PESSOAS ESPECIAIS

Eliphas Levi

levi1Eliphas Lévi, nome de baptismo Alphonse Louis Constant, (8 de fevereiro de 1810 - 31 de Maio de 1875) foi um escritor francês, e ocultista. O seu pseudónimo "Eliphas Lévi," sob o qual ele publicava seus livros, resultou da tradução o seu nome "Alphonse Louis" para a língua hebraica. Filho de um sapateiro, demonstrou grande inteligência, e aos dez anos de idade foi educado no presbitério ...

da Igreja de Saint-Louis em L´lle onde aprendeu o catolicismo. De lá foi encaminhado aos quinze anos de idade para o seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet onde realizou os estudos preparatórios. Em 1830 foi transferido para o seminário de Issy para estudar filosofia. E em 1832 ingressou no seminário de Saint-Sulpice para estudar teologia. Foi ordenado diácono em 1835. Teria sido ordenado sacerdote, não tivesse confessado o amor por Adelle Allenbach, que ele havia realizado a primeira comunhão. Quando se pergunta pela história do ocultismo tem muitos nomes e inumeráveis obras, e sem dúvida,  se estudarmos o ocultismo do século XIX tem um nome que ressalta por sua grande importância no ocultismo esotérico moderno: Eliphas Lévi, cujo nome verdadeiro era Alphonse Louis Constant. Eliphas Lévi nasceu em Paris em 1810. Filho de um sapateiro desde muito jovem se sentiu atraído pela  mística e por isso ingressou no Grande Seminário de Issy, aonde cursou estudos clericais.

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Obras
• Dogma e Ritual da Alta Magia
• História da Magia
• A Chave dos Grandes Mistérios
• A Ciência dos Espíritos
• As Origens da Cabala
• Os Mistérios da Cabala
• Curso de Filosofia Oculta
• Fábulas e Símbolos
• O Livro dos Sábios
• O Grande Arcano
• Os paradoxos da Sabedoria Oculta

Como bom aluno na sua carreira clerical, passou pelo diaconato para mais tarde ser ordenado sacerdote, mas não foi por muito tempo, já que acabou expulso pela igreja devido a suas idéias heréticas e por não ter mantido o voto de castidade. Nos anos posteriores Lévi sofreu em sua pele a miséria tanto material como espiritual e arrependido ingressou em 1839 na abadia beneditina de Solermes acreditando destinado a vida monástica, mas só permaneceu interno durante um ano, o tempo suficiente para escrever secretamente sua primeira obra, "A Bíblia da Liberdade", obra que foi considerada como perniciosa e pecaminosa pela Audiência de Paris e pela qual foi condenado a 11 meses de prisão, sendo libertado em abril de 1842. A partir de sua liberação, atraído por seu ascetismo, começa a freqüentar bibliotecas aonde descobre com admiração os segredos do hermetismo, estudando Martines de Pascually. Já admitido  na magia e na maçonaria é animado pelo historiador maçônico Ragón a escrever uma de suas obras mais importantes, "Dogma e ritual de alta magia", a qual assina com duas letras hebraicas, iniciais do nome que utilizaria a partir deste momento: Eliphas Lévi, o equivalente hebraico de seu nome de nascimento, como ele próprio afirmava.

Em março de 1854 chega a Londres aonde conhece o rosa-cruz Sir Edward Bulwer Lytton (autor de Zanoni) e entre eles cresce a amizade e motivados por sua devoção pela magia se entregam juntos a experiências místicas.
Lévi se retirou durante 21 dias para um templo londrino, praticando a meditação acompanhada de uma estrita dieta vegetariana e jejuando durante duas semanas para no final aparecer diante do teúrgo Apolonio de Tiana. A partir de então sua reputação de erudito e mestre cresce rapidamente e Lévi começa a se dedicar à alquimia e a atender consultas de tarô e quiromancia. De 1865 a 1874, Lévi foi "imperador" de uma importante sociedade secreta iniciática, "Os Irmãos Maiores da Rosacruz". Entre outras coisas, a importância de Lévi para o ocultismo é o seu acerto no desenho e sua interpretação esotérica do Baphomet (vide neste site). Mais, Lévi foi o primeiro a adaptar o pentagrama invertido como símbolo material ante o espiritual, do direito. Ele fez duas ilustrações do pentagrama. Na primeira, o direito (sem inversão), desenhou um homem dentro de das cinco pontas de uma estrela, simbolizando cada um de seus membros com um dos quatro elementos - terra, ar, água e fogo - estando a cabeça representada pelo espírito, os nomes Adão e Eva escritos dentro da estrela e as letras hebraicas correspondentes à palavra Yeshua ao seu redor. Chamou o desenho de "O Homem Microcósmico".

