HISTÓRIA E CULTURA

Além das Fronteiras: O Holocausto Canibal que Chocou o Mundo com Michael Rockefeller

holocanibal1Na década de 1960, a expedição ao litoral de Papua-Nova Guiné, na Oceania, representou a última jornada do historiador Michael Rockefeller. Determinado a estudar e catalogar documentos sobre os costumes da tribo Asmat, o norte-americano encontrou-se vítima de sua própria ambição, sendo protagonista de uma morte misteriosa que atraiu a atenção dos principais veículos de comunicação da época, revelando um desfecho imprevisível. Nascido em 1938 em Nova York, Michael Clark Rockefeller era filho do então governador do estado, Nelson Rockefeller, pertencente a uma das famílias mais abastadas dos Estados Unidos. Com pouco mais de 22 anos, o jovem promissor obteve uma destacada formação em Harvard, especializando-se em arte primitiva com o propósito de explorar sua verdadeira paixão: documentos antropológicos de tribos isoladas ao redor do mundo.

Para escapar das rotas convencionais, Rockefeller elaborou planos para explorar a região conhecida como Nova Guiné Holandesa, uma vasta ilha na costa da Austrália, com o intuito de documentar a arte do povo Asmat que habitava lá.

Segundo relatos, a tribo possuía artefatos culturais raros, amplamente utilizados em rituais religiosos, e mantinha práticas peculiares relacionadas a conflitos com rivais, aspectos sexuais e defesa do território. Com a aprovação dos representantes do Museu Nacional de Etnologia, Michael Rockefeller organizou a primeira expedição à vila de Otsjanep, no continente oceânico, acompanhado por um grupo de fotógrafos para registrar o significativo encontro histórico.

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Foi então que, ao chegar na região habitada pelos Asmat, o pesquisador percebeu que eles jamais haviam se deparado com um indivíduo de pele clara e que haveria restrições significativas para a convivência temporária, como a exigência de manter as relíquias a uma distância segura dos visitantes.

Sem se acuar, o estudioso integrou-se à rotina da comunidade e constatou que conflitos entre tribos eram frequentes, envolvendo práticas como consumir cabeças e desmembrar os corpos dos inimigos capturados. Além disso, os Asmat seguiam costumes que desafiavam as normas ocidentais da época, participando de cerimônias homossexuais com bebidas e envolvendo a ingestão comunitária de urina diretamente do órgão genital.

Após retornar ao seu país e elaborar um relatório abrangente sobre sua expedição, Rockefeller optou por voltar à aldeia na Papua-Nova Guiné, agora acompanhado por René Wassing, uma antropóloga do governo. Entretanto, a rota conhecida, que deveria levá-los ao destino planejado, enfrentou sérias complicações devido a uma tempestade repentina que agitou as águas e gerou correntes intensas. Como resultado, a embarcação virou a aproximadamente 20 quilômetros da costa, e tanto Michael quanto Wassing nunca mais foram avistados com vida.

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Contando com vantagens sociais e econômicas, a família de Michael empreendeu todos os esforços no resgate, investindo integralmente para assegurar o êxito das operações, porém sem resultados positivos. Em um curto espaço de tempo, autoridades declararam que "não subsistia mais perspectiva de localizar Michael Rockefeller com vida" e encerraram as buscas após duas semanas, culminando numa missão que resultou no registro oficial de óbito por afogamento. Logo, especulações acerca do falecimento do explorador disseminaram-se na sociedade, enquanto alguns afirmavam que ele havia sido vítima de ataques de tubarões, outros propagavam boatos sugerindo uma tragédia de natureza mais obscura.

Segundo relato de Carl Hoffman, um jornalista associado à National Geographic, Michael Rockefeller teria sido submetido a atos de canibalismo pelos Asmat. Essa conclusão foi alcançada por meio de testemunhos de dois missionários holandeses que conviveram longamente com os Asmat, adquirindo proficiência na língua local. Posteriormente, essa narrativa foi corroborada pelo detetive Wim van de Waal, encarregado de investigar a morte do explorador. Documentos provenientes de arquivos confidenciais afirmaram ter localizado o crânio de Rockefeller e indicaram que membros da tribo mantiveram silêncio sobre a morte do turista americano na região.

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Os rumores que se disseminaram entre o povo de Otsjanep evidenciaram um fenômeno comum entre todos os integrantes dos Asmat, intensificando o temor de possíveis represálias ao mesmo tempo em que apontavam para um acontecimento marcante em 1957. Este evento foi desencadeado por conflitos com a comunidade vizinha Omadesep e com as autoridades holandesas, que organizavam equipes armadas para conter a violência na região.

Como resultado desses incidentes, a morte de Rockefeller e de outros turistas continentais teria ocorrido como uma resposta às tentativas de desocupação. A narrativa sobre o falecimento de Michael Rockefeller revela que ele foi atingido por uma lança, teve a cabeça decepada, e o crânio fraturado para que o cérebro fosse consumido como alimento. Posteriormente, os ossos foram utilizados na confecção de punhais, as tíbias transformadas em pontas de lança, e o sangue foi completamente drenado para ser empregado em rituais e atividades cerimoniais.

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