PESSOAS ESPECIAIS

Daniel Dunglas Home

ddhomeDaniel Douglas Home, ou simplesmente D.D. Home, como ficou mais conhecido foi provavelmente o maior médium de efeitos físicos de todos os tempos. “O Senhor Daniel Dunglas Home nasceu em março de 1833.  Tem, pois, hoje, 24 anos (artigo escrito por Allan Kardec em fevereiro de 1858). 

Descende da antiga e nobre família dos Douglas da Escócia, outrora soberana. Filho de William Montagu Home e Elisabeth Mcneill, Home nasceu na aldeia de Currie, perto de Edimburgo, na Escócia.Embora descendente da antiga e nobre família dos Douglas da Escócia, outrora soberana, nasceu na pobreza e como filho ilegítimo sendo adotado por uma tia que o levou aos nove anos para morar em Connecticut, nos Estados Unidos.

É um jovem de talhe mediano, louro, cuja fisionomia melancólica nada tem de excêntrico; é de compleição muito delicada, de costumes simples e suaves, de um caráter afável e benevolente sobre o qual o contato das grandezas não lançou nem arrogância e nem ostentação.

Dotado de uma excessiva modéstia, jamais exibiu a sua maravilhosa faculdade, jamais falou de si mesmo, e se, na expansão da intimidade, conta coisas que lhe são pessoais, é com simplicidade, e jamais com a ênfase própria das pessoas com as quais a malevolência procura compará-lo.

Vários fatos íntimos, que são do nosso conhecimento pessoal, provam nele nobres sentimentos e uma grande elevação de alma; nós o constatamos com tanto maior prazer quanto se conhece a influência das disposições morais sobre a natureza das manifestações.

O Senhor Home é um médium do gênero daqueles que produzem manifestações ostensivas, sem excluir, por isso, as comunicações inteligentes; mas as suas predisposições naturais lhe dão, para as primeiras, uma aptidão mais especial.

Desde a mais tenra idade suas aptidões mediúnicas já se manifestaram. Com seis meses de idade, seu berço se balançava inteiramente sozinho, na ausência de sua babá, e mudava de lugar. Nos seus primeiros anos, era tão débil que tinha dificuldade para se sustentar, sentado sobre um tapete, os brinquedos que não podia alcançar, vinham, eles mesmos, colocar-se ao seu alcance. Aos três anos teve suas primeiras visões, quando tinha apenas 13 anos viu o espírito do seu  amigo Edwin e contou a família que ele estava morto, fato que foi realmente comprovado.

Sob a sua influência, os mais estranhos ruídos se fazem ouvir, o ar se agita, os corpos sólidos se movem, se erguem, se transportam de um lugar a outro através do espaço, instrumentos de música fazem ouvir sons melodiosos, seres do mundo extra-corpóreo aparecem, falam, escrevem e, freqüentemente, vos abraçam até causar dor. Em agosto de 1952 Ward Cheney, próspero fabricante americano de seda, organizou uma sessão espírita em Connecticut. Home, então com 19 anos, estava presente e todos aguardavam manifestações insólitas, tais como luzes misteriosas, objetos flutuantes etc. Mas algo inesperado aconteceu, tornando Home famoso da noite para o dia: ele flutou no ar e sua cabeça tocou o teto. Entre os convidados estava um incrédulo repórter do Hartford Times, que descreveu n bizarro incidente: “Subitamente, sem que ninguém do grupo esperasse, Home subiu no ar. Eu estava segurando a mão dele e examinei seus pés – estavam 30 centímetros acima do chão. Todo o corpo de Home latejava, numa confusão de emoções que iam da alegria ao medo, sufocando suas palavras. Repetidas vezes ele levitou. Na terceira, subiu até o teta do apartamento, onde encostou as mãos e os pés”.

A carreira de Home progrediu; logo ele passou a ser tratado como celebridade tanto nas sessões espíritas quanto na sociedade mundana. Em todos os lugares onde ia ocorriam fenômenos – o vento uivava, flores frescas se materializavam e caíam do teto, portas se abriam e fechavam, bolas de fogo atravessavam a sala. Entretanto esta fama teve seu preço, pois Daniel foi obrigado a sair de casa, pois sua família acreditava que era coisa do demônio.

Ele mesmo foi visto, várias vezes, em presença de testemunhas oculares, elevado sem sustentação a vários metros de altura.

