CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Pesquisador húngaro ganha prêmio por procedimento que pode curar a cegueira

curacego115/09/2020 - O cientista médico Botond Roska desembolsou um cheque de € 1 milhão para sua pesquisa inovadora da Fundação Körber da Alemanha. Seu tratamento baseado em genes para restaurar a visão já entrou em testes clínicos. Um pesquisador húngaro ganhou o Prêmio Körber de Ciência Europeia 2020 em Hamburgo, Alemanha, na semana passada, levando um cheque de um milhão de euros no processo.

O professor Botond Roska, que trabalha na cidade suíça de Basel, descobriu uma terapia baseada em genes que reprograma células do olho humano para que possam realizar o trabalho dos receptores sensíveis à luz necessários para a visão humana, de acordo com a Fundação Körber que distribui o prêmio anual. Espera-se que o procedimento reative as retinas dos cegos.

O cientista médico disse que, por enquanto, o processo cria um nível de visão semelhante a assistir televisão em preto e branco. Testes clínicos em voluntários cegos já estão em andamento como resultado do trabalho inovador do pesquisador nascido em Budapeste. “A pesquisa de Roska despertou a esperança de que novos métodos de tratamento possam restaurar a capacidade de ver nos cegos”, disse o prefeito de Hamburgo, Peter Tschentscher, na cerimônia.

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Desvio

O prêmio da Fundação Körber foi concedido pela primeira vez em 1985 e reconhece cientistas cujo trabalho aplicou técnicas futurísticas às ciências físicas. Filho de um cientista da computação e de um pianista, Roska começou sua carreira na medicina “depois de um desvio”, disse Tschentscher. O cientista estudou violoncelo pela primeira vez na Academia de Música Liszt Ferenc, em Budapeste, mas teve que desistir do instrumento após um ferimento, após o que começou a estudar medicina e matemática. O vencedor do prestigioso prêmio do ano passado foi o cientista de inteligência artificial alemão Bernhard Schölkopf, da Max Planck Society.

 

Estudo inovador pode livrar milhões de pessoas da cegueira

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09/09/2020, Por Ricardo Campos - O cientista húngaro Botond Roska, que trabalha na Universidade de Basel, na Suíça, descobriu uma possível cura para a retinite pigmentosa, uma doença genética dos olhos, degenerativa, que pode causar cegueira irreversível. Segundo especialistas, a doença atinge 1 a cada 4 mil pessoas no mundo e começa, geralmente, na infância. A maioria das doenças nos olhos são hereditárias ou por defeitos na retina relacionados com a idade. O professor Roska e os seus colegas realizaram trabalhos pioneiros na identificação de cerca de 100 tipos de células diferentes presentes na retina e nas suas redes complexas de processamento de sinais.

De acordo com renomados oftalmologistas, Roska e sua equipe criaram um banco de novo conhecimento que coloca a oftalmologia num novo patamar. As pesquisas mostraram que as causas de numerosas doenças da retina são defeitos genéticos em células individuais. Com novas terapias genéticas, o professor Roska conseguiu a reprogramação de células da retina em fotorreceptores, substituindo as danificadas e restaurando a luz e a cor nas retinas cegas. A pesquisa foi testada, com sucesso, em animais e agora está em fase de testes clínicos em cinco pacientes. O trabalho do professor Roska abre perspectivas para o tratamento de outra doença degenerativa da retina, que é a degeneração macular relacionada à idade. A doença afeta a região central da retina, a mácula, que é responsável pela visão de alta resolução. Uma tecnologia desenvolvida pelo húngaro e por sua equipe pode, no futuro, restaurar a função visual da mácula.

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Prêmio milionário

Por conta de seu trabalho pioneiro, Botond Roska vai receber o Prêmio Körber de Ciência Europeia, que lhe rendeu 1 milhão de libras (o equivalente a quase R$ 7 milhões). Criado em 1985, o prêmio é entregue anualmente a um único europeu nas disciplinas de ciências da vida e física. Cinco cientistas que receberam esse prêmio foram, mais tarde, agraciados com o Prêmio Nobel.

Fonte: DW
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