VERDADES INCONVENIENTES

Blackwater e a atuação de mercenários pelo mundo - Parte 4

mercek15Guerra terceirizada. EUA recrutam mercenários chilenos para o Iraque, 18/07/2007 - A empresa responsável pela contratação é uma filial da norte-americana Blackwater e tem contatos com ex-pinochetistas, a marinha norte-americana e a CIA. Homens armados do Chile, Peru, Hondruas e Colômbia fazem parte de um exército irregular de 20 mil homens. A reportagem é de María Laura Carpineta para o jornal argentino Página/12, 10-07-2007. A tradução é do Cepat. Em 2003, o Chile se negou a apoiar a invasão e posterior guerra no Iraque. Entretanto, nos últimos quatro anos mais de mil ex-soldados e oficiais de suas forças armadas combateram ou realizaram tarefas de segurança ali. Seus homens fazem parte do segundo maior contingente militar, depois do norte-americano.

As Nações Unidas calculam que 20 mil mercenários estão atualmente no Iraque, a maioria procedente de países latino-americanos, como o Chile, Peru, Honduras e Colômbia. Uma missão do grupo de trabalho da ONU sobre contratação de mercenários chegou ontem [dia 09-07] a Santiago para investigar o recrutamento das milícias privadas. A empresa contratante é uma filial da norte-americana Blackwater e tem contatos com ex-pinochetistas, a marinha norte-americana e a CIA.

Em outubro de 2003, o jornal chileno La Tercera publicou um anúncio da empresa consultora com sede em Washington DC, a Rede Tática, em que procurava ex-oficiais “preferencialmente de forças especiais, com saúde compatível e com domínio do inglês”. A empresa explicou mais tarde que a procura era para realizar tarefas de consultoria portuária. No entanto, o presidente da Blackwater nos Estados Unidos, Gary Jackson, dizia outra coisa ao jornal britânico The Guardian. “Vamos até o fim do mundo em busca de profissionais, e os comandos chilenos são muito profissionais e se ajustam ao sistema da Blackwater”, assinala. O sistema da Blackwater é simples. Contratam soldados retirados no Terceiro Mundo, treinam-nos muitas vezes em seus próprios países – às vezes inclusive com a ajuda das forças armadas locais – e colocam-nos como agentes de segurança privada em lugares de alto risco, como as embaixadas ocidentais ou as bases militares estrangeiras no Iraque.

No Chile este esquema de recrutamento foi descoberto primeira vez em 2003, quando cerca de cem oficiais retirados foram recrutados para realizar tarefas de vigilância no Iraque e Afeganistão. Segundo denúncias que a Justiça Militar investiga, foram treinados no país com armamento leve fornecido por militares na ativa. O recrutamento de mercenários voltou a ganhar as manchetes no final de 2005, quando 105 militares retirados chilenos foram expulsos de Honduras, onde treinavam junto com outros latino-americanos antes de viajar ao Oriente Médio. Os ex-oficiais foram repatriados a Santiago. No entanto, gradualmente foram deixando o país novamente com destino ao Iraque.

De acordo com seus dados, mais de mil ex-soldados teriam trabalhado como segurança privada no Iraque. Para o senador socialista Alejandro Navarro, um dos primeiro a trazer à tona a existência de mercenários no país, o número é muito maior. “Nossos relatórios sustentam que ao redor de 2.200 viajaram para o Iraque e voltaram ao Chile desde a invasão”, garantiu o parlamentar da situação a este jornal. Suas fontes, explicou, são familiares dos ex-militares contratados e inclusive os próprios mercenários, que de volta ao Chile se queixam de maus tratos e de não terem recebido os salários prometidos. Enquanto o governo norte-americano paga entre sete e dez mil dólares mensais às empresas contratantes, estas oferecem não mais de 1.200 dólares.

