PESSOAS ESPECIAIS

A história de Bruce Lee - Parte 2

bruce4Pensamentos - "Desde que eu fui uma criança tenho tido esse impulso instintivo por expansão e crescimento. Para mim, a função e dever de um ser humano de qualidade é o honesto e sincero desenvolvimento de seu potencial." "Para mim 99% desse negócio de auto-defesa oriental é besteira. É jazz ornamental. É bom, mas não funciona." "Tanto quanto me lembro, eu sinto que tenho essa grande força criativa e espiritual dentro de mim, que é maior que a fé, maior que ambição, maior que confiança, ...

maior que determinação, maior que visão. É tudo isso combinado. Meu cérebro torna-se magnetizado com essa força dominadora que tenho em minhas mãos." "Meus seguidores em Jeet Kune Do, atendem a isso: todas as normas fixas são incapazes de adaptabilidade ou flexibilidade; a verdade está fora de todas as normas fixas."

 "Com relação a outros estilos e escolas não pense em termos de certo ou errado, melhor ou pior. Não seja contra ou a favor. Na encosta da primavera, não há melhor ou pior...

Não leu a primeira parte da vida de Bruce Lee? Leia aqui!

Os ramos floridos crescem naturalmente, uns longos, outros curtos." "Crescer, descobrir... é algo que experimento cada dia, às vezes bom, às vezes frustrador... não importa! Deixe sua luz interior guiá-lo, para fora da escuridão." "Um bom mestre poupa seus alunos de sua própria influência." "Saber não é o bastante; precisamos aplicar. Querer não é o bastante, precisamos fazer." "Se você acreditar que uma coisa é impossível, você a tornará impossível." "Esvazie sua xícara primeiro, só então você poderá provar meu chá. Afinal de contas a utilidade da xícara está em poder esvaziar-se. Abra sua mente para receber novas idéias." "Seja como a água que abre caminho através das pedras: não se oponha ao obstáculo; contorne-o!" "Faça da pedra de tropeço, um degrau de subida. Transforme cada fato negativo, em uma experiência positiva." Treinamento - Bruce Lee, sem dúvida alguma foi um dos homens mais letais que o mundo conheceu, conseguiu alcançar um desenvolvimento e uma perfeição física realmente invejável. Mas a pergunta que todos gostariam de ver respondida é: "Como chegou a isso?”. Para se falar do treinamento de Bruce um livro não bastaria ! Todavia procurei explanar sobre o assunto numa visão simplificada.

"Força em si não é conhecimento e conhecimento não é treinamento, mas combine conhecimento com treinamento e você obterá força."

    De todas as suas muitas propriedades, a que Bruce mais valorizou foi seu próprio corpo. E o fez numa extensão que a muitos parecia excêntrica, até fanática, visando sempre manter seu físico em perfeita forma. Seu ginásio era um templo para o desenvolvimento da aptidão e do ajustamento físicos, sendo equipado com toda a espécie de aparatos e tendo várias paredes revestidas de espelhos para que ele pudesse observar melhor seus próprios exercícios e movimentos.

    Para manter-se em perfeita saúde, Bruce tomava muito cuidado com o que ingeria, acreditando que "você é o que come !", não fumava e não ingeria bebidas alcoólicas. Mas nem tudo que era bom para Bruce era bom para as outras pessoas.

    Quando Robert Lee, seu irmão, chegou aos Estados Unidos vindo de Hong Kong, Bruce que o esperava no aeroporto deu um passo atrás com expressão de espanto e exclamou: "Jesus ! Como você está magro ! Não diga a ninguém que você é meu irmão, pois me embaçaria !". Robert foi levado à casa de Bruce em Bel Air e já na manhã seguinte era acordado cedo, recebia um par de tênis e era obrigado a correr três milhas ( 4 Km e 8 m ). A seguir era compungido a beber uma mistura que o próprio Bruce preparava no liquidificador a fim de assegurar-se de que seu irmão beberia tudo. Para Bruce, que estava acostumado a ingeri-la sempre, era saborosa ... mas para os outros não era nada agradável !. Bruce parecia um sargento do exército ! Todos os dias vinha com aquela mistura de leite, proteína em pó, bananas, gelo, ovos com casca e manteiga de amendoim.

