A Ordem DeMolay é uma ordem secreta de princípios filosóficos, fraternais e iniciáticos, patrocinada pela Maçonaria, para jovens - do sexo masculino - com idade compreendida entre os 12 e os 21 anos. Fundada nos Estados Unidos dia 18 de Março de 1919 pelo Maçom ...
Frank Sherman Land, é patrocinada e apoiada pela Maçonaria, oficialmente desde 1921, que na maioria dos casos cede espaço para as reuniões dos Capítulos DeMolay e Conventos da Ordem da Cavalaria, denominações das células da organização. A Ordem é inspirada na história de Jacques DeMolay, 23º e último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, nascido no século XIII, morto no século XIV, perseguido pela Inquisição da Igreja Católica e executado por ordem do Rei Filipe IV da França, acusado arbitrariamente de heresia e infidelidade à Igreja e ao Rei.
Há cerca de 2 milhões de membros em todo o mundo e mais de 100 mil no Brasil. O DeMolay que completa 21 anos de idade, é denominado Sênior DeMolay e passa a acompanhar os trabalhos da Ordem através da "Associação DeMolay Alumni". No Brasil, distribuídos em mais de setecentos Capítulos, os milhares de DeMolays regulares de todos os estados da federação se reúnem frequentemente.
No mundo, a Ordem DeMolay pode ser encontrada em: Aruba (Países Baixos), Alemanha, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Filipinas, Guam (Estados Unidos), Itália, Japão, México, Panamá, Paraguai e Uruguai.
No dia 08 de abril de 2008, o Deputado Estadual de São Paulo Bruno Covas criou o Dia do DeMolay no Estado de São Paulo, através da Lei Estadual nº 12.905, a ser comemorado anualmente no dia 18 de março de cada ano. No dia 19 de janeiro de 2010, o então presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, através da Lei Federal nº 12.208, insituiu o dia 18 de março como o Dia Nacional do DeMolay, seguindo o exemplo de Bruno Covas, que escolheu esta data por marcar a data de falecimento de Jacques DeMolay, herói mártir da Ordem.
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Os princípios da Ordem são baseados em virtudes como a fraternidade e o companheirismo, incentivando cada membro a trilhar seu caminho seguindo preceitos que são considerados pela Ordem diferenciais na vida de um líder e determinantes para seu destino.
A Ordem se baseia nas chamadas "Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay", que são:
Amor filial;
Reverência pelas Coisas Sagradas;
Cortesia;
Companheirismo;
Fidelidade;
Pureza;
Patriotismo;
Os baluartes da Ordem são a defesa das Liberdades:
"Religiosa" representada pelo Livro Sagrado.
"Civil", representada pela Bandeira Nacional.
"Intelectual", representada pelos Livros Escolares.
Assim prescreve a ética de um DeMolay:
Um DeMolay serve a Deus;
Um DeMolay honra todas as mulheres;
Um DeMolay ama e honra seus pais;
Um DeMolay é honesto;
Um DeMolay é leal a ideais e amigos;
Um DeMolay executa trabalhos honestos;
Um DeMolay é cortês;
Um DeMolay é sempre um cavalheiro;
Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;
Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;
Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;
A palavra de um DeMolay é tão válida quanto sua confiança;
Um DeMolay, por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis aos quais ele se comprometeu.
O ingresso na ordem DeMolay não garante que o jovem irá se tornar um maçom no futuro;
Assim como a Maçonaria possui o Corpo das Lojas de Perfeição após as Lojas Simbólicas, a Ordem DeMolay também se divide em dois Corpos. O primeiro, envolve os dois primeiros Graus: o Grau Iniciático e o Grau DeMolay, podendo ser comparado às Lojas Simbólicas. O segundo envolve os graus históricos, filosóficos e de honoríficos, que compõe da Ordem da Cavalaria.
Os graus ritualísticos são os dois graus básicos da Ordem DeMolay: o Iniciático e o DeMolay. Os DeMolays desses graus trabalham em Capítulos.
Maçonaria e a Ordem DeMolay
Por Tales Henrique dos Santos Buonarotti Ferreira - Primeiramente, o que é a Maçonaria? Segundo vários dicionários da língua portuguesa, o termo Maçonaria é pura e simplesmente uma instituição filantrópica, filosófica e secreta. A Ordem DeMolay é uma organização ou instituição “Para- Maçônica”, ou seja, ligada a Maçonaria, porém, apesar de ter grande ligação com a Maçonaria, ser um DeMolay não garante um futuro maçônico. Além da Ordem DeMolay, a Estrela do Oriente, por exemplo, também é uma destas instituições.