Tanto os relatórios de Navarro como os da ONU se centram na Rede Tática e na figura de seu presidente, José Miguel Pizarro. Pizarro é um ex-tenente da artilharia do exército chileno, que em 1995 decidiu deixar a instituição e mudar-se para os Estados Unidos. Ali não mudou muito seus hábitos. Ingressou no corpo da infantaria da Marinha e mais tarde voltou a usar o uniforme para se converter em consultor na capital norte-americana. Em seu currículo também se destacam suas aparições esporádicas como analista na cadeia CNN, que o apresenta como “especialista em conflitos bélicos”, e por seus vínculos com pessoas e empresas próximas à CIA. Além disso, seu encarregado de relações comerciais em Santiago, Herman Brady, é filho de um ex-Ministro da Defesa da ditadura de Augusto Pinochet.

Pizarro é procurado pela Justiça chilena e pela ONU. Seu escritório em Santiago, no entanto, segue recrutando. “Confirmamos que 45 chilenos saíram nestas últimas semanas. Eles têm visto de turista e seu destino é o Uruguai ou a Jordânia. Ali fecham os contratos e são enviados a centros de treinamento ou diretamente para o Iraque”, explicou Navarro. Segundo o senador, muitas vezes os fazem assinar os contratos em pleno vôo a fim de evitar que caiam sob jurisdição do país de origem. “Todas as irregularidades estão cobertas pelos contratos de confidencialidade”, acrescentou.


Os mercenários da Blackwater e a guerra no Iraque

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Por Jorge Luis Calife, 05/05/2013 - Um dos fenômenos mais nocivos do capitalismo moderno é a terceirização. Todos os tipos de serviços estão passíveis de serem terceirizados, até a guerra. Foi o que aconteceu durante a invasão americana do Iraque, onde uma tropa de mercenários - a Blackwater - fez todo o trabalho sujo. As atividades deste exército das sombras e o risco que ele representa para a democracia é o tema do livro “Blackwater – A ascensão do exército mercenário mais poderoso do mundo”, do jornalista Jeremy Scahill. O livro, que saiu no Brasil pela Companhia das Letras, mostra como tudo começou com uma daquelas loucuras tipicamente americanas. Começou com um radical cristão, de extrema-direita, criando um campo de treinamento paramilitar no interior dos Estados Unidos. Há vários lugares assim nos Estados Unidos onde radicais se vestem de soldados e treinam táticas de guerra e de guerrilhas com armas de verdade e tudo o mais.

Provavelmente a Blackwater teria terminado aí, se não fosse outro tipo de radicais religiosos, os extremistas islâmicos. Quando os terroristas do Islã atacaram os Estados Unidos, no atentado de 11 de setembro de 2001, foi o encontro da fome com a comida. Assombrado com a ideia de um ataque com armas químicas, vindas do Iraque, o governo do presidente George W. Bush invadiu o país do Saddam Hussein. E para que os soldados americanos não ficassem comprometidos com crimes de guerra, algumas operações foram terceirizadas. Foi aí que o governo contratou os mercenários da Blackwater. Com o dinheiro do Pentágono, o que era um pequeno grupo paramilitar virou um exército particular com centenas de homens fortemente armados.

E este exército das sombras não foi desmobilizado com o fim da guerra. Continua ativo, recebendo mais de 600 milhões de dólares de financiamento para operações secretas. Segundo Jeremy Scahill, o Blackwater opera atualmente em nove países. E como seus membros não são civis nem militares, não estão sujeitos a processos pela Justiça comum ou militar. O livro mostra como eles são uma ameaça à democracia, tanto nos EUA quanto no mundo.