    Mas Bruce não será lembrado como um dietista, nem o poderia ser. Seu corpo era desenvolvido dentro de um modelo de graça e perfeição muscular, sem a deformidade de tendões e nervos dos praticantes de musculação. O corpo de Lee era um instrumento de genuína beleza e ele chegou a isso através de uma série de cuidadosos e apropriados exercícios e treinamentos os quais, felizmente, foram registrados e deixados para nós numa abundância de entrevistas, artigos, testemunhos e notas pessoais.

    O desenvolvimento de tal perfeição física, conforme Lee enfaticamente assinalava, não é um fim em si mesmo; é, antes, segundo suas próprias palavras ... "Um dedo apontando para a lua. Por favor, não tomem o dedo pela lua! Nem fixem o olhar tão atentamente no dedo a ponto de omitir a bela visão dos céus. A utilidade do dedo é assinalar, além dele mesmo, a luz que o ilumina e a tudo mais".

    Um dos melhores meios de se manter um constante nível de excelência física e de estabelecer uma base de aptidão a partir da qual pode-se progredir infinitamente é, de acordo com Lee, CORRER. Durante toda sua vida ele recomendou esse tão simples e disponível exercício, dizendo: "Se você não estiver fisicamente ajustado, não deve entregar-se diretamente a um árduo treinamento. Para mim, um dos melhores exercícios é correr. Correr é tão importante que se deve praticá-lo durante toda a vida. A que horas do dia você corra não importa. No início você deve correr naturalmente, como num cômodo "trotar". Depois, gradualmente aumentar a distância e o "tempo" ( apalavra "tempo" aqui não se refere à "duração" do exercício, mas significa o seguinte: - Esse pequeno fragmento de período - um compasso em cadência - que é mais adequado à realização efetiva de uma ação é chamado de tempo. Bruce Lee - Tao of Jeet Kune Do, pág. 64 ) - aqui seria o "ritmo" da corrida. - E finalmente incluir arranques para desenvolver seu fôlego".

    Bruce corria seis dias por semana entre 15 a 45 minutos, percorrendo entre 2 e 6 milhas ( cerca de 3 e 9 Km e meio ) quase sempre na companhia entusiástica de seu enorme cão dinamarquês "Bobo". corria não importava onde: na praia, nos bosques, nas colinas ( aliás gostava de correr subindo encostas íngremes ), ou mesmo nas ruas em horas do nascer do dia. Variava o ritmo, passava de um "tempo" moderado a violentos arranques seguidos de um ritmo mais lento e compassado. Saltava, corria em zigue-zague e incorporava em sua corrida qualquer elemento que pudesse servir para melhorar algum aspecto físico em especial.

    Outra forma de exercícios regulares que Lee empregava eram os Tai-Chi - série de contorções e movimentos lentos empregados como terapia para a mente e para o corpo como meditação e exercício físico. A origem dos Tai-Chi remonta a épocas bem remotas ... O monge chamado Chang San Fen estava meditando certa noite quando um ruído interrompeu sua concentração. Era uma cobra, cabeça reta, sibilando sob o ataque de um grou. Conforme a ave arremetia o ataque, a cobra desviava-se para um lado ou para outro golpeando o grou com a cauda. Quando o grou protegia uma parte do corpo, a cobra era capaz de deslizar e golpear outra, sempre fora do alcance da ave. Finalmente o grou, impotente e desiludido voou frustrado enquanto a cobra voltava à sua toca. Chang percebeu, então, a lição do valor do elemento mais fraco curvar-se ante o ataque do mais forte.

    E assim começou a estudar métodos de combate usados pelos animais. Preparou-os depois num estilo de exercícios conhecidos como Tai-Chi baseados no seguinte princípio: "O que é mais maleável do que a água ? No entanto, a água pode desgastar a mais dura rocha".

