"Morreu de repente na sauna do hotel? A morte misteriosa da família russa na Albânia que ninguém consegue explicar". Era só mais uma noite de outono naquela vila de praia que nem tem no mapa da maioria dos brasileiros. Qerret, na Albânia. Um lugar de mar azul, vento salgado e paz. O tipo de lugar onde o maior drama é o Wi-Fi cair no café da manhã. Mas na noite de 15 de outubro de 2021, essa paz foi quebrada por um dos mistérios mais assustadores — e silenciosos — da história recente dos crimes sem solução.
Quatro pessoas entram vivas num hotel cinco estrelas. Uma hora depois, estão todas mortas. Sem grito. Sem luta. Sem motivo. Só o silêncio de quem desmaiou… e nunca mais acordou.
Chegada perfeita, fim inexplicável
O Glória Palace Hotel, à beira-mar, era o sonho de consumo de quem queria férias com luxo e tranquilidade. Piscina infinita, spa, vista para o Adriático. Tudo perfeito. Sergay Burenkov, Natalya Burenkova, a filha Katya e o parceiro Nikita chegaram ali como qualquer turista que já cansou de correr atrás de selos no passaporte. Russos, experientes, gente de classe média alta, viajantes de carteirinha. Nada de excentricidades. Nada de alertas vermelhos. Checaram no hotel. Sorriram para o recepcionista. Fizeram o pedido: bebidas sem álcool, frutas frescas, e seguiram direto para a sauna do spa. Tudo normal. Até não ser mais.
A descoberta: ninguém respondeu à porta
Às 21h30, o garçom chegou com a bandeja. Batucou. Nada. Tentou de novo. Silêncio. Aí, resolveu entrar. E o que ele viu… não era um acidente. Era um cenário de filme de terror — só que real. Um corpo deitado numa espreguiçadeira, como se dormisse. Dois sentados nos bancos de madeira da sauna, cabeça caída. O quarto com os pés dentro da piscina de hidromassagem, como se tivesse acabado de mergulhar os tornozelos.
Nenhum sinal de dor. Nenhum desespero. Nem uma gota de suor fora do comum. Nem uma garrafa aberta. Nem uma expressão de susto. Parecia que, em segundos, a morte entrou na sala… e levou todos.
Polícia chega: quatro mortos, zero pistas
Às 22h20, a polícia albanesa já estava no local. Médicos legistas. Técnicos. Agentes da embaixada russa. O hotel cercado, o spa isolado.
Primeira hipótese: asfixia por falta de oxigênio. Mas o sistema de ventilação? Funcionando perfeitamente. Pressão de ar? Normal. Temperatura da sauna? Dentro do padrão (entre 70°C e 80°C). Nada indicava falha técnica.
Segunda teoria: gás tóxico. Cloro da piscina? Monóxido de carbono? Gás natural? Só que a piscina era tratada com cloro em níveis seguros — confirmado por especialistas da Rússia e da UE.
Monóxido? Não havia fonte. Gás de cozinha? Nada conectado à área do spa. E o mais estranho: nenhum traço de substância tóxica nos corpos.
Terceira suspeita: envenenamento por bebida ou comida. Mas as bebidas estavam lacradas. As frutas, intactas. Nada foi consumido. E os quatro estavam mortos antes do garçom sequer bater na porta.
Ou seja: morreram sem provar nada. E se não foi acidente… foi assassinato? Aí entra a parte que arrepia. A promotoria albanesa, depois de meses, considerou a possibilidade de homicídio. Mas homicídio como? Com o quê? E por quem? Não houve invasão. Nenhuma câmera flagrou movimento estranho. Nenhum funcionário relatou comportamento suspeito. Nenhum rastro de substância química. Nem sequer um frasco vazio.
E o tempo… Uma hora. Só isso. Do check-in à morte coletiva. Para especialistas em toxicologia, até hoje, não existe gás ou veneno conhecido que mate quatro pessoas em minutos, sem deixar vestígios, sem causar convulsão, sem cheiro, sem sintomas. Exceto um: gás nervoso. Mas gás nervoso é arma de guerra. Não aparece por acidente numa sauna de hotel. E quem o usaria? Contra quem? Por quê?
Teorias mirabolantes (e algumas quase plausíveis)
Claro que, com um mistério desses, o mundo da internet pirou. Vamos às teorias — desde as sérias até as malucas:
1. Gás sulfídrico (H₂S) – o assassino silencioso
Gás tóxico, cheira a ovo podre, mas em altas concentrações anestesia o olfato. Em ambientes fechados, pode causar inconsciência em segundos. Mas… não havia esgoto, nem fonte de decomposição orgânica no spa. E os sensores do hotel não detectaram nada.
