LUGARES EXTRAORDINÁRIOS

Mistérios da Chapada Diamantina

chap1A Chapada Diamantina é uma região de serras, protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, situada no centro do estado brasileiro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas. Essas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes cachoeiras e formam transparentes piscinas naturais. O parque nacional é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A vegetação é exuberante, composta de espécies da caatinga semi-árida e da flora serrana, com destaque para as bromélias, orquídeas e sempre-vivas. A Chapada Diamantina é composta por 25 municípios: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, ...

Iramaia, Iraquara, Itaetê, Jussiape, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção, Novo Horizonte, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Utinga e Wagner. Sua população total estimada em 2014 era de 395.620 habitantes.

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OVNIs e mistérios na Chapada Diamantina

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Situada no Estado da Bahia, a Chapada Diamantina é um dos lugares mais belos e estranhos do Brasil. Quem vê seus exuberantes rios, cachoeiras, fauna e flora, não imagina os estranhos eventos ocorridos naquela região. Essa paisagem maravilhosa esconde inúmeros mistérios. Os moradores e os turistas testemunham os mais bizarros acontecimentos: luzes estranhas no céu, gritos, berros e ecos aonde não há nada, criaturas que perseguem os turistas no meio da escuridão e falam um idioma desconhecido, enfim, os relatos são tantos que a Chapada terminou ganhando uma linha de turismo específico, voltado apenas para explorar essas estranhezas.

E o turismo ficou ainda mais forte quando os estudiosos do misticismo começaram a apontar a Chapada Diamantina como um dos sete locais do mundo que possuem uma entrada para Agartha, reino lendário que ficaria no subterrâneo, próximo ao centro da Terra e lar de Melquisedec, um ser com poderes fantásticos, intitulado “Rei do Mundo” que aparece em escritos antigos de diversas culturas e segundo a lenda acompanha a Humanidade desde o seu inicio e auxilia na evolução gradual que ela sofre.

 

 

Igatu, uma cidade fantasma localizada na Chapada Diamantina, já teve 15 mil habitantes no auge da exploração das pedras preciosas, hoje não chega a ter 300. As ruínas que lembram vagamente Machu Picchu (clique AQUI para ler o texto sobre Igatu publicado aqui no Noite Sinistra) são alvo de eventos fora do comum. Dizem que constantemente é possível ver as luzes que rodeiam o pequeno vilarejo.

Outra interessante história a respeito desse tão belo local do território brasileiro tem haver com os Manuscritos 512 (clique AQUI para ler sobre), que são um documento que relata uma exploração iniciada em 1753 ao interior da região nordeste tendo como líderes Francisco Raposo e João Silva Guimarães. O documento aponta para a descoberta de uma cidade rica em ouro. De acordo com dados contidos nesse documento acredita-se que essa cidade perdida se localiza na região da Chapada Diamantina - há que acredite que essa cidade seja Igatu.

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Os habitantes tem medo, boa parte devido as terríveis lendas que são passadas de geração em geração. Falam que mesmo no século XIX, quando iniciou a exploração das pedras preciosas e a cidade estava cheia, os casos de desaparecimentos já eram comuns. As “luzes” adentravam as estreitas ruas e levavam as pessoas das suas casas.

Ainda da época do exploração, os garimpeiros afirmavam que para encontrar um diamante, era necessário acontecer o que eles chamam de “Bamburrio”, é uma espécie de magia entre o garimpeiro. Os garimpeiros de coração aberto tinha um diamante predestinado, e que esse chamado, nome dado a esta luz por eles, era o sinal já que apenas um garimpeiro podia observar esse fenômeno.

Esses contos terminaram por se enraizar pela região e ao invés de afastar os turistas, os atraiu. A Chapada Diamantina hoje é uma das principais paradas do “turista místico” por causa desses acontecimentos um tanto assombrosos.

Presença de povos antigos de além mar

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O formato peculiar de alguns morros também são alvo de teorias. Algumas pessoas acreditam que formações como o Morro do Camelo (foto acima) e o Morro do Chapéu (foto abaixo), não são formações naturais. Essas pessoas acreditam que povos antigos, que estiveram no Brasil muito antes da época que os portugueses chegaram aqui, construíram essas estruturas, que na verdade seriam templos, ou alguma Necrópole de um importante governante, a exemplo que que muitas pessoas pensam do morro da Gávea. Esses supostos povos também teriam sido responsáveis pela construção de Igatu, que era o local onde se concentrava a mina de exploração de pedras preciosas, motivo pelo qual esses povos estariam no Brasil.