Do que nos foi ensinado sobre a classe dos Espíritos que produzem, em geral, essas espécies de manifestações, não seria preciso disso concluir que o Sr. Home não está em relação senão com a classe íntima do mundo espírita.

Seu caráter e as qualidades morais que o distinguem, devem, ao contrário, granjear-lhe a simpatia dos Espíritos Superiores; ele não é, para esses últimos, senão um instrumento destinado a abrir os olhos dos cegos por meios enérgicos, sem estar, por isso, privado de comunicações de uma ordem mais elevada.

É uma missão que aceitou; missão que não está isenta nem de tribulações e nem de perigos, mas que cumpre com resignação e perseverança, sob a égide do Espírito de sua mãe, seu verdadeiro anjo guardião.

A causa das manifestações do senhor Home é inata nele; sua alma, que parece não prender-se ao corpo senão por fracos laços, tem mais afinidade pelo mundo espírita do que pelo mundo corpóreo; por isso ela se prepara sem esforços, e entra, mais facilmente que em outros, em comunicação com os seres invisíveis.

Essa faculdade se revelou nele desde a mais tenra infância.

Com a idade de seis meses, seu berço se balançava inteiramente sozinho, na ausência de sua babá, e mudava de ligar.

Nos seus primeiros anos, era tão débil que tinha dificuldade para se sustentar, sentado sobre um tapete, os brinquedos que não podia alcançar, vinham, eles mesmos, colocar-se ao seu alcance.

Com três anos teve as suas primeiras visões, mas não lhes conservou a lembrança.

Tinha nove anos quando sua família foi se fixar nos Estados Unidos; aí os mesmos fenômenos continuaram com uma intensidade crescente, à medida que avançava em idade, mas a sua reputação, como médium, não se estabeleceu senão em 1850, por volta da época em que as manifestações espíritas começaram a se tornar populares nesse país.

No ano de 1853 foi estudar medicina em Nova Iorque mas não concluiu os estudos retornando a Grã-Bretanha dois anos depois.

Em 1854, veio para a Itália, nós o dissemos, por sua saúde; espanta Florença e Roma com verdadeiros prodígios.

No  outono de 1855, por motivo de saúde, ele viajou para Florença, durante este período várias pessoas puderam testemunhar sua mediunidade, inclusive o imperador Napoleão III e sua esposa a imperatriz Eugênia que puderam constatar o fenômeno da escrita direta com a assinatura de Napoleão Bonaparte.

Em dezembro do mesmo ano D.D. Home tornou-se católico e tomou a obrigação de romper as suas relações com o mundo dos Espíritos. Durante um ano, com efeito, seu poder oculto pareceu tê-lo abandonado; mas como esse poder estava acima de sua vontade, findo esse tempo, assim como lhe havia anunciado o Espírito de sua mãe, as manifestações se produziram com uma nova energia, o que acabou acarretando sua expulsão da Igreja em 1863 devido as suas práticas mediúnicas.

Em 1859, já casado, retornou a Inglaterra com a esposa Alexandrina e o filho Gregoire, sua fama já havia crescido consideravelmente e várias celebridades o procuravam sempre.

Em 1868, mais precisamente no dia 13 de dezembro,  aconteceu um dos mais fantásticos episódios dentre os muitos envolvendo Home quando ele, estando num dos quartos do terceiro andar do hotel Ashley House, na frente de várias pessoas, levitou saindo por uma janela e entrando por outra e deixando todos os presentes atônitos.

Além da levitação D.D. Home possui habilidades de materialização, escrita direta, produção de pancadas, ruídos e até de instrumentos musicais.

Convertido à fé católica, em Roma, tomou a obrigação de romper as suas relações com o mundo dos Espíritos. Durante um ano, com efeito, seu poder oculto parece tê-lo abandonado; mas como esse poder estava acima de sua vontade, a cabo desse tempo, assim como lhe havia anunciado o Espírito de sua mãe, as manifestações se produziram com uma nova energia.

Sua missão estava traçada; deveria distinguir-se entre aqueles que a Providência escolheu para nos revelar, por sinais patentes, a força que domina todas as grandezas humanas.

Para o senhor Home, os fenômenos se manifestam, algumas vezes, espontaneamente, no momento em que menos são esperados.