Importante salientar aqui que alguns autores afirmam que tal figura não é de Lévi, mas de Cornelius Agrippa de Nettesheim, publicada no seu livro "De Occulta Philosophia" em 1530. Lévi apenas modificou-a, 300 anos depois (a figura do homem-microcosmo ao lado é de Cornelius Agrippa, sem as escritas de Lévi). Mas há outro detalhe, 24 anos antes de Agrippa, Leonardo Da Vinci fez um estudo o qual descobre a simetria humana, mostrada em um desenho que o chamou de "O homem Vitruviano", um sucesso na época. Da Vinci não tinha nada de ocultista, mas certamente inspirou Agrippa a pensar em uma "simetria oculta" do homem.

Na ilustração do pentagrama invertido Lévi desenhou dentro da estrela invertida a cabeça de uma cabra e os nomes de Samuel y Lilith dentro e a palavra Léviatan (seria de Lévi?) ao redor. Chamou-o de Baphomet. O Baphomet completo (também chamado de Sabbatic Goat) sentado em cima de uma esfera viria mais tarde, ilustrando a capa de seu livro "A Doutrina da Alta Magia" publicado em 1855.

Ao interpretar os pentagramas formulou pela primeira vez a diferença entre o simbolismo humano-material e o divino-espiritual. Também aportou estudos sobre os 22 arcanos maiores do tarô, associando-os as letras do alfabeto hebraico e a seus aspectos divinos. Além das obras já citadas, Lévi deixou outras obras de grande importância para o esoterismo e o ocultismo, tais como "Historia da magia", "A magia transcendental" o "A chave dos mistérios", entre outras. Suas obras influenciaram a outros grandes ocultistas como Aleister Crowley, quem proclamou ser a reencarnação de Lévi.

Eliphas Lévi, cabalista, rosa-cruz e maçom, fez de suas escrituras sua vida e de sua vida magia, sendo sem dúvida um dos ocultistas mais importantes do século XIX. Lévi faleceu em 1875 com a idade de 65 anos, não sem antes de deixar um importante legado para os amantes do ocultismo.
A Origem Religiosa
O abade francês Alphonse Louis Constant, conhecido nos meios ocultistas como Eliphas Levi Zahed (tradução hebraica de seu nome), é considerado por muitos, o mais importante ocultista do século XIX. Eliphas nasceu no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris, filho do sapateiro Jean Joseph Constant e da dona de casa Jeanne-Agnès Beaupurt. Possuía uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha.

Quando pequeno, Levi possuía grande aptidão para o desenho. Mesmo assim, seus pais o encaminharam para o ensinamento religioso aos 10 anos, quando ingressou no presbitério da Igreja de Saint-Louis em L'Île, onde aprendeu catecismo com o abade Hubault. Aos 15 anos, devido ao seu brilhantismo e dedicação ao sacerdócio, foi encaminhado ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, e começou a se aprofundar nos estudos lingüísticos de forma tão notável que logo lia a Bíblia em sua versão original. Em 1830, foi cursar filosofia no seminário de Issy. Mais tarde, ingressou em Saint-Sulpice para estudar teologia.

Após terminar o curso de teologia, Eliphas ascendeu na hierarquia da Igreja e foi aceito nas ordens maiores, ordenando-se subdiácono. Começou a lecionar em um colégio para moças e, seguindo com dedicação a carreira eclesiástica e seus estudos religiosos, escreveu uma peça bíblica chamada Nimrod, e vários poemas religiosos que projetaram sua imagem dentro da Igreja

Entretanto, o jovem Alphonse sentiu o peso de tantos anos de reclusão e ascetismo. Conheceu uma jovem, pobre, tímida e retraída que os outros padres haviam se recusado a atender e preparar para a comunhão. Eliphas não só aceitou a tarefa, como prometeu tratá-la como filha. A menina, que se chamava Adele Allenbach, de uma beleza pura e cândida, pareceu a Eliphas ser a imagem da própria Virgem Maria. Essa beleza juvenil correspondeu para ele a uma "iniciação à vida", pois amou-a ternamente como se fosse uma deusa, marcando para sempre em sua vida.