Mercenários Brasileiros em missão, o salário é de 3500 EUROS

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12/07/2012 - Mercenários Brasileiros. Legião Estrangeira - Exército Americano, África etc. Faz tempo que o exército do Brasil não entra num conflito armado. Em compensação, os brasileiros se embrenham em tropas alheias. Os americanos contratam facilmente brasileiros, bastando uma prova de nível médio, os Russos estão também se articulando para privatizar grande parte de suas forças militares, franceses fazem isso ha muito tempo. As perspectivas de trabalho para quem deseja abraçar a carreira militar no mundo continua aumentando, a despeito de que se diga que a arte da guerra é algo ultrapassado. Lutar mais pelo dinheiro que por patriotismo se torna algo cada vez mais comum. Logo que foi procurado para esta reportagem, o catarinense Alexandre Danielli deu uma pista de como é o seu dia a dia, pedindo mais um tempinho para responder algumas perguntas por e-mail,: “Desculpe, estou na correria, problemas com Iran”. Assim, escrevendo Irã com N, ele dá mais uma pista: a de quem está íntimo da língua inglesa. O motivo é simples. Ele mora nos Estados Unidos há nove anos e integra a United States Marine Corps, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA desde 2008.

Hoje, aos 30 anos, no Pelotão de Engenheiros de Camp Pendleton, em San Diego, California, Danielli já saiu em missão para mais de dez países. Entre eles estão Afeganistão, Quirguistão e Paquistão. Mas de vez em quando ele pode matar a saudade da língua portuguesa com marines conterrâneos. “Tenho contato com outros cinco brasileiros no Corpo de Fuzileiros Navais”, conta o militar. Segundo o historiador e pesquisador do Iphan Adler Homero Fonseca de Castro, especialista em armamento militar, o salário e as vantagens oferecidas aos militares são um bom atrativo para estrangeiros. “O soldado raso, posto mais baixo da hierarquia, recebe 1.274 dólares, o que é ligeiramente superior ao salário mínimo americano, mas deve-se pensar nos benefícios, principalmente roupa, comida, alojamento e alguns confortos subsidiados. Se você serve durante oito anos, por exemplo, tem a faculdade paga. Os veteranos também têm direito a hospital gratuito”, diz Castro. Além disso, nos EUA, o veterano recebe, depois de seis anos de serviço, o greencard – visto permanente de imigração – e tem acesso a uma "via expressa" para obter a cidadania.

Mas Danielli, que tem dupla nacionalidade, diz ter decidido ser um marine não apenas pelos benefícios, mas por motivos afetivos e até políticos. “Após cinco anos tendo ótimas oportunidades nos Estados Unidos, tendo meu filho nascido aqui, eu queria retribuir ao país... Além disso, estaria abrindo mais portas para a política, pois pretendo ser político nos EUA”, diz ele. Nascido em Chapecó, o marine se considera “joaçabense de coração” porque sua família é de Joaçaba, cidade do Meio Oeste Catarinense. Quando lá vivia, ele militava em uniões estudantis e se rotulava marxista-trotskista. “Pra mim, os EUA eram o vilão do mundo”. É, as pessoas mudam. Hoje ele não se sente vilão, pelo contrário: “Tenho ótimos momentos, como quando voltamos cansados das Missões Internacionais e centenas de pessoas estão nos aplaudindo no aeroporto, celebrando. Somos heróis para eles”.

Danielli e seus colegas não são o único grupo de brasileiros capazes de entrar em combate por outra bandeira. A Legião Estrangeira Francesa, criada em 1831, é um dos destinos procurados por interessados na vida militar fora do país. O paulista Camilo Fausto da Silva, 45 anos, se aposentou da Legião em 2008. Em 18 anos de serviço, participou de missões em diversos países, como Somália, Ruanda, Macedônia, Kosovo e Guiana Francesa. Bem diferente do marine brasileiro, o motivo de Camilo ter sido recrutado pela Legião foi seu espírito de aventura. Com 22 anos, em viagem pela Europa, soube da existência da tropa e resolveu se inteirar sobre o assunto. “Na época, não saí do Brasil com essa intenção. Eu queria conhecer outros países, outras culturas. Quando cheguei em Portugal, vi uma reportagem sobre a Legião Estrangeira. Fui então para Paris, gostei e fiquei”.