Para nós DeMolays, os maçons (integrantes da Maçonaria) são chamados carinhosamente de Tios, e nos EUA de Dad, que significa pai. A Maçonaria tem uma forte influência na Ordem DeMolay, pois para que um Capítulo (grupo de DeMolays, equivalente a Loja na Maçonaria) se mantenha e possa exercer seus trabalhos, é necessário obrigatoriamente o patrocínio de uma Loja Maçônica, é ela que fornece ao Capítulo o local para que possam ser executadas suas reuniões, arca com os principais gastos do Capítulo, e é a responsável por ele.
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A Loja Patrocinadora também tem a função de eleger alguns de seus membros para que possa formar juntamente com os Sênior’s DeMolay (DeMolay’s acima de 21 anos) o chamado Conselho Consultivo, a Loja indica um de seus membros como presidente deste Conselho e outros como Consultores do capítulo.
A função do Conselho Consultivo é de auxiliar os DeMolays de várias formas, dentre elas, passar sua experiência em atividades filantrópicas, na apresentação de palestras, entre outras. Outro ponto fundamental da influencia de nossos queridos Tios Maçons, é o fato de que se não houver ao menos um Tio Maçom, mesmo não sendo membro da Loja Patrocinadora ou do Conselho Consultivo, a reunião do Capítulo DeMolay não será considerada uma reunião oficial.
Origens da Ordem Demolay
O acidente numa caçada aconteceu em 1919, em Kansas City, Missouri, Estados Unidos da América, deixou sem pai uma família na qual Louis Lower era um menino entre 13 e 19 anos. Após o falecimento de seu pai, Louis Lower transferira a figura de seu pai ao amigo da família, o Maçom Frank Sherman Land, com o qual buscava constantemente conselhos e orientações, a quem pediu seu primeiro emprego.
Após constantes conversas com Lower, Frank Land reconheceu que o desejo do rapaz de atenção paternal não era limitado somente a ele, mas que se estendia a inúmeros outros jovens que tivessem pais ou não. Surgiu para Land, então, a idéia de formar uma Organização Juvenil que proporcionasse e devido treinamento e guia para uma melhor cidadania, uma organização de jovens que proporcionasse elevados valores patrióticos. “Tio Land” disse a Lower o seu pensamento, solicitando sua ajuda para formar um clube de rapazes, pedindo que ele convidasse alguns amigos de Escola Secundária para uma reunião. Eles iriam organizar o clube.
Foi em Fevereiro de 1919 que Louis Lower e oito de seus amigos se reuniram num Templo Maçónico, com Frank Sherman com a finalidade de formar uma nova organização de jovens. Nunca nenhum deles poderia sonhar menos ainda Frank, que no espaço de 40 anos o Movimento estaria ativo em 14 países e territórios tendo assim iniciado centenas de milhares de rapazes e algumas personalidades mundiais.
A inspiradora ideia de formação de um clube jovem de cunho educacional foi muitíssimo bem recebida por todos os nove rapazes. Surgiu então a questão de como chamar essa nova organização.
Frank citou vários nomes famosos, porém nenhum agradava os rapazes de modo especial. Um dos jovens sugeriu que por estar num Templo Maçónico, alguma figura histórica ligada à maçonaria deveria ser lembrada. Aceita, por uma determinação do destino, a sugestão tomou corpo quando Land, mencionou o nome de Jacques DeMolay. Este nome cativou imediatamente cada um dos jovens.
Quando eles ouviram que DeMolay fora o último Grão Mestre dos Cavaleiros Templários e morrera como um Mártir da lealdade e tolerância, eles unanimemente concordaram que DeMolay seria a escolha, usando a pronúncia inglesa. Em 18 de Março de 1919, os noves jovens com 24 de seus amigos reuniram-se novamente no Templo Maçónico, organizando oficialmente a Ordem DeMolay, com o número ideal de 33 jovens.
Foi somente 20 anos mais tarde que Frank Land descobriu que 18 de Março, era aniversários de morte de Jacques DeMolay, em 1314. Na segunda reunião, Louis Lower foi o primeiro a fazer a promessa DeMolay sobre a Bíblia, que Land havia recebido em St. Louis quando tinha 12 anos, por ter freqüentado a Escola Dominical durante 10 anos consecutivos. Os primeiros oito DeMolays prestaram uma homenagem a Lower.