O fato seguinte, tomado entre mil, disso é uma prova. Desde há mais de quinze dias, o senhor Home não tinha podido obter nenhuma manifestação, quando, estando a almoçar na casa de um dos seus amigos, com duas ou três pessoas do seu conhecimento, os golpes se fazem súbito ouvir nas paredes, nos móveis e no teto.

Parece, disse, que voltaram. O senhor Home, nesse momento, estava sentado no sofá com um amigo.

Um doméstico trás a bandeja de chá e se apressa em colocá-la sobre a mesa, situada no meio do salão; esta, embora fosse pesava, se eleva subitamente e se destaca do solo em 20 a 30 centímetros de altura, como se tivesse sido atraída pela bandeja; apavorado, o criado deixa-a escapar, e a mesa, de pulo, se atira em direção do sofá e vem cair diante do senhor Home e seu amigo, sem que nada do que estava em cima tivesse se desarrumado.

Esse fato, sem contradita, não é o mais curioso daqueles que teríamos a relatar, mas apresenta essa particularidade, digna de nota, de ter se produzido espontaneamente, sem provocação, num círculo íntimo, onde nenhum dos assistentes, cem vezes testemunhas de fatos semelhantes, tinha necessidade de novos testemunhos; seguramente, não era o caso para o Senhor Home de mostrar as suas habilidades, se habilidades havia.” 

Outras manifestações: O que distingue Daniel Douglas Home é sua mediunidade excepcional.

Enquanto outros médiuns obtém golpes leves, ou o deslocamento insignificante de uma mesa, sob a influência do senhor Home os ruídos, os mais retumbantes, se fazem ouvir, e todo o mobiliário de um quarto pode ser revirado, os móveis montando uns sobre os outros.

Igualmente os objetos inertes, ele próprio é elevado até o teto (levitação), depois desce do mesmo modo, muitas vezes sem que disso se aperceba.

De todas as manifestações produzidas pelo Sr. Home, a mais extraordinária é a das aparições, segundo análise de Allan Kardec.

Do mesmo modo sons se produzem no ar ou instrumentos de música tocam sozinhos.

“Seguramente, se alguém fosse capaz de vencer a incredulidade por efeitos materiais, este seria o senhor Home. Nenhum médium produziu um conjunto de fenômenos mais surpreendentes, nem em melhores condições de honestidade.”

O senhor Home realizou várias experiências perante o Imperador Napoleão II.

Durante essas experiências, obteve-se uma prova concreta da assinatura de Napoleão Bonaparte, com a presença da Imperatriz Eugênia, cujo fato aumentou grandemente sua fama.

Jamais esse excepcional médium mercadejou seus preciosos dons mediúnicos.

Teve inúmeras oportunidades, mas sempre se recusou. Dizia ele:

“Fui mandado em missão. Essa missão é demonstrar a imortalidade. Nunca recebi dinheiro por isso e jamais receberei.”

Como todo o médium, o senhor Home foi caluniado e ferido em sua dignidade, mas nunca lhe faltou, nas horas mais difíceis, o amparo de seus mentores espirituais.

O grande cientista britânico William Crookes pesquisou a mediunidade de Home e atestou a autenticidade dos fenômenos produzidos. Seu relatório sobre a pesquisa efetuada foi publicado no Quarterly Journal of Science, de julho de 1871. Nele, Crookes admitia que a sua mente racional assegurava a impossibilidade de tudo o que observara; entretanto, reconhecia estar plenamente convencido de que Home era capaz de levitar, segurar brasa, alongar-se e fazer com que os objetos flutuassem no ar.

O ano 1871 foi também o ano do segundo casamento de Home , desta vez com Julie de Gloumeline, uma russa muito rica.

Nessa década de 70 Home cessou suas atividades mediúnicas e na década seguinte, em 12 de junho de 1886 ele faleceu vítima de tuberculose, após um longo e doloroso período enfermo.

Seu corpo foi cremado em St. Germain-en-Laye.

 


Fonte: Narração de Allan Kardec - Revista Espírita de 1858, mês de fevereiro.
       http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/biografia35.html
       www.prairieghosts.com/ddhome.html , www.luzespiritual.org/danieldouglas.htm ,               www.famousamericans.net/danieldouglashome , circleofinnervisions.com/daniel_douglas_home.htm ,               www.sobrenatural.org/site/parapsicologia/mediuns/Daniel_Douglas_Home/introducao.asp