Financeiramente, servir à Legião também foi compensador para Camilo, que em São Paulo trabalhava como ferramenteiro para uma empresa. “Se a pessoa se organizar, dá pra economizar porque o militar mora e come no quartel, tem assistência médica gratuita... E quando está em missão, o salário aumenta, podendo ficar entre 3.000 a 3.500 euros”, diz Camilo. Segundo a Legião Estrangeira, atualmente, o soldo inicial de um soldado é de 1295 euros, e, a partir de três anos de serviço, o legionário pode pedir a obtenção de cidadania francesa. É fato, os benefícios existem. Mas aí vem a pergunta que não quer calar: podendo ficar em paz no Brasil, não teve medo de entrar para uma tropa estrangeira? Camilo responde com outra pergunta: “Medo de quê? Ser policial no Rio de Janeiro, por exemplo, é muito mais perigoso do que servir à Legião Estrangeira”. Segundo o ex-legionário, a imagem do senso comum de que a instituição é formada apenas por mercenários não é verdadeira. “As motivações para ingressar na Legião são diversas: dinheiro, espírito de aventura, desilusão amorosa, refúgio, tem de tudo”.

Com relação ao número de brasileiros que fazem parte de suas tropas, a Legião, por meio de sua assessoria, disse à Revista de História que não tem como precisar. Mas Camilo arrisca uma estimativa: “Na época que fui recrutado, a Legião tinha cerca de 10 mil militares, sendo 40 brasileiros. Hoje, as tropas devem ter uns 500 brasileiros, de um total por volta de 8.500”. A falta de precisão quanto à quantidade de recrutados oriundos do Brasil é um fato recorrente em outras tropas fora do país. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, houve vários casos de teuto-brasileiros que lutaram pela Alemanha. O professor Dennison de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, dedicou-se exatamente a este tema no livro Os soldados brasileiros de Hitler, de 2008, e fez algumas conclusões a respeito: “Presumo que algumas centenas de brasileiros lutaram na Segunda Guerra Mundial sob a bandeira da Alemanha Nazista. Não se pode descartar até mesmo o fato de que indivíduos nascidos aqui tenham combatido entre si (...) embora até o momento inexistam evidências a respeito”. Hoje ele arrisca uma estimativa de brasileiros que tenham combatido no exército alemão, entre 700 e 900 pessoas, mas alerta: “qualquer estimativa é sempre um palpite”.

No mesmo livro, o professor expõe depoimentos de cinco brasileiros que serviram ao III Reich. Entre eles está o do que ficou conhecido pelos colegas de guerra como Der Amerikaner (o americano), que, a pedido do próprio entrevistado, não teve sua identidade revelada, sendo chamado pelo autor pelo apelido, Guingo. Filho de alemães e nascido em São Paulo, ele viveu na terra natal toda infância e boa parte da adolescência. Foi para a Alemanha uma semana antes da guerra começar no dia 1º de setembro de 1939. Aos 14 anos, ele teria que ingressar na Juventude Hitlerista. Em 1943, já com idade para o alistamento, foi convocado para o serviço militar. Ele tentou alegar sua condição de brasileiro, mas nada feito: para a Alemanha, o sangue fala mais alto que a terra natal; se seus pais eram alemães, ele também era alemão. Em combate, chegou a se destacar, recebendo a Cruz de Ferro de Segunda Classe. Passada a guerra, ele voltou para o Brasil, onde viveu até 2008, quando faleceu. Entre os brasileiros-alemães há um que foi muito condecorado, como Egon Friedrich Kurt Albrecht, nascido em Curitiba em 1918 e morto em combate em 1944. Como piloto de caça, ele recebeu o Troféu de Honra da Luftwaffe (a Força Aérea alemã), a Cruz Germânica em Ouro e a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro – dos 3,4 milhões de combatentes da Força Aérea, apenas 1.785 conseguiram este reconhecimento.