Eliphas foi ordenado diácono, em 1835, mas no ano seguinte, quando estava para atingir o cargo de sacerdote, confessou ao seu superior o que havia sentido com relação à jovem, anos antes. Desse momento em diante, as portas da carreira eclesiástica se fecharam brutalmente para ele, o que lhe causou uma grande consternação e abalou sua visão de Deus e do mundo religioso.

Aos 26 anos, Eliphas saiu do seminário e começou uma nova jornada em sua vida. Sua mãe, ao saber de sua saída, suicidou-se. E isso, somado ao fato de que muitos boatos que começaram a circular, diziam que havia sido expulso do seminário pelo seu envolvimento com uma jovem, o deixou muito abalado.


A Descoberta do Ocultismo


Sem experiência do mundo, Eliphas teve muitas dificuldades para encontrar um emprego, principalmente pelos boatos que denegriam sua imagem. Assim, percorreu grande parte da França, trabalhando algum tempo num circo e, em Paris, como pintor e jornalista, atividades que o levaram a conhecer um grande número de intelectuais e estudiosos. Com seu amigo Henri-Alphonse Esquirros, fundou uma revista denominada As Belas Mulheres de Paris, na qual aplicava-se como desenhista e pintor e Esquirros como redator.

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Em 1839, Eliphas dirige-se a um local no qual entraria em contato com o oculto e as leituras consideradas proibidas e perigosas para os cristãos, descobrindo que não havia perdido a inclinação para a vida mística e religiosa. Na cidade de Solesmes, havia um convento dirigido por um abade que não seguia as regras oficiais da Igreja e que tinha em seu acervo de documentos, grande quantidade de livros e textos gnósticos, muitos deles ligados à magia e aos seres de outros planos. Assim, Eliphas, estimulado pelos acontecimentos em sua vida, mergulha nessas leituras, procurando entender as relações entre Deus, o homem, o pecado e o Inferno. Lia os mais diversos autores em busca das respostas e, lendo livros da Senhora Guyon, chega à conclusões que mudariam a sua maneira de pensar dali em diante, como ele próprio chegou a descrever: "A vida e os escritos dessa mulher sublime, abriram-me as portas de inúmeros mistérios que ainda não tinha podido penetrar; a doutrina do puro amor e da obediência passiva de Deus desgostaram-me inteiramente da idéia do inferno e do livre arbítrio; vi Deus como o ser único, no qual deveria absorver-se toda personalidade humana. Vi desvanecer o fantasma do mal e bradei: um crime não pode ser punido eternamente; o mal seria Deus se fosse infinito!".

Partiu, então, de Solesmes com uma profunda paz no coração. Não acreditava mais no inferno! Já sem se fixar em emprego algum, Levi começou a escrever e divulgar suas descobertas místicas, que iam diretamente contra as idéias oficiais da Igreja. Também entrou em contato com os escritos do místico sueco Emmanuel Swedenborg (1688 - 1772), que Levi dizia serem capazes de conduzir o neófito pelo "Caminho Real", embora não contivessem a "Verdadeira Verdade".

Após publicar sua Bíblia da Liberdade, Levi foi preso, acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contra as bases da sociedade, de propagar o ódio e a insubordinação, e teve de pagar uma multa considerável para a época.

Em 1845, já influenciado por grandes magos da Idade Média, como Guillaume Postel, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa, Levi escreve sua primeira obra ocultista, chamada O livro das Lágrimas ou O Cristo Consolador.

No ano seguinte Eliphas se casa com Marie-Noémie Cadiot. Matrimônio esse, que acabou sendo um verdadeiro suplício para ele. Influenciado pela esposa, Levi chegou a escrever panfletos políticos incitando o povo contra o governo e a ordem vigente. Foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de mil francos de multa, acusado de estimular o povo ao ódio e ao desprezo do governo imperial; cumpriu seis meses da pena, graças à interferência de Noémie junto ao governo.

No ano de 1847, nasce a filha de Levi. Menina de saúde frágil que por várias vezes, esteve próxima da morte. Numa dessas ocasiões, Eliphas usou seu conhecimento dos sacramentos e das artes mágicas e reviveu a menina, numa cerimônia semelhante ao batismo cristão. Mas, em 1854, a menina não mais resiste às constantes debilitações e falece, para desespero do pai. Essa perda o marcou profundamente e influenciou para que seu casamento não durasse muito.

