QUALIDADE DE VIDA

Hípoglicemia

hipo2Em medicina, chama-se hipoglicemia (português brasileiro) ou hipoglicémia (português europeu) ao baixo nível de glicose no sangue.As suas causas podem ser variadas e surgir em qualquer idade do indivíduo. As suas formas mais comuns, moderada ou severa, ocorrem como uma complicação no tratamento da diabetes mellitus com insulina ou medicamentos orais.Embora a hipoglicemia possa causar uma variedade de sintomas, o problema principal de sua condição decorre do fornecimento inadequado de glicose como combustível ao cérebro, com prejuízo resultante em suas ...

funções (neuroglicopenia). Os desajustes nas funções cerebrais podem ser desde um vago mal-estar até ao coma e, mais raramente, a morte. Os endocrinologistas geralmente consideram os seguintes critérios (a denominada "tríade de Whipple") para determinar se os sintomas de um paciente podem ser atribuídos a uma hipoglicemia:

1.Os sintomas parecem ser causados por hipoglicemia;

2.A glicemia encontra-se baixa no momento da ocorrência dos sintomas; e

3.Há reversão ou melhoria dos sintomas quando a glicemia é normalizada.

Esses critérios, entretanto, não são unânimes, o próprio valor limite que define uma hipoglicemia tendo sido fonte de controvérsias. De qualquer forma, o nível de glicose plasmática abaixo de 70 mg/dL ou 3,9 mmol/L é considerado hipoglicêmico, o que é discutido em mais detalhes a abaixo.

 

 

Definindo a hipoglicemia: o que é normal e o que é baixo?

Embora cite-se que 70 mg/dL (3.9 mmol/L) seja o limite inferior da glicemia normal, pode-se definir valores diferentes como baixos em diferentes populações, propósitos e circunstâncias. O nível preciso de glicemia considerado baixo o bastante para se definir uma hipoglicemia depende de: (1) método de medição; (2) idade da pessoa; (3) presença ou ausência de sintomas.


Método de medição

O nível de glicose neste artigo é o de plasma venoso ou em soro, medido por métodos-padrão de glicose oxidase usados em laboratórios. Para finalidades clínicas, tanto o nível no plasma quanto o no soro são similares o bastante para serem intercambiáveis. O plasma arterial ou em soro são levemente superiores do que os níveis venosos, e os níveis capilares estão entre os arteriais e os venosos.

A diferença entre os níveis arterial e venoso é pequena sob jejum, mas é amplificada e pode ser até 10% maior em estado pós-prandial. Por outro lado, os níveis de glicemia totais (por exemplo os medidos por glicosímetros digitais) são cerca de 10-15% menores do que os níveis em plasma venoso. Além disso, os glicosímetros disponíveis garantem apenas exatidões de 15% em relação a valores de laboratórios clínicos.

Dois outros fatores afetam significantemente a medição da glicose. A disparidade entre a concentração venosa e a concentração total é maior quando o hematócrito é alto, como no caso de recém-nascidos. Em segundo, a menos que a amostra tenha sido colocada em um tubo de fluoreto ou processada imediatamente para separar o soro ou plasma das células, a glicose mensurável será gradualmente metabolizada in vitro.

Diferença devida à faixa etária

Dados estatísticos de crianças e adultos saudáveis mostram que glicemias em jejum abaixo de 60 mg/dL (3,3 mM) ou acima de 100 mg/dL (5,6 mM) são encontradas em menos de 5% da população. Em até 10% dos recém-nascidos e crianças jovens, foram encontrados níveis abaixo de 60 mg/dL depois de jejum noturno. Em outras palavras, muitas pessoas saudáveis podem eventualmente ter níveis glicêmicos na faixa de hipoglicemia sem apresentar sintomas ou distúrbios.

A faixa glicêmica normal de recém-nascidos ainda é motivo de debate. As estatísticas e a experiência revelam níveis de açúcar freqüentemente abaixo de 40 mg/dL (2,2 mM) e, mais raramente, abaixo de 30 mg/dL (1,7 mM) em bebês saudáveis de gravidez a termo nos primeiros dias de vida. Foi proposto que os cérebros de recém-nascidos são mais facilmente capazes de usar combustíveis alternativos quando os níveis glicêmicos estão baixos, em relação a adultos.