Curitiba também gerou outro brasileiro condecorado, desta vez, lutando do lado dos Aliados. Era o franco-brasileiro Pierre Closterman (1921-2006). Filho de um diplomata francês, serviu na Força Aérea Real britânica durante a Segunda Guerra Mundial e tornou-se o primeiro Ás da França. Nesta conquista, o Brasil tem um grande mérito: foi no Aeroclube Brasileiro que ele obteve seu brevet de piloto. Closterman, que também era jornalista, tendo colaborado para o Correio da Manhã, escreveu um livro que se tornou referência para futuros pilotos, O grande circo (1948), que conta detalhes dos combates aéreos que viveu. Além das homenagens francesas recebidas por sua atuação na guerra, ele ainda foi agraciado, em 2004, pela Força Aérea Brasileira com uma condecoração. Em matéria de dupla nacionalidade, como se vê, as chances de ir para uma guerra aumentam. Os israelenses que o digam. Toda pessoa que tem ascendência judaica até o terceiro grau – ou seja, se tiver um dos bisavós judeu – pode reivindicar a nacionalidade de Israel, onde o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres. O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Illan Sztulman, sabe bem destes trâmites. Não só por ser uma autoridade diplomática, mas por ele mesmo ser, ao mesmo tempo, israelense e brasileiro, de São Paulo.

Sztulman viveu na terra da garoa até os 18 anos. De 1978 a 1982, estava ativo no exército israelense. “Estive na primeira Guerra do Líbano (1982)”, lembra ele, que percebe no serviço militar um lado positivo. “A guerra não é agradável pra ninguém, mas aprende-se muito no exército. Aprende-se, por exemplo, que seus limites são maiores do que você imagina, do ponto de vista físico e emocional”. Quanto ao número de brasileiros que já ingressaram no exército israelense, o cônsul diz não ser possível ter uma estatística precisa. O motivo é simples e se repete nas consultas a outros órgãos da diplomacia: “No exército ninguém se importa muito com sua outra nacionalidade”. Está explicado.


Ucrânia reconhece utilização de mercenários estrangeiros

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05/12/2014 - Kiev reconheceu a presença de mercenários estrangeiros nas suas fileiras militares. De acordo com uma declaração de representantes do Estado-Maior General da Ucrânia, nas operações militares contra as milícias do Donbass participam mais de mil estrangeiros. A todos eles foi prometida pelo presidente Piotr Poroshenko a nacionalidade ucraniana. Se chegas ao leste da Ucrânia, pegas num fuzil e o apontas contra o Donbass – podes receber teu passaporte ucraniano. Não interessa quem és e de onde vieste, como é a tua folha de serviços e qual o rastro de crimes que te persegue. O presidente da Ucrânia Piotr Poroshenko, ao discursar na Suprema Rada, prometeu conceder a cidadania ucraniana a todos os estrangeiros que combatem ao lado dos militares. Segundo informou à imprensa o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas ucranianas, major-general Alexander Rozmaznin, eles são cerca de mil ou mais. Foi a primeira vez que as autoridades de Kiev reconheceram aquilo que negaram durante tanto tempo, diz o vice-diretor do Instituto dos Países da CEI Igor Shishkin:

“É impossível esconder durante muito tempo o que é evidente. Tanto mais que as publicações pró-governamentais publicaram por diversas vezes entrevistas com líderes de destacamentos paramilitares, os quais contavam com orgulho quantos representantes, e de que países, serviam em seus batalhões. Uma outra questão é que a nível do ministro das Relações Exteriores e do presidente sempre foi declarado o contrário: que eram os mercenários russos que combatiam do lado do Donbass.”

