TEMAS INEXPLICADOS

Fada Morgana

morgfei topo1Morgaine Le Fay ou Morgana Le Fay, sendo conhecida na Grã-Bretanha como Morgana das Fadas, dentre outros nomes, aparece nas histórias do Rei Artur. O nome Morgaine tem origem celta e quer dizer mulher que veio do mar. Pode-se escrever Morgaine ou Morgan. Morgaine também é muito conhecida na Itália por um fenômeno chamado Fata Morgana, traduzindo Fada Morgana. As lendas baseadas nos contos do Rei Arthur acreditam que Morgana foi uma sacerdotisa da Ilha de Avalon, na Bretanha, meia-irmã de Arthur. É filha de Igraine, e Gorlois, Duque da Cornualha. Morgana é treinada por sua tia Viviane na Ilha de Avalon para se ...

tornar a Senhora do Lago ou como também é chamada Dama do Lago ou Senhora de Avalon. Morgana teve um filho de Arthur depois de um ritual sagrado (Beltane). Essa criança se chamava Gwydion, que após ir para a corte de Arthur toma o nome de Mordred. Mais tarde este seria um dos inimigos de Arthur. Mordred e Arthur matam um ao outro em um duelo pelo direito de ser o Grande Rei.

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Morgana leva Arthur para Avalon, porém, ele morre ao avistar as praias da ilha sagrada. A lendária espada Excalibur é jogada no lago (em algumas histórias, o Rei Arthur, ferido em combate, é levado para a Dama do Lago a uma Avalon mística do além, paralela a real, onde Artur permanece retirado do mundo e para sempre imortal. Depois a Ilha de Avalon se desliga quase por completo do mundo. E a Bretanha cai numa era negra nas mãos dos saxões.


Uma das mais notáveis feiticeiras


Uma das mais notáveis feiticeiras de todos os tempos, Morgana é exemplo de que a magia pode se apresentar de forma perigosa, desde que se possua uma varinha. Três das cinco catástrofes da Idade Média foram causadas por descuidos da bruxa, que era assumidamente, uma Feiticeira Negra.

Morgana foi fruto do relacionamento entre um rei e uma bruxa, num caso de adultério na corte. O mesmo rei era também pai do então príncipe Arthur, meio-irmão de Morgana. Esta, por sua vez, cresceu frustrada com a ausência da figura paterna e embora frequentasse o Castelo de Hogwarts, desenvolveu apreciação por magia das trevas. Isso aconteceu somente após cinco anos letivos, quando ela descobriu que poderia fazer os mortos retornarem das tumbas por um antigo feitiço de necromancia. Ela usou o feitiço para conjurar o cadáver do pai, no cemitério da corte e acidentalmente despertou todos os cadáveres, criando uma legião de inferis, outrora reis e rainhas, bravos e nobres guerreiros. Ela desenvolveu suas habilidades no uso e controle dos mortos e se tornou uma necromântica exímia.

Tais feitos tiveram grande repercussão e chamaram a atenção dos líderes da comunidade bruxa na época, que pensaram se tratar de algum bruxo das trevas poderoso e mais experiente. Morgana conseguiu enganá-los por muitos anos, mas já vinha sendo investigada por outro aluno de Hogwarts. Um jovem rapaz chamado Merlin, pertencente à Casa de Salazar Sonserina e amigo da bruxa, passou a seguir os passos de Morgana discretamente enquanto ela perambulava nas noites, pelo Castelo e descobriu que ela possuía um acervo imenso de defuntos, na Floresta Proibida, que a serviam com lealdade, comandados por feitiços de manipulação.

O poder de Morgana cresceu e ela passou a servir outros objetivos mais obscuros, como procurar a queda do irmão, já feito Rei Arthur, a esta altura. Razões ainda mais inexplicáveis foram descobertas pelos historiadores: Um estudo recente sugere que Morgana não só procurava aniquilar o irmão como também todos os trouxas até onde pudesse alcançar. A razão era a raiva que nutria pelo pai, cujo cadáver fazia parte de seu império macabro, porque este abandonara a mãe de Morgana, que acabou morrendo alguns anos depois e Morgana foi posta aos cuidados de sua tia, Viviane, a regente de uma pequena ordem para bruxas na Ilha de Avalon. Quando se formou em Hogwarts, Morgana finalmente tomou o lugar de sua tia e se tornou a líder da Ordem em Avalon, destruindo os sistemas complexos de ensinamentos que sua tia Viviane deixara e impondo a magia negra para suas aprendizes.