Os especialistas continuam o debate quanto à significância e ao risco desses níveis glicêmicos, embora a tendência seja recomendar a manutenção dos níveis de glicose acima de 60-70 mg/dL (3,3-3,9 mM) após os primeiros dias de vida. Em bebês pré-maturos, adoecidos ou abaixo do peso é mais comum encontrar baixos níveis de glicose, mas há um consenso de que os açúcares devam ser mantidos ao menos acima de 50 mg/dL (2,8 mM) nestas circunstâncias. Alguns especialistas defendem 70 mg/dL (3,9mM) como um objetivo terapêutico, especialmente em circunstâncias tais como hiperinsulinismo, onde combustíveis alternativos podem ser mais escassos.

Presença ou ausência de sintomas

Pesquisas mostram que a eficiência mental diminui levemente mas de modo sensível quando a glicemia cai abaixo de 65 mg/dL (3,6 mM), em adultos saudáveis. Os mecanismos de defesa hormonal (adrenalina e glucagon) são ativados assim que a glicemia passa por limiares (cerca de 55 mg/dL ou 3,0 mM para a maioria das pessoas), produzindo tremores e disforia. Por outro lado, não ocorre com freqüência um prejuízo de capacidade mental até que a glicemia caia abaixo de 40 mg/dL (2,2 mM), e até 10% da população pode eventualmente ter níveis de glicose abaixo de 65 (3,6) pela manhã sem efeitos aparentes. Os efeitos da hipoglicemia, chamados de neuroglicopenia, é que determinam quando um certo nível glicêmico é realmente um problema ao indivíduo.

É que a pessoa com hipoglicemia use tanto os sintomas quanto os dados numéricos de seu glicosímetro para determinar as medidas a serem tomadas. É fácil notar hipoglicemia quando o valor lido é 50 mg/dL (2,8 mM); porém, um paciente que está com a diabetes descompensada e freqüentemente lê valores acima de 200 mg/dL (11,1 mM) pode sentir sintomas de hipoglicemia quando o nível de glicose no sangue chegar a valores "normais" de 90 mg/dL (5,0 mM). Neste caso, a pessoa não apresenta uma hipoglicemia clássica, mas terá alívio de sintomas com o tratamento rotineiro para hipoglicemias. Além disso, quando a glicemia diminui a uma taxa rápida, também podem surgir sintomas de hipoglicemia.

Este critério é por si só complicado de se admitir pelo fato de os sintomas da hipoglicemia serem vagos e poderem ser produzidos por outros motivos; além do que, quando a pessoa passa por níveis baixos de glicemia com recorrência, ela pode perder a sensação de limiar, de forma que pode haver agravamento de seus sintomas (por neuroglicopenia) sem que ela note. Para completar a dificuldade, os glicosímetros são inexatos para baixos valores, o que descredita a sua utilidade nessas horas.

Patofisiologia: por que o nível de açúcar afeta primeiramente o cérebro

Da mesma forma que a maioria das células de animais, o metabolismo cerebral depende primeiramente de glicose para trabalhar. Em casos de privação de glicose, pode-se conseguir uma quantidade limitada dela armazenada nos astrócitos, mas que é consumida em minutos. De qualquer forma, o cérebro é dependente de fornecimento contínuo de glicose, que difunde do sangue ao tecido intersticial dentro do sistema nervoso central, e aos próprios hormonios

Por isso, se a quantidade de glicose suprida pelo sangue cai, o cérebro é um dos primeiros órgãos a percebê-lo. Na maioria das pessoas, a eficiência mental parece diminuir quando a glicemia cai abaixo de 65 mg/dL (3,6 mM). Ocorre limitação de ações e de julgamento geralmente quando a glicemia cai abaixo de 40 mg/dL (2,2 mM). Se cair ainda mais, podem ocorrer convulsões. Próxima ou abaixo de 10 mg/dL, a maior parte dos neurônios fica eletricamente desligada, resultando no coma.

A importância de um fornecimento adequado de glicose ao cérebro é clara pelo fato de ocorrerem inúmeras respostas nervosas, hormonais e metabólicas para combater uma hipoglicemia. A maior parte delas é defensiva ou adaptiva: ou tentando aumentar o açúcar no sangue via gliconeogênese e glicogenólise, ou providenciando formas de energia alternativas.