Sumérios, Fenícios e até Vikings são apontados pelos entusiastas dessas teorias como possíveis construtores desses monumentos de pedras e da cidade de Igatu.

Registros Ufológicos da Chapada Diamantina

Existem muitas ocorrências de supostos casos de avistamentos de OVNIs em tudo quanto é parte do mundo, sendo que muitos desses relatos datam de muitos anos atrás. O mesmo acontece com a região da Chapada Diamantina, onde o primeiro registro que temos conhecimento data do ano de 1882. Trata-se de uma ocorrência descrita no livro do autor Baiano M.M Freitas, de título ¨Estradas e Cardos¨. Onde ele narra como que em uma noite, um painel colorido foi visto por ele sobrevoando as montanhas ao redor de Mucugê. Naquela época não se falava em Discos Voadores ou OVNIS, devido a isso o escritor ficou abobado sem poder entender a sua experiência. Ele presenciou a aparição de um OVNI, mas a chamou de ilusão de ótica após não ter conseguido compreender o fenômeno.

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Mucugê é uma região de forte Casuística Ufológica, assim afirma também o Artista Plástico morador de Lençóis conhecido por Jotacê. Ele relata que as cidades de Lençóis, Mucugê e Morro do Chapéu, são os locais onde ocorrem fenômenos Ufológicos com maior frequência. Jiovaldo Chaves de Araújo mais conhecido por Jotacê, possuía 64 anos no momento em que relatou a sua experiência a uma publicação que aborda o tema chamada Revista UFO. Ele revelou que já presenciou uma quantidade considerável de fenômenos Ufológicos na região. Ele conta que as luzes variam de cor, podem ser azuis, vermelhas, brancas, cintilantes ou fixas como o farol de um carro.

Uma das suas experiências mais marcantes, ocorreu enquanto ele estava na presença de mais duas testemunhas em meados do ano de 1997. Jotacê e as demais testemunhas chamadas Eraldo e Roque, seguiam em direção a rodoviária da cidade de lençóis. Subitamente ao olharem para cima, puderam observar uma luz de cor azul que se aproximava silenciosamente. Eram mais ou menos 19:00 h da noite quando isso aconteceu, uma das testemunhas chamada Eraldo pronunciou alguma palavra e a luz se distanciou até desaparecer parecendo ter ouvido as testemunhas.

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Outra testemunha dessas experiências Ufológicas é conhecido por Tiãozinho. Que na companhia de outros moradores de Lençóis, fez uma vigília no alto da cidade onde ficam as antenas. Nessa ocasião, ele afirma que caiu com a sua máquina fotográfica no chão ao tentar fotografar um OVNI. As testemunhas que o acompanhavam, saíram correndo e o deixaram sozinho no meio da vegetação quando viram o OVNI. Devido a isso, ele tentou acompanha-los e veio a sofrer esse incidente que ocasionou na sua queda. Essa ocorrência chegou ao conhecimento da Revista UFO, a maior publicação sobre o tema no Brasil. Ela disponibilizou um artigo sobre o caso na sua revista de edição número 66.

A Lenda do Encanto do Diamante

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Essa é uma lenda muito conhecida entre os garimpeiros e nativos da região. Segundo esse conto popular existe uma forte sintonia entre os diamantes, o homem e os Astros. Alguns Garimpeiros afirmam, que para cada Diamante da terra existe uma estrela no céu. Esse diamante só pode ser encontrado, se as estrelas assim o permitirem ao Garimpeiro. Essa permissão quando é fornecida, é representada por uma forte luz que percorre as serras. Está luz para o garimpeiro, é o sinal de que ele terá sorte no garimpo. Quando isso acontece, eles costumam dizer que ocorreu o Bambúrrio, o sagrado triângulo entre o homem, o diamante e as estrelas.

Alguns ufólogos fazem referência a essa antiga lenda, principalmente a parte da luz branca das estrelas, como a forma que os antigos moradores do local interpretavam o que na verdade seria um avistamento de disco voador. Lembramos que atualmente a região é uma das mais ricas do Brasil do ponto de vista ufológico.

A Lenda da Pedra Viva

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Essa também é uma lenda muito conhecida pelos garimpeiros da região. Os mais antigos afirmam, que cada diamante está predestinado a um homem. Este homem para merecer o seu diamante, deve manter o seu coração puro e longe da maldade. Devido a isso, os diamantes possuem o poder de aparecer somente para quem eles desejam. Segundo a Lenda, um garimpeiro com boas intenções pode ver um diamante no mesmo lugar, onde outros não conseguem. O diamante possui um brilho próprio, que o faz reluzir somente quando o deseja.