Eliphas chegou a fundar um clube político, em 1848, mas no ano seguinte abandonou-o, para dedicar-se exclusivamente ao Ocultismo.


A consolidação do Grande Mestre


Embora saibamos que os estudos ocultistas de Eliphas começaram no mosteiro, a data de sua iniciação, propriamente dita, ainda é duvidosa. Sabe-se que ele colaborou e foi amigo do iniciador do famoso mago Papus. No entanto, tudo indica que o ocultista polonês Hoene Wronski, tenha sido o introdutor de Eliphas no "Caminho". Inclusive, Wronski ao falecer em 1853, em Paris, deixou setenta manuscritos catalogados por sua esposa, à Eliphas Levi, havendo outros que foram doados à Biblioteca Nacional de Paris.

No ano seguinte a morte de Wronski, Levi foi para Londres, onde teve contato com vários ocultistas que queriam ver os prodígios e milagres que ele era capaz de realizar. Ao que parece, esses praticantes viam na magia mais um objeto de curiosidade, do que um caminho de auto-realização. Isso fez com que Eliphas rapidamente se afastasse deles, isolando-se no estudo da Alta Cabala, fato que acabou abrindo ainda mais sua percepção mágica.

Eliphas encontrou, nesse período, um Grande Adepto (uma pessoa que atingiu um dos Grandes Graus dentro das Ordens da Senda Real e da realização divina), que se tornaria seu grande amigo: Edward Bulwer Lytton. Os dois Mestres teriam trocado informações iniciáticas sobre as sociedades ocultistas, das quais certamente eram os grandes expoentes. Inclusive, consta que teriam realizado trabalhos espirituais em conjunto, indo desde invocações a contatos com seres de outras esferas de realidade. As anotações desses trabalhos foram parar nas mãos de Papus, e publicadas posteriormente. Nesse material, existem registros sobre três visões de Levi e Lytton: de São João, de Jesus e de Apolônio de Tiana (na qual Apolônio é descrito como um velho). Nessas invocações e visões, teriam entrado em contato com forças que lhes revelaram os mistérios dos Sete Selos do Apocalipse, possibilitando a compreensão da Cabala Mágica; conheceram eventos futuros sobre a vida de ambos e sobre a humanidade; conheceram a Magia Celeste; também fora-lhes dito sobre as chaves dos milagres e de todos os prodígios mágicos; e, parte mais difícil da busca mágica, como manter e honrar os saberes conquistados na Senda e na Busca pelo Real Caminho.

Em 1855, Eliphas começou a publicar a Revista Filosófica e Religiosa, sendo que vários artigos da mesma, seriam posteriormente utilizados em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios. Nesse mesmo ano, publica sua obra mais conhecida: Dogma e Ritual da Alta Magia, desvendando as várias faces do saber mágico. Publica também, o poema Calígula, retratando na personagem, o imperador Napoleão. Desse modo, é preso imediatamente, sendo solto após algum tempo.

Em 1859, publicou História da Magia, em que relata o desenvolvimento mágico ao longo da história, e que compõe, com os dois livros anteriores, o conjunto de livros ocultistas tidos como uma "bíblia", por todos os que vieram a estudá-los.

Eliphas estava sempre cercado por grande número de amigos e discípulos, todos eles com conhecimentos profundos; muitos estavam ligados às várias linhas mágicas e sociedades esotéricas que existiam na Europa do século 19, a maioria deles, compondo a elite cultural parisiense da época. Mesmo assim, ainda que tendo acesso a todo o luxo que desejasse, Eliphas manteve uma vida bem simples, mantendo sempre o seu espírito em um estado de paz e quietude. Sempre tomava cuidado com o que comia e bebia, evitando os extremos de calor e frio, e vivia numa casa fresca e arejada. Também se dedicava a exercícios moderados para manter o corpo forte. Aos que adoeciam e o procuravam, sempre recomendava remédios naturais e um estilo de vida como o que levava: simples e dedicado.

Em 1862, publicou aquela que, segundo ele próprio, era sua obra mais elaborada: Fábulas e Símbolos. Consta que o livro não contou apenas com a erudição de Levi, mas que ele estava inspirado por forças maiores, como se as idéias simplesmente nascessem, e a própria Vontade Divina agisse, movendo suas mãos. Ele se sentia em extrema comunhão com a Luz que envolvia seu trabalho.