Sinais e sintomas de hipoglicemia

Os sintomas hipoglicêmicos podem ser divididos naqueles produzidos pelos hormônios contra-regulatórios (adrenalina e glucagon), acionados pelo declínio da glicose, e naqueles produzidos pela redução de açúcar no cérebro
Manifestações adrenérgicas (adrenalina)
Tremores, ansiedade, nervosismo
Palpitações, taquicardia
Sudorese, calor
Palidez, frio, languidez
Ppilas dilatadas

Manifestações do glucagon

Fome, borborigma ("ronco" na barriga)
Náusea, vômito, desconforto abdominal

 
Manifestações neuroglicopênicas (pouco açúcar no cérebro)

Atividade mental anormal, prejuízo do julgamento

Indisposição não específica, ansiedade, alteração no humor, depressão, choro, medo de morrer

Negativismo, irritabilidade, agressividade, fúria

Mudança na personalidade, labilidade emocional

Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono, sonho diurno

Confusão, amnésia, tontura, delírio

Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla

Atos automáticos

Dificuldade de fala, engolir as palavras

Ataxia, descoordenação, às vezes confundido com [embriaguez]

Déficit motor, parálise, hemiparesia

Parestesia, dor de cabeça

Estupor, coma, respiração dificil

Convulsão focal ou generalizada

Nem todas as manifestações anteriores ocorrem em casos de hipoglicemia. Não há ordem certa no aparecimento dos sintomas. Manifestações específicas variam de acordo com a idade e com a severidade da hipoglicemia. Em crianças jovens com hipoglicemia matinal, há vômito freqüentemente acompanhado de cetose. Em crianças maiores e em adultos, a hipoglicemia moderadamente severa pode parecer mania, distúrbio mental, intoxicação por drogas ou embriaguez. Nos idosos, a hipoglicemia pode produzir efeitos parecidos com uma isquemia focal ou mal-estar sem explicação.

Em recém-nascidos, a hipoglicemia pode produzir irritabilidade, agitação, ataque mioclônico, cianose, dificuldade respiratória, episódios de apnéia, sudorese, hipotermia, sonolência, hipotonia, recusa a se alimentar e convulsões. Também pode parecer asfixia, hipocalcemia, sepse ou falha cardíaca.

Em ambos, pacientes de longa data ou não, o cérebro pode se habituar a níveis baixos de glicose, com redução dos sintomas perceptíveis em momentos de neuroglicopenia. Diabéticos insulinodependentes chamam a neuroglicopenia incondicionalmente de hipoglicemia, e que é um problema clínico importante quando tenta-se melhorar o controle glicêmico desses pacientes. Outro aspecto desse fenômeno ocorre em glicogenose tipo I, onde a hipoglicemia crônica antes do diagnóstico pode ser mais bem tolerada do que episódios agudos após o início do tratamento.

Quase sempre a hipoglicemia severa a ponto de ocasionar convulsões ou inconsciência pode ser revertida sem danos ao cérebro. Os casos de morte ou dano neurológico permanente que ocorreram com um único episódio envolvem ocorrências conjuntas de inconsciência não tratada ou prolongada, ou interferência na respiração, ou doenças concorrentes severas ou outros tipos de vulnerabilidade. De qualquer maneira, hipoglicemias severas podem eventualmente resultar em morte ou dano cerebral.
Causas da hipoglicemia

Consumo de álcool: é a causa mais freqüente

Jejum: alimentação insuficiente ou que não fornece açúcares e carboidratos em quantidade suficiente; pode se tratar de um problema pontual, mas também nutricional (dieta muito rígida, diagnóstico de anorexia, desnutrição de causas variadas, etc.)
Esforço físico: o funcionamento dos músculos pode ter consumido a glicose disponível no sangue e o corpo pode não ter tido tempo de liberar suas reservas; é sempre temporário nos indivíduos sadios

Consumo de medicamento: certos medicamentos podem produzir hipoglicemia; é notavelmente o caso dos medicamentos antidiabéticos, como a insulina e os antidiabéticos orais. Outros medicamentos também podem ser a causa: aspirina, anti-inflamatórios não-esteróides, beta-bloqueadores não-cardiosseletivos, quinidina

Mais raramente, a hipoglicemia pode revelar:

uma patologia endócrina: hipersecreção de insulina, no caso por exemplo de um insulinoma, tumor secretante do IGF-1;

antecedentes de gastrectomia (ablação do estômago), patologia mais freqüente após o câncer gástrico