Uma parte da história esteve perdida por longos anos até hoje aos olhos dos historiadores, que conseguiram encontrar apenas fragmentos do que pode ter acontecido à Morgana antes do duelo épico entre ela e aquele a quem ela outrora chamara de "amigo". Merlin. Pesquisas e escavações resultaram no descobrimento de um grande templo ou palácio que Morgana usara para esconder e organizar seu império de mortos. Não se sabe que destino o exército teve no final. Historiadores sugerem que o exército foi derrotado pelo batalhão do Rei Arthur em uma intensa batalha de inverno e a ruína das tropas de Morgana deveu-se ao estado decrépito dos corpos que ela manipulava.

Merlin, por sua vez, ofereceu apoio ao Rei Arthur e encarregou-se de enfrentar Morgana pessoalmente. Os dois se encontraram no campo de batalha e, segundo boatos, o duelo estendeu-se por duas noites e um dia. Merlin finalmente arrancou a varinha das mãos de Morgana, que foi aprisionada e condenada. Merlin recebeu honras especiais por serviços prestados às comunidades bruxa e trouxa e formou sua própria Ordem de combatentes das artimanhas das trevas, que passou a ser conhecida como a Ordem de Merlin.

Curiosidades

Um dado não comprovado é de que Morgana tenha pertencido à Grifinória e se recusado a ir para Sonserina quando o chapéu seletor sugeriu.

- Diz-se que ela possuía a língua bifurcada, mas não há verdadeiros indícios de que este boato seja verdade.

- O livro de Morgana Le Fay foi objeto de estudo para os pesquisadores do Ministério da Magia durante sessenta e quatro anos, o tempo necessário para desvendar os códigos secretos nas páginas e aniquilar todos os feitiços anti-roubo. Pouco se sabe sobre o que foi descoberto, mas supõe-se que era algum tipo de magia negra terrível. O Ministério da Magia trancou o livro numa câmara do Gringotes e as pesquisas foram arquivadas no Departamento de Mistérios.

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- Morgana foi chamada de "Fada" pelas tropas de seu irmão, o Rei Arthur, que se encantaram com sua beleza ao vê-la no campo de batalha. A palavra "bruxa" ou "bruxaria" era normalmente associada à magia negra pelos trouxas, mas os homens, apaixonados por ela, associaram-na às figuras mágicas das fábulas. Merlin, que era aliado de Arthur, também não foi chamado de bruxo, mas sim de mago e mágico.


A Bruxa Morgana e o matriarcado pagão


2015 - Morgaine Le Fay ou Morgana Le Fay, ou simplesmente Morgana das Fadas, é um dos personagens mais intrigantes da antiga lenda do Rei Arthur, sendo apresentada como sua irmã, por parte de mãe.Seu nome Morgaine tem origem celta e quer dizer mulher que veio do mar.

A lenda conta que Morgana era filha de Igraine e Gorlois, Duque da Cornualha. Era uma sacerdotisa da Ilha de Avalon, sendo treinada por sua tia Viviane para se tornar a Senhora do Lago ou Senhora de Avalon.

Morgana teve um filho com seu irmão Arthur depois de um ritual sagrado. Essa criança se chamava Gwydion, tornou-se adulto e foi para a corte de Arthur, passando a se chamar Mordred. Mais tarde pai e filho se enfrentam como inimigos e se matam um ao outro em um duelo pela disputa do Reino. Morgana leva Arthur para Avalon, porém, ele morre ao avistar as praias da ilha sagrada. A lendária espada Excalibur é jogada no lago. A Ilha de Avalon se desliga quase por completo do mundo e a Bretanha cai numa era negra dominada pelos Saxões.

Uma das obras mais expressivas onde Morgana é apresentada é a colação de quatro volumes As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley. Morgana é retratada pela autora como uma sacerdotisa da Grande Mãe em uma cultura matriarcal e pagã. A obra coloca Morgana em uma posição de poder e conhecimento e relata a importante passagem do matriarcado pagão para o patriarcado cristão.

Mas o que é mais relevante é que em todos os relatos sobre a lenda Arthuriana, Morgana é um dos personagens mais expressivos e fortes. Como sua inimiga ou amiga, sua amante ou irmã, Morgana encanta, fascina, aterroriza e engrandece essa antiga lenda que povoa nossa cultura há séculos. Como junguianos podemos cair na tentação de classificar Morgana como a anima de Arthur. E ela até pode ser assim descrita, mas sua análise ficaria limitada, pois Arthur é um Rei, um Herói.