O Destino Selado

Seu trabalho ficou cada vez mais conhecido e não havia quem não quisesse conhecer Eliphas. Entretanto, quando tudo transcorria calmamente, uma visita mudou sua a pacata vida.

Era um rapaz bem vestido, com um sorriso sarcástico e que, em tom jocoso, cumprimentou Eliphas formalmente, entrando na casa como se fosse sua própria. Assustado, Eliphas procurou descobrir quem era aquele rapaz. O jovem disse que, embora não o conhecesse, ele sabia tudo sobre sua vida, tanto seu passado quanto seu futuro, e continuou, dizendo: "Sua vida está regulada pela lei inexorável dos números. Sois o homem do Pentagrama e os anos terminados pelo número cinco sempre vos foram fatais. Olhai para traz e julgai: em 1815 vossa vida moral começou, pois vossas recordações não vão além, em 1825 ingressastes no seminário e entrastes na liberdade de consciência; em 1845 publicastes A Mãe de Deus, vosso primeiro ensaio de síntese religiosa, e rompestes com o clero; em 1855 vós vos tornastes livre, abandonado que fostes por uma mulher que vos absorvia e vos submetia ao binário. Notais que se houvésseis continuado juntos, ela vos teria anulado completamente ou teríeis perdido a razão. Partistes em seguida para a Inglaterra; ora, o que é a Inglaterra? Ela é o Iod da Europa atual; fostes temperar-vos no princípio viril e ativo. Lá vistes Apolônio, triste, barbeado e atormentado como estavas naquele período. Mas esse Apolônio, que vistes era vós mesmo; ele saiu de vós, entrou em vós e em vós permanece. Vós o revereis neste ano de 1865, mais bonito, radioso e triunfante. O fim natural de vossa vida está marcado (salvo acidente) para o ano de 1875; mas se não morrerdes neste ano, vivereis até 1885".

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Após isso, riu-se e incitou Levi com ambições e alusões à sua grande capacidade mágica e erudição. Além disso, durante todo o tempo, mostrou desprezo pela figura de Cristo e ainda disse: "Vós negastes minha existência, chamo-me Deus. Os imbecis denominam-me Satã. Para o vulgo chamo-me Juliano Capella. Meu envelope humano tem vinte e um anos; ele nasceu em Bordéus; tem pais italianos".

O estranho visitante, então partiu, e jamais os biógrafos de Eliphas Levi encontraram qualquer traço do mesmo. O ano de 1865, como ele tinha predito, foi triunfal para Eliphas, pois a publicação de sua Ciência dos Espíritos trouxe-lhe enorme reputação entre os ocultistas de seu tempo.

Da Vida para a História

Em 31 de maio de 1875, como o visitante daquele dia havia profetizado, Eliphas Levi falece. Sua morte transcorreu sem agitações. Com coragem e resignação, ele se manteve calmo, pois sabia que sua missão havia sido realizada, tanto no que diz respeito a realizações externas como espirituais. Deixou poucos bens materiais, já que sempre viveu humildemente. Em seu testamento, deixou apenas manuscritos e algumas obras de arte em nome de pessoas próximas, e também algo para a caridade.

Eliphas Levi não foi só um grande ocultista, mas um grande homem. Não se dedicou apenas a descobrir e desenvolver suas habilidades mágicas; seus feitos não eram o objetivo do caminho verdadeiro, mas uma conseqüência; o efeito das experiências de contato com o Deus que sempre habitou em seu coração. Eliphas procurava a conexão com o saber maior; queria desenvolver seu espírito para que ele rompesse a prisão do dualismo e superasse o universo das ilusões e das aparências. Seus livros são chaves que ajudam os iniciados a abrir portas, descobrindo a sabedoria dos mais diversos planos de existências. Através de seus estudos pode-se compreender a verdadeira Kabbalah, a qual permite entender o mecanismo da vida e da criação nos mais diversos planos de existência.

Acima de tudo, Eliphas demostrou ser um exemplo, de como se devem portar os grandes mestres ocultistas, agindo com humildade, calma e sabedoria; permitindo que sua aura permeie o ambiente e transmita a Luz em todas as direções. Deixando para a humanidade, como sua grande e maior obra, a própria vida.

