VERDADES INCONVENIENTES

Brasil, um dos mais caros do planeta - Parte 2

brasil_caro_carro_caroLucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo - 27/06/2011 - Por Joel Leite - O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o “alto valor da mão de obra”, mas os fabricantes não revelam quanto os salários – e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei. A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção.

Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir, como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, “é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa”. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros. 

A carga tributária caiu e o preço do carro subiu

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje – com os critérios alterados – o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo, que baixaram o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva. 

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o “Lucro Brasil” (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.


No Brasil, iPad é o mais caro do mundo


O iPad vendido no Brasil é o mais caro do mundo, de acordo com levantamento feito pelo GLOBO em 20 países. Em alguns casos, o valor cobrado aqui é praticamente o dobro do comercializado em locais como Hong Kong, onde há o menor preço. O modelo do tablet com conexão 3G e memória de 64 GB custa R$ 2.599 aqui — e R$ 1.381,94 na ilha asiática. Advogados ressaltam que o produto da norte-americana Apple é assim tão salgado para o bolso dos brasileiros devido à alta carga tributária, com a incidência de seis tributos, e à margem de lucro bruto das redes varejistas.Segundo projeções feitas por especialistas e fontes do varejo, o iPad 3G com memória de 64 GB (modelo mais vendido em todo o mundo) chega no Brasil por volta de R$ 1 mil. Mas, depois disso, o preço sobe 160%. Primeiro, o tablet ganha aumento de 13%, com frete, seguro, IOF e outras despesas aduaneiras, como armazenamento. Em seguida, outro salto, agora de 87%, com a incidência de imposto de importação, ICMS, IPI e PIS/Cofins. E ainda há mais: o varejo eleva em outros 22% o preço do tablet para o consumidor final.

Bruno Carramaschi, do escritório Lobo & de Rizzo Advogados, e Cristiano Frederico Ruschmann, do escritório Dias Carneiro Advogados, ressaltam que a tributação no Brasil é única, pois um imposto é calculado sobre o outro.

— Há uma excessiva carga tributária no país. São seis tributos. E o cálculo é feito em cascata, o que sai caro para o consumidor. O que sobra para o mercado brasileiro é a margem de 22% do varejo. O resto é de impostos e contribuições. E esse cenário só vai se alterar quando houver redução da carga tributária — diz Carramaschi.

O cenário, porém, é bem diferente de México e países da Europa, onde há incidência apenas de um imposto similar ao ICMS. Nesses casos, o tributo encarece o tablet entre 13,79% e 18,70%. No Reino Unido e em Portugal, por exemplo, dois dos locais mais caros no continente europeu para comprar um iPad, o VAT é de 14,89% e 18,70%, respectivamente. No México, país mais barato da América Latina, o tributo é de 13,79%. Nos EUA, a cobrança é ainda menor: de 6,54%, em Miami, e de 8,15%, em Nova York, por exemplo.

No Brasil, assim como em boa parte dos 43 países onde está disponível, há seis modelos de iPad à venda. Entre os que se conectam apenas à rede Wi-Fi (sem fio), há aparelhos com três tamanhos de memória: 16GB, 32GB e 64GB. Além disso, com as mesmas variações de memória, há a versão que permite, além de Wi-Fi, acessar a internet através da rede 3G das operadoras.

Segundo relatório do Barclays Capital, o iPad deve ganhar uma nova versão entre março e abril. A Apple, no entanto, ainda não comenta sobre esta nova máquina.

O Barclays estima que devam ser vendidos ao redor do mundo cerca de 23 milhões de iPads neste ano, o que significaria cerca de 60% do total de tablets que devem ser comercializados. Na carona da Apple, empresas como HP, Dell, RIM (que produz o BlackBerry), Motorola, Toshiba, Acer, Asus, Microsoft e Google prometem lançar seus modelos. Até outubro do ano passado, segundo a Apple, haviam sido comercializados 7,5 milhões de unidades.

Em todos os modelos do iPad, o Brasil também ostenta os maiores preços. O modelo 3G, com memória de 16GB, sai a R$ 2.049, após os tributos e a margem do varejo. Antes disso, o produto chega no Brasil por volta de R$ 800. Em segundo lugar no “ranking” dos mais caros, aparece a vizinha Argentina, onde o mesmo tablet custa R$ 1.790,10, seguido da África do Sul, a R$ 1.765,41.

É por essas e outras, diz uma fonte do varejo, que o iPad, lançado oficialmente no Brasil no início de dezembro, não tem apresentado boas vendas. Por enquanto, completa a fonte, os estoques continuam cheios.

— O iPad demorou para chegar no país. Quando veio, quem queria comprar já tinha adquirido no exterior. Além disso, o preço no país é muito alto. E não adianta falar que a margem de 22% é alta, pois, no setor, outros fabricantes oferecem até 32% de margem — diz a fonte.

As arquitetas Leila Bittencourt e Fernanda Casagrande, sócias da Oba!, compraram o iPad no exterior, pagando bem menos. Leila adquiriu em Nova York e Fernanda, no Peru.