Tratamento e prevenção

A reversão da hipoglicemia consiste em elevar a glicemia, descobrir o motivo causador da hipoglicemia e tomar as medidas necessárias para que ele não se repita

Reversão da hipoglicemia aguda

O açúcar sangüíneo pode subir ao valor normal em minutos da seguinte forma: consumindo (por conta própria) ou recebendo (por outrem) 10-20 g de carboidrato. Pode ser em forma de alimento ou bebida caso a pessoa esteja consciente e seja capaz de engolir. Essa quantidade de carboidrato está contida nos seguintes alimentos:

100-200 mL de suco de laranja, maçã ou uva

120-150 mL de refrigerante comum não dietético

uma fatia de pão

quatro biscoitos do tipo cracker

uma porção de qualquer alimento derivado de amido

uma colher (sopa) de mel

O amido é rapidamente transformado em glicose, mas a adição de gordura ou proteína retarda a digestão. Os sintomas começam a melhorar em 5 minutos, embora demore 10-20 min até a recuperação completa. O abuso de alimentos não acelera a recuperação e se a pessoa for diabética isto simplesmente causará uma hiperglicemia mais tarde.

Se a pessoa está sofrendo de efeitos severos de hipoglicemia de maneira que não possa (devido a combatividade) ou não deva (devido a convulsões ou inconsciência) ser alimentada, pode-se dar a ela uma infusão intravenosa de glicose ou uma injeção de glucagon..

Prevenção de próximos episódios prevenção depende da causa da hipoglicemia. O risco de novos episódios pode ser freqüentemente reduzida pelo abaixamento da dose de insulina ou medicamento, ou pela atenção maior à glicemia durante eventos inesperados, diminuição do ritmo de exercícios físicos ou de ingestão de álcool.

Muitos tipos de disfunções congêneres do metabolismo requerem evitar ou encurtar os intervalos de jejum, ou evitar carboidratos extras. Para distúrbios mais severos, como a glicogenose tipo I, isto pode ser feito pelo consumo de amido de milho de hora em hora ou por infusão gástrica

Vários tratamentos são usados em caso de hipoglicemia hiperinsulinêmica, dependendo da forma exata e do grau de severidade. Algumas formas de hiperinsulinismo congênito respondem bem ao diazóxido ou octreótido. A remoção cirúrgica da parte hiperreativa do pâncreas é eficaz com risco mínimo quando o hiperinsulinismo é focal, ou devido a um tumor benigno produtor de insulina. Quando o hiperinsulinismo congênito é difuso ou imune às medicações, a pancreatectomia subtotal pode ser o tratamento de último caso, mas neste caso é menos efetivo e passível de várias complicações.

A hipoglicemia devida a deficiências hormonais como hipopituitarismo ou insuficiência adrenal geralmente cessa quando se administra o hormônio apropriado.

A hipoglicemia devida à síndrome do empachamento e outras condições pós-cirúrgicas é mais bem tratada com alteração da dieta. A inclusão de gordura e proteína com carboidratos pode retardar a digestão e reduzir a secreção antecipada de insulina. Alguns desses casos respondem a tratamento com um inibidor de glicosidase, que retarda a digestão de amido.

A hipoglicemia reativa com baixa glicose no açúcar é freqüentemente um incômodo previsível, que pode ser evitado pelo consumo de gordura e proteína com carboidratos, pela adição de lanches pela manhã e à tarde e pela redução do consumo de álcool.

A síndrome pós-prandial idiopática sem níveis baixos de glicose no momento dos sintomas pode ser mesmo um desafio de conduta. Muitas pessoas encontram melhorias com a mudança no padrão de alimentação (refeições menores, evitando açúcar em demasia, refeições mistas em detrimento de carboidratos), ou fazendo mudanças no estilo de vida para evitar o estresse, ou diminuindo o consumo de estimulantes como cafeína.

Atenção e muito cuidado.

A hipoglicemia, ou o baixo nível de açúcar no sangue, pode ser perigosa. Embora o co­ntrole da diabetes concentre-se em baixar o nível de glicose no sangue, é importante conhecer a hipoglicemia e saber reconhecer os sinais de aviso. Especialmente para as pessoas que têm diabetes há bastante tempo ou que tomam medicamentos ou insulina, ser capaz de tratar a hipoglicemia é uma habilidade básica.

