QUALIDADE DE VIDA

Mortes ligadas a tabagismo triplicam em uma década

fumando_at_morrer21/03/2012 - Nos últimos 10 anos, 50 milhões de pessoas morreram por causa do tabaco. De um lado, as empresas de tabaco, do outro, os esforços públicos. No centro, as pessoas. Na década passada as mortes relacionadas ao tabagismo praticamente triplicaram. Enquanto os governos tentam salvar milhões de vidas com programas de saúde e conscientização, as empresas “cigarristas” tentam atrapalhar, diz um relatório conduzido pelo grupo World Lung Foundation (WLF).

O tabaco matou 50 milhões de pessoas nos últimos 10 anos e é responsável por mais de 15% de todas as mortes de indivíduos do sexo masculino e por 7% das mortes de indivíduos do sexo feminino, indicou o novo Atlas do Tabaco. No relatório, que marca o décimo aniversário do primeiro Atlas do Tabaco, a WLF (sigla em inglês para fundação mundial do pulmão) e a Sociedade Americana de Câncer afirmaram que, se a tendência atual continuar, um bilhão de pessoas morrerão pelo uso do tabaco e pela exposição ao cigarro neste século (uma pessoa a cada seis segundos). Na China, o tabaco já é a principal causa de morte, responsável por 1,2 milhão de mortes por ano, e o número deve subir para 3,5 milhões por ano até 2030, disse o relatório.

Michael Eriksen, um dos autores do relatório, afirma que se não houver ações, o futuro reservará projeções ainda piores. "O número de pessoas que morrem por causa do tabaco está crescendo em países em zonas de desenvolvimento, particularmente na Ásia, na África e no Oriente Médio", detalhou.

Quase 80% das pessoas que morrem de doenças relacionadas ao tabagismo agora vêm de países de renda baixa e média. Na Turquia, 38% das mortes de homens são decorrentes de doenças relacionadas ao tabagismo, embora o cigarro permaneça a principal causa de morte de mulheres norte-americanas também.

caixao_cigarro

O diretor-executivo da WLF, Peter Baldini, acusou a indústria de tabaco de explorar a ignorância sobre o efeito real do tabagismo e de "desinformar para subverter as políticas de saúde que poderiam salvar milhões".

Segundo o relatório, a indústria intensificou sua luta contra as políticas antitabaco, movendo ações legais e atrasando ou detendo a introdução de maços sem rótulos, a proibição do consumo do cigarro em lugares públicos, a proibição da publicidade e as advertências sanitárias nos pacotes dos produtos.

As seis principais fabricantes de produtos de tabaco do mundo tiveram lucros de US$ 35,1 bilhões em 2010, o equivalente ao faturamento da Coca-Cola, da Microsoft e do McDonald's juntos, de acordo com o Atlas.

Mais de 170 países assinaram um pacto de 2003 da Organização Mundial da Saúde (OMS) se comprometendo a reduzir as taxas de fumantes, limitar a exposição dos fumantes passivos e frear a publicidade e a promoção de produtos de tabaco.


Fonte: http://www.bemparana.com.br
             http://primeiraedicao.com.br