Nesta semana em Kiev foi formado um novo governo. Por proposta do presidente Poroshenko, as pastas ministeriais agora podem ser atribuídas a cidadãos estrangeiros. Assim, o posto de ministra das Finanças foi entregue a uma norte-americana, o ministro da Economia é um lituano e a área da Saúde é chefiada por um georgiano. Nesse contexto, não há motivos para duvidar da seriedade das intenções de naturalizar os combatentes mercenários, refere o diretor-geral do Centro de Conjuntura Política, Serguei Mikheev:

“Isso pode ser correlacionado com a lei que permite a atribuição de cargos públicos, incluindo os governamentais, a estrangeiros. Ou seja, a Ucrânia está disposta a passar completamente para uma administração externa ea formar suas forças armadas a partir de mercenários de todo o mundo, legalizando-os através da entrega de passaportes. Não penso que entre eles haja muitos verdadeiros combatentes pela Ucrânia. A prática demonstra que para a Ucrânia viajam pessoas que querem ganhar dinheiro ou que são simplesmente aventureiros.” Contudo, a generosa proposta de Piotr Poroshenko dificilmente terá muita demanda junto dos legionários estrangeiros. Muitos de entre eles fazem parte de exércitos privados estadunidenses, que viajam de um lado para outro conforme o desejo do cliente, e não estão nada interessados noutra cidadania.


18 grupos mercenários financiados pela CIA

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07/09/2011 - 1. Partisans Ucranianos: de 1945 a 1952, a CIA treinou e supriu unidades partisans que foram originalmente organizadas pelos nazistas alemães durante a 2ª Guerra. Por 7 anos os partisans operavam nas montanhas carpatianas, fazendo ataques esporádicos. Finalmente em 1952 uma grande força soviética os derrotou.

2. Brigada chinesa em Burma: Depois da vitória comunista na China, os soldados chineses nacionalistas fugiram para o nordeste de Burma. No começo dos anos 50, a CIA usou estes soldados para criar uma brigada de 12.000 homens que fizeram invasões na China Popular. Mas, os soldados nacionalistas acharam mais rentável monopolizar o comércio local de ópio.

3. Exército Rebelde Guatemalteco: Depois que o presidente guatemalteco Jacobo Arbenz legalizou o partido comunista do país e expropriou 400.000 acres de plantações de banana da Uninted Fruit, a CIA decidiu derrubar o seu governo. Rebeldes guatemaltecos foram treinados em Honduras e voltaram com um contingente aéreo da CIA com bombardeios e aviões caças. Este exército invadiu a Guatemala em 1954, derrubando o regime de Arbenz.

4. Rebeldes de Sumatra: Numa tentativa de derrubar o presidente indonésio Sukarno em 1958, a Cia enviou especialistas paramilitares e operadores de rádio para a ilha de Sumatra para organizar um revolta. Com o suporte aéreo da CIA, o exército rebelde atacou, mas foi derrotado. O governo norte-americano negou o envolvimento mesmo depois de um avião B-26 ter sido abatido e seu piloto, Allen Pope, ter sido capturado.

5. Cavaleiros Khamba: Depois da invasão chinesa do Tibet em 1950, a CIA recrutou cavaleiros de Khamba- guerreiros ferozes que ajudaram o líder religioso Dalai Lama- escaparam para a Índia em 1959. Estes khambas foram treinados no moderno campo de guerra no campo Hale nas montanhas proximas a Leadville, Colorado. Transportados de volta para o Tibet pela CIA, os khambas organizaram um exército com um número próximo a 14,000 homens. Em meados dos anos 60, os khambas foram abandonados pela CIA, mas lutaram sózinhos até 1970.

6. Invasão da Baía dos Porcos: Em 1960, a Cia recrutou 1500 refugiados cubanos que viviam em Miami e lançaram um ataque surpresa a ilha de Cuba. Treinados em uma base na Guatemala, esse pequeno exército- completado com uma força aérea constituida de bombardeiros B-26- pisaram na Baía dos Porcos em 19 de abril de 1961. O mal planejamento terminou em desastre, algo em torno de 150 homens dessa força foram mortos ou capturados em 3 dias.

7. L'armee Cladestine: Em 1962, agentes da CIA recrutaram nativos Meo que viviam nas montanhas do Laos para lutarem uma guerra de guerrilhas contra as forças do Pathet Lao. Chamados de L'armee Clandestine, esta unidade- paga, treinada e suprida pela CIA- chegaram a ter uma força de 30.000 homens. Em 1975 os Meo-que chegaram a ter 1/4 de milhão de tropas em 1962- foram reduzidos a 10.000 refugiados que fugiram para a Tailândia.