    O próprio Lee falava de tais exercícios relacionando-os ou comparando-os com a água: "Como a água, devem ser amorfos. Coloque a água numa xícara, ela se tornará parte da xícara; coloque-a numa garrafa, ela se tornará parte da garrafa. Tente golpeá-la, ela cederá mas não sofrerá dano: é maleável ! Tente agarrá-la, ela não oporá resistência mas lhe escapará por entre os dedos ... de fato, escapará na medida em que a pressão for sendo aplicada sobre ela. Quanta verdade há no princípio de que o nada não pode ser confinado, de que a coisa mais suave do universo não pode ser quebrada e de a mais maleável não pode ser moldada !".

    Bruce nunca se absteve da prática de exercícios. Amigos testemunham que jamais o viram el lazer; estava sempre fazendo algo, trabalhando alguma parte do corpo, buscando métodos de treinamento cada vez mais sofisticados e exaustivos. Mesmo conversando, jantando ou vendo TV, ele estava se exercitando, pressionando uma das mãos contra a beira da mesa ou flexionando os músculos da coxa. Linda Lee, sua esposa, conta quão freqüentemente o encontrava com um livro numa das mãos, lendo ... e um haltere na outra ! Mesmo estudando estava exercitando algum músculo. Conta como, muitas vezes, ele interrompia de repente a mais interessante conversa para rabiscar um novo tipo de exercício que houvesse cruzado sua mente.

    James Coburn relata que, em certa ocasião, viajando num vôo com Lee, este alternadamente socava um coxim com um e outro punho. Depois de certo tempo, Coburn já irritado queixou-se ... - "Sinto, exclamou Lee, mas tenho que me manter em forma".

    De todos os exercícios "naturais", isto é, os que não requerem equipamento ou técnica especial, que Lee empregava provavelmente os mais exaustivos eram os exercícios isométricos. Exercício isométrico é todo aquele através do qual os músculos são trabalhados por se oporem contra um objeto imóvel - como uma parede. Lee ficava uma hora empurrando um gradil como o dorso mão !

    Para se terem uma idéia de quanta tensão isso pode causar nos músculos do braço, tente ficar em frente a uma parede, com o corpo perfeitamente ereto e empurre-a com o dorso das mãos. Mantenha-se assim durante uns três ou quatro minutos.

    Depois recue um passo e deixe os braços caírem, soltos ... eles movimentar-se-ão para cima sozinhos. Agora tente fazer isso durante uma hora !

    Lee usava exercícios isométricos para desenvolver muitos músculos de seu corpo. Um meio efetivo de fazer pressão em tantos músculos quanto possível, num único exercício, era o uso que fazia da barra isométrica que ele mesmo aperfeiçoou em seu ginásio. Era uma barra de metal acolchoada no meio, que podia ser colocada em qualquer altura entre duas peças verticais de sua armação. Colocada usualmente na altura exata do ombro, Lee ficava sob ela, tendo os ombros e o dorso do pescoço contra a parte acolchoada e então a empurrava para cima. Assim, os músculos da panturrilha, coxa e estômago eram trabalhados. E colocando as mãos nos lados da parte acolchoada, sempre empurrando a barra para cima, os músculos dos braços também eram trabalhados.
    Lee se referia às suas mãos e pés, braços e pernas como instrumentos do ofício e conseqüentemente faria de tudo para mantê-los afiados dentro de primorosa forma.

    Bruce usava muito a bicicleta ergométrica para desenvolver resistência cardiovascular e o poder de suas fabulosas pernas, pedalando a toda velocidade uns 60 Km por hora durante 45 minutos.

    Pulava corda com um ou dois pés, alternando-os, ou sobre um pé mantendo o outro à frente, aumentando o ritmo até alcançar um "tempo" realmente veloz. Procurava minimizar os movimentos de braços, levantando os pés do chão apenas o suficiente para passar a corda e não mais. Para os principiantes recomendava pular 3 minutos seguidos, descansar 1 minutos e assim sucessivamente. Porém Bruce pulava de forma contínua (sem pausa) durante 30 minutos.

    Outro exercício a que Bruce se entregava era a prática de impacto com a "Medicine-ball". Um companheiro lançava com força a bola ( do tamanho de uma bola de futebol ) contra a zona abdominal de Lee, estando este em pé ou deitado.