Autentico Mestre da Loja Branca


Aphonse Charles Constant (1810-1875), nasceu em Paris no bairro de Odeón. Recebeu uma educação digna. Meigo, piedoso e estudioso, Constanl é motivo de numerosos elogios por parte de seus professores. Merecidamente Alphonse-Charles é admitido no Seminário Maior de Issy em Paris o qual recebe a ordem do Diaconato e. posteriormente, do Subdiaconato em 19 de dezembro de 1835. Nesta época Aphonse já estava procurando desvendar os mistérios da Alta Magia.,,

Saindo do seminário em Junho de 1836, para melhor pensar sobre a sua vocação sacerdotal, Aphonse conhece a miséria que imperava em uma Europa em pleno estado de transformações Sociopolíticas. Sua mãe, nesta ocasião morre de desespero.

O Abade Eliphas Levi, revelou em todas as suas grandes obras iniciáticas Os Grande Mistérios Alquímicos e Cabalísticos, em linguagem totalmente gnóstica, e somente quem tem os conhecimentos das correntes gnósticas compreendem suas obras, prova disto é o seu livro intitulado “O GRANDE ARCANO”, que foi estudado por milhares de pessoas sem estes nossos conhecimentos, e não entenderam absolutamente nada, dos mistérios que ali estão ocultos. Daí está à importância destes nossos estudos gnósticos.
Eliphas Levi, autêntico mestre da loja branca.
Sufocado e frustrado com a intempestiva vida social de Paris, Aphonse sente-se vocacionado à “vida claustral” e, em 1839, ingressa na famosa abadia beneditina de Solesme, permanecendo na mesma por um ano, ano este, por sinal, rico e frutífero como o mesmo atesta: “Passei horas maravilhosas na magnífica biblioteca... tive bastante tempo para estudar a doutrina dos antigos gnósticos, dos pais da igreja primitiva, os livros de Cassiano e outros ascetas; os escritos piedosos dos místicos, e principalmente os livros admiráveis e ainda ignorados por Mme Guyon.”

Após sair do monastério, Aphonse é contratado como vigilante de internato” no colégio dirigido pela Congregação do Oratório em July. Nesta ocasião escreve o seu primeiro livro, A Bíblia da Liberdade, com forte teor revolucionário a ponto de ser confiscado pelas autoridades francesas, que levam o jovem Aphonse, juntamente com o seu editor, perante o Tribunal Criminal, acusando-os de “ataque à propriedade, à moral pública e religiosa”. Aphonse é recluso par onze meses na prisão. Porém, o tempo é sabiamente aproveitado, na biblioteca da prisão. Aphonse depara com as obras de Swedenborg, que lhe causaram profunda impressão e das quais ele escreveu: “ Não contém a verdade, mas conduzem a ela infalivemente.” Aphonse liberado em abril de 1842.

Procura então ganhar o seu sustento através do brilhante talento que possuía para a pintura e o desenho artístico.

Compadecido pelo desperdício de um intelecto notável associado a uma virtuosidade acima de dúvidas, o arcebispo de Paris, Monsenhor Affre, recomenda o jovem Aphonse ao bispo de Evreux, Monsenhor Oliver, que o admite na função de pregador, já que o jovem Aphonse estava eclesiasticamente revestido da ordem do Diaconato. Porém, como as sombras não suportam a manifestação da luz, Aphonse é vítima de uma intriga movida por clérigos que se sentiram ameaçados pela sua liberdade de espírito e pela crescente influência junto ao povo. Devido a isto ele abandona a função de pregador.

Aphonse sobrevive escrevendo canções românticas e políticas, aproveitando todo o tempo disponível para aprofundar os seus estudos através de obras-primas do hermetismo na Biblioteca Nacional de Paris.

Por volta de 1845, movido pela degeneração política e social que então imperava na velha Europa, Aphonse estuda com afinco todos os escritos socialistas, republicanos e anarquistas, passando a frequentar e discursar nos clubes republicanos parisienses. Um panfleto de sua autoria, intitulado “A Voz da Fome”(defendia os direitos das mulheres), acarreta-lhe mais um ano de prisão.

Com a famosa revolta popular de 1848 em Paris, liga-se a vários clubes políticos, passando a publicar seus trabalhos de conscientização política no jornal libertário O Tribuno do Povo. Em uma manifestação o exército fuzila no seu lugar um negociante de vinho de aparência semelhante à sua. Seu coração sensível, diante deste erro trágico, leva-o para longe dos políticos e de seu mundo de violência e ilusão.