Lenda da Lagoa Encantada

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Outra Lenda muito curiosa, é a Lenda da Lagoa Encantada. Uma jovem muito apaixonada, não teve o seu amor correspondido. Muito triste, ela se sentou a beira da Lagoa e após um tempo se jogou dentro dela. O plano de suicídio da garota não deu certo, inesperadamente o surreal aconteceu. Uma Síncope emergiu desde o fundo da Lagoa e salvou a garota. Ela teve o seu cabelo preso ao galho de uma árvore, mantendo assim a sua cabeça fora da água. Ainda viva a garota foi encontrada na Lagoa. O homem que ela amava se comoveu com o ocorrido, e foi em busca dela na Lagoa. Diz a Lenda, que os dois ficaram juntos após o episódio e viveram felizes.

A Lenda do Pai Inácio

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A lenda que talvez seja a mais contada e conhecida até mesmo entre os turistas, é a Lenda do Pai Inácio. Tudo começou quando um escravo chamado Inácio, se apaixonou pela filha do seu Senhor. Após um tempo os encontros secretos dos dois foram descobertos, e o senhor condenou o escravo Inácio a morte. Ele e a sua amada decidiram fugir juntos e subiram um morro. Já lá em cima, ao verem que não tinham mais para onde ir. Abriram um guarda-chuva e saltaram, os dois chegaram com segurança ao solo e não foram mais vistos. Deviso a isso, o morro ganhou o nome do escravo e passou a se chamar Morro do Pai Inácio.

Outras histórias

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Essa é uma das versões mais convencionais e contadas da Lenda. Entretanto, existem outras menos conhecidas. Como a de que o escravo e a sua amada foram abduzidos. Durante o salto eles foram teletransportados para uma nave. Isso explicaria, porque ao saltar eles nunca mais foram vistos. Já outros afirmam, por exemplo, que eles passaram por um portal dimensional.


Chapada revela mistérios da pré-história

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No caminho até a “Pedra Escrevida”, como os moradores nativos chamavam o Complexo Arqueológico Serra das Paridas, localizado no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, o guia de turismo Aderbal Nogueira nos convida a exercitar a criatividade e interpretar o significado das centenas de pinturas rupestres encontradas no maior acervo arqueológico da Bahia.

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Para ele, alguns traçados alinhados nos paredões rochosos representam a grelha para assar o peixe; já as figuras que lembram diversas formas humanas em círculo, representam rituais da tribo em volta de uma fogueira e, em tom de brincadeira, para um desenho quase indecifrável, até os óculos escuros para contemplar o por do sol já existiam naquela época. “Aqui é o lugar para soltar a imaginação, para você ter uma ideia, até ícones do windows as crianças enxergam”, conta sorrindo.

E dá-lhe imaginação, afinal, para tentar compreender figuras de milhares de anos atrás, é necessário viajar no tempo e em diferentes horizontes culturais. Algumas figuras, por exemplo, extrapolam o âmbito terrestre, como o é o caso do desenho que ganhou o título de mascote do complexo, apelidado de E.T, fazendo alusão ao personagem mais carismático do cineasta Steven Spielberg. Já as figuras mais famosas são as das mulheres – supostamente – em posição de cócoras, como eram realizados os partos antigamente, e que dão o nome ao complexo.

Para os arqueólogos, no local predominam quatro estilos gráficos, alguns mais naturalísticos e outros mais abstratos, nas cores vermelho e amarelo. As mais antigas, são predominantemente realistas, com figuras de animais (zoomórficas) e humanas (antropomórficas), e as mais contemporâneas, são consideradas simbólicas, através da utilização de figuras geométricas. Para o Professor Dr. Carlos Etchevarne, coordenador do Grupo de Pesquisa Bahia Arqueológica, o significado das gravuras depende do referencial cultural de cada um. “Para mim essa figura se refere a uma teia de aranha”, explica apontando para dois círculos, um dentro do outro, com uma cruz em cima; “mas para um índio, isso é apenas o mapa de uma tribo com as trilhas para a roça”, conclui.