A hipoglicemia, é uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue que, dependendo da gravidade, pode levar à coma e óbito. Às vezes pode ser chamada de coma hipoglicêmico. Não importa o termo utilizado, a hipoglicemia é um dos efeitos colaterais mais comuns e perigosos de qualquer medicamento para baixar o nível de glicose no sangue. Para um diabético, o objetivo do tratamento é diminuir os níveis de glicose no sangue o mais próximo possível do normal. Se o plano de tratamento para atingir esse objetivo inclui insulina e/ou um dos medicamentos estimulantes da produção da insulina (sulfoniluréia ou glitinida), então, a hipoglicemia definitivamente é um risco.

Se seu nível de glicose no sangue cair para menos de 70 a 99 mg/dia (estimado em um medidor calibrado para o plasma), você está com hipoglicemia. Isso pode acontecer se você aplicar uma quantidade muito grande de insulina ou tomar uma dose muito alta de medicamento, atrasar ou deixar de fazer uma refeição, comer pouca comida para a quantidade de insulina ou pílulas administradas, aumentar o nível normal de atividade física, beber álcool ou qualquer combinação desses fatores.

Já que a glicose é a principal fonte de energia para o cérebro e o sistema nervoso, os sintomas de hipoglicemia apresentam-se como sintomas relacionados ao sistema nervosocentral que é comandado pelo cérebro. Tontura, fome, náusea, desequilíbrio, fadiga e fraqueza são sintomas iniciais comuns da hipoglicemia, mas existem muito mais indicadores. Se a hipoglicemia não for tratada, poderá resultar em morte.

Antes de ter uma ocorrência grave de hipoglicemia, conheça seus princípios básicos, incluindo:

Sintomas da hipoglicemia

A hipoglicemia, ou baixo nível de açúcar no sangue, é um risco para qualquer diabético. Entretanto, é mais comum entre os pacientes que usam insulina ou medicamentos que estimulam a produção da insulina, incluindo sulfoniluréias e meglitinidas. Pense na hipoglicemia quando perceber alguns dos sintomas abaixo:
•fome excessiva
 
•nervosismo

•tremedeira ou desequilíbrio

•transpiração sem motivo aparente

•fraqueza, perda de coordenação
 
•sonolência

•confusão

•dificuldade para falar

•visão embaçada


Se um dos sintomas a seguir ocorrer à noite, é possível que os níveis de açúcar no sangue estejam baixos:

•pesadelos;

•acordar com o pijama ou as roupas de cama molhados de suor (verifique seus níveis de glicose no sangue se a transpiração puder ser associada à perimenopausa);

•pela manhã, se sentir cansado, confuso ou irritado, ou acordar com dor de cabeça.

Se ainda tiver os sintomas após comer algum alimento doce ou tomar uma pílula ou suplemento de glicose, vá a um pronto-socorro imediatamente ou ligue para uma ambulância. Você pode estar hipoglicêmico. Veja a seguir o que você deve fazer.

1.Confirme os níveis de açúcar no sangue. Se estiverem acima de 70 mg/dl, está tudo normal, mas pense no que pode estar fazendo você se sentir estranho. Se o nível estiver 70 mg/dl ou menos, você está com hipoglicemia. Se você não puder verificar os níveis de açúcar, mas suspeitar de que esteja muito baixo, aja com cautela e tome algumas medidas. Consuma 15 g de açúcar comum (uma colher de sopa).

2.Espere 15 minutos e verifique novamente os níveis de açúcar no sangue. Se estiverem acima de 70 mg/dl, a crise foi evitada. Se ainda estiver abaixo de 70 mg/dl, consuma mais 15 g de açúcar.

3.Espere 15 minutos e verifique novamente os níveis de açúcar. Se estiverem acima de 70 mg/dl e faltar ainda 30 min (alguns especialistas dizem 1 h) para sua próxima refeição, consuma algum alimento que contenha carboidrato, proteína ou gordura.
4.Se os níveis de açúcar não ficarem acima de 70 mg/dl, vá repetindo o processo até que fique. Se insistir em permanecer baixo, chame um médico ou vá a um pronto-socorro.

Procure informar familiares, amigos e colegas de trabalho sobre os sintomas da hipoglicemia porque você pode não conseguir percebê-los a tempo, seu estado pode piorar de tal forma que você não conseguirá fazer nada sozinho. Certifique-se de que eles saberão o que fazer - e o que não fazer - se você não conseguir engolir ou estiver inconsciente, ou se for incapaz de tratar sua hipoglicemia por qualquer outro motivo.