Afastado do contexto revolucionário, encontra aquele que seria seu mestre, Hoëne Wronski, sábio, filósofo e metafísico, do qual Aphonse escreveria mais tarde: “Um homem cujas descobertas só no terreno da matemática teria espavorido o gênio de Newton, acaba de instituir neste século de ceticismo, a base doravante inabalável de uma ciência simultaneamente humano e divina. Foi o primeiro que ousou definir a essência de Deus, nesta própria definição encontra-se a lei do movimento e da criação universal... Ele descobriu o segredo da vida, e esse alquimista da ciência universal desfruta agora do seio de Deus a imortalidade que ele criou para si...”

Wronski marcou profundamente a evolução intelectual e espiritual de Aphonse, ao ponto de corroborar na escolha do seu pseudônimo, Eliphas Levy, tradução hebraica de seus prenomes. Nesta ocasião de ascensão intelectual e espiritual, Eliphas Levy publica, por fascículos, a obra de excelência do ocultismo, Dogma e Ritual de Alta Magia.

Porém, como a doutrina metafisica de Wronski apenas lhe satisfazia o intelecto, Eliphas Levy não se dava por satisfeito, já que por esta ocasião ele não só era um assíduo estudante dos mistérios herméticos e cabalísticos, como também um praticante da Magia Ritual.

Se Eliphas Levy, aprendera a voar como a águia, o seu vôo de condor, seu “batismo de luz”, se deu em Londres em 26 de julho de 1854, com a sublime evocação ritual do grande mago neopitagórico Apolonius de Thyana, falecido em Éfeso no ano de 97 d.C.
De volta a Paris em agosto de 1854, Eliphas Levy é vitimado de uma atividade sufocadora, ocasionada pela afirmação dos meios esotéricos da época, de que o mesmo recebera em Londres a mais alta iniciação e o reconhecimento dos Mestres superiores. A vida do mago é preenchida por palestras, consultas, experiências alquímicas e a publicação de obras de alto teor hermético. Nesta ocasião é convidado a se iniciar na Franco-Maçonaria; porém, se afasta das lojas poucos dias depois.

Apesar da saúde abalada pelo excesso de dedicação à sua sublime missão de luzeiro de espiritualidade junto a um mundo mergulhado nas trevas do materialismo racionalista, Eliphas Levy não diminuía o ritmo de uma atividade titânica: vidente, tarólogo, quirólogo, escritor, guia e curador, colaborando para a cura de inúmeras pessoas já desenganadas pela medicina oficial.

A guerra de 1870 ocasiona a partida de seus amigos estrangeiros; Paris mergulha na miséria, na fome e no medo. Por ocasião do cerco da capital francesa, Eliphas Levy luta contra o intenso frio e a fome; porém, a guerra, o temor e a distância não conseguem desfazer os reais laços de fraternidade que transcendem o plano físico fundamentando-se no espírito, pois seus amigos estrangeiros enviam-lhe, através das trincheiras, auxílio material e consolo espiritual por cartas e orações.

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Com a vida inteira dedicada à auto-realização, ao ressuscitar dos antigos e sublimes mistérios, ao redimensionamento espiritual do homem não só como ser individual mas também como elemento social, Eliphas Levy escreveu também A História da Magia, A Chave dos Grandes Mistérios, O Grande Arcano, Livro dos Sábios, Fábulas e Símbolos, Catecismo da Paz, Clavículas de Salomão, Feiticeiro de Meudon, Origens da Cabala, Curso de Filosofia Oculta, Mistérios da Cabala, Paradoxos da Sabedoria Oculta e Ciência dos Espíritos.

Cumprida a sua missão de “Prometeus”, Eliphas Levy transcende tranquilamente aos planos superiores no dia 31 de maio de 1875, em sua residência.

Muitos estudiosos e a maioria dos leitores não compreendem as obras do abade Eliphas Levy. O que estas pessoas não sabem, é que para compreender a sabedoria dos livros de Eliphas Levy, é fundamental e indispensável possuir os ensinamentos Gnósticos. Somente a sabedoria gnóstica oferece as chaves para decifrar a Alta Magia revelada por Eliphas Levy.
 
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eliphas_L%C3%A9vi
             http://www.guatimozin.org.br/artigos/levi.htm
             http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/personagens/eliphas.htm
             http://www.pistissophiah.org/biografia_eliphas_levi.htm