QUALIDADE DE VIDA

Higiene íntima feminina e masculina

higiene2Por Marta Angélica Lima Oliveira, 14/11/2011 - A FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) elaborou orientações que poderão não servir para todas as mulheres, mas poderão ajudar a maioria delas em sua higiene íntima anogenital. Um em cada três lares brasileiros é sustentado por mulheres que desempenham cerca de 10 a 12 horas diárias de trabalhos ininterruptos em atividades intensas. Esta mulher moderna sente-se na obrigação de estar preparada para todo tipo de situação social inesperada, incluindo, o sexo não programado. A atividade sexual, alimentar, hormonal, emocional e de higiene, são fatores que podem causar vários distúrbios nos genitais. A grande preocupação das mulheres, especialmente aquelas com intensa atividade diária, é que a falta de asseio da área genital possa promover o desenvolvimento de corrimentos, odores ...

desagradáveis e infecções. Para se orientar as melhores práticas de higiene genital há de se diferenciar dois tipos de mulheres:

- Mulheres com antecedentes alérgicos nos genitais - estas deverão evitar o uso de papel higiênico de qualquer tipo, desodorantes íntimos, géis lubrificantes medicamentos tópicos, sabões ou sabonetes. Usar produtos neutros e antialérgicos.

- Mulheres que nunca apresentaram alergia nos genitais – estas devem higienizar a pele de vulva, raiz das coxas e região perianal e grandes e pequenos lábios com água corrente e sabonete neutro na forma liquida. Sabonete em barra é mais abrasivo e podem ser inadequadamente e inadvertidamente contaminado por outra pessoa. Não introduzir sabonete na cavidade vaginal.

 

 

No clima quente: higienizar uma a três vezes ao dia e no clima frio pelo menos uma vez ao dia, evitando trazer o conteúdo perianal para a região vulvar. Não se recomenda utilizar duchas vaginais. Secar cuidadosamente as áreas lavadas com toalhas de algodão secas e limpas.  Os banhos de assento estarão indicados somente quando houver recomendação médica. A higiene genital não tem a finalidade de esterilizar a região que é normalmente colonizada por bactérias, mas sim remover resíduos e o excesso de gordura. É habitual perceber-se um material branco, pastoso e aderente (semelhante ao esmegma encontrado no pênis) que se não for removido, regularmente, pode causar irritação local.  O uso de roupas naturais (não sintéticas) que favoreçam a ventilação local é recomendável. A depilação da área genitoanal poderá ser feita, mas deverá respeitar a sensibilidade individual de cada mulher. A frequência deverá ser a menor possível, contudo a extensão da área depilada dependerá do gosto de cada mulher, uma vez que o excesso de pelos pode contribuir para o acúmulo de resíduos e secreções. Após a depilação, o uso de água boricada e soluções de camomila podem ajudar. O uso de absorventes externos no período intermenstrual deve ser evitado.

Casos onde há muita transpiração (exercícios), perda de urina ou de transudato vaginal excessivo, o uso de absorventes externos sem película plástica, pode ser indicado e trocado com 4 horas de intervalo. Trocar as roupas íntimas ao menos uma vez ao dia. Dormir, quando possível, sem calcinha ou com roupas largas para aumentar a ventilação dos genitais. Após ato sexual e exercício físico, lavar área genital externa com água e produto de higiene íntima. Não fazer uso de duchas vaginais sem indicação médica

No período menstrual a higiene deve ser feita com menor intervalo para remoção do sangue menstrual, secreções sebácea, sudorípara e glandular. O uso prolongado de absorventes com película plástica externa deve ser evitado para melhor aeração. No pos parto, a frequência da higienização é semelhante ao período menstrual. Na menopausa devido à atrofia a pele e mucosa ficam mais finas e recomenda-se lavar duas vezes ao dia. Na infância deve ser feito o uso de produtos neutros na hora do banho e a cada vez que houver evacuação. Além dos sabonetes líquidos é fundamental o cuidado em secar, cuidadosamente, a região anogenital. As mães devem ter o cuidado de retirar o esmegma e ensinar a criança a fazê-lo sozinha.

O Homem

Quanto ao homem, segundo informação no site da Sociedade Brasileira de Urologia, a falta de higiene, a fimose e a associação com o vírus HPV aumentam o risco de desenvolver o câncer de pênis, (a cada ano cerca de mil homens tem o pênis amputado devido câncer na glande). O pênis produz uma substância esbranquiçada e gordurosa, chamada esmegma. É preciso higienizar para remover o esmegma, evitando a proliferação de bactérias e infecções. Um dos fatores que mais atrapalha os homens na correta limpeza do pênis é a presença da fimose.

Mas, muitos homens não sabem que é preciso remover o esmegma.  “Feridas e úlceras no pênis geralmente são uma DST, mas quando não cicatrizam, pode ser câncer”. “Não há idade para a realização da cirurgia de fimose, portanto, mesmo homens adultos podem procurar o médico para a realização do procedimento.” A limpeza correta durante o banho, após relações sexuais e a masturbação é essencial para manter a saúde sexual em ordem. O uso do preservativo bastante rejeitado pelos homens é uma medida preventiva e higiênica, principalmente após sexo anal. 

A rejeição para o uso de preservativo pelo homem é tão grande que existe uma comunidade na internet de homens que fazem sexo com homens que abandonam  seu uso propositadamente na busca pelo prazer total mesmo sabendo que em pouco tempo se tornaram HIV positivos, eles fazem uma comparação com “cavalgar no pelo, sem selar o cavalo”.

Marta Angélica Lima Oliveira é médica estanciana formada pela UFS há 30 anos. Servidora pública do município e estado nas especialidades ginecologia, obstetrícia, ultrassonografia e citopatologia. Email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.