8 Mercenários Nung: Um povo vilarejo com chineses que viviam no Vietnã, os Nungs foram empregados e organizados como uma força mercenária pela CIA durante a guerra do Vietnã. Lutadores temíveis e brutais, os Nungs foram empregados durante toda a guerra e na rota Ho Chi Minh. Os Nungs eram caros para lutarem, a menos que fossem supridos de cerveja e prostitutas.

9. Regimento Peruano: Incapaz de deter a guerra das forças guerrilheiras nas províncias da Amazônia oriental, o Peru convidou os EUA para ajudá-los em meados dos anos 60. A CIA respondeu com o estabelecimento de um campo fortificado na área e empregando peruanos locais que foram treinados por Boinas Verdes emprestados do exército norte-americano. Após esmagar as guerrilhas, a unidade foi dissolvida porque poderia arquitetar um golpe contra o governo peruano.

10. Força Mercenária do Congo: Em 1964, durante a guerra civil congolesa, a CIA estabeleceu um exército no Congo para ajudar os líderes pro-ocidente Cyril Adoula e Joseph Mobutu. A CIA importou mercenários europeus e pilotos cubanos exilados para pilotar na força aérea da CIA, composta de aviões transportadores e bombardeiros B-26.

11. Complô Cambojano: Por 15 anos, a CIA tentou vários meios mal-sucedidos de destituir o príncipe esquerdista Norodom Sihanouk, incluindo tentantivas de assassinato.
Em março de 1970, a CIA finalmente completou o trabalho. Fundado com dinheiro dos impostos dos EUA, armados com armas dos EUA, e treinados por Boinas Verdes norte-americanos, as forças anti-Sihanouk foram chamadas de Kampuchea Khmer Krom (KKK) entraram na capital Phnom Penh e tomaram o controle do governo.
Com a "benção" da CIA e a admnistração de Nixon, o controle do Camboja foi passado para as mãos de Lon Nol, que se distinguiu mais tarde por despachar soldados para matar centenas de milhares de civis.

12. Rebeldes Curdos: No começo dos anos 70, a CIA moveu-se no leste do Iraque para organizar e suprir os curdos daquela área que estavam rebelando-se contra o governo pró-soviético do Iraque. A real proposta por detrás disso era ajudar o shah of Irã a estabelecer uma disputa na fronteira com o Iraque. Depois da guerra do Irã-Iraque ter sido iniciada, a CIA retirou o apoio e suporte aos curdos que acabaram sendo esmagados pelo exército iraquiano. Army.

13. Força Mercenária da Angola: Em 1975, depois de anos de sangrenta luta e mal-estar da populção, Portugal resolveu abandonar as suas últimas colônias africanas.
A transição era para acontecer em 11 de novembro, com o controle do país indo para qualquer facção política que controlasse a capital Luanda naquela data. Em meses precedentes a escolha, três grupos vieram ao poder: o Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA), a Frente Nacional de Libertação da Angola (FNLA), e a União Nacional para Total Independência da Angola (UNITA). Em Julho de 1975, a MPLA marxista tinha substituído a FNLA e UNITA do controle de Luanda, então, a CIA decidiu intervir secretamente. Um total de 30 milhões de dólares foram gastos com a operação angolana, o dinheiro foi usado para comprar armas e pagar mercenários franceses e sul-africanos que socorreram a FNLA e a UNITA em sua luta. Apesar da evidência, aos contrário, os oficiais norte-americanos categoricamente negaram o envolvimento no conflito angolano. No final, foi uma aventura militar infrutífera.