•Eles devem aplicar-lhe uma injeção de glucagon imediatamente, mesmo que não haja certeza de que seus níveis de açúcar no sangue estejam baixos.

•Devem ligar para uma ambulância se o glucagon não aliviar os sintomas.

•Não devem tentar administrar insulina ou outro medicamento para diabetes.

•Não devem tentar alimentá-lo.

Causas da hipoglicemia

Impedir que os níveis de açúcar no sangue subam muito é o objetivo de qualquer pessoa que tenha diabetes. Mas a hipoglicemia é justamente o contrário: a queda dos níveis de açúcar. O termo hipoglicemia é uma combinação de três palavras gregas: Hipo = baixo, glykys = doce, e haima = sangue. Qualquer um pode ficar hipoglicêmico às vezes, mas, para as pessoas com diabetes, controlar a ameaça de uma queda brusca dos níveis de açúcar no sangue é parte da rotina diária.

Quando os níveis de glicose caem, as células de boa parte do corpo podem se ajustar vivendo de gordura e proteína, pelo menos temporariamente. Mas um órgão muito importante - o cérebro - não pode usar gordura e proteína como energia. Como o cérebro precisa de glicose para sobreviver, ele considera a falta de açúcar uma crise grave. Os sintomas iniciais não são tão importantes. Você sente fome e fica um pouco trêmulo e nervoso.

Mas logo você começa a se sentir tonto e precisa se sentar. O seu coração bate forte e você sua frio. A menos que você adote um procedimento adequado, você pode ficar confuso e falar de forma incoerente. A sua visão embaça e a sua cabeça parece prestes a explodir. Resumindo: em casos extremos, a hipoglicemia causa convulsão e até coma.

O que causa uma queda nos níveis de açucar no sangue? Em uma pessoa que não tem diabetes a hipoglicemia é muito rara, uma vez que o corpo vem equipado com um sistema eficiente que mantém equilibrados os níveis de açúcar no sangue. Quando os níveis de açúcar no sangue começam a cair, o pâncreas percebe o problema e diminui a produção de insulina, de modo que o corpo não use a glicose muito rapidamente. Para uma baixa adicional o pâncreas produz o hormônio glucagon, que sinaliza para o fígado converter algum glicogênio em glicose, e então liberar o açucar no sangue.

Tudo isso acontece tão rapidamente que uma queda nos níveis açúcar do sangue pode ser resolvida rapidamente e passar despercebida. Esse sistema pode se descontrolar se você tem diabetes, tornando difícil a manutenção do equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue. Isso é particularmente verdadeiro se você aplica se isulina ou toma sulfoniluréias ou metiglinidas, dois medicamentos muito usados para estimular a produção de insulina no pâncreas. Para evitar as crises freqüentes de hipoglicemia, você deve se tornar um especialista em ajustar a sua dosagem quando necessário, e saber os passos que deve adotar para evitar que os níveis de açúcar no sangue caiam bruscamente.

Usar insulina ou medicamentos que estimulam a produção de insulina aumenta o risco de reduzir demais o açúcar no sangue, mas o problema pode ser desencadeado por outras condições e circunstâncias. Se você desenvolver sintomas, mas os seus níveis de glicose estão normais (e você tem certeza que o seu medidor de glicose está funcionando corretamente), fale com o seu médico. A hipoglicemia também pode ser causada por:

•medicamentos como aspirina, drogas a base de sulfa (para tratamento de infecções), pentamidina (para casos sérios de pneumonia) e quinino (para malária);

•álcool. Doses pesadas de bebida alcoólica interferem com a capacidade do fígado de liberar a glicose;

•outras doenças, incluindo doenças do coração, dos rins e do fígado. Tumores raros chamados insulinomas produzem insulina, o que pode elevar muito os níveis do hormônio, fazendo os níveis de açúcar no sangue caírem.
 
•deficiências hormonais. Mais comum em crianças, a insuficiência de glucagon, assim como de outros hormônios (incluindo cortisol, hormônio do crescimento e adrenalina, também conhecida como epinefrina) pode causar hipoglicemia.