— O iPad facilita a minha vida. Nas reuniões, uso para mostrar fotos e projetos para os clientes. Antes tinha que levar o laptop, que é maior e mais pesado. Hoje, quando penso em comprar uma bolsa, vejo logo se ele vai caber — diz Leila. (Diário do Pará/AG)


Brasil tem o serviço de telefonia móvel mais caro do mundo

brasil_caro_telefonia


A União Internacional de Telecomunicações (organização da ONU) realizou um estudo sobre os custos da telefonia móvel em 154 países e constatou que o Brasil tem o serviço de telefonia móvel mais caro do mundo. Esse ranking é baseado no Índice de Paridade de Poder de Compra (PPP), produzido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Enquanto aqui o custo médio por um pacote de 25 chamadas e de 30 SMS fica em US$ 42 por mês, esses mesmos serviços custam US$ 1 em Hong Kong (China), US$ 9,8 na Suíça e US$ 14,6 no México.

O custo do minuto local de celular em 2008 no horário de pico era de US$ 0,92, quase duas vezes mais do que pagam os argentinos (US$ 0,52), muito mais que os indianos (US$ 0,07) e os alemães (US$ 0,06). Para usar banda larga, o preço básico chega a US$ 56,5 por mês. Isso é o dobro da média dos países desenvolvidos.

Apesar disso, o estudo aponta que aos poucos o País vem diminuindo seus custos. Nos últimos anos, a tarifa dos celulares no Brasil decresceu 25% e as taxas de internet banda larga caíram 52%.


Os Políticos brasileiros estão entre os mais caros do mundo!

brasil_caro_politicos


26/03/2011 - Em 2007, o Instituto Transparência Brasil fez alguns estudos comparativos do custo do congresso brasileiro e de outros países, também sobre o custo do legislativo estadual e municipais. O resultado é realmente pasmante, assustador mesmo.

Com um orçamento de R$ 6.068.072.181,00 em 2007, o Congresso brasileiro (Câmara dos Deputados e Senado Federal) gastava R$ 11.545,04 por minuto. O mandato de cada um dos 513 deputados federais custava R$ 6,6 milhões por ano. No Senado, o mandato de cada um de seus 81 integrantes custava quase cinco vezes mais, R$ 33,1 milhões por ano. Dentre os países estudados o Brasil tem o congresso que  mais onera seu cidadão. A média de custo por parlamentar dos Legislativos europeus mais o Canadá era de cerca de R$ 2,4 milhões por ano em 2007. No Brasil, eram R$ 10 milhões.

No Brasil um deputado federal consome mais que o dobro da verba de um parlamentar britânico ou ainda um vereador de capital brasileira consome mais verba que um membro da Casa dos Comuns inglesa. O Senado é a Casa que tem o Orçamento mais generoso por legislador: seus R$ 2,7 bilhões anuais correspondem a R$ 33,4 milhões para cada um dos 81 senadores em 2007. Na Câmara dos Deputados, a razão era de R$ 6,6 milhões para cada um dos 513 deputados federais.

Vale lembrar que estamos em 2011 e que após este estudo os nossos políticos só fizeram aumentar esta conta em favor deles mesmos, é claro!  O aumento votado em sessão relâmpago para 2011 foi de 61,83% nos seus próprios salários, de 133,96% para o presidente da República e de 148,63% para o vice-presidente e os ministros de Estado. A partir de 1º de fevereiro, quando os deputados federais eleitos em outubro de 2010 tomaram posse, já iniciaram com R$ 26.723,13, o mesmo salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 

brasil_caro_petralhas

O efeito cascata destes índices de reajuste causará um impacto de R$ 535,3 milhões nos cofres públicos ao longo da próxima legislatura, um custo adicional de R$ 133,8 milhões ao ano somente pelo aumento no salario dos deputados.

O custo adicional será maior nas Assembléias que elegeram mais deputados. São Paulo, por exemplo, com 94 parlamentares eleitos, gastará R$ 11,7 milhões a mais para cobrir o aumento. Em Minas Gerais e Rio de Janeiro com 77 e 70 deputados, respectivamente, terão custo adicional de R$ 9,5 milhões e R$ 8,7 milhões.

O efeito cascata não alcançara apenas os salários, mas todas as verbas que os deputados estaduais recebem, como "verba indenizatória", "verba de gabinete", etc..... E não para ai, pois foi aprovado o aumento do número de servidores dos gabinetes, cada deputado pode contratar até 20 assessores em cargo de confiança.

Já o trabalhador que ganha piso de R$ 545 por mês terá de trabalhar mais de meio século para alcançar o salário anual de um deputado ou senador. Por mês, cada congressista recebe o equivalente a quatro anos de salário mínimo. Precisa dizer mais?!

 


Fonte: http://www.formadoresdeopiniao.com.br
       http://bjc.uol.com.br
       blogdoluisperez.blog.uol.com.b
       http://diariodopara.diarioonline.com.br
       http://www.mobilepedia.com.br
       http://omundoemmovimento.blog.uol.com.br
       http://www.excelencias.org.br/
       http://www.transparencia.org.br