    Os golpes produzidos pela força do lançamento iam aumentando até causar impactos verdadeiramente consideráveis. Essa prática durava em média 20 minutos e foi, em grande parte, responsável pelo assombroso desenvolvimento de sua parede abdominal. O abdômen, por ser a delicada zona de união entre o tronco e as pernas deve funcionar com precisão e potência em uníssono com os membros superiores e inferiores, para a aplicação correta de qualquer técnica. Tem de possuir paredes fortes e flexíveis para absorver qualquer impacto de golpe do adversário numa zona vital sem proteção óssea e cuja defesa se reduz a uma poderosa parede muscular. Flexões abdominais também auxiliam muito nesse desenvolvimento muscular.

    Bruce fazia ainda exercícios de elevação de tronco em mesa inclinada ( 5 a 8 séries de 50 repetições ) e elevação de pernas em ponte. Elevação de pernas sobre barra fixa, envolvendo ou não a sola do pé com a mão. Praticava saltos com abertura de pernas, tocando os dedos do pé com as pontas dos dedos da mão em pleno ar. Saltos mantendo nas mãos peso ( halteres ) entre 5 e 15 Kg.

    O peso utilizado era em função do número de repetições ( saltos ) da sessão de treinamento. O uso do trampolim em certos saltos ajudava-o a desenvolver a elasticidade e a flexibilidade.

    Para trabalhar os músculos dorsais, Bruce não se preocupava com pesos máximos, porém usava cargas mais que consideráveis em séries velocíssimas e quase sem descanso ( 4 a 5 séries de 20 repetições com 5 segundos de descanso entre uma e outra série ).

    Não há dados exatos sobre os pesos que Bruce utilizava porque simplesmente Bruce jamais os levou em conta. A única coisa que importava era a sensação de trabalhar contra resistências que o faziam esforçar-se. Não obstante, alguns companheiros que tiveram o privilégio de trabalhar com ele asseguram que chegou a usar até 80 ou mesmo 90 Kg ( embora sua média fosse 50 Kg ) em grande velocidade.

    Mover tais pesos na velocidade em que os movia era uma verdadeira façanha.

    Mas para Lee era apenas um complemento de sua arte. Seus fabulosos antebraços ( duros como pedra e capazes de aparar o golpe mais violento sem receber dano ) e seus poderosos ombros eram trabalhados duramente no levantamento de pesos longos com um braço de cada vez, prática dificílima devido à dificuldade de equilíbrio e à longitude do instrumento usado ( barra longa de levantamento terra com pesos nas pontas ).
    Usava, ainda, um haltere curto, sem o peso na extremidade que servia de "cabo" para segurar ( o outro peso era mantido, dando oa haltere forma de marreta ).

    Lee girava-o para trás e para frente e em círculos sem mover o braço, isto é, com torção apenas do pulso. Para exercitar os antebraços suportava pesos durante o maior tempo possível com os braços estendidos ( na altura do peito ).

    Exercitava ainda os antebraços no aparato isométrico, realizando bloqueios específicos contra o mesmo que era especialmente desenhado para este fim.

    Bruce costumava criar, ele próprio, a maior parte de seus equipamentos ( os que adquiria eram sempre modificados, aperfeiçoados e melhorados para atender às suas necessidades ) e procurava torná-los o mais "realista" quanto fosse possível, de modo com que "reagissem" a ele em diferentes ângulos, obrigando-o a mudar, mover-se, estar alerta e ativo !

    Stirling Silliphant lembra que Bruce tinha um aparelho para estiramento de pernas: - "Você colocava a perna num laço e uma carretilha puxava uma corda estirando sua perna além do limite da resistência humana. Não é à toa que falam tanto sobre tortura chinesa ! eu costumava dizer a Bruce.

    Bruce tinha também em sua garagem um saco gigantesco medindo 5 pés ( 1 metro e 65 cm ) de largura por 8 pés ( 2 metros e 65 cm ) de altura. Esse saco ocupava metade do espaço da garagem ! Absorvia poder e força extra como nenhuma outra coisa no mundo o faria ! Era duro fazê-lo mover-se, era como chutar um tronco de árvore ... e pensar que Bruce podia enviá-lo voando com o seu melhor chute !