Como prevenir a hipoglicemia

Se você é diabético, é provável que você sinta sintomas de hipoglicemia de vez em quando. Aceitar que esses episódios ocasionais são parte da luta contra a diabetes pode torná-los menos incômodos ou prejudiciais. No entanto, há medidas que você pode tomar para ajudar a manter os níveis de açúcar em seu sangue estáveis. Neste artigo, nós vamos sugerir algumas medidas que você pode tomar para prevenir a hipoglicemia, incluindo mudanças que você pode fazer na sua medicação, na sua dieta, na sua rotina de exercício físico e na quantidade de bebida alcoólica que você ingere.

Mesmo sem poder esperar que os níveis de açúcar no sangue sejam sempre perfeitos, você pode reduzir bastante o risco de ter hipoglicemia. Na próxima página aprenda quais medicações têm a tendência de intensificar a hipoglicemia.

Tratamento da hipoglicemia

Se você tem diabetes e tiver uma sensação repentina de tontura e tremedeira, principalmente se está sob terapia de insulina, há uma grande chance de ter desenvolvido hipoglicemia. Mas é bom confirmar a suspeita, pois os baixos níveis de açúcar no sangue podem ocorrer por outros motivos também.

Quando o nível de açúcar no sangue cai, o importante é aumentá-lo rapidamente. Este artigo descreve o que está envolvido no aumento do nível de açúcar no sangue e fornece informações sobre alimentos que tratam a hipoglicemia. Podem ocorrer ataques ocasionais de hipoglicemia se você for diabético, então é importante saber como lidar com eles. Vá para a próxima seção para saber como aumentar os níveis de açúcar no sangue.


Alimentos que tratam a hipoglicemia

Se você é diabético, deve sempre ter consigo um suprimento de açúcares simples que podem ser usados para tratar a hipoglicemia. A caixa de remédios, a estante ao lado da cama, o porta-luvas do carro, a escrivaninha, a pasta de documentos, a bolsa, ou a mochila da academia são bons lugares para estocar lanches ricos em açúcar para quando você apresentar uma hipoglicemia. Algumas boas escolhas são:
 
•2 ou 3 tabletes de glicose

•1/2 xícara de suco de fruta

•1/2 xícara de refrigerante normal (não pode ser bebida diet sem açúcar)
 
•1 copo de leite

•pequenas caixas de uvas-passas

•5 ou 6 pedaços de algum doce duro

•1 ou 2 colheres (de chá) de mel ou de açúcar

•um tubo de gel de glicose ou outro produto anti-hipoglicemia

Você pode ler essa lista e ficar com algumas dúvidas, tais como: desde quando o leite é fonte de açúcar? Surpresa: o leite contém uma forma de açúcar simples, chamado lactose. Algumas pessoas não conseguem digerir a lactose, pois causa problemas gastrointestinais desagradáveis, como, distenção abdominal (sensação de estufamento). Porém, se o leite não for problema, pode ser uma fonte saudável de açúcares que combatem a hipoglicemia, pois também contém cálcio, proteína e outros elementos saudáveis.

Humm, queijo...é feito de leite, certo?

Boa tentativa, mas a maioria dos queijos (principalmente os curados, como cheddar e suíço) são relativamente pobres em lactose, então não aumentarão muito os níveis de açúcar no sangue. E as barras de doces? Elas contêm bastante açúcar. Sem dúvida, assim como uma grande quantidade de gordura do chocolate, das nozes, da manteiga de amendoim e outros ingredientes. A gordura retarda a absorção do açúcar pelo intestino. Além disso, a gordura é uma fonte extremamente densa de calorias, e esse excesso de gorduras vai se depositar nos quadris e nas coxas.

Os produtos especiais contra a hipoglicemia não são caros demais? Talvez não. Doces de consistência dura, uvas-passas e refrigerantes podem aliviar a hipoglicemia de maneira eficiente. Mas alimentos e bebidas tipo lanche podem fazer você comer mais do que o necessário. Isto é, se você não tiver força de vontade, poderá devorá-los ou tomá-los só por estar com fome ou sede. Você pode ficar sem suprimentos se os níveis de açúcar diminuirem mais e, além disso, o açúcar desnecessário pode elevar a glicose em excesso e aumentar o peso corporal. Por outro lado, os tabletes e géis de glicose não deixam você enjoado e nem tentado a devorá-los no lanche da tarde.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoglicemi
       http://saude.hsw.uol.com.br/hipoglicemia.htm