Como rei ele pode ser considerado um símbolo do Self manifesto na consciência coletiva (Von Franz, 2005). Como Herói representa um arquétipo, mais especificamente um ego arquetípico. Ou seja, ele representa uma disposição arquetípica comum a todos, semelhante, que se manifesta de uma maneira ou de outra em cada ser humano e que é edificado pelo Self. Esse ego representados pelos Heróis, é um ego ideal, que permanece em harmonia com as exigências do inconsciente (VON FRANZ, 2010).
O Herói é aquele que vem restabelecer o equilíbrio psíquico, vem trazer vida a uma situação morta. Nas lendas, contos e mitos, ele traz renovação a Consciência Coletiva.

Arthur vivia em uma época pagã, onde imperava o Matriarcado e o culto a Grande Mãe Terra. Mas, não obstante Arthur é considerado a porta de entrada do cristianismo juntamente com o Patriarcado, onde predomina o arquétipo do pai. Ao ser consagrado rei da Grã-Bretanha, Arthur, ao retirar a Excalibur, conhecida como “a espada do poder”, de uma sólida rocha, jurou fidelidade à bandeira pagã de Pendragon, seu pai. Mas ele a trai em favor da bandeira cristã, empurrado pela esposa Guinevere que possui formação cristã. Morgana, então, se empenha em destruir o reino do irmão, pois juntamente com Merlin, ela simboliza o mundo pagão e o embate entre paganismo x cristianismo.

Arthur foi o representante da mudança na Consciência Coletiva, da Grã – Bretanha. Uma passagem essencial da era Matriarcal para a Patriarcal. Nessa época o modelo Matriarcal já não atendia mais as necessidades da consciência coletiva. A chegada do Patriarcado era indispensável para o desenvolvimento da consciência, que trouxe com ela a lei, a ordem e a tutela de um único Deus. Vemos essa passagem em várias mitologias, como na babilônica com a morte de Tiamat pelo deus Marduk, que divide seu corpo em dois. A mitologia grega também apresenta Apolo matando Píton, e dividindo seu corpo em dois, como uma ação necessária para se tornar dono do oráculo de Delfos.

Arthur, assim como Apolo é representado como um símbolo solar, devido a sua ligação com a Excalibur, um símbolo da luz, consciência, e discriminação lógica. A visão patriarcal instaurou na humanidade a ordem, o limite, as regras, a racionalidade e principalmente a objetividade, trazendo inúmeras melhorias e desenvolvimento em termos culturais, tecnológicos e sociais. Mas essa passagem e separação do período Matriarcal, mesmo sendo necessária para o desenvolvimento psicológico coletivo, ocorreu à custa da desvalorização do feminino que foi sacrificado e reprimido no mundo inconsciente.

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E dessa forma, tudo o que está ligado ao Matriarcado como o paganismo, a magia, a sensualidade, os instintos e a valorização do corpo são considerados pecado, e Morgana, então, se converte em uma bruxa que conspira contra Artur. Basta lembra que as mulheres nessa época, como é relatado na história, passaram a ser consideradas bruxas e símbolos do pecado. Varias morreram queimadas devido a essa mudança. Mas Morgana não é somente uma bruxa ou feiticeira, ela simboliza a dor do feminino desprezado. É tocante na obra As Brumas de Avalon, quando Morgana descobre que o culto a Grande Mãe não morreu, mas está apenas disfarçado e dormente, enquanto ela observa um grupo de freiras em adoração a Maria.

O que Morgana clama é novamente o reconhecimento das forças do feminino. Arthur como Herói tentou unir as duas forças, mas sucumbiu, uma vez que a humanidade não estava pronta para esse aspecto de Alteridade, onde masculino e feminino convivem em harmonia e respeito. Era necessário passar pelo pólo oposto. E esse é hoje nosso maior desafio, resgatar essa sabedoria instintiva, do corpo, da terra e deixá-lo em consonância com o masculino, pois um depende do outro. É importante lembrar que quando está para morrer Arthur é levado por Morgana para Avalon e morre em seus braços. E é assim com todos nós, no final seremos novamente recebidos pelos braços da Grande Mãe e retornaremos para seu ventre.

REFERÊNCIAS

NEUWMAN, E. A Criança. Cultrix. São Paulo: 1995.

NEUWMAN, E. A Grande Mãe. Cultrix. São Paulo: 2006.

VON FRANZ, M. L. A interpretação dos contos de fada. 5 ed. Paulus. São Paulo:2005.

VON FRANZ, M. L. O feminino nos contos de fada. Vozes. São Paulo: 2010.

Fontes: https://pt.wikipedia.org
             http://o-guia-vermelho.weebly.com/
             http://encenasaudemental.net/