As pinturas rupestres são como a nossa escrita atual, pode servir como um material didático para ensinar a caça, pode ser uma poesia ou demarcar um território. Acredita-se que em algumas situações elas eram feitas em rituais e por uma pessoa especial eleita pelo grupo. “A arqueologia não atribui significados, a busca é para entender os objetivos e o contexto. Achamos desenhos delicados em uma toca escondida, baixa e escura. O que interpretamos sobre isso? Era uma mensagem que não podia ser vista por muitas pessoas, provavelmente um segredo. Ou seja, existe uma relação de funções para os grafismos”, afirma o professor.

Revelações enterradas

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Neste mar de suposições, é necessário utilizar diversos mecanismos científicos para decifrar os mistérios em torno desses artistas pré-históricos. E as escavações são uma das principais ações para encontrar pistas concretas. É o que começaram a fazer, neste mês de setembro, os arqueólogos do projeto Circuitos Arqueológicos da Chapada Diamantina, que está sendo realizado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) com apoio do IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia).

“Estamos buscando encontrar elementos como fósseis, restos de alimentos e ferramentas que, juntos, nos deem indícios de quem eram e como viviam esses pintores”, explica Etchevarne. Durante as primeiras escavações já foram descobertos pequenos ossos de animais, blocos de pedras lascadas, vestígios de uma fogueira e fragmentos de um esqueleto humano, incluindo dois dentes.

Algumas evidências indicam que por ali passaram diferentes grupos, predominantemente nômades e com bagagens culturais parecidas. “Eu vejo claramente que essa pedra, por exemplo, sofreu interferência humana, ela possui um gume geralmente utilizado para cortar couro, carne e fibra. Um tipo de instrumento típico dos caçadores-coletores”, – classificação dada ao modo de subsistência dos primeiros habitantes da terra, que surgiram há milhares de anos e se mantiveram até o século XIX – explica o professor.

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Além dos artefatos encontrados, o modo de realizar a escavação também é determinante, além de ser um processo demorado e delicado. As camadas de terra são removidas a cada 10 cm e em quadrantes de um metro quadrado. O que se deve ao solo também possui idade e história, características identificadas através da diferente coloração existente entre as suas camadas.

“Na superfície existe uma acumulação de material orgânico escuro, provinda dos paredões rochosos de arenito que vão se desmanchando, ou seja, um evento geológico mais recente. Por isso, acreditamos que os primeiros habitantes que chegaram aqui encontraram o solo de coloração amarela, localizado na base”, afirma Etchevarne, indicando a faixa mais profunda da área escavada.

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Concluída a pesquisa de campo, que ainda irá levar alguns meses, o passo subsequente está no laboratório. Descobrir a idade dos elementos encontrados pode funcionar como uma importante peça que restava do quebra-cabeça, apesar de nem sempre ser uma tarefa simples. Não existe, por exemplo, um método atual capaz de datar as pinturas rupestres encontradas na região, feitas com material mineral. Apesar disso, o grupo de pesquisa continua apostando em idas e vindas de laboratórios internacionais e diversos profissionais da ciência para chegar a um resultado satisfatório.

Enquanto não desatam esse nó, eles apostam na datação de materiais biológicos, como os vestígios de uma fogueira, realizada através de uma técnica muito difundida na arqueologia, o Carbono 14. Procedimento já aplicado em objetos encontrados em outras áreas da região, no município de Morro do Chapéu, onde foram achados carvões de 2.900 anos de idade.

Circuitos Arqueológicos

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A Chapada Diamantina é um bom lugar para contar histórias muito antigas, seja pela sua formação geológica, que vivenciou grandes mudanças climáticas do planeta, ou então, pela história da evolução da humanidade, que também deixou marcas registradas em suas rochas espalhadas em seus mais de 150 mil hectares.

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Devido a esse patrimônio, pesquisadores e autoridades resolveram realizar o projeto Circuitos Arqueológicos da Chapada Diamantina, com o objetivo de preservar as pinturas rupestres, reconhecer o seu valor histórico e cultural, e criar um roteiro de visitação arqueológico no estado, com a participação de sítios de seis municípios da região: Iraquara, Lençóis, Morro do Chapéu, Palmeiras, Seabra e Wagner.

O projeto está sendo realizado em diversas fases, incluindo capacitação de agentes locais e pesquisa, e deverá levar mais dois anos e meio para ser concluído. Ele visa criar um conjunto de dados para contextualizar as pinturas e, finalmente, estar pronto para receber visitantes.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/
Ah Duvido
Mochileiro Selvagem
http://www.guiachapadadiamantina.com.br/