“Tio Land” sempre dava sugestões valiosas quando precisavam nas reuniões, em especial em uma das primeiras reuniões, em que alguém sugeriu limitar o número de integrantes a 75. “Tio Land” explicou que seria egoísmo pois a organização deveria ser boa para todos, não para alguns. As palavras de Tio Land pareciam ter actuado como a luz verde, pois em menos de 1 ano, o Capítulo “Mãe do Mundo”, em Kansas aumentou para o número de 3000 jovens iniciados.
O Ritual DeMolay foi escrito pelo Maçom e Jornalista Frank Marshall na primavera de 1919, e permanece inalterado até hoje, excepto por poucas palavras.
A organização tornou-se também bem sucedida e conhecida por serviços de caridade, treinamento da cidadania e atividades sociais sadias. A ordem DeMolay realmente assegurou-se uma História imortal de sucessos, através de seu trabalho para treinar lideres e garantir um mundo melhor para o futuro.
Nasceu em 1890, em Kansas City, Missouri, Estados Unidos da América. Quando ele tinha dois anos de idade, seu pai mudou-se com a família para St. Louis
A Escola Dominical proporcionou os meios para sua primeira inclinação para conquista e distinções. Ele foi presenteado com a Bíblia congressional de Fontain Park, em St.Louis. Mais tarde a Bíblia desempenhou um papel significativo na fundação do grande movimento juvenil internacional, pois os primeiros DeMolays do mundo fizeram seus votos sobre a mesma Bíblia. O interesse de Frank S. Land pela escola dominical começou em sua idade escolar, quando instituiu uma classe, à tarde , no porão de sua casa. A classe foi tão interessante e popular que atraiu jovens de toda redondeza e lhe proporcionou o título de “O Menino Ministro de St. Louis”. Seus pais ficaram assombrados ao verem o portão de sua casa tomado por trezentos jovens, e até mesmo alguns adultos, todos os domingo à tarde. No momento dramático, o seu filho de dez anos surgia sobre uma caixa de carvão e, imitando os maneirismo de seu próprio ministro da Igreja Presbiteriana, pregava um sermão com clareza, lógica e confiança total. Tudo isso era feito por um menino tímido demais para recitar na classe de sua escola.
A escola dominical da tarde obteve auxílio de diversas pessoas. Uma firma atacadista de remédios fez a doação de um órgão e logo em seguida sua vizinhança oferecia-se para tocar o órgão. Professores regulares de escolas dominicais auxiliavam o “Menino Ministro”, assim alcançando muitos jovens que não freqüentavam as classes matinais.
Frank S. Land pregava aquilo que ele desejava, o essencial de uma vida correta, uma filosofia que sua mãe havia lhe incultado. Apesar de Frank não reconhecer isso, a visão de sua missão na vida iria, algum dia, crescer num exército marchando, de jovens, aderindo aos ideais de serem melhores filhos, melhores cidadãos e melhores líderes.
Em Kansas City, ele completou seus anos escolares e tomou parte ativa nas atividades da igreja, assim como as atividades cívicas de sua cidade. Quando atingiu 19 anos , havia se tornado gerente de um restaurante de sucesso e, como artista amador ele era o espírito vivo em qualquer organização ou empreendimento que participasse.
Com idade de 21 anos era presidente da liga municipal de arte. Em 29 de junho de 1912, foi iniciado na Loja Maçônica Ivanhoe, em Kansas City. Gostava da filosofia Maçônica e dos ensinamentos ritualísticos. Foi voluntário do serviço social do Rito Escocês , familiarizou-se com John Glazier, Frank Marshall e Pad Osggood.
Em 15 de setembro de 1913, Frank S. Land casou-se com a Sra. Nell M. Swizewski. A fundação da Ordem começou a se formar quando Frank encontrou o jovem Louis Lower, em 1919, aproximadamente. Louis, com 16 anos, havia, recentemente, perdido o pai e estava precisando de ajuda. Esse fato ocorreu depois da Primeira Guerra Mundial, quando a juventude americana enfrentava a incerteza do amanhã. Com de colaborar com o jovem, Frank ofertou-lhe um emprego e dessa forma pode amenizar as dificuldades financeiras da família. Daquela amizade surgida entre Frank e Louis, surgiu a idéia de fundar uma associação de jovens. No Templo do Rito Escocês, em março de 1919, Louis e oito de seus amigos com Frank, fundaram a Ordem DeMolay.