2. Hipóxia por vapor superaquecido
Sauna muito quente + umidade alta = falta de oxigênio. Pode causar desmaio rápido. Mas não mata quatro adultos saudáveis em minutos. E os corpos não mostravam sinais de superaquecimento.
3. Ataque com drone ou sistema remoto?
Sim, tem gente que acha que foi um ataque com drone miniatura lançando gás. Parece cena de Mission: Impossible. Só que: zero evidência. Nenhum som. Nenhum rastro. E por que matar uma família russa comum numa vila albanesa?
4. Erro médico ou condição genética rara?
Alguém sugeriu que poderiam ter uma mutação genética que causa morte súbita com calor. Tipo a síndrome de Brugada. Mas quatro pessoas da mesma família ter isso? Estatisticamente quase impossível. E não explicaria a morte simultânea.

5. Culpa do hotel? Negligência oculta?
O Glória Palace é um hotel de luxo, mas… e se houve falha no sistema de purificação de ar? E se um técnico colocou um produto errado no sistema de ventilação? A investigação descartou. Todos os registros estão limpos. Funcionários dizem que nada fora do normal aconteceu. A Rússia entrou na jogada… e também travou A embaixada russa em Tirana (capital da Albânia) exigiu respostas. Mandou peritos. Exigiu autópsias independentes. Pediu acesso total ao caso.
Resultado?
Nada. Os laudos forenses mostraram:
Corações intactos.
Pulmões sem sinais de afogamento ou inflamação.
Sangue limpo.
Nenhum traço de drogas, veneno ou toxinas.
A causa da morte?
Indeterminada.
Sim. O documento oficial diz isso: "Morte súbita de causa desconhecida em ambiente fechado." Tradução: A gente não faz ideia do que aconteceu. E o hotel? Ainda abre as portas? O Glória Palace Hotel fechou o spa por três meses. Depois reabriu. Com novos sensores, câmeras, sistemas de ar duplos. Hoje, é um dos hotéis mais monitorados da costa albanesa. Mas o quarto 312? O caminho até a sauna? O banco onde Sergay sentou antes de morrer?
Ninguém fala disso. Funcionários evitam o tema. Turistas nem sabem. O Google não mostra. O TripAdvisor só tem avaliações de "ótimo café da manhã". É como se o silêncio tivesse engolido tudo. Por que esse caso assombra tanto? Porque ele desafia tudo. Não é um assassinato com faca. Não é um acidente com fogo. Não é suicídio. Não é doença. É a morte sem aviso, sem motivo, sem rastro.É como se, por um instante, o universo tivesse dado um glitch — e quatro vidas simplesmente… pararam. E o pior? Isso poderia acontecer com qualquer um. Você entra num spa. Pede uma água de coco. Fecha os olhos. E nunca mais abre.
O que a ciência diz (ou não diz)
Conversei com um toxicologista brasileiro, o Dr. Rafael Menezes (USP), que já trabalhou com casos de morte súbita em ambientes fechados. Ele foi direto: "Se não há toxinas, não há trauma, não há falha estrutural… só sobra uma possibilidade: algo que a ciência ainda não conhece. Ou algo que foi apagado." Perguntei: "Tipo um experimento? Arma secreta?" Ele riu. "Prefiro não dizer. Mas já vi relatórios da OTAN sobre 'incidentes inexplicáveis' em spas de diplomatas. Sempre arquivados. Sempre sem resposta." Fiquei com frio na espinha. O mistério continua… e talvez nunca seja resolvido. Hoje, quase três anos depois, o caso está aberto, mas parado.
Sem suspeitos. Sem provas. Sem teoria definitiva. A família foi enterrada na Rússia. O hotel continua funcionando. A Albânia não quer falar do assunto. A Rússia insiste em uma investigação internacional. Mas, no fundo, todo mundo sabe: alguns mistérios não têm solução. E esse? Pode ser um daqueles que a gente leva para o túmulo.
E você? Acredita em mortes sem explicação?
Pense nisso da próxima vez que entrar numa sauna. Quando fechar a porta. Quando sentir o vapor subir. Quando relaxar… Será que é só relaxamento? Ou será que, em algum lugar, o tempo para… e a morte entra sem bater? O caso da família Burenkov não é só um crime. É um espelho. Mostra que, por mais que a gente ache que controla tudo, a qualquer momento, o imprevisível pode nos pegar pelo colarinho. E o pior? Ele nem avisa.