de R$ 392,00, totalizando R$ 108 mil.

Fonte: Guilherme Baía, planejador financeiro

Despesas por faixa etária


Cada fase da criança requer custos específicos. Quanto mais preparado você estiver, melhor vai lidar com gastos extras e encarar períodos de instabilidade econômica.

De zero a dois anos


Os primeiros seis meses de vida do bebê incluem custos com exames, vacinas, remédios, consultas com pediatra, alimentação, roupas e itens de higiene.

Um plano de saúde pode cobrir as despesas médicas e garantir a cobertura de procedimentos, caso seja necessário.

Caso o pai ou a mãe precise trabalhar e não tenha com quem deixar a criança nesse período, os berçários recebem bebês a partir de quatro meses, aumentando os cursos dessa fase.

De três a sete anos


Os principais gastos são com mensalidade escolar, material didático, transporte para a escola, lanche e uniforme.

O valor médio da mensalidade na Educação Infantil varia conforme a localidade. Considerando um custo médio de R$800 ao mês, o valor total da escola dos três aos sete anos é de R$48 mil.

De sete a 14 anos


Nessa fase, a criança tem mais definição sobre seus interesses e o desejo por brinquedos, roupas, acessórios, eletrônicos, passeios, etc.

Também é nesse período que os filhos participam de atividades extracurriculares, como um curso de idiomas e prática de esportes. Novas despesas médicas também surgem, como tratamento odontológico, por exemplo.

A partir dos 16 anos


A mensalidade escolar é maior, especialmente no Ensino Médio. Nessa fase, o adolescente pode optar por fazer curso técnico em escolas gratuitas ou conseguir bolsa de estudo. Ele também pode começar a trabalhar por meio de programas de estágio, o que pode contribuir para diminuir os custos.

Essa época inclui ainda um curso pré-vestibular e a faculdade. Há graduações com valores mais flexíveis, além de programas de bolsas. Já as graduações mais caras, como Medicina, aumentam o preço conforme a região e a instituição de ensino.

Agora, se a expectativa é que seu filho estude em uma universidade no exterior, considere gastos com passagem, moradia, alimentação, taxas e anuidade. Cursar uma faculdade nos Estados Unidos, segundo matéria publicada no Business Insider, pode custar quase US$ 40 mil.

Custos durante a gravidez


Os custos durante da gravidez incluem despesas com exames e procedimentos na gestação, montagem do quarto e enxoval da mãe e do bebê.

Para fortalecer esse processo de planejamento consciente, pensando no bem-estar do futuro filho, dividimos abaixo alguns custos relacionados à gravidez:

Pré-natal


O pré-natal é o acompanhamento médico durante toda a gravidez e inclui uma série de exames. Essa assistência tem o objetivo de prevenir a saúde da mãe e do bebê e intervir com remédios ou procedimentos se houver problemas na gestação. Há planos de saúde que incluem obstetrícia e exames pré-natal.

Parto


Um parto no plano particular inclui os profissionais envolvidos, como obstetra, anestesista, pediatra e acesso à UTI neonatal.

Alguns hospitais oferecem o Plano Maternidade para quem não tem convênio particular. O plano é específico para o procedimento e as despesas precisam ser pagas antes da data do parto.

Enxoval


O preço do enxoval do bebê pode variar bastante de uma loja para outra e dos itens que o compõem. Nesta categoria também entra o enxoval da mãe, tanto para a gestação como o pós-parto. São itens como roupas de gestante, sutiã e pijamas de amamentação, bico de silicone, etc.

É possível evitar desperdícios fazendo uma boa pesquisa de preços e com o foco em adquirir os itens essenciais dentro do orçamento. Além disso, o chá-de-bebê pode diminuir os custos.

Um outro ponto importante é a preparação do quarto do bebê. Alguns pais até planejam mudar de casa ou apartamento para que a criança tenha um espaço maior quando crescer. É aí que o planejamento financeiro faz a diferença.

Fertilização


Procedimentos como a captação de espermatozóides e a inseminação artificial costumam ter preços mais baixos, enquanto a fertilização in vitro custa mais por tentativa.

O plano de saúde não cobre o procedimento, apenas consultas e exames. O SUS pode cobrir uma parte ou todas as despesas para tratamento de reprodução assistida. No entanto, as vagas são limitadas e pode haver um teto de idade para a mulher, entre 35 e 40 anos.

Adoção

Se você tem planos de adotar um filho, não há custos com o pedido. O principal fator é o tempo na fila de espera, mas que pode ser aproveitado para criar uma reserva de emergência para criá-lo quando chegar.

Dicas de planejamento financeiro

Quando o casal tem a intenção de ter filhos, mesmo sem saber quando, já é hora de começar a se planejar. Quanto mais cedo pouparem, vai ser mais fácil contar com o trabalho dos juros compostos para aumentar a reserva financeira.

Confira algumas dicas:

Meta mensal

O valor poupado deve fazer parte do orçamento destinado à reserva para investimentos. O ideal é destinar de 20% a 30% do salário para planos futuros, onde entra o custo do futuro filho.

Tratamentos

Os pais podem consultar especialistas antes de se decidirem ou não por terem um filho. Isso evita que se descubra algum problema quando a mulher já estiver com menos chances de engravidar. Assim, se houver necessidade de tratamento, vai ser mais tranquilo em todos os aspectos, principalmente o psicológico. Portanto, considere essa fase preparatória no orçamento, bem como um tratamento de fertilização, caso necessário.

Preferências

A mãe vai querer um quarto particular no hospital? Será parto normal ou cesárea? Vai ser parto humanizado? As fraldas serão todas descartáveis ou terá as reutilizáveis também? O casal precisa considerar suas preferências na hora de cuidar do bebê e durante a criação dele. Essa conversa pode ser importante para ter um orçamento mais realista sobre seus interesses e necessidades.

Reserva de 6 meses

O ideal é ter reserva suficiente para cobrir pelo menos os custos da gestação e dos primeiros seis meses do bebê. Esse valor deve ser guardado antes da gravidez.

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Poupança para criança ou investir para construir um patrimônio?

Pensando no futuro dos filhos, muitos pais também consideram a ideia de abrir uma conta no nome da criança e deixar esse dinheiro guardado. Se for uma conta poupança, essa quantia vai perder valor ao longo do tempo por causa da inflação. Agora que você sabe quanto custa ter um filho e como o tempo pode fazer a diferença, o ideal é buscar aplicações seguras, que podem superar a perda da inflação e ainda garantir um rendimento. Você pode abrir a conta em uma corretora no nome do seu filho e ficar responsável por ela até a maioridade dele. Essa é uma forma de inserir a educação financeira na vida da criança ao longo do tempo e ajudá-la também a planejar o futuro dela. Agora é com você! Comece pelo planejamento financeiro de quando pretende ter um filho e monte um orçamento de quanto vai precisar poupar por mês até ter pelo uma reserva para a gestação e os primeiros seis meses do bebê.

Fonte: https://neon.com.br/
           https://investnews.com.br/