A nova organização de jovens entre as idades de 13 e 21 anos floresceu com tanto sucesso que, em 1922, Frank deixou seu emprego no serviço social e dedicou-se inteiramente como Grande Secretário da Ordem DeMolay, isto era um sonho que se tornava realidade. Frank imediatamente mobilizou a Maçonaria e formou um Grande Conselho de líderes da Maçonaria. A Ordem DeMolay foi um grande impacto na mesma, pois este era o primeiro grande empreendimento surgido na Maçonaria em 200 anos. Nunca, até então, tinha se visto a fraternidade em um movimento juvenil, atuando tão próximo dos princípios maçônicos. A Ordem cresceu tão fantasticamente, que a influência e o prestígio de Frank assumia novas dimensões.
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No ano que surgiu a Ordem DeMolay, Land recebeu KCCH do Rito Escocês, depois dos 35 anos foi condecorado com o Grau 33. Serviu como poderoso do Templo de Arat (1931) e como Poderoso do Imperial do Templo da América do Norte(1954).
Recebeu, também, inúmera comendas maçônicas, inclusive a primeira Medalha Internacional de Ouro do Grande Capítulo Geral dos Reais Arquitetos Maçônicos (1951) e a Grande Cruz da Jurisdição Sul do Supremo Conselho do Grau 33 (1955).
Com a Ordem DeMolay tomando que todo o seu tempo absoluto, Frank ainda encontrava tempo para se dedicar aos afazeres de sua comunidade. Foi presidente da junta escolar de Kansas City, Diretor do Banco Nacional de Colômbia, Administrador da Biblioteca Hanrri S. Truman, etc.
Com o passar da história DeMolay, generais, líderes cívicos, oficiais do governo, entre tantos outros, eram seu “filhos” e Frank era seu “pai” (Nos EUA, Frank é chamado de “Dad”, pai).
Como homem , Frank S. Land era extremamente dedicado as pessoas. Era impecável tanto na aparência quanto no comportamento. De porte médio, sua aparência e carisma irradiava amizade a quem o cercava. A Ordem DeMolay se completava com Frank S. Land. Em 8 de novembro de 1959, Frank largou a ferramenta de trabalho deste mundo. Um grande homem e único.
Ele deu ao mundo uma fonte palpável, na Ordem DeMolay, de criar fraternidade entre os homens, durante os anos de formação. Que melhor tributo poderia testemunhar um Grande Homem do que o número incalculável de DeMolays que ainda praticam os princípios diários que aprenderam no altar de seu capítulo.
A Ordem DeMolay, uma misteriosa fraternidade masculina
As luzes do templo estão apagadas. Rapazes que têm os graus mais elevados dentro de uma fraternidade secreta entram no recinto, vestidos com longas capas pretas e paramentados com suas medalhas e cordéis de honra. Sobre o altar, está a Bíblia Sagrada e alguns livros escolares circundados por sete castiçais com velas vermelhas, dispostos em meia-lua, numa alusão ao conhecimento oculto, prestes a se tornar cheio, ou pleno.
Depois de se posicionarem como um triângulo, os meninos se ajoelham para uma breve oração, um Pai Nosso. As velas se acendem, uma a uma, e o juramento de fidelidade às Sete Virtudes Cardeais começa: amor à família; reverência pelas coisas sagradas; cortesia; pureza de coração; patriotismo; fidelidade e companheirismo. Um golpe de malhete anuncia que, no recinto, mais um rapaz está prestes a se tornar um novo membro, um DeMolay.
Jacques DeMolay, mártir que dá nome à Ordem, foi condenado à fogueira no século XII pelo Rei Filipe, O Belo, por não revelar os segredos da seita medieval dos Templários, da qual fazia parte, nem o nome de seus companheiros. Seu exemplo é seguido por rapazes com perfis tão diferentes quanto um professor de Inglês, um músico, um estudante universitário de Filosofia, um médico, Bill Clinton e Walt Disney. Todos são cavalheiros da Ordem DeMolay, uma fraternidade masculina internacional patrocinada pela Maçonaria e que tem como um de seus objetivos a formação de líderes.
Os participantes desta Ordem, que é envolta em mistérios como uma seita secreta, são rapazes de 12 a 21 anos, indicados por outros DeMolays ou por maçons, aos quais chamam de tios. Para ser aceito no grupo, é preciso passar por um processo de seleção e um rito de iniciação, como o descrito, que tem passagens públicas e outras confidenciais. "As velas, capas e afins são apenas uma tradição, uma inspiração para nós. Não há nada de macabro nisso", diverte-se o DeMolay Rafael Chaves, 19 anos, iniciado há 2 no Capítulo Frank Marshall, um dos mais participantes da Ordem, na Ilha do Governador. Ele conta que a família se assustou com a perspectiva de que o jovem professor de Inglês e estudante de História pudesse estar envolvido com alguma espécie de ocultismo: "Minha tia viu o filme Sociedade Secreta e me ligou desesperada. Tive que explicar que, na prática, é tudo muito diferente", lembra Rafael.