    Bruce sempre enfatizou, entretanto, que o melhor equipamento não pode simular condições de combate real, por isso insistia em usar um parceiro sempre que possível. Mas com referência aos exercícios que usava, ele insistia: "Um exercício tem que ser funcional. Tem que ser o mais próximo possível da realidade !"

    O chute de Lee era tão funcional que os chineses apelidaram-no "O homem de três pernas" ( por poder chtar direita-esquerda-direita consecutivamente num só chute ) Lee desenvolveu a potência e incrível rapidez de seu chute através de, entre outras coisas, cuidadoso uso do "gym cycle", do esticador de pernas e da barra alta. Quando os músculos estavam desenvolvidos, já prontos, ele treinava chutando árvores. Sim, árvores ... não novas e finas, mas frondosas, de tronco firme como colunas de concreto.

A Rotina de Abdominais de Bruce Lee

De todas as partes do corpo que Bruce Lee desenvolveu, os seus músculos abdominais eram os mais espetaculares: pedra sólida ao toque, profundamente cortados e altamente definidos. Bruce acreditava que os abdominais eram um dos mais importantes grupos musculares para um artista marcial já que virtualmente todo movimento requer algum grau de trabalho abdominal.

    Talvez mais importante, os "abs" são como uma concha, protegendo as costelas e órgãos vitais. Lee era mais que um mero fanático por fitness; ele era um extremista, sempre à procura de novos modos para levar o seu corpo ao limite, afinando-o constantemente e ao mesmo tempo esforçando-se para alcançar o máximo de eficiência.
    Ele sentia que a muitos artistas marciais dos dias dele faltava a aptidão física necessária para os/as apoiar nas suas habilidades.

    No seu livro "Tao of Jeet Kune Do", ele escreveu "Treino é uma das fases mais negligenciadas dos atletas. Muito tempo é dedicado ao desenvolvimento da habilidade, e muito pouco, ao desenvolvimento do indivíduo para a sua participação."

    O dono da revista Black Belt Mito Uyehara recorda que "Bruce sempre sentiu que se o teu estômago não fosse desenvolvido, então tu não deverias fazer sparring duro."

    A esposa de Lee, Linda Lee Cadwell, reivindica que o seu falecido marido "era um fanático acerca do treino de abs. Ele estava sempre a fazer sit-ups, crunches, movimentos de cadeira romanos, elevações de perna, e V-ups."

De acordo com algumas notas iniciais de Lee, o seu treino diario abdominal incluiu:

    Torção de Cintura - quatro séries de 90 repetições.
    Sentar para cima (sit-ups) com torções - quatro séries de 20 repetições.
    Elevações de perna - quatro séries de 20 repetições.
    Torções inclinadas - quatro séries de 50 repetições.
    Pontapés em posição de rã - quatro séries de 50 repetições.

    Lee desenvolveu esta rotina mais adiante, somando séries adicionais de sit-ups, inclinações laterais, elevações de perna, "bandeiras", torções, e inclinações atrás, ao seu regime de treino abdominal.
O exercício "bandeira" era uma técnica particularmente difícil que Lee destinou para trabalhar os abdominais: deitado num banco, ele agarrava barras fixas com as mãos e, elevava-se, suportado apenas pelos seus ombros.
    Então, com os joelhos fechados, pernas esticadas e a parte de baixo das costas elevadas do banco, ele executava elevações de pernas.

    Bolo Yeung, o co-estrela de Lee em Entrada do Dragão, lembra-se de ver o amigo executar este exercício só com as lâminas dos ombros descansando no fim do banco, e com as pernas e torso suspensos horizontalmente. "Ele conseguia manter-se perfeitamente horizontal em pleno ar!" nota Yeung.

    Claro que, o seu estômago de tábua de lavar roupa não veio de mero treino abdominal; Lee também era um zeloso proponente de condicionamento cardiovascular e regularmente corria, saltava à corda, pedalava uma bicicleta estacionária.

    Uma típica corrida de Lee cobria uma distância de duas a seis milhas e era realizada em 15 a 45 minutos.
    De acordo com o seu amigo e actor Bob Wall da mesma categoria, "o Bruce era quase um corredor de cinco-milhas, mas Bruce também era um desses sujeitos que eu desafiei para além de si mesmo. Ele corria para trás, ele corria sprints rápidos onde outro correria uma milha, caminharia outra milha, correria outra milha...."