14. Mujaheedin afegãos: Cobrir suporte para os grupos que lutavam contra a invasão soviética do Afeganistão começaram sob as ordens do presidente Jimmy Carter em 1979, e intensificada durante a administração de Ronald Reagan. A operção teve sucesso no seu ponto inicial, que era forçar a retirada das tropas soviéticas, os soviéticos foram forçados a se retirarem em 1987. Infelizmente, depois da saída dos soviétios, e ignorado pelos EUA o Afeganistão entrou em colapso numa guerra civil de cinco anos, onde os ultra fundamentalistas do Talibã tomaram o poder. O Talibã proveu abrigo a Osama Bin Laden e a Al-Qaeda, os responsáveis pelo atentado terrorista em 11 de setembro de 2001.

15. Esqudrões da Morte Salvadorenhos: Desde 1964, a CIA ajudou formalmente ORDEN e ANSESAL, dois grupos paramilitares de inteligência que se tornaram esquadrões de morte salvadorenhos. A CIA trienou os líderes da ORDEN no uso de armas automáticas, técnicas de vigilância e colocou vários líderel na folha de pagamento da CIA.
A CIA também proveu inteligência detalhada sobre indivíduos salvadorenhos que que depois foram assassinados pelos esquadrões da morte. Durante a guerra civil de El Salvador (1980-1992), os esquadrões de morte foram responsáveis por 40.000 mortes. Mesmo depois que uma contestação pública forçou o presidente Reagan a denuncial os esqudrões de morte em 1984, a CIA ainda continuou ajudando-os.

16. Contras Nicaraguenhos: Em novembro de 1981, o presidente Ronald Reagan assinou um acordo secreto autorizando a CIA a gastar 19 milhões de dólares para recrutar e auxiliar os contras, oponentes do governo sandinista da Nicarágua. A CIA moveu severos atos de sabotagem sem o consentimento do congresso dos comitês de inteligência- mesmo sendo informados de antemão. Em resposta o congresso passou a emenda de Boland, proibindo a CIA de prover ajuda para os Contras. Em 1988 o subcomitê de narcóticos, terrorismo e operações internacionais concluíram que os indivíduos do movimento dos Contra engajaram-se no tráfico de drogas; o que se sabe é que os traficantes de droga auxiliaram os Contras.

17. Complô haitiano: Em 1988, a CIA na tentativa de intervir nas eleições do Haiti com um "programa de ação secreta" para minar a campanha do possível vencedor Jean-Bertrand Aristide. Três anos depois, Aristide foi deposto num sangrento complô onde morreram mais de 4000 civis. Muitos dos líderes do complô estavam na folha de pagamento da CIA desde meados dos anos 80. Por exemplo, Manuel "Toto" Constant, o cabeça do FRAPH, um grupo burtal de vândalos, conhecidos por assassinar, torturar, e fazer batidas, admitiu ter sido um agente pago pela CIA. Similarmente, a CIA criou o Serviço Nacional de Inteligência (NIS), supostamente criado para combater drogas, funcionou como "intimidação política e esquadrão da morte". Em 1994, uma força americana de 20.000 soldados foi enviada ao Haiti para ajudar Aristide a retornar. Ironicamente, depois disso, a CIA continuou trabalhando com o FRAPH e o NIS. Em 2004, Aristide foi deposto novamente, com Aristide clamando que as forças norte-americanas o sequestraram.

18. Tentativa de golpe na Venezuela: Em 11 de abril de 2002, líderes militares venezuelanos tentaram derrubar o líder democraticamente eleito Hugo Chavez. A tentativa entrou em colapso depois de dois dias quando centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas e unidades militares aderiram aos manifestantes.
A admnistração de George W. Bush era a única democracia no ocidente que não condenou a tentativa de golpe. De acordo com o analista da inteligência Wayne Madsen, a CIA organizou ativamente o golpe: "a CIA forneceu pessoal do Grupo de Operações Especiais, encabeçados por um tenente-coronel emprestado do Comando de Operações Especiais em Fort Bragg, Carolina do Norte, para ajudar a tentativa de golpe contra Chavez.


Fonte: http://www2.uol.com.br/
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