Dinheiro, carrões e modelos.
Em Sociedade Secreta, William McNamara, personagem do ator Joshua Jackson, é um promissor atleta convidado a integrar uma fraternidade masculina. Ao ser iniciado, em uma cerimônia que marca a ferro seus participantes, ele recebe alguns mil dólares em sua conta bancária, passa a dispor de carros tão fabulosos quanto Porsches e Ferraris, além de participar de festinhas com moças belíssimas. "É realmente muito parecido conosco, principalmente as partes da grana, dos carrões e das modelos", ironiza Bergson Marques, 18 anos, DeMolay do Capítulo Ajuricaba, em Manaus, Amazonas.
Daniel Rinaldi, 19 anos, apressa-se em explicar que não há nada que deponha contra a integridade física e moral dos membros da fraternidade, e que o papel dos tios é o de patrocinadores: "A ritualística secreta não envergonha ou põe em perigo nosso novo irmão, que não será um aprendiz de maçon. Os membros da Maçonaria não nos dirigem, apenas nos ajudam financeiramente, dão algumas orientações e emprestam o local de reuniões", esclarece o estudante de Filosofia e Mestre-Conselheiro (uma espécie de presidente ) do Capítulo Frank Marshall.
Voluntários sociais anônimos
Ser um DeMolay, na prática, é questão de liderança, comunhão com os amigos, responsabilidade social e valorização dos próprios estudos e empregos. Há os que crêem em predestinação ("O sol nasce para todos, mas a sombra, só para os DeMolays. Ser DeMolay é ter um dom", afirma Bergson Marques) e os que confiam no bom comportamento como um diferencial, incluindo nisso as ações sociais, que são regra e freqüentes. Os projetos realizados pelo Capítulo Frank Marshall, por exemplo, englobam distribuição de alimentos à população de rua, noções de higiene para os carentes, doação de brinquedos a abrigos da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e limpeza de áreas que sofreram impacto ambiental, como os manguezais da Baía de Guanabara.
O espírito humanitário é compartilhado por irmãos de todo país. Para o músico Aldrin Izidoro, 22 anos, iniciado há 7 no Capítulo Caruaru, em Pernambuco, ter preocupação com o social é característica do DeMolay: "Fazemos filantropia sem divulgá-la. Não precisamos fazer marketing disso, como tantas organizações", alfineta ele, que é acordeonista das bandas de Zé Ramalho e Belchior.
No Paraná, o Capítulo Campo Mourão, do qual faz parte o médico Marcelo Brito, moderador da lista nacional de e-mails da Ordem, também desenvolveu projetos filantrópicos expressivos: "Apoiamos portadores de HIV, deficientes visuais, neoplásicos e idosos", garante Marcelo.
O cotidiano: vestibular, rock e namoradas
Apesar de receberem títulos carregados de seriedade, como Mestre-Conselheiro, e de terem nas personalidades de projeção mundial exemplos, estes meninos estudam, trabalham, praticam esportes e se divertem como convém à sua faixa etária. "Saio com meus amigos para jogar futebol, vou a festas e adoro o rock progressivo do Rush", diz Mauri Kassick, 18 anos, DeMolay do Capítulo Frank Marshall, e vestibulando de Informática.
Estar com os irmãos, administrar o Capítulo e desenvolver projetos filantrópicos são atividades vistas como entretenimento, pelo prazer de participar da fraternidade e não como obrigação. "Sabemos que algo tem que ser feito pela sociedade e tentamos ser o marco inicial de uma atitude, dando o exemplo para que as boas ações se multipliquem", crê Luis Henrique Noguera, 20 anos, estudante de Engenharia Química e unanimidade na filial da Ilha do Governador por seu comportamento diferenciado.
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O irmão caçula do Capítulo Frank Marshall, Gabriel de Albuquerque, de apenas 13 anos,vê em Luis e nos outros meninos o grande estímulo para a participação: "Fico contando os dias para chegar a data das liturgias e do encontro com os colegas", diz ele, que também é conhecido como "o terror das menininhas de 5° série".
Os planos destes garotos para o futuro são os mais diversos. Alguns pretendem se tornar maçons, outros, seguir as carreiras às quais se dedicam. O importante é saber não há como deixar de ser um DeMolay. Nas palavras de Bergson Marques, "já se nasce DeMolay; é uma questão de espírito. A iniciação é apenas uma conseqüência."
Fonte: http://sinistroaoextremo.blogspot.com.br
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Revista Época