    Lee alternava correr com andar de bicicleta estacionária, a qual, de acordo com Uyehara, ele pedalava durante 45 minutos (aproximadamente 10 milhas).

    Um aluno de Lee, Herb Jackson, lembra-se de outro método não menos ortodoxo que Lee usava para aumentar a sua definição de músculo. De acordo com Jackson, Lee usaria um tipo de cinto sudatório ao andar na sua bicicleta estacionária porque ele acreditava que o cinto focalizava o calor nos seus músculos abdominais e ajudava a reduzir gordura.

    Outro elemento na procura de Lee para definição abdominal era nutrição. De acordo com Linda Lee Cadwell, pouco depois dele se mudar para os Estados Unidos, Bruce começou a levar a nutrição seriamente e desenvolveu um interesse em comidas de saúde e bebidas de altas proteínas. "Várias vezes por dia, ele tomava uma bebida de altas proteínas composta de leite em pó, água de gelo, ovos, cascas de ovo, bananas, óleo vegetal, farinha de amendoim e sorvete de chocolate," recorda Cadwell, que afirma que a cintura de Bruce flutuou entre as 26 e 28 polegadas.

"Ele também bebia as suas próprias misturas de suco, feitas de legumes e frutas, maçãs, aipo, cenouras e assim por diante, preparadas num liquidificador eléctrico." Lee comia carne magra racionadamente e consumia grandes quantidades de frutas e legumes. Em anos posteriores, ele tornou-se muito educado sobre suplementos de vitamina, e cada dia aportava-lhe exactamente a cota certa de vitaminas A, B,C,D e E.

Jeet Kune Do

Jeet Kune Do (???= Jié quán dào; lit. "Caminho para interceptar com o punho"), também Jeet Kun Do ou JKD, é um neo-sistema de arte marcial de combate, desenvolvido pelo artista marcial e ator o mestre Bruce Lee.
Recentemente, em 2004, a Fundação Bruce Lee decidiu usar o nome Fan Jeet Kune Do para designar o estilo. O nome faz referência à arte ensinada por Bruce Lee, como pretendia quando ainda vivo. "Jun Fan" é o nome em chinês de Lee, com a tradução literal sendo "Caminho de Bruce Lee para Interceptação dos Punhos." Veja mais em O Tao do Jeet Kune Do.

Estilo, sem formas fixas, o Jeet Kune Do é um sistema criado por Bruce Lee, que mais que uma arte marcial, é uma sintêse de seus próprios pensamentos. Em última instância o Jeet Kune Do (Caminho do golpe que intercepta) não se resume à uma técnica, mas essencialmente à uma filosofia advinda principalmente da corrente Taoísta, com influências do Zen Budismo, e de Krishnamurti.

Segundo sua mulher, Linda Emery Lee, Bruce sempre se considerou primeiro um artista marcial, depois um ator.
Aficionado pesquisador marcial, Lee dedicou sua vida à análise das teorias e práticas de sistemas de luta. Percebeu a ineficiência para combates reais advindos dos floreios das técnicas clássicas, que chamava de "desespero organizado". Lee considerava que as técnicas clássicas de luta não estavam preparadas para situações reais de combate, preferindo abordagens mais diretas.

“Se sua vida está ameaçada, você não para e pensa: Deixe-me ver se minha mão está na posição correta, ao lado do meu quadril, ou se meu estilo é O ESTILO. Então, por que a dualidade?” (Bruce Lee)

Bruce acreditava que a velocidade era elemento fundamental do combate, e que as técnicas mais simples eram mais rápidas, tanto em velocidade de reação, quanto de aplicação.

bruce6Através de experiências em combates reais, percebeu certa dificuldade de vencer através dos métodos clássicos de seu estilo de Kung-Fu, o Wing Chun, considerado um dos mais diretos. Por essa razão, quebrou a abordagem clássica e se desenvolveu em vários sistemas de artes marciais, unificando-as em um estilo único que chamou de Jeet Kune Do. A principal diferença que Lee estava adotando ao seu estilo era a prioridade para a velocidade, usando para isto golpes lineares, ao invés dos tradicionais movimentos circulares das artes clássicas.Entre os principais estilos pesquisados e sintetizados por Lee estão o Tai Chi Chuan, Boxe, Judo, Jiu-Jitsu, Savate, Aikido, Eskrima, Muay Thai, além do Wing chun (Ving Tsun) que estudou na China, junto com o famoso mestre Yip Man. A abordagem filosófica do Jeet Kune Do é o mais importante do sistema, já que ele não se limita a conjuntos de movimentos. Para Lee o Jeet Kune Do se desenvolve diferentemente em cada tipo de lutador, porque as pessoas são igualmente diferentes, e não possuem as mesmas características físicas e psicológicas. A “liberdade de expressão” era para ele fundamental dentro de uma luta, e acreditava que um sistema marcial restrito, ou um conjunto de movimentos limitava a habilidade de resposta do lutador, que deve ser completa. O lutador eficaz deveria ser capaz de responder a qualquer tipo de situação. Essa era uma de suas principais divergências quanto aos métodos clássicos, que exploram situações de adversários estáticos em seqüências pré-estabelecidas, “dissecando-as como um cadáver”. Para ele o combate era bem vivo, e muito diferente de qualquer abordagem estática.

Entre as principais contribuições técnicas das pesquisas de Bruce Lee estão as teorias sobre a eficiência dos golpes diretos e simples, jabs com os dedos, técnicas e solo, e principalmente, as interceptações.
Do ponto de vista teórico a importância do controle da “distância”, do “timing” e da “cadência”, quebras de ritmo e dos fatores psicológicos do combate.

Sobre o ponto de vista físico, seus métodos de treinamento, alimentação e principalmente da coordenação e acurácia para desenvolvimento de maior potência dos golpes, através do domínio da tensão relaxamento das fibras musculares no momento dos golpes, além dos processos mecânicos envolvidos em cada um.

bruce5Emblema do JKD  - Emblema do Jeet Kune Do. Os caracteres chineses ao redor do símbolo Taijitu indicam: "Usar nenhum meio como meio" & "Tendo nenhuma limitação como limitação" As flechas representam o movimento interminável e mudança do universo. O alto desenvolvimento de Bruce, deixa muitas pessoas à duvidar da sua honestidade no sentido de como chegou a esse desempenho. Muitas pessoas duvidam dos pensamentos dele e apenas acham que ele era super-dotado fisicamente. Mas não é bem assim. Bruce treinou com o patriarca Ip Man do estilo Ving Tsun Chuan, um estilo bem direto e um instrutor nada sistêmico, Tais fatos repercutiram bastante na mente de Bruce para criar o Jeet Kune Do, o caminho do punho interceptador. O nome, vem de um movimento que aprendeu de um amigo e não tem muito à dizer sobre a arte. Com o tempo Bruce foi percebendo que o caráter de sistema da arte arte era muito limitador e que na luta o objetivo era aniquilar o poder do oponente desde o primeiro instante.  Por isso Bruce treinava tanto, afim de tornar cada movimento tão letal quanto o quisesse.

Bruce lee dizia que se aprendesse basquete como se aprende Kung Fu tradicional o aluno levaria "um" ano sem pegar na bola. Com isso frisava a importância de preparar o aluno desde o começo para não se encontrar surpreso em uma situação real. Ele também acreditava que o treino deve ser todo realizado de forma como se estivesse lutando e que trabalhos mecanizados só servem para destruir a habilidade marcial. Desta forma acreditava que o melhor era treinar com um parceiro. A liberdade na forma de lutar é uma característica importante do JKD, a única coisa que pedia era para que não se fizesse nenhum movimento desnecessário e pouco produtivo, tais como chutar alto e agarrar o oponente.  

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruce_Lee
       Jornal do Brasil – 07/06/93
      
http://www.frasesfamosas.com.br/de/bruce-lee/pag/4.html
       http://sokungfu.vilabol.uol.com.br/treinamento_de_bruce_lee.htm
       http://www.dragonwill.com/babs.html
       http://artemarcial.br.tripod.com/jeetkunedo
       http